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universidade federal da bahia thaiane dos santos machado - Facom ...

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casa, descompromissado, à vontade, a atenção total de quem vai ao teatro ou ao cinema” (p. 37). Por<br />

conta disso o autor de telenovela não pode dispor uma informação importante num único capítulo,<br />

numa cena, ou num estágio <strong>da</strong> novela, essa informação tem que ser periodicamente reapresenta<strong>da</strong>,<br />

resumi<strong>da</strong>, usando para isso recursos como o flashback e o diálogo, quando um personagem conta<br />

para o outro um fato já ocorrido. Prevê­se que o telespectador não será capaz de acompanhar to<strong>dos</strong><br />

os capítulos, por isso, caso ele não assista aquele dia em que aquele fato foi apresentado, é<br />

importante que ele saiba esta informação para entender os acontecimentos futuros. A repetição<br />

funciona, desta maneira, como um modo do telespectador voltar ao fluxo narrativo.<br />

A telenovela, de modo geral, possui tramas e subtramas. PALLOTTINI (1998) compara a<br />

telenovela como a estrutura de uma árvore, onde o tronco corresponde à trama principal e os ramos<br />

as tramas paralelas (subtramas), que a depender do assunto pode ser mais desenvolvi<strong>da</strong> que outras.<br />

“Ca<strong>da</strong> ramo tem vi<strong>da</strong> própria, com folhas e flores, tem sua uni<strong>da</strong>de; mas está ligado aos demais,<br />

saindo to<strong>dos</strong> do tronco principal e guar<strong>da</strong>ndo a uni<strong>da</strong>de principal, exatamente proveniente desse<br />

tronco” (p. 74). Em conseqüência, as telenovelas possuem muitos personagens, dentre eles o(s)<br />

principal(ais) e o secundários, que dão vi<strong>da</strong> às multiplici<strong>da</strong>des de enre<strong>dos</strong>.<br />

Uma <strong>da</strong>s características <strong>da</strong> telenovela tem a ver com os temas que suas narrativas costumam<br />

(re)produzir. A inspiração trazi<strong>da</strong> pelo melodrama, o drama romântico e outras fontes introduziram<br />

(quase como uma regra) as narrativas sentimentais e emocionais, com tramas e personagens que<br />

representam, dentre muitas outras, situações amorosas. “Quando o cinema, o rádio e, mais tarde, a<br />

televisão vão dirigir­se às massas urbanas, é o modelo de novelas açucara<strong>da</strong>s que vai ser adotado<br />

para conquistar os grandes públicos” (LÁZARO, 1996, p. 214). O amor aparecerá, então, como o<br />

grande tema, como reafirma Lázaro:<br />

Quer estejamos na pré­história, quer na Roma Antiga, em<br />

qualquer tempo, não há história ou trama que não se desenrole<br />

através <strong>da</strong> procura e encontro <strong>da</strong> paixão amorosa. A intensi<strong>da</strong>de é<br />

o signo <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de e do ‘ethos’ moderno: seu ‘locus’ é a<br />

intimi<strong>da</strong>de, e seu herói é o par apaixonado que se busca através<br />

<strong>dos</strong> meandros que o destino e a couraça individual impõem (...).<br />

O amor agora é vencedor, há um método para conciliar<br />

secretamente natureza e cultura, indivíduo e socie<strong>da</strong>de, homem e<br />

mulher, história e eterni<strong>da</strong>de. O amor é integrador (p. 216).<br />

O amor tem ocupado maior espaço nas narrativas ao longo do tempo, com algumas<br />

modificações ao passar <strong>dos</strong> anos, trazendo formas distintas de tratamento <strong>dos</strong> códigos amorosos.<br />

SOUZA L. (2003) afirma que, apesar <strong>da</strong> telenovela ser um produto puramente sentimental e ter esta<br />

característica de forma invariante, o código sofreu alterações através do tempo para que pudesse<br />

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