i2r Greve Geral: 12 Milhões param ik Governo investe ... - cpvsp.org.br
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Quinzena N 0 232 - 30/06/96 10 Trabalhadores<<strong>br</strong> />
Radioativo - Maio/96 - N 0 4<<strong>br</strong> />
No Pará 19 trabalhadores sem terra<<strong>br</strong> />
são assassinados pela Policia Militar.<<strong>br</strong> />
Os profissionais que estavam fazendo<<strong>br</strong> />
a cobertura do massacre foram presos,<<strong>br</strong> />
ameaçados de morte e tiveram seus<<strong>br</strong> />
equipamentos apreendidos. Mas não<<strong>br</strong> />
conseguiram calar as imagens que en-<<strong>br</strong> />
vergonharam o Brasil.<<strong>br</strong> />
"Somos Todos Trabalhadores", foi o<<strong>br</strong> />
último grito dos "Sem-Terra" antes do<<strong>br</strong> />
massacre de Eldorado, Carajás-PA. Nas<<strong>br</strong> />
contas oficiais, foram 19 mortos, nas<<strong>br</strong> />
contas do MST, entre mortos e desapa-<<strong>br</strong> />
recidos o número chega a 60. Porque<<strong>br</strong> />
chegou-se a esse limite?<<strong>br</strong> />
Chacinas como a da Candelária,<<strong>br</strong> />
Corumbiara, Carandirú e o próprio<<strong>br</strong> />
Eldorado, são conseqüências de uma po-<<strong>br</strong> />
lítica, que visa única e exclusivamente,<<strong>br</strong> />
atender às necessidades das grandes cor-<<strong>br</strong> />
porações internacionais.<<strong>br</strong> />
E impossível, para o governo FHC,<<strong>br</strong> />
agradar a seus patrões internacionais e<<strong>br</strong> />
ter o seu governo melhorando as condi-<<strong>br</strong> />
ções de saúde, educação e trabalho. Fa-<<strong>br</strong> />
zer a Reforma Agrária então é o mesmo<<strong>br</strong> />
Sem Fronteiras - Junho/96 - N 0 241<<strong>br</strong> />
<strong>Governo</strong> <strong>investe</strong> em chacinas<<strong>br</strong> />
que matar a mãe (o que para alguns de-<<strong>br</strong> />
les não seria problema).<<strong>br</strong> />
Foram várias as Leis, aprovadas no<<strong>br</strong> />
Planalto, mas nenhuma posta em prática.<<strong>br</strong> />
Infelizmente para o Sem-Terra, a exem-<<strong>br</strong> />
plo dos Petroleiros, só restou uma saída,<<strong>br</strong> />
"tudo ou nada". Todos são chefes de fa-<<strong>br</strong> />
mília, mas acima de tudo trabalhadores<<strong>br</strong> />
lutando conscientes e <strong>org</strong>ulhosos de per-<<strong>br</strong> />
tencerem a uma classe que luta por um<<strong>br</strong> />
Brasil melhor para seus filhos e netos.<<strong>br</strong> />
Após anos, taitando de maneira pacífi-<<strong>br</strong> />
ca, o reconhecimento da necessidade da<<strong>br</strong> />
distribuição de terras devolutas e improdu-<<strong>br</strong> />
tivas, para a pequena produção. Várias fo-<<strong>br</strong> />
ram as negociações, por parte do governo,<<strong>br</strong> />
e sempre mentirosas. O limite chegou. E a<<strong>br</strong> />
única maneira de tomar pública a questão<<strong>br</strong> />
agrária no Brasil, foi a de sair do discurso<<strong>br</strong> />
para a prática, provando in locu, que os<<strong>br</strong> />
projetos dos trabalhadores são viáveis, po-<<strong>br</strong> />
dendo inclusive reverter o fluxo migrató-<<strong>br</strong> />
rio do campo para a cidade, minimizando<<strong>br</strong> />
assim, alguns dos problemas ditos "urba-<<strong>br</strong> />
nos", além de uma melhor distnbuição e<<strong>br</strong> />
produção de alimentos entre outros.<<strong>br</strong> />
Como o governo FHC, estas são<<strong>br</strong> />
questões pequenas, também é a sua<<strong>br</strong> />
visão social.<<strong>br</strong> />
Trabalhadores estão morrendo por<<strong>br</strong> />
acreditarem em um futuro melhor. Quem<<strong>br</strong> />
os mata é o governo para supnr as ne-<<strong>br</strong> />
cessidades IMEDIATAS de alguns em-<<strong>br</strong> />
presários inescrupulosos, que em conjun-<<strong>br</strong> />
to matam as crianças na Candelária e os<<strong>br</strong> />
Sem-Terra pelo Brasil. Lideranças sin-<<strong>br</strong> />
dicais airais, como Chico Mendes, são<<strong>br</strong> />
assassinadas em nome da modemidade e<<strong>br</strong> />
crescimento do país.<<strong>br</strong> />
Até quando, nós trabalhadores em Em-<<strong>br</strong> />
presa de Comunicação, iranos pennitir que<<strong>br</strong> />
essas discussões não cheguem ao público.<<strong>br</strong> />
