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Valéria Mac Knight - programa de pós-graduação em ciência da ...

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omânticos buscavam o infinito, o que era impossível <strong>de</strong> se realizar, <strong>da</strong>í os sentimentos <strong>de</strong><br />

nostalgia.<br />

Portanto, a questão opositora entre o pensamento <strong>de</strong> Hegel e dos primeiros românticos<br />

al<strong>em</strong>ães vai além <strong>da</strong> oposição entre racionalismo e irracionalismo. O que está <strong>em</strong> discussão é<br />

a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> apreensão total <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> pelo racional ou <strong>da</strong> apreensão não racional e<br />

intuitiva <strong>de</strong>ssa reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Hegel rejeita representações artísticas fun<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>em</strong> mo<strong>de</strong>lo abstrato<br />

e fragmentário do sujeito.<br />

A tendência mo<strong>de</strong>rna para representar a cisão e a dissonância, num t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que não<br />

se ousa mais falar <strong>de</strong> absoluto n<strong>em</strong> tentar apreen<strong>de</strong>r a totali<strong>da</strong><strong>de</strong>, ain<strong>da</strong> é o fragmento. E o<br />

sujeito lírico, que também se apresenta fragmentado, pluralizado, impessoal ou cantando<br />

outras vozes, também po<strong>de</strong>rá evoluir para a <strong>de</strong>sapego total <strong>da</strong> individuali<strong>da</strong><strong>de</strong> ou até mesmo a<br />

reconquista <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, não pela racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> absoluta, mas pela integração do hom<strong>em</strong> com<br />

a natureza.<br />

A subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> como abstração e fuga <strong>de</strong> um mundo prosaico <strong>em</strong> direção à própria<br />

interiori<strong>da</strong><strong>de</strong> origina uma forma <strong>de</strong> incomunicabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Tal idéia é representa<strong>da</strong> na teoria<br />

estética <strong>de</strong> Schlegel quando conclui que a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira beleza estética é algo “indizível” e<br />

portanto, só po<strong>de</strong> ser representa<strong>da</strong> por nuances, aproximações indiretas, que transformam a<br />

impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> apreensão do todo <strong>em</strong> uma apresentação simbólica que permite o<br />

conhecimento parcial do objeto: Aquilo que po<strong>de</strong> ser resumido <strong>em</strong> um conceito, <strong>de</strong>ixa-se<br />

talvez apresentar através <strong>de</strong> uma imag<strong>em</strong>: e assim então, a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> do conhecimento<br />

conduz à apresentação; a filosofia conduz à poesia. 58<br />

Os românticos al<strong>em</strong>ães se voltaram para a importância atribuí<strong>da</strong> à linguag<strong>em</strong>,<br />

consoli<strong>da</strong>ndo a vinculação <strong>da</strong> poesia com o pensamento: O poeta conclui, assim que começa o<br />

58 SCHLEGEL, F. Kritische Freidrich Schlegel – Ausgabe, Editado por Ernst Behler und Hans Eichner –<br />

Pa<strong>de</strong>rborn. Munchen; Wien, 1979 ss, vol XI, p. 9<br />

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