Relatório de Impacto Ambiental Rima - Belo Monte - Eletrobras
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<strong>Rima</strong> - <strong>Relatório</strong> <strong>de</strong> <strong>Impacto</strong> <strong>Ambiental</strong><br />
muito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da pesca, seja<br />
para alimentação, seja para venda,<br />
inclusive na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Altamira.<br />
Assim, se a vazão a ser liberada<br />
no rio Xingu na época das cheias<br />
não permitir a continuida<strong>de</strong> da<br />
reprodução <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> peixes<br />
tanto ornamentais quanto aqueles<br />
que são para consumo, a pesca será<br />
prejudicada. Como conseqüência,<br />
há perda <strong>de</strong> renda e <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong><br />
sustento da população.<br />
Além disso, se a vazão for<br />
muito reduzida, há maior facilida<strong>de</strong>,<br />
em um primeiro momento, para<br />
a captura <strong>de</strong> peixes, até porque<br />
muitos <strong>de</strong>les po<strong>de</strong>rão ficar presos<br />
em poças.<br />
O que parece, a princípio,<br />
ser positivo, ao longo do tempo<br />
se transforma em prejuízo para<br />
as comunida<strong>de</strong>s. Isto porque<br />
aumentando a pesca <strong>de</strong> forma não<br />
controlada, acaba por diminuir a<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peixes, e isto também<br />
causará perda <strong>de</strong> renda e <strong>de</strong> fontes<br />
<strong>de</strong> sustento para a população.<br />
Po<strong>de</strong>m ocorrer também<br />
alterações na fauna terrestre,<br />
prejudicando a caça, e dificulda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> acesso a recursos extrativistas<br />
vegetais. Isto po<strong>de</strong> se refletir em<br />
comprometimento das fontes <strong>de</strong><br />
subsistência e <strong>de</strong> renda dos índios.<br />
<strong>Impacto</strong>: Aumento da ativida<strong>de</strong><br />
garimpeira e dos conflitos com as<br />
populações indígenas<br />
Outro impacto avaliado foi<br />
a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que, com a<br />
diminuição da vazão na época da<br />
seca, haja um aumento da ativida<strong>de</strong><br />
garimpeira no Trecho <strong>de</strong> Vazão<br />
Reduzida. Isto po<strong>de</strong> aumentar<br />
conflitos com os índios e também a<br />
pressão sobre as suas terras.<br />
O Hidrograma Ecológico<br />
Proposto no EIA<br />
A partir do estudo dos<br />
impactos no Trecho <strong>de</strong> Vazão<br />
Reduzida, o EIA chegou à conclusão<br />
<strong>de</strong> que quando o AHE <strong>Belo</strong> <strong>Monte</strong><br />
entrar em operação se <strong>de</strong>ve<br />
garantir, nesse trecho:<br />
• Na seca, valores mínimos <strong>de</strong><br />
vazão que garantam a navegação; e<br />
• Na cheia, valores mínimos <strong>de</strong><br />
vazão que permitam, pelo menos,<br />
um mínimo <strong>de</strong> inundação das<br />
planícies e Florestas Aluviais.<br />
Além disso, é preciso manter<br />
o ritmo <strong>de</strong> subida e <strong>de</strong>scida das<br />
águas, entre esses valores mínimos.<br />
Assim procurará se repetir o ciclo<br />
das águas do rio Xingu no Trecho<br />
<strong>de</strong> Vazão Reduzida, importante<br />
para garantir a continuida<strong>de</strong> dos<br />
ambientes naturais e dos animais<br />
associados a esses ambientes.<br />
O EIA avaliou ainda que o<br />
ecossistema do Trecho <strong>de</strong> Vazão<br />
Reduzida po<strong>de</strong>rá suportar, na cheia,<br />
períodos não maiores que um ano<br />
com vazões que não cheguem a<br />
inundar as planícies aluviais, mas<br />
que sempre garantam a inundação<br />
<strong>de</strong> boa parte dos pedrais.<br />
No entanto, na seca, a vazão<br />
nesse trecho do rio Xingu, em<br />
qualquer ano, <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>, no<br />
mínimo, 700 metros cúbicos por<br />
segundo para garantir a navegação.<br />
Isto só não vai ocorrer em períodos<br />
mais secos do rio Xingu, em que<br />
as vazões naturais do rio já sejam<br />
menores do que 700 metros cúbicos<br />
por segundo.<br />
Consi<strong>de</strong>rando que o AHE <strong>Belo</strong><br />
<strong>Monte</strong> é um projeto estruturante<br />
para o país em função do<br />
aumento da disponibilida<strong>de</strong> e da<br />
confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia para o<br />
SIN, e que liberar mais água para o<br />
Trecho <strong>de</strong> Vazão Reduzida significa<br />
gerar menos energia, chegou-se<br />
ao que se chama do Hidrograma<br />
Ecológico <strong>de</strong> Consenso proposto<br />
pelo EIA.<br />
Esse Hidrograma Ecológico <strong>de</strong><br />
Consenso busca o equilíbrio entre<br />
a geração <strong>de</strong> energia e a liberação<br />
<strong>de</strong> vazões mínimas, para o Trecho<br />
<strong>de</strong> Vazão Reduzida, que atendam as<br />
condições consi<strong>de</strong>radas no EIA como<br />
muito importantes para manter o<br />
meio ambiente e os modos <strong>de</strong> vida<br />
da população nesse trecho.<br />
Assim, o AHE <strong>Belo</strong> <strong>Monte</strong><br />
<strong>de</strong>verá ser operado <strong>de</strong> forma que,<br />
no Trecho <strong>de</strong> Vazão Reduzida:<br />
• Seja liberada, na seca, todos<br />
os anos, uma vazão mínima<br />
<strong>de</strong> 700 metros cúbicos por<br />
segundo. De acordo com o<br />
hidrogram proposto, as vazões<br />
mínimas entre 700 e 800 metros<br />
cúbicos ocorrerão no período <strong>de</strong><br />
setembro a novembro.<br />
• Seja liberada, na cheia, todos<br />
os anos, pelo menos uma vazão<br />
<strong>de</strong> 4.000 metros cúbicos por<br />
segundo; mas<br />
• Se em um ano não passar no<br />
Trecho <strong>de</strong> Vazão Reduzida, na<br />
época da cheia, pelo menos uma<br />
vazão média mensal <strong>de</strong> 8.000<br />
metros cúbicos por segundo,<br />
obrigatoriamente no próximo ano<br />
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AHE <strong>Belo</strong> <strong>Monte</strong>