Valéria Mac Knight - programa de pós-graduação em ciência da ...
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INTRODUÇÃO:<br />
O presente estudo busca <strong>de</strong>senvolver algumas reflexões acerca <strong>da</strong> poesia mo<strong>de</strong>rna e<br />
cont<strong>em</strong>porânea no Brasil, na França e nos Estados Unidos, entre outros, tendo como principal<br />
fun<strong>da</strong>mentação teórica algumas idéias <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s pelo intelectual Michel Collot, professor<br />
<strong>da</strong> Sorbonne, Paris III. Nascido <strong>em</strong> 1952, Collot começou sua vi<strong>da</strong> acadêmica <strong>em</strong> um<br />
momento <strong>em</strong> que a cena poética era domina<strong>da</strong> pela tendência ao fechamento do texto e pelo<br />
textualismo. A fim <strong>de</strong> elaborar uma alternativa teórica, ele se volta para a fenomenologia.<br />
Pouco <strong>de</strong> sua obra foi traduzi<strong>da</strong> para o português, até hoje, mas acreditamos na fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
suas pesquisas <strong>em</strong> livros como: L’Horizon fabuleux (Corti 1988), La poésie mo<strong>de</strong>rne et la<br />
structure d’horizon (PUF 1989), La Matière-émotion (PUF, 1997), Paysage et poésie (Corti,<br />
2005). Collot li<strong>de</strong>ra s<strong>em</strong>inários e colóquios sobre a poesia mo<strong>de</strong>rna e dirige o centro <strong>de</strong><br />
pesquisa écritures <strong>de</strong> la mo<strong>de</strong>rnité. Sua produção intelectual é vasta e compreen<strong>de</strong> muitos<br />
ensaios teóricos e poesias.<br />
O texto fun<strong>da</strong>mental para a presente pesquisa: O sujeito lírico fora <strong>de</strong> si <strong>de</strong> Michel<br />
Collot - nos levou a um percurso media-res. Primeiramente, fomos buscar <strong>em</strong> Nietzsche um<br />
ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> por enten<strong>de</strong>r que o filósofo al<strong>em</strong>ão apresenta um olhar que vê na arte, e na<br />
poesia uma solução para o que Sileno chamou <strong>de</strong> a maldição <strong>da</strong> existência humana; ou seja,<br />
que o melhor para os humanos seria não ter nascido, não ser, na<strong>da</strong> ser. 1 O prisma<br />
nitzscheano nos auxiliou a apresentar o fenômeno <strong>de</strong> total <strong>de</strong>sencanto que nossa civilização<br />
vive, mas on<strong>de</strong> há também a busca <strong>de</strong> um elo perdido com o sagrado, o que <strong>da</strong>ria uma<br />
significação para essa existência. O filósofo al<strong>em</strong>ão já percebera, então, a <strong>de</strong>lica<strong>da</strong> trama <strong>de</strong><br />
vi<strong>da</strong> encontra<strong>da</strong> na poesia e como esta po<strong>de</strong> insuflar a vi<strong>da</strong>, com vi<strong>da</strong>.<br />
1 NIETZSCHE, Friedrich. . O Nascimento <strong>da</strong> Tragédia; ou Helenismo e Pessimismo. Trad. J. Guinsburg. São<br />
Paulo, Companhia <strong>da</strong>s Letras, 1992.<br />
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