Caracterização físico-química e comportamento reológico de sucos
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processamento <strong>de</strong> vegetais, principalmente por sua contribuição para uma<br />
estrutura mais rígida dos mesmos, o que irá afetar o seu corte na mastigação<br />
(BOBBIO e BOBBIO, 2001).<br />
A matriz extracelular vegetal contém diversas classes <strong>de</strong> proteínas e<br />
glicoproteínas, as quais po<strong>de</strong>m ser covalentemente ligadas à pare<strong>de</strong> celular ou<br />
po<strong>de</strong>m ser solúveis em grau variado. Uma classe é constituída pelas<br />
glicoproteínas ricas em hidroxiprolina, na qual a extensina é um exemplo. A<br />
extensina é onipresente nas pare<strong>de</strong>s celulares como um componente estrutural<br />
da pare<strong>de</strong> celular primária (ASPINALL, 1980). A expressão das glicoproteínas<br />
ricas em hidroxiprolina, e das proteínas ricas em prolina acompanha a<br />
diferenciação do tecido vegetal, po<strong>de</strong>ndo apresentar funções como <strong>de</strong>terminar<br />
a rigi<strong>de</strong>z da pare<strong>de</strong> e a conseqüente resistência do tecido à invasão dos<br />
patógenos (DOWN et al., 1998).<br />
A pectina é o polissacarí<strong>de</strong>o que, junto com a celulose e hemicelulose,<br />
forma o material estrutural das pare<strong>de</strong>s celulares dos vegetais. A combinação<br />
<strong>de</strong> pectina com a celulose e hemicelulose por ligações covalentes dá origem à<br />
chamada protopectina. Com o envelhecimento do vegetal, a pectina é<br />
enzimaticamente <strong>de</strong>gradada com perda <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z do material estrutural<br />
(BORGUINI, 2002).<br />
A pectina é um polímero hidrofílico pertencente ao grupo dos<br />
hidrocolói<strong>de</strong>s. Apresenta uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> moléculas <strong>de</strong> carboidratos,<br />
contendo blocos <strong>de</strong> galacturonase parcialmente esterificados com grupos<br />
metoxila e blocos com muitas outras moléculas <strong>de</strong> açúcar em pequenas<br />
quantida<strong>de</strong>s, em uma estrutura altamente ramificada. O ácido péctico ou ácido<br />
galacturônico é o resultado da <strong>de</strong>smetoxilação da pectina (IPPA, 2007).<br />
A medida da proporção <strong>de</strong> grupos carboxílicos que estão na forma<br />
esterificada em relação ao total <strong>de</strong> grupos carboxílicos presentes na estrutura é<br />
chamada <strong>de</strong> grau <strong>de</strong> metoxilação (DM – Degree of Metoxilation). Por exemplo,<br />
um DM <strong>de</strong> 0,6 indica 60 % <strong>de</strong> esterificação. As pectinas consi<strong>de</strong>radas com alto<br />
grau <strong>de</strong> metoxilação (HM) apresentam DM maior que 0,43. As pectinas<br />
presentes nas frutas apresentam normalmente mais <strong>de</strong> 50 % das suas<br />
unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carboidratos esterificadas, e portanto, fazem parte do grupo das<br />
pectinas com alto grau <strong>de</strong> metoxilação (TRIBESS, 2003).<br />
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