máscaras e mãos - Centro Universitário Barão de Mauá
máscaras e mãos - Centro Universitário Barão de Mauá
máscaras e mãos - Centro Universitário Barão de Mauá
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>de</strong>sunida<strong>de</strong>, ela nos <strong>de</strong>speja a todos num turbilhão <strong>de</strong> permanente<br />
<strong>de</strong>sintegração e mudança, <strong>de</strong> luta e contradição, <strong>de</strong> ambigüida<strong>de</strong> e angústia<br />
[...].<br />
É um “perpétuo estado <strong>de</strong> vir a ser”, um turbilhão com o sistema<br />
capitalista atrelado às revoluções tecno-científicas, como força motriz,<br />
que faz com que existam concomitantes, elementos e seus contrários<br />
diretos: arcaico e mo<strong>de</strong>rno, criação e <strong>de</strong>struição, construção e<br />
<strong>de</strong>sconstrução, êxtase e agonia, esperança e niilismo, afinal, ser mo<strong>de</strong>rno<br />
é ser anti-mo<strong>de</strong>rno, pois tem-se a consciência dos perigos latentes, mas<br />
há a busca pela superação, pela fé no “homem do amanhã e do dia<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> amanhã”, através da negação e/ou <strong>de</strong> novas invenções.<br />
Repletos <strong>de</strong> anseios <strong>de</strong> viver em um cenário mo<strong>de</strong>rno, composto<br />
por elementos e símbolos que trariam a Europa para seu cotidiano, a elite<br />
cafeeira não mediu empreendimentos para transformar as cida<strong>de</strong>s, em<br />
experimentar e viver uma “Belle Époque caipira”, em que exibem-se<br />
peculiarida<strong>de</strong>s e contestações <strong>de</strong>ntro das próprias contradições, uma<br />
vez que, diferentemente da “cida<strong>de</strong> luz”, ou outras urbes européias, temos<br />
locais específicos, o interior paulista, <strong>de</strong> diverso clima, população, infraestrutura,<br />
política, cultura.<br />
O regime, cuja <strong>de</strong>limitação é <strong>de</strong> 1889 a 1930, é mutante no<br />
<strong>de</strong>correr dos anos. Primeiro, um período <strong>de</strong> 1900 a 1920, arrebatado<br />
pela mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> anteriormente explanada é que é custeada pelos lucros<br />
da economia cafeeira e das exportações para as nações que lutavam na<br />
Primeira Guerra Mundial e, ainda, pela diminuição das importações <strong>de</strong><br />
produtos que, a partir <strong>de</strong> então, seriam produzidos pelas incipientes<br />
indústrias nacionais. Porém, <strong>de</strong> 1920 a 1930, o sistema político inicia sua<br />
ruína, pelas práticas especulativas dos cafeicultores, que resultavam em<br />
um amontoado <strong>de</strong> café, que progressivamente per<strong>de</strong>ria seu valor, e teria<br />
sua <strong>de</strong>cadência já pronunciada, com a crise <strong>de</strong> 1929. Não é meramente<br />
simbólica a queda do <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>iro presi<strong>de</strong>nte paulista, pelo golpe do gaúcho<br />
Getúlio Vargas. (SEVCENKO, 1999, p.36-37).<br />
Neste contexto, a instrução é consi<strong>de</strong>rada um feito honorável,<br />
posto que, acreditava-se que a educação, aliada à república, seria o fator<br />
DIALOGUS, Ribeirão Preto, v.4, n.1, 2008. 145