universidade federal da bahia thaiane dos santos machado - Facom ...
universidade federal da bahia thaiane dos santos machado - Facom ...
universidade federal da bahia thaiane dos santos machado - Facom ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
(...)<br />
Maria Santa: Oh, Zé...Amor de minha vi<strong>da</strong>...Amor de minha vi<strong>da</strong>...<br />
Zé Inocêncio: Tanta sau<strong>da</strong>de ocê me fez sofrer....<br />
Maria Santa: Agora nós tamo juntos de novo, Zé. De novo! Eu e você<br />
tamo junto, só que agora é pra sempre...pra sempre!<br />
Desta maneira, Barbosa e Carvalho, mostraram uma estória de amor com direito a to<strong>dos</strong> os<br />
elementos do “amor romântico”. O encanto ao se encontrarem pela primeira vez, o sofrimento<br />
sentido pelos desencontros, a felici<strong>da</strong>de completa vin<strong>da</strong> <strong>da</strong> consumação de estarem juntos, a<br />
construção de uma família e a triviali<strong>da</strong>de do casamento. Em quatro capítulos, os realizadores unem<br />
e separam um casal que estavam prédestina<strong>dos</strong> e estarem juntos. Uma separação em conformi<strong>da</strong>de<br />
com a promessa feita diante do altar – “até que a morte os separe”. Para isso, Barbosa não economiza<br />
o seu texto para reafirmar, seja através do próprio personagem, seja através de um diálogo entre<br />
outros. Jacutinga, por exemplo, numa conversa com João Pedro, expõe sua opinião sobre o<br />
sentimento que unia o “par amoroso”: Como tá teu pai?; João Pedro responde: Painho ta lá<br />
vivendo a vi<strong>da</strong> dele. Num esquece mainha (...). To achando inté que tá ficando maluco; Jacutinga<br />
explica: Não, não é maluco não, filho. É amor, um amor bonito como eu nunca vi na vi<strong>da</strong>.<br />
Carvalho, <strong>da</strong> mesma forma, utiliza bastantes recursos para exprimir este amor. A música,<br />
como já foi cita<strong>da</strong> anteriormente, funciona como um suporte para as cenas entre o casal. Embora em<br />
nenhum momento a músicatema do casal tenha sido executa<strong>da</strong>, nos primeiros capítulos, na forma<br />
real dela, letra<strong>da</strong> e canta<strong>da</strong> por Caetano Veloso, a forma incidental marca o romantismo, o drama <strong>da</strong><br />
separação, as renúncias, o momento que um pensa no outro, os reencontros, etc. A forma extradiegética<br />
de inserção é bastante reforça<strong>da</strong>, <strong>da</strong>ndo sempre a idéia de um universo ficcional fechado,<br />
mas que está a todo tempo chamando o público para se emocionar junto com o casal.<br />
As cenas do póscasamento são mostra<strong>da</strong>s com bastante intensi<strong>da</strong>de (ver Quadro 5), como se<br />
quisesse anunciar que a separação está por vir: A construção <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> no casamento, a construção de<br />
um patrimônio juntos, a família, o amadurecimento tanto de Maria Santa, quanto de Zé Inocêncio, as<br />
cenas do casal conversando sobre coisas banais, cotidianas, enquanto fazem juras de amor,<br />
reafirmam a intensi<strong>da</strong>de deste sentimento que une Zé Inocêncio a Maria Santa.<br />
Maria Santa: Zé, vou te encher de filho. Vou ter tantos quantos<br />
couber nesta casa.<br />
(...)<br />
67