11.05.2013 Views

séc. v - Universidade Federal do Paraná

séc. v - Universidade Federal do Paraná

séc. v - Universidade Federal do Paraná

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Conclusão<br />

O que se coloca como resulta<strong>do</strong> da História? Qual é seu objetivo último?<br />

Dúvidas rondam o espírito investigativo <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r desde que o <strong>do</strong>mínio de Clio<br />

elevou-se ao status de ciência, e a academia forçou seus partícipes a (re)pensar e questionar<br />

suas ferramentas, seus mo<strong>do</strong>s, seus méto<strong>do</strong>s. Em constante auto-reciclagem, a História tem<br />

adquiri<strong>do</strong>, ao longo de to<strong>do</strong> o <strong>séc</strong>ulo XX, uma noção mais aguçada de si própria, uma<br />

compreensão mais completa de sua natureza e, principalmente, uma desconfiança de seus<br />

processos e de seus resulta<strong>do</strong>s.<br />

A semântica da historiografia 124 , dessa forma, segue trabalhan<strong>do</strong> (com) e<br />

questionan<strong>do</strong> conceitos que, grosso mo<strong>do</strong>, dão materialidade retórica para uma específica<br />

percepção de mun<strong>do</strong> – neste caso, percepção que, como já notamos em nossa introdução,<br />

acompanha a pena <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r. Não nos parece equivoca<strong>do</strong> afirmar, portanto, que olhar<br />

para a idéia de Civilização e Barbárie significa, em ultima instância, olhar para si e olhar<br />

também para o outro.<br />

Objetivamos, nessa monografia, desconstruir essa oposição conceitual e, com uma<br />

revigorada crítica sobre a produção especializada e, principalmente, sobre as evidências<br />

<strong>do</strong>cumentais da Antiguidade Tardia, obter novas perspectivas acerca da definição e da<br />

gestação da idéia de poder régio entre grupos ditos “bárbaros”, com atenção especial para o<br />

caso de Átila e <strong>do</strong>s hunos. O que se buscou, dessa forma, foi uma análise acerca da teoria<br />

política tar<strong>do</strong>-antiga mais independente <strong>do</strong> julgamento advin<strong>do</strong> da alteridade “civiliza<strong>do</strong> /<br />

bárbaro”. Ao certo, não nos iludimos com a possibilidade de desenhar uma pesquisa livre<br />

de subjetividade, mas ao contrário, objetivamos elaborar novos horizontes explicativos<br />

cuja atenção recaia justamente no estu<strong>do</strong> da política com atenção para as padronizações<br />

culturais, para as criações identitárias e para a inclusão / exclusão enquanto elementos<br />

funda<strong>do</strong>res, e não decorrentes de escolhas políticas, sociais, econômicas, et cetera.<br />

Acreditamos que, com tal intento, grupos tipicamente estereotipa<strong>do</strong>s podem ganhar<br />

novo espaço e novas interpretações no seio da historiografia especializada. Ao pensarmos a<br />

oposição entre Civilização e Barbárie como forja de percepções políticas na Antiguidade<br />

Tardia, possibilidades variadas se abrem para aquele que deseja conceder espaço analítico<br />

aos nômades que tanto impacto causaram na majestosa Roma. Como percebemos ao longo<br />

124 Cf. KOSELLECK, Reinhart, op. cit.<br />

28

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!