Relatório de Impacto Ambiental Rima - Belo Monte - Eletrobras
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<strong>Rima</strong> - <strong>Relatório</strong> <strong>de</strong> <strong>Impacto</strong> <strong>Ambiental</strong><br />
<strong>Impacto</strong>: Perda <strong>de</strong> ambientes<br />
para reprodução, alimentação<br />
e abrigo <strong>de</strong> peixes e outros<br />
animais<br />
Os estudos feitos no EIA<br />
mostram que as variações das<br />
inundações nos períodos secos e <strong>de</strong><br />
cheias são muito importantes para<br />
permitir a reprodução, alimentação<br />
e abrigo dos peixes e <strong>de</strong> animais,<br />
como os tracajás, no Trecho <strong>de</strong><br />
Vazão Reduzida.<br />
Mudar muito esse processo<br />
natural representa gran<strong>de</strong>s prejuízos<br />
para esses animais, que utilizam os<br />
ambientes formados nas margens<br />
do rio, dos igarapés e nas ilhas – as<br />
chamadas planícies aluviais.<br />
Diminuir a vazão no rio Xingu<br />
também causará efeitos negativos<br />
nas inundações que hoje ocorrem<br />
nos seus afluentes, principalmente<br />
nas margens do rio Bacajá.<br />
A entrada da água nas áreas<br />
laterais do rio Xingu e dos igarapés<br />
enriquece e torna as terras mais<br />
férteis. Quando as águas baixam,<br />
essa terra é lavada, levando para o<br />
rio substâncias que são alimentos<br />
para os peixes.<br />
Assim, fica claro que é<br />
preciso que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água<br />
a ser mantida no Trecho <strong>de</strong> Vazão<br />
Reduzida permita, quando ocorre<br />
a enchente no rio Xingu, que as<br />
planícies aluviais sejam molhadas<br />
ou, pelo menos, que as raízes das<br />
plantas da Floresta Aluvial sofram os<br />
efeitos da umida<strong>de</strong>.<br />
Se isto acontece, boa parte do<br />
processo <strong>de</strong> floração e frutificação<br />
continua a ocorrer e os frutos<br />
continuam a ser transportados para<br />
o rio.<br />
Além dos peixes que<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m dos ambientes <strong>de</strong><br />
inundação da Floresta Aluvial para<br />
continuar a se alimentar, reproduzir<br />
e se proteger, há outras espécies<br />
<strong>de</strong> peixes que estão ligadas a outro<br />
tipo <strong>de</strong> ambiente – os pedrais. Essas<br />
espécies <strong>de</strong> peixes são os acaris, os<br />
chamados peixes ornamentais.<br />
Os estudos feitos no EIA<br />
mostram que os pedrais são<br />
inundados, na cheia do rio Xingu,<br />
com quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> água menores<br />
que aquelas necessárias para que<br />
comece a molhagem e a inundação<br />
das planícies aluviais.<br />
Para vazões <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />
4.000 metros cúbicos por segundo<br />
boa parte dos pedrais no Trecho<br />
<strong>de</strong> Vazão Reduzida já é atingida<br />
pelas águas.<br />
Por outro lado, para que a<br />
água comece a chegar até, pelo<br />
menos, algumas ilhas e planícies<br />
aluviais, é preciso que se tenham<br />
vazões <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 8.000 metros<br />
cúbicos por segundo.<br />
Assim, foram <strong>de</strong>finidos no<br />
EIA esses dois valores mínimos <strong>de</strong><br />
vazão para se diminuir a perda<br />
<strong>de</strong> ambientes para os peixes que<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m dos pedrais (4.000<br />
metros cúbicos por segundo) e para<br />
aqueles, além <strong>de</strong> outros animais,<br />
que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m das planícies aluviais<br />
(8.000 metros cúbicos por segundo).<br />
<strong>Impacto</strong>s: Formação <strong>de</strong> poças,<br />
mudanças na qualida<strong>de</strong> das<br />
águas e criação <strong>de</strong> ambientes<br />
para mosquitos que transmitem<br />
doenças<br />
Vazões no rio Xingu muito<br />
baixas, como aquelas que ocorrem<br />
nos períodos <strong>de</strong> seca, formam poças<br />
em alguns locais do Trecho <strong>de</strong><br />
Vazão Reduzida, principalmente ao<br />
longo dos primeiros 10 quilômetros<br />
rio abaixo, a partir do Sítio Pimental,<br />
junto à margem esquerda do rio.<br />
Como já se viu antes, é nessa parte<br />
do Trecho <strong>de</strong> Vazão Reduzida que fica o<br />
núcleo <strong>de</strong> referência rural São Pedro.<br />
As consequências negativas<br />
da formação <strong>de</strong> poças são muitas:<br />
a água fica parada, prejudicando<br />
não só a sua qualida<strong>de</strong> como<br />
também formando ambientes mais<br />
fáceis para a criação <strong>de</strong> mosquitos<br />
que transmitem doenças, como a<br />
malária.<br />
Além disso, piorando a<br />
qualida<strong>de</strong> da água fica também mais<br />
fácil o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> plantas<br />
aquáticas, como as chamadas<br />
macrófitas.<br />
Portanto, não se <strong>de</strong>vem manter<br />
no Trecho <strong>de</strong> Vazão Reduzida,<br />
durante todo o ano, vazões muito<br />
baixas que façam com que essas<br />
poças se tornem permanentes.<br />
Se isto ocorrer, serão vários os<br />
prejuízos à saú<strong>de</strong> da população que<br />
mora nas áreas próximas.<br />
<strong>Impacto</strong>: Prejuízos para a pesca e<br />
para outras fontes <strong>de</strong> renda e <strong>de</strong><br />
sustento<br />
Você já viu, no capítulo <strong>de</strong>ste<br />
<strong>Rima</strong> chamado “Conhecendo a<br />
Realida<strong>de</strong> da Região”, que tanto<br />
a população ribeirinha quanto<br />
as comunida<strong>de</strong>s indígenas que<br />
moram em áreas próximas ao<br />
Trecho <strong>de</strong> Vazão Reduzida são<br />
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AHE <strong>Belo</strong> <strong>Monte</strong>