MALBA TAHAN - O CALCULISTA BRASILEIRO - UniABC
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do 1º Movimento de Modernização do Ensino de Matemática, lançado em 1908, em Roma,<br />
por Félix Klein. Na década de 30 os ideais deste movimento se misturam ás idéias de outro<br />
movimento educacional – o da Escola Nova, trazido para o Brasil por Anísio de Teixeira<br />
(discípulo de Dewey) e acolhido no Brasil por intelectuais como Monteiro Lobato, Cecília<br />
Meireles e esse grupo de professores do Pedro II. O Movimento da Escola Nova - baseado<br />
nas idéias do filósofo norte-americano J. Dewey - passou a ser divulgado mundo afora por<br />
seus discípulos. Anísio Teixeira foi um importante intelectual brasileiro que teve contato<br />
com esses ideais, trazendo-os para o Brasil a fim de reformular as diretrizes educacionais<br />
federais - a Reforma Campos (o ministro da educação , na época, era Francisco Campos). O<br />
"escolanovismo" prega que a criança aprende somente o que pode sentir prazer,<br />
aprendizagem com o trabalho manual, a pesquisa e a experimentação. O conhecimento,<br />
para ser aprendido deve ser contextualizado, ora historicamente, ora quotidianamente. A<br />
criança deve se sentir desafiada, motivada, incentivada a aprender. Enfim, o Movimento<br />
pregava valores e práticas complemente diferentes do que era o "usual" na época - o ensino<br />
catequético que se compunha em contemplar, decorar, repetir, treinar a memória. O<br />
comportamento disciplinar, a hierarquia, a distância e a frieza na relação entre professor e<br />
aluno eram as normas vigentes na escola. O aluno, para aprender, tinha que ficar quieto,<br />
comportado, obediente às regras, prestar atenção na explicação do professor e repetir na<br />
prova o que foi aprendido. O foco do processo, a fonte do conhecimento, era o professor. O<br />
Movimento da Escola Nova inverte toda a ordem estabelecida, para colocar o foco no<br />
aluno. Só o aluno ativo aprende. O aluno deve fazer, experimentar, tentar e errar, conhecer<br />
as origens e desenvolvimentos, para aprender.<br />
Os representantes deste movimento no Brasil, para o ensino de matemática foram<br />
Euclides Roxo, Cecil Thiré e Júlio Cezar de Mello e Souza. Os três já eram escritores de<br />
livros didáticos consagrados e, aos poucos, foram introduzindo em seus livros a novas<br />
diretrizes. Júlio Cezar obteve mais fama, não pelos livros didáticos que escrevia, mas por<br />
outros tipos de publicações: livros voltados ao professor de matemática (Didática da<br />
Matemática; A Arte de Ser Um Perfeito Mau Professor), revistas de divulgação (Lilavati e<br />
Al Karismi), artigos de Jornal (nos quais responde a críticas de seus opositores), livros de<br />
histórias para crianças (Maktub!; Salim o Mágico....) e os mais famosos, os livros<br />
paradidáticos de matemática (O Homem que Calculava, Matemática Divertida e Curiosa,<br />
As Maravilhas da Matemática). Até hoje em dia esses livros são publicados, a maioria pela<br />
Ed. Record (RJ).<br />
Sua obra é muito extensa. Escreveu mais de cem livros, entre eles:<br />
- O Homem que Calculava (traduzido para várias línguas);<br />
- A Sombra do Arco Íris (novela);<br />
- Céu de Allah (contos orientais);<br />
- Salim, o Mágico (romance);<br />
- Maktub (lendas orientais);<br />
- O Mistério do Mackenzista (romance policial);<br />
- A Arte de Ler e Contar Histórias (obra didática);<br />
- Numerologia (estudo do número);<br />
- Paca, Tatu (contos infantis);<br />
- Mistificações Literárias (literatura);<br />
- Romance do Filho Pródigo (romance);<br />
- A Arte de ser um Perfeito Mau Professor (obra didática);<br />
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