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Valéria Mac Knight - programa de pós-graduação em ciência da ...

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literalmente insensato – <strong>em</strong> contraparti<strong>da</strong>, tudo se passa nele 54 . Ele é, literalmente, sujeito e<br />

objeto ao mesmo t<strong>em</strong>po, alma e universo. Novalis, representante <strong>da</strong> estética romântica do<br />

sonho, expressa a i<strong>de</strong>ntificação do sujeito com o objeto assim como i<strong>de</strong>ntifica a poesia com a<br />

magia, por meio <strong>da</strong>s quais o poeta reinventa a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Pela tessitura <strong>da</strong> poesia, o mundo<br />

transforma-se <strong>em</strong> sonho, e o sonho transforma-se <strong>em</strong> mundo.<br />

2.2. Hegel e os Primeiros Românticos Al<strong>em</strong>ães<br />

O gênero lírico, na concepção <strong>de</strong> Hegel, diz respeito à expressão do sentimento<br />

pessoal do poeta: É a maneira como a alma, com seus juízos subjetivos, alegrias e<br />

admirações, dores e sensações, toma cons<strong>ciência</strong> <strong>de</strong> si mesma no âmago <strong>de</strong>ste conteúdo. 55 A<br />

referência <strong>de</strong> lírico <strong>de</strong> Hegel era o poeta que cantava a per<strong>da</strong> <strong>da</strong> ama<strong>da</strong> à imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> Orfeu :<br />

uma criatura solitária e chorosa que se mantém pelo seu canto. Em seu trabalho, Estética,<br />

Hegel opõe a subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> criação lírica à objetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> poesia épica : e a dicotomia<br />

entre o mundo interior, dos sentimentos, e o mundo objetivo, <strong>da</strong>s ações, se instala : as artes<br />

plásticas representam objetos concretos do mundo exterior, e na fantasia poética predominaria<br />

a subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a <strong>em</strong>oção e a intuição. A poesia épica representaria o mundo objetivo e o<br />

poeta <strong>de</strong>sapareceria diante <strong>da</strong> objetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s criações, enquanto que na representação lírica<br />

<strong>de</strong> mundo, para que a expressão poética se dê, é necessário haver um <strong>de</strong>spertar através do qual<br />

o poeta envolve suas idéias e impressões, transpondo, por meio <strong>de</strong> palavras, o modo como<br />

percebe a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>spertando esse estado <strong>em</strong> outras pessoas : a poesia lírica não é a que<br />

fala do sentimento mas no sentimento. 56<br />

54<br />

NOVALIS. Pólen. Fragmentos, diálogos, monólogo, introdução, tradução e comentários R.R.Torres Filho,<br />

São Paulo, Iluminuras. 1988.<br />

55<br />

HEGEL, G. W. F. Esthétique, Paris, Flammarion, 1958.<br />

56<br />

HEGEL, G. W. F. Sist<strong>em</strong>a <strong>da</strong>s Artes. São Paulo, Martins Fontes, 1977.<br />

59

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