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máscaras e mãos - Centro Universitário Barão de Mauá

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tinha suas ações legitimadas pelo conhecimento vulgo <strong>de</strong>sinteressado e<br />

objetivo. A formação (além do título), a posição <strong>de</strong> doutor, concedia a este<br />

uma aura <strong>de</strong> homem respeitável e apto a não só transmitir informações,<br />

mas também comandar situações.<br />

Lembremos aqui, que neste período, o voto não mais era<br />

censitário, o fato, ou melhor, o privilégio <strong>de</strong> ser alfabetizado é que permitia<br />

o acesso à votação, número ínfimo, vale frisar. José Murilo <strong>de</strong> Carvalho<br />

escreveu:<br />

Sendo função social antes que direito, o voto era concedido àqueles a<br />

quem a socieda<strong>de</strong> julgava po<strong>de</strong>r confiar sua preservação. [...] A exclusão<br />

dos analfabetos pela Constituição republicana era particularmente<br />

discriminatória, pois ao mesmo tempo se reiterava a obrigação do governo<br />

<strong>de</strong> fornecer instrução primária, que constava do texto imperial. Exigia-se<br />

para a cidadania política uma qualida<strong>de</strong> que só o direito social da educação<br />

po<strong>de</strong>ria fornecer e, simultaneamente, <strong>de</strong>sconhecia-se este direito. Era uma<br />

or<strong>de</strong>m liberal, mas profundamente anti<strong>de</strong>mocrática e resistente a esforços<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratização. (1987, p.44-45)<br />

Evi<strong>de</strong>nte que toda esta autorida<strong>de</strong> era mascarada em um discurso<br />

pautado <strong>de</strong> que o conhecimento era a chave para a re<strong>de</strong>nção dos homens.<br />

Herança das idéias iluministas, o indivíduo educado seria agente<br />

elucidado e iluminado, que se libertaria das superstições, ignorância; <strong>de</strong><br />

instrução em punho, tomaria a razão como medida para todas as certezas.<br />

Ainda, há a presença do positivismo, que relacionava ciência à verda<strong>de</strong><br />

incontestável, porque neutra, objetiva e sem juízos <strong>de</strong> valor.<br />

A civilização, no conceito francês, é alusão a inúmeros fatos<br />

como grau científico-tecnológico, tipo <strong>de</strong> maneiras, costumes,<br />

jurisprudência das socieda<strong>de</strong>s (ELIAS,1994, p.23). Novamente, neste<br />

contexto, a Europa oci<strong>de</strong>ntal, em especial, a França, é tida como clímax<br />

<strong>de</strong> homens civilizados. Dessa forma, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a educação era galgar<br />

todo um processo civilizador.<br />

Para imbuir os estudantes <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>sejo pela civilização, retidão<br />

para alcance do progresso, inspiração no outro lado do Atlântico, eram<br />

DIALOGUS, Ribeirão Preto, v.4, n.1, 2008. 148

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