Coccidiose em Pequenos Ruminantes - UTL Repository ...
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No caso dos ovinos, a E. ovinoidalis, <strong>em</strong> consequência da fase de gametogonia, é<br />
considerada a espécie mais patogénica. O ceco encontra-se congestionado e com volume<br />
reduzido, a parede encontra-se espessada e a mucosa h<strong>em</strong>orrágica. Estas lesões pod<strong>em</strong><br />
estender-se ao íleo e cólon. Produz-se uma destruição das células das criptas com erosão<br />
da mucosa cecal e como consequência enterite h<strong>em</strong>orrágica.<br />
Qualquer espécie de Eimeria que parasita os ovinos pode observar-se pequenos nódulos<br />
brancos, do tamanho de uma cabeça de alfinete, na mucosa do intestino delgado. Estes<br />
nódulos resultam dos esquizontes de primeira geração, cujo tamanho pode oscilar entre<br />
100-300 µm, e são conhecidos como macroesquizontes ou esquizontes gigantes. No caso<br />
da E. crandallis a gametogonia ocorre nas criptas do intestino delgado, ocasionalmente no<br />
intestino grosso, e produz uma hiperplasia difusa. Não provoca erosão da mucosa, uma vez<br />
que existe uma divisão sincronizada do parasita (progamontes) e as células hospedeiras<br />
(Lopez, 1996b). Esta divisão contínua e sincronizada do parasita com as células<br />
hospedeiras prolongam a multiplicação endógena por um número infinito de gerações. O<br />
presente processo pode explicar o desenvolvimento de pólipos intestinais observados na<br />
coccidiose (Deniz, 2008). Estes pólipos são lesões proliferativas, de vários milímetros de<br />
diâmetro que <strong>em</strong>erg<strong>em</strong> do lúmen do intestino delgado e contêm grandes quantidades de<br />
gamontes e oocistos. Em contraste com estas lesões difusas, pod<strong>em</strong> surgir placas de<br />
oocistos (“oocyst patches”). Estas pod<strong>em</strong> ser observadas na mucosa do intestino delgado<br />
associadas à presença de E. bakuensis. Além da E. bakuensis, a única espécie capaz de<br />
produzir estas lesões <strong>em</strong> ovinos é a E. ahsata. E. bakuensis também é responsável pela<br />
formação de pólipos (Lopez, 1996b).<br />
No caso dos caprinos as espécies mais patogénicas são as que apresentam o<br />
desenvolvimento das últimas fases endógenas no ceco e cólon. Estas espécies, E.<br />
ninakohlyakimovae e E. caprina causam amplas zonas de erosão no ceco e cólon, com<br />
destruição das criptas e vasos sanguíneos, de forma similar às lesões causadas pela E.<br />
ovinoidalis nos ovinos. A E. arloingi, E. christenseni formam macroesquizontes, como tal<br />
surg<strong>em</strong> pequenos pontos esbranquiçados na mucosa intestinal que correspond<strong>em</strong> a<br />
esquizontes de primeira geração. No intestino delgado pod<strong>em</strong> ser observadas numerosas<br />
placas branco-amareladas e metaplasia pseudoadenomatosa associadas às fases sexuadas<br />
de E. arloingi e E. christenseni. Também pod<strong>em</strong> ocorrer lesões extra intestinais. É o caso de<br />
fases de esquizogonia da E. arloingi, E. apsheronica e fases sexuadas e assexuadas de E.<br />
christenseni, E. arloingi e E. crandallis nos linfonodos mesentéricos. No epitélio das<br />
vilosidades e glândulas submucosas da vesícula biliar também foram encontradas lesões<br />
onde se observou esquizontes, gamontes e oocistos (Lopez, 1996b).<br />
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