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UMA BIOGRAFIA PORTUGUESA EM LEVANTADO DO CHÃO ...

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pensamentos, suas emoções, controla seus sentimentos, sua vontade, seus atos. 235 A<br />

linguagem pode ser simbólica, visual, gestual, ritual ou verbal, mas aqui restringindo-nos à<br />

linguagem verbal como fonte da produção literária e, consequentemente, como roupagem<br />

verbal que se apropria do símbolo para representar a realidade apodítica.<br />

Poder-se-ia objetar que a chave de interpretação de Levantado do chão estivesse ligada à<br />

teoria sociológica marxista da história, 236 o que possibilitaria a explicação das transformações<br />

da sociedade e suas relações humanas, reconhecendo por trás das metamorfoses, uma chave<br />

invariável: a dialética das forças e relações de produção. Mas devemos estar além de um<br />

alcance sociológico marxista, formulado na sua teoria do materialismo histórico.<br />

O resultado geral a que chegou Marx, o qual serviu de guia para os estudos econômicos, é<br />

formulado no Prefácio da Contribuição à crítica da economia política. Segundo ele, na<br />

produção social de sua existência, os seres humanos entram em relações determinadas,<br />

necessárias e independentes de sua vontade. Essas relações de produção correspondem a um<br />

grau determinado de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais. O conjunto dessas<br />

relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade sobre a qual se eleva uma<br />

superestrutura jurídica e política, correspondendo a formas sociais determinadas da<br />

consciência.<br />

O modo de produção da vida material condiciona o processo de vida social, política e<br />

intelectual em geral. Não é a consciência humana que determina a realidade; pelo contrário, a<br />

realidade social é que determina sua consciência. Durante seu desenvolvimento, as forças<br />

produtoras da sociedade entram em contradição com as relações de produção existente,<br />

possibilitando uma revolução social. A mudança na base econômica incide na superestrutura,<br />

exigindo sua mudança. 237<br />

235<br />

BRAGA, Mirian Rodrigues. A concepção de língua em Saramago: o confronto entre o dito e o escrito. São<br />

Paulo: Ate & Ciência, 1999, p. 15.<br />

236<br />

A história de toda sociedade até nossos dias é a história da luta de classes (MARX & ENGELS, 2007, p.<br />

23).<br />

237<br />

MARX, Karl. Prefacio. In: Contribución a la crítica a la economía política. Madrid: Alberto Corazón,<br />

1970b, p. 37-38.<br />

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