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contribuições da epistemologia histórica de bachelard no estudo da ...

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empreendimento, por exemplo, pela ausência, <strong>no</strong> currículo, <strong>de</strong> uma disciplina específica <strong>de</strong> filosofia <strong>da</strong><br />

ciência. A objeção ou crítica é certamente váli<strong>da</strong>, mas sem a sua superação fica-se com uma história<br />

meramente cro<strong>no</strong>lógica, acrítica, pobre, <strong>de</strong>sorienta<strong>da</strong> ou, conforme Lakatos, cega.<br />

A seleção <strong>de</strong> textos, em uma disciplina com o perfil <strong>de</strong>fendido neste trabalho, <strong>de</strong>ve ser<br />

orienta<strong>da</strong> para uma filosofia não empirista. A articulação texto-professor-alu<strong>no</strong> é vital neste<br />

empreendimento.<br />

Diante <strong>da</strong>s diversas implicações <strong>de</strong> um tratamento histórico-epistemológico em uma disciplina<br />

<strong>de</strong> evolução dos conceitos <strong>da</strong> física, percebe-se que é <strong>de</strong> relevância primordial eluci<strong>da</strong>r as conseqüências<br />

acarreta<strong>da</strong>s também <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> ciências. À medi<strong>da</strong> que a dinamici<strong>da</strong><strong>de</strong> a que o conhecimento está<br />

sujeito torna-o constantemente obsoleto, em meio a sua permanente re<strong>no</strong>vação, é fun<strong>da</strong>mental<br />

apresentar ao alu<strong>no</strong>, <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> física particularmente, tais características, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>smistificar as<br />

imagens equivoca<strong>da</strong>s <strong>da</strong> ciência que usualmente perpassam este contexto.<br />

1.2 - As visões <strong>de</strong> ciência e o ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> ciências: <strong>contribuições</strong> <strong>da</strong> história e <strong>da</strong><br />

filosofia <strong>da</strong> ciência para uma imagem crítica do conhecimento científico<br />

Köhnlein (2003) apresenta os resultados <strong>de</strong> um <strong>estudo</strong> <strong>de</strong>senvolvido com um grupo <strong>de</strong> alu<strong>no</strong>s<br />

<strong>da</strong> 3 a série do ensi<strong>no</strong> médio, com o intuito <strong>de</strong> vislumbrar as distintas visões e interpretações dos<br />

estu<strong>da</strong>ntes acerca <strong>de</strong> como imaginavam o trabalho <strong>de</strong> um cientista. Nestes termos, propôs uma<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> em que os estu<strong>da</strong>ntes <strong>de</strong>veriam criar uma pequena história em quadrinhos que ilustrasse o<br />

cientista em seu dia a dia, envolvido em sua pesquisa. Em síntese, conforme Köhnlein (2003), as<br />

histórias construí<strong>da</strong>s pelos alu<strong>no</strong>s encerram o trabalho do cientista ao laboratório, espaço on<strong>de</strong> a partir<br />

<strong>de</strong> observações e experimentações sistemáticas conclui indutivamente leis e teorias científicas; a<br />

caricatura do cientista, cabelos <strong>de</strong>sajeitados (como os <strong>de</strong> Einstein) e em todos os momentos sozinho,<br />

representa um sujeito diferente do homem comum, social e histórico.<br />

Tendo em vista i<strong>de</strong>ntificar a percepção <strong>de</strong> ciência dos estu<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong>s primeiras séries do ensi<strong>no</strong><br />

médio, Pinheiro (1996) realiza uma pesquisa semelhante, com um grupo <strong>de</strong> 97 alu<strong>no</strong>s em 1994. Com<br />

base nas categorias propostas por Ledbetter (1993) 2 , em <strong>estudo</strong> similar, classifica as respostas dos<br />

alu<strong>no</strong>s. O traço comum nas concepções <strong>de</strong> ciência teci<strong>da</strong>s pelos estu<strong>da</strong>ntes sinaliza significativa<br />

semelhança à vertente do empirismo. Representam as categorias mais freqüentes entre os alu<strong>no</strong>s<br />

investigados: a visão <strong>de</strong> que a ciência simboliza retrato (cópia) fiel <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> do mundo natural 3<br />

(57,7%); a imagem <strong>de</strong> que a ciência reflete apenas uma disciplina escolar, <strong>de</strong>svirtua<strong>da</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> cotidiana 4<br />

2 LEDBETTER, C. E. Qualitative comparison of stu<strong>de</strong>nts´ constructions of science. Science education, 77 (6), p. 611-624,<br />

1993.<br />

3 Categoria <strong>de</strong> Ledbetter: ´a ciência como algo que está <strong>no</strong> mundo, na natureza`;<br />

4 Categoria <strong>de</strong> Ledbetter: ´ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> centra<strong>da</strong> na escola`;<br />

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