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contribuições da epistemologia histórica de bachelard no estudo da ...

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• os trabalhos <strong>de</strong> Lorentz não eram conhecidos por Einstein, tendo os dois partido <strong>de</strong><br />

pressupostos distintos.<br />

Sob o ponto <strong>de</strong> vista do valor, ou papel <strong>da</strong> experiência <strong>de</strong> Michelson-Morley na elaboração <strong>da</strong><br />

Teoria <strong>da</strong> Relativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a historiografia tradicional prevalece na posição <strong>de</strong> alguns autores ao alegarem<br />

que o experimento <strong>de</strong>termi<strong>no</strong>u as idéias <strong>de</strong> Einstein. Volta-se a julgar os conhecimentos com base na<br />

concepção empírica-indutivista. Para J. Petzodolt: "O experimento <strong>de</strong> Michelson é a causa e o principal suporte...<br />

<strong>da</strong> teoria eletrodinâmica <strong>da</strong> relativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. (...) A teoria <strong>de</strong> Lorentz é, <strong>no</strong> seu núcleo conceitual, pura metafísica... A teoria<br />

<strong>de</strong> Einstein é inteiramente fun<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>no</strong> resultado do experimento <strong>de</strong> Michelson e po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>riva<strong>da</strong> <strong>de</strong>le." (Villani, 1981)<br />

Por outro lado, ao negar a existência do éter, a experiência <strong>de</strong> Michelson-Morley gerou muita<br />

polêmica, que <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou uma sucessão <strong>de</strong> experimentos em uma tentativa <strong>de</strong> invalidá-la. Fica clara a<br />

resistência à mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> re<strong>de</strong> conceitual <strong>de</strong> uma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> científica.<br />

A contraposição <strong>de</strong>ssas posições epistemológicas tão diferencia<strong>da</strong>s em uma disciplina <strong>de</strong><br />

evolução dos conceitos <strong>da</strong> física, certamente amplia o universo <strong>de</strong> conhecimentos do futuro professor,<br />

abrindo espaço à uma formação mais crítica.<br />

Ao apresentar o Princípio <strong>da</strong> Incerteza, Heisenberg abalou uma característica fun<strong>da</strong>mental nas<br />

leis <strong>da</strong> Mecânica Clássica e na Mecânica Relativística, a natureza <strong>de</strong>terminística <strong>da</strong>s teorias: "O que as<br />

relações <strong>de</strong> incerteza <strong>de</strong> Heisenberg <strong>no</strong>s dizem é que vemos as coisas <strong>de</strong> modo errado. Cremos <strong>de</strong> antemão que <strong>de</strong>vemos ser<br />

capazes <strong>de</strong> medir a posição e o momentum <strong>de</strong> uma partícula ao mesmo tempo, mas <strong>de</strong>scobrirmos que não po<strong>de</strong>mos... Niels<br />

Bohr usou a palavra complementari<strong>da</strong><strong>de</strong> para expressar o fato <strong>de</strong> que é possível haver conceitos que não po<strong>de</strong>m ser<br />

precisamente <strong>de</strong>finidos ao mesmo tempo: pares <strong>de</strong> conceitos tais como justiça e legali<strong>da</strong><strong>de</strong>, emoção e racionali<strong>da</strong><strong>de</strong>.”<br />

(Gilmore, 1998)<br />

Einstein acreditava ser incompleta a Teoria Quântica, expressando sua posição através <strong>da</strong><br />

famosa frase "Deus não joga <strong>da</strong>dos". Segundo Pierre Thuillier "Einstein afirmava sua fé numa rigorosa<br />

<strong>de</strong>terminação dos fenôme<strong>no</strong>s naturais... A gran<strong>de</strong> falha <strong>da</strong> teoria dos quanta, a seus olhos, era não <strong>da</strong>r uma <strong>de</strong>scrição<br />

completa <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>; suas probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s não podiam ser a última palavra do saber.” Sua crença muitas vezes<br />

conheci<strong>da</strong> como "religião cósmica" em nenhum momento foi <strong>de</strong>ixa<strong>da</strong> <strong>de</strong> lado pois ele "achava um<br />

absurdo que um corpúsculo pu<strong>de</strong>sse <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ter um comportamento totalmente previsível.” (Thuillier,1994)<br />

Os exemplos se multiplicam, mas em meio às divergências fica uma certeza, a <strong>de</strong> que não existe<br />

singulari<strong>da</strong><strong>de</strong> nas interpretações do que é a ciência. A análise filosófica <strong>de</strong> um espectro evolutivo está<br />

imersa em discussões on<strong>de</strong> as ver<strong>da</strong><strong>de</strong>s absolutas são substituí<strong>da</strong>s por imagens <strong>de</strong> uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

subjetiva.<br />

A natureza e a construção do conhecimento científico suscitam inúmeras discussões <strong>no</strong> campo<br />

<strong>da</strong> filosofia <strong>da</strong> ciência, como se procurou evi<strong>de</strong>nciar através dos exemplos explorados nesta seção. A<br />

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