Coccidiose em Pequenos Ruminantes - UTL Repository ...
Coccidiose em Pequenos Ruminantes - UTL Repository ...
Coccidiose em Pequenos Ruminantes - UTL Repository ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
2.6) Sinais clínicos<br />
A maioria dos casos de coccidiose ocorre como resultado de uma infecção mista, sendo<br />
extr<strong>em</strong>amente raro o aparecimento de infecções causadas por uma única espécie (Deniz,<br />
2008). Os animais de todas as idades são susceptíveis a estas infecções, no entanto, há<br />
que diferenciar entre receptividade (infecção) e sensibilidade (desenvolvimento da doença).<br />
Desta forma, os animais mais sensíveis têm entre duas a quatro s<strong>em</strong>anas de vida e o<br />
aparecimento do quadro clínico surge quando têm entre quatro a sete s<strong>em</strong>anas de idade<br />
(Lopez, 1996b).<br />
A apresentação e gravidade do quadro clínico da coccidiose depende de muitos factores,<br />
como a espécie de Eimeria, dose de oocistos esporulados ingeridos, interacção entre<br />
espécies de Eimeria, idade e estado imunitário dos animais, stresse, maneio, entre outros.<br />
Os sinais clínicos pod<strong>em</strong> variar muito, exist<strong>em</strong> animais <strong>em</strong> que estes pod<strong>em</strong> passar<br />
despercebidos, outros pod<strong>em</strong> apresentar diarreias agudas sanguinolentas, diarreias<br />
crónicas e <strong>em</strong>aciação ou pode mesmo ocorrer a morte rápida do animal.<br />
A forma clínica aguda corresponde aos períodos esquizogónicos tardios e gametogónicos.<br />
Os animais apresentam fezes pastosas que passam a ser diarreicas, amarelo-esverdeadas,<br />
escuras, com mucosidade e, por vezes, com sangue (Cordero del Campillo & Rojo Vázquez,<br />
2002). Em casos mais graves, <strong>em</strong> ovinos, com implicação de E. ovinoidallis as fezes pod<strong>em</strong><br />
ser sanguinolentas. Alterações variáveis na consistência fecal são acompanhadas de<br />
distintos graus de inaptência, anorexia, dor abdominal, an<strong>em</strong>ia (variável <strong>em</strong> função da perda<br />
de sangue), desidratação e diminuição do peso (Lopez, 1996b). O tenesmo e prolapso rectal<br />
pod<strong>em</strong> observar-se <strong>em</strong> alguns casos. Esta forma pode ser observada <strong>em</strong> explorações<br />
intensivas, com forte intensidade de pastoreio ou elevada concentração de animais <strong>em</strong><br />
instalações de engorda, s<strong>em</strong> as devidas condições de higiene. A forma subaguda é a mais<br />
frequente. Os animais apresentam ligeira diarreia, perda de vivacidade e escasso aumento<br />
de peso. Geralmente os animais recuperam espontaneamente ao fim de algumas s<strong>em</strong>anas,<br />
sobretudo se melhorar<strong>em</strong> as condições de higiene na exploração (Cordero del Campillo &<br />
Rojo Vázquez, 2002). A coccidiose subaguda determina reduções na taxa e na eficiência de<br />
ganho de peso e crescimento dos animais afectados, além de os tornar mais susceptíveis a<br />
outras doenças (Silva et al., 2007). Em caprinos infectados experimentalmente com E.<br />
ninakohlyakimovae observou-se um nítido decréscimo no ganho de peso <strong>em</strong> comparação<br />
com animais do grupo de controlo (Vieira, Lima, Silva, Tolentino & Botelho, 1996).<br />
As alterações nervosas observadas <strong>em</strong> bovinos infectados com E. zuernii, provavelmente<br />
causadas pela libertação de neurotoxinas (Lima, 2004), não têm sido observadas <strong>em</strong><br />
pequenos ruminantes (Lopez, 1996b).<br />
27