Os meios de comunicação, se não todos, a<<strong>br</strong> />
grande maioria, estão comprometidos com<<strong>br</strong> />
a "ordem vigente". Nós, que somos traba-<<strong>br</strong> />
lhadores do meio de Comunicação, sabe-<<strong>br</strong> />
mos bem dessa tnste verdade. Somos nós<<strong>br</strong> />
que filmamos, editamos, as matérias que<<strong>br</strong> />
eles adulteram ou permitem que sejam<<strong>br</strong> />
transmitidas para o "povão".<<strong>br</strong> />
Até quando será preciso morrer traba-<<strong>br</strong> />
lhador para temios um país melhor? O<<strong>br</strong> />
Massacre de Sem-Terra<<strong>br</strong> />
O Posicionamento oficial da igreja católica no Brasil so<strong>br</strong>e o massacre de sem-<<strong>br</strong> />
terra em Eldorado dos Carajás, Estado do Pará, ocorrido no dia 17 de a<strong>br</strong>il.<<strong>br</strong> />
Dos bispos do Brasil<<strong>br</strong> />
A nação não tolera mais o<<strong>br</strong> />
adiamento da reforma agrária.<<strong>br</strong> />
"Este fato nos leva a repudiar nova-<<strong>br</strong> />
mente a violência e a arbitrariedade, ain-<<strong>br</strong> />
da mais quando vinda da parte daqueles<<strong>br</strong> />
que têm por o<strong>br</strong>igação proteger a vida e<<strong>br</strong> />
preservar a ordem social.<<strong>br</strong> />
Urgimos a imediata apuração dos fa-<<strong>br</strong> />
tos e a ngososa responsabilização dos<<strong>br</strong> />
culpados, para que a impunidade não<<strong>br</strong> />
continue provocando vítimas inocentes...<<strong>br</strong> />
Proclamamos mais uma vez nossa<<strong>br</strong> />
convicção de que a solução desses con-<<strong>br</strong> />
flitos só será encontrada por uma imedi-<<strong>br</strong> />
ata e eficaz reforma agrária, acompanha-<<strong>br</strong> />
da de adequada política agrícola, cujo adi-<<strong>br</strong> />
amento a nação não mais tolera".<<strong>br</strong> />
Da Comissão Pastoral da Terra<<strong>br</strong> />
<strong>Governo</strong>s estadual e federal<<strong>br</strong> />
são responsáveis.<<strong>br</strong> />
"A Comissão Pastoral da Terra (CPT)<<strong>br</strong> />
repudia e condaia mais esse massacre pra-<<strong>br</strong> />
ticado contra os trabalhadores rurais sem<<strong>br</strong> />
terra e responsabiliza diretamente o go-<<strong>br</strong> />
vernador Almir Ga<strong>br</strong>iel e o comando da<<strong>br</strong> />
Polícia Mlitar pelos crimes cometidos em<<strong>br</strong> />
Eldorado dos Carajás. Anteriomiaite, o<<strong>br</strong> />
governo do Pará já havia admitido não ter<<strong>br</strong> />
controle so<strong>br</strong>e a Polícia Militar, que na-<<strong>br</strong> />
quele Estado se constitui em um poder<<strong>br</strong> />
paralelo em concluio com os fazaideiros.<<strong>br</strong> />
A CPT entaide que o govemo federal<<strong>br</strong> />
também é responsável pelo massacre,<<strong>br</strong> />
porque criou expectativas não realizadas<<strong>br</strong> />
em relação à reforma agrária: reduziu<<strong>br</strong> />
drasticamente os recursos destinados ao<<strong>br</strong> />
assentamento dos sem-terra, mantém no<<strong>br</strong> />
ministério da Agricultura José Eduardo<<strong>br</strong> />
Vieira, que é radicalmente contra a re-<<strong>br</strong> />
forma agrária, e sucateou o Incra".<<strong>br</strong> />
Do bispo Luiz Demétrio<<strong>br</strong> />
Valentini<<strong>br</strong> />
Superar resistências contra<<strong>br</strong> />
a reforma agrária.<<strong>br</strong> />
"Por respeito aos mortos do Eldorado<<strong>br</strong> />
dos Carajás, vamos superar as resistên-<<strong>br</strong> />
cias contra a reforma agrária! Que se faça<<strong>br</strong> />
logo o assentamento de todos os acam-<<strong>br</strong> />
pados. Que se deixe de lado a violência.<<strong>br</strong> />
Que, neste país de tanta miséria, se en-<<strong>br</strong> />
vergonhem os que gozam de privilégios<<strong>br</strong> />
escandalosos. Que termine a impunida-<<strong>br</strong> />
de, que incentiva novos crimes.<<strong>br</strong> />
E que todos colaboremos para a cons-<<strong>br</strong> />
tmção de um Brasil justo e fraterno. Para<<strong>br</strong> />
que, de fato, a Justiça e a Paz se a<strong>br</strong>a-<<strong>br</strong> />
cem verdadeiramente". □<<strong>br</strong> />
"A TEORIA EMERGE DA PRATICA EA ELA RETORNA"