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universidade federal da bahia thaiane dos santos machado - Facom ...

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em do marido” (LÁZARO, 1996, p. 65). O amor poderia, ou não, vir depois <strong>da</strong> união 11 . Porém, a<br />

telenovela começou a ser um produto de público indistinto, deixou de ser estória só para mulheres e<br />

hoje, como afirma CAMPEDELLI (1997), “to<strong>dos</strong> vêem telenovela”.<br />

O modelo dessas produções, o chamado “dramalhão”, que segundo COSTA C. (2000) tinha<br />

um “enredo melodramático centrado na família burguesa e em seus conflitos, advin<strong>dos</strong> geralmente<br />

<strong>da</strong> oposição entre instintos e anseios íntimos e a necessi<strong>da</strong>de de adequá­los às normas sociais,<br />

também burguesas” (p. 149), foi por muito tempo explorado, principalmente nas narrativas escritas<br />

pela cubana Glória Maga<strong>da</strong>n 12 , que permaneceu na TV Globo até 1969. Durante o período em que<br />

ela esteve a frente <strong>da</strong> roteirização <strong>da</strong>s telenovelas desta emissora, as narrativas melodramáticas foi<br />

seu elemento essencial e suas estórias se passavam em côrtes reais, possuindo cenários, figurinos e<br />

posturas de personagens bastante diferencia<strong>da</strong>s <strong>da</strong> “reali<strong>da</strong>de” brasileira. Eram dramas que<br />

mostravam príncipes europeus, aristocratas mexicanos e, como cita SIMÕES (1986), “milionários<br />

que empobrecem, mas que, em compensação, obtêm a felici<strong>da</strong>de, que decorre <strong>da</strong>s coisas simples [...]<br />

e justiceiros mascara<strong>dos</strong> (p.59). A exemplos de suas obras pode­se destacar “O Sheik de Aguiar”<br />

(TV Globo, 1966), “O Rei <strong>dos</strong> ciganos” (TV Globo, 1967) e “A Rosa Rebelde” (TV Globo 1969).<br />

A partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de setenta os mo<strong>dos</strong> de contar histórias sofre significativa mu<strong>da</strong>nça, mas as<br />

estórias amorosas não deixam de ser o tema central. As situações amorosas nas telenovelas depois<br />

desta déca<strong>da</strong> começam a mostrar o amor inserido na “reali<strong>da</strong>de” social. Esta mu<strong>da</strong>nça vai continuar<br />

no virar de ca<strong>da</strong> déca<strong>da</strong> até chegar nos dias atuais. O que não deixará de ter foco é o lugar do amor,<br />

que estará presente em tramas cômicas, rurais, urbanas, políticas etc. Enquanto as telenovelas<br />

anteriores a este período se preocupavam com os valores sociais e mostravam as histórias de amor<br />

fabulosas, com direito a príncipes e princesas, no pós­70 estes personagens serão substituí<strong>dos</strong> por<br />

pessoas “comuns”, “reais”.<br />

O amor nas telenovelas: <strong>dos</strong> anos 70 aos dias atuais<br />

A telenovela, agora considera<strong>da</strong> cotidiana e doméstica especialmente no horário <strong>da</strong>s 20h,<br />

transformou­se na déca<strong>da</strong> de setenta no principal modelo de produção <strong>da</strong> imagem do “homem<br />

11<br />

A mulher ain<strong>da</strong> estava submeti<strong>da</strong> a “provas de amor” de acordo com a sua virgin<strong>da</strong>de, com a sua contenção sexual. O<br />

casamento com uma mulher que não fosse resguar<strong>da</strong><strong>da</strong> sexualmente era motivo de vergonha. Por isso, torna­se um<br />

paradoxo de onde está, realmente, o lugar do amor.<br />

12<br />

A escritora Glória Maga<strong>da</strong>n fez muito sucesso no período em que suas narrativas eram exibi<strong>da</strong>s. Seus personagens,<br />

como cita SOUZA C. (2003), tinham “compromisso com a bon<strong>da</strong>de ou com a mal<strong>da</strong>de [...] a partir <strong>da</strong> qual eram<br />

construí<strong>dos</strong> personagens conforme