máscaras e mãos - Centro Universitário Barão de Mauá
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difundidas certas noções no material didático, instrumento da instrução<br />
cotidiana:<br />
Os escravos no Brasil<br />
[...] Sem a escravatura, o negro não teria abandonado a Africa, e não teria<br />
sido portanto chamado ao convívio da civilização e do trabalho [...].<br />
[...] A escravatura não <strong>de</strong>ixa, por isso, <strong>de</strong> ser con<strong>de</strong>mnavel encarada a um<br />
criterio philanthropico e christão; a maneira como foi realizada em alguns<br />
pontos tornou mesmo tal instituição barbara e infamemente <strong>de</strong>shumana;<br />
mas nem por isso ella <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser socialmente util e <strong>de</strong> representar o<br />
gran<strong>de</strong> agente da nossa vida como productores e como nação. (Thesouro<br />
da Juventu<strong>de</strong>, 1920-1930, p. 2571)<br />
Pelos africanos, asiáticos e indianos era a cultura européia o<br />
exemplo a ser seguido, o que na realida<strong>de</strong>, funcionava como justificativa<br />
para os mandos dos neocolonialistas europeus, ou seja, para matar,<br />
explorar e <strong>de</strong>sestruturar socieda<strong>de</strong>s com formações singulares.<br />
Ainda, é possível distinguir traços do ensino da jovem república,<br />
no que diz respeito à religiosida<strong>de</strong>. Educação dita laica pelas<br />
<strong>de</strong>terminações positivistas, todavia, pelas raízes históricas luso-cristãs, lá<br />
estão os motivos dos almejados bons samaritanos para a negação da<br />
escravidão. Não obstante, prega-se o po<strong>de</strong>r ilimitado aos dirigentes <strong>de</strong><br />
transformar vidas em meios <strong>de</strong> produção, <strong>de</strong> posteriormente, invadir casas<br />
e corpos, como nos casos Canudos e Vacina (SEVCENKO, 1999, p.30).<br />
Já no Brasil, o mo<strong>de</strong>lo ambicionado, permitiria que se atingisse<br />
o progresso e riqueza vistos na cultura a ser imitada. Tal busca por<br />
civilização era alicerçada pelo concebimento <strong>de</strong> ciência da época, que<br />
cedia vazão ao darwinismo social provindo do início do século XIX, como<br />
po<strong>de</strong>mos perceber em fragmento intitulado “A civilisação”, <strong>de</strong> Olavo Bilac<br />
e Coelho Neto:<br />
[...] O progresso humano é incessante e infindavel. O trabalho do Homem<br />
não pára. No meio das imperfeições e das injustiças que ainda ha nas<br />
socieda<strong>de</strong>s civilisadas, esse trabalho é a garantia <strong>de</strong> um futuro cada vez<br />
DIALOGUS, Ribeirão Preto, v.4, n.1, 2008. 149