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contribuições da epistemologia histórica de bachelard no estudo da ...

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perspectiva em cenários diversos, i<strong>de</strong>ntifica que os professores pesquisados manifestam uma imagem<br />

ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>da</strong> natureza <strong>da</strong> ciência, semelhante aos pressupostos empiristas. Cabe explicitar algumas <strong>da</strong>s<br />

afirmativas mais acentua<strong>da</strong>s entre os professores <strong>no</strong> que diz respeito a gênese e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong><br />

ciência, evi<strong>de</strong>nciando visões bastante ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s do conhecimento científico: a elaboração <strong>de</strong> Leis e<br />

Princípios científicos dispensa obrigatoriamente a criativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a intuição e a imaginação do<br />

pesquisador; o modo como a ciência produz conhecimento segue necessariamente a seqüência:<br />

observação dos fatos, elaboração <strong>de</strong> hipóteses, comprovação experimental <strong>da</strong>s hipóteses, conclusões,<br />

generalizações; o conhecimento científico se distingue do não científico pelo fato <strong>de</strong> usar o método<br />

científico, isto é, partir <strong>da</strong> observação e experimentos para, posteriormente, elaborar leis e princípios;<br />

existe apenas um método geral e universal para produzir conhecimento científico; as afirmações<br />

científicas e os enunciados científicos são necessariamente ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iros e <strong>de</strong>finitivos.<br />

Com o propósito <strong>de</strong> investigar as idéias sobre a natureza do conhecimento científico entre<br />

futuros professores <strong>de</strong> química, física, biologia e ciências, Borges (1991) utilizou seis textos que<br />

contemplam distintos mo<strong>de</strong>los teóricos (concepções) <strong>de</strong> ciência, <strong>de</strong>stacando-se: o empirismo indutivo<br />

(Francis Bacon), o falseacionismo (Karl Popper), o contextualismo (Thomas S. Kuhn) e o anarquismo<br />

epistemológico (Paul Feyerabend). Ao analisá-los, os alu<strong>no</strong>s <strong>de</strong>veriam atribuir uma <strong>no</strong>ta a ca<strong>da</strong> um<br />

<strong>de</strong>les e, em segui<strong>da</strong>, comentar criticamente o posicionamento assumido. O instrumento metodológico<br />

´Idéias sobre a natureza do conhecimento científico` foi a<strong>da</strong>ptado do original criado por Zylbersztajn (1986a) 1 .<br />

Os resultados <strong>da</strong> pesquisa sinalizaram que dos 238 licenciandos investigados em 23 turmas <strong>de</strong> 9 IES do<br />

estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul; 49% ressaltam o empirismo, tendo em vista a idéia <strong>de</strong> que a fonte do<br />

conhecimento está na observação neutra; 19% enfatizam o construtivismo, acreditando que a<br />

observação está impregna<strong>da</strong> <strong>de</strong> teoria; 32% são classificados como in<strong>de</strong>finidos. Contudo, conforme<br />

comenta Borges (1991), os in<strong>de</strong>finidos compreen<strong>de</strong>m também aqueles que a partir dos comentários<br />

tecidos não foi possível i<strong>de</strong>ntificar a concepção <strong>de</strong> ciência, po<strong>de</strong>ndo, <strong>de</strong>sta forma, aumentar o número<br />

<strong>de</strong> empiristas e <strong>de</strong> construtivistas. Consi<strong>de</strong>rando isola<strong>da</strong>mente os cursos <strong>de</strong> Licenciatura, Borges<br />

evi<strong>de</strong>ncia que <strong>no</strong> curso <strong>de</strong> Licenciatura em Física, os percentuais correspon<strong>de</strong>ntes à categoria<br />

empirismo aumentam, compreen<strong>de</strong>ndo 58%; quanto aos construtivistas 23% e os in<strong>de</strong>finidos 23%.<br />

Crescentes investigações e pesquisas (Pérez et al, 2001; Bahia, 2001; Harres, 1999; Praia &<br />

Cachapuz, 1994; Ostermann & Moreira, 1993) <strong>no</strong> que se refere às imagens que educadores, em<br />

particular professores <strong>de</strong> ciências, vinculam a gênese e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> ciência, estão em sintonia<br />

com o que Zimmerman & Bertani (2003) indicam <strong>no</strong> artigo “Um <strong>no</strong>vo olhar sobre os cursos <strong>de</strong> formação <strong>de</strong><br />

professores”: mesmo o professor tendo posições inconscientes e/ou assumi<strong>da</strong>s acriticamente sobre o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> produção científica elas intervém nas práticas pe<strong>da</strong>gógicas, interferindo<br />

diretamente na formação e estruturação do pensamento do alu<strong>no</strong>. Com base nisso, <strong>de</strong>ve-se pensar<br />

1 ZYLBERSZTAJN, A. Idéias sobre a natureza do conhecimento científico. Natal, UFRN, 1986.<br />

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