Coccidiose em Pequenos Ruminantes - UTL Repository ...
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De acordo com os resultados obtidos no presente estudo, as explorações <strong>em</strong> regime<br />
intensivo foram as que na altura da recolha das amostras possuía menor percentag<strong>em</strong> de<br />
animais não infectados (3,3%), ou seja, que não apresentavam nas fezes nenhuma espécie<br />
de Eimeria spp. Em todas as explorações intensivas existiam animais com suspeita de<br />
coccidiose clínica e, de acordo com os resultados alcançados, 96,7% dos animais presentes<br />
neste tipo de sist<strong>em</strong>a apresentavam excreção de oocistos de Eimeria spp. Segundo Lima<br />
(2004), um dos factores mais importantes para o aparecimento de coccidiose é a<br />
manutenção dos animais <strong>em</strong> regime intensivo, onde existe alta densidade populacional, a<br />
transmissão da parasitose ocorre com maior facilidade uma vez que há grande<br />
disponibilidade de oocistos. Os nossos resultados parec<strong>em</strong> corroborar esta conclusão.<br />
Animais mantidos <strong>em</strong> regime extensivo a probabilidade de ocorrer infecção é menor se<br />
tiver<strong>em</strong> disponíveis grandes áreas de terreno e se os animais não partilhar<strong>em</strong> zonas de<br />
abeberamento e dormitórios (Arguello & Cordero del Campillo, 1996). Contudo, e tendo <strong>em</strong><br />
conta o grau de intensificação das explorações, <strong>em</strong> que aumenta a pressão de infecção, no<br />
presente estudo, verificou-se que nas explorações <strong>em</strong> regime s<strong>em</strong>i-intensivo existiam maior<br />
percentag<strong>em</strong> de animais não infectados (37,5%) do que <strong>em</strong> explorações extensivas<br />
(16,5%).<br />
A maioria dos casos de coccidiose ocorre como resultado de infecções mistas, <strong>em</strong> que está<br />
presente mais do que uma espécie de Eimeria, sendo extr<strong>em</strong>amente raras infecções<br />
causadas por uma única espécie (Deniz, 2008). Contrariamente, no presente trabalho,<br />
verificou-se que no sist<strong>em</strong>a intensivo 56,7% dos animais apresentavam infecções do tipo<br />
simples e apenas 40% mostravam infecções mistas. O que pode ser devido ao pequeno<br />
número de amostras obtidas neste sist<strong>em</strong>a de exploração. Em regime extensivo somente<br />
26,4% dos animais possu<strong>em</strong> infecções simples e 57,1% infecções mistas.<br />
De acordo com Maingi e Munyua (1994) a E. bakuensis é a espécie mais prevalente <strong>em</strong><br />
ovinos e o mesmo se pode concluir no presente estudo. Esta espécie de Eimeria está<br />
presente <strong>em</strong> 35,2% dos animais <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as de exploração extensiva, <strong>em</strong> 40% dos animais<br />
<strong>em</strong> regime intensivo e <strong>em</strong> 30% dos animais <strong>em</strong> s<strong>em</strong>i-intensivo. Contudo, Hassum et al.<br />
(2002) refer<strong>em</strong> que são necessários milhões de oocistos desta espécie de Eimeria para que<br />
ocorra manifestação clínica da doença. Deniz (2008) menciona que E. crandallis e E.<br />
ovinoidalis são consideradas as espécies, que infectam os ovinos, mais patogénicas e J.<br />
Raposo (comunicação pessoal, Março 10, 2010) refere que E. bakuensis, E. ahsata, E.<br />
faurei, E. punctata, E. weybridgensis e E. parva também apresentam poder patogénico.<br />
Cordero del Campillo e Rojo Vázquez (2002) consideram que a E. ovinoidalis é muito<br />
patogénica, podendo causar a morte <strong>em</strong> borregos. Todas estas espécies com poder<br />
patogénico estavam presentes <strong>em</strong> animais dos diferentes sist<strong>em</strong>as de produção, com<br />
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