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Valéria Mac Knight - programa de pós-graduação em ciência da ...

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<strong>de</strong> corrigi-lo, supondo uma noção <strong>de</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> universal, são conceitos que encontram a<br />

oposição <strong>de</strong> Nietzsche, quando ele privilegia a metafísica do artista e afirma ser a arte, e não a<br />

<strong>ciência</strong>, que t<strong>em</strong> mais valor, pelo fato <strong>de</strong> a primeira viabilizar a vi<strong>da</strong>.<br />

1.2 A leitura <strong>de</strong> Socrátes por Nietzsche: crítica à metafísica e à <strong>ciência</strong>.<br />

Somos her<strong>de</strong>iros <strong>de</strong> Sócrates, <strong>de</strong> uma lógica metafísica segundo a qual os valores<br />

racionais <strong>de</strong>v<strong>em</strong> prevalecer, tornando-nos homens teóricos. Tal contexto <strong>de</strong> pensamento, <strong>em</strong><br />

que o conhecimento teórico t<strong>em</strong> mais valor do que o instinto estético e do que a criação <strong>em</strong> si,<br />

faz com que Nietzsche rompa com o pensamento filosófico estabelecido e realize uma<br />

releitura dos gregos.<br />

Ao confessar a si mesmo que na<strong>da</strong> sabia, Sócrates buscou <strong>em</strong> Atenas várias pessoas<br />

<strong>em</strong>inentes e reconheceu, com espanto, que a falta <strong>de</strong> conhecimento imperava; <strong>de</strong>parou-se com<br />

a presunção do saber apenas por instinto. Por essa atitu<strong>de</strong>, o socratismo passou a con<strong>de</strong>nar a<br />

arte vigente. O <strong>da</strong>imon <strong>de</strong> Sócrates con<strong>de</strong>nou a arte trágica por esta não dizer a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A ausência <strong>de</strong> certezas, a falta <strong>de</strong> robustez <strong>da</strong>s respostas o impulsionaram <strong>em</strong> direção a<br />

uma busca s<strong>em</strong> fim na qual só fazia comprovar que quando mais sábio que os <strong>de</strong>mais era<br />

apenas por reconhecer <strong>em</strong> si a ignorância. Sócrates esperava que os poetas explicass<strong>em</strong> a<br />

poesia que faziam, buscando conhecê-la. Ao julgar a poesia por um critério que havia sido<br />

<strong>de</strong>stinado pelo oráculo <strong>de</strong> Delfos, ou seja, busca o saber, Sócrates <strong>de</strong>u início a uma<br />

peregrinação que seria o legado <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a civilização oci<strong>de</strong>ntal.<br />

A ca<strong>da</strong> encontro com uma pessoa que julgava possuir algum saber, a profecia do<br />

oráculo se cumpria: Sócrates se percebia mais sábio exatamente porque não julgava que sabia<br />

<strong>de</strong> fato o que ignorava, na medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que reconhecia que seu saber não existia. Estaria<br />

Sócrates vivendo a serviço <strong>de</strong> um <strong>de</strong>us?<br />

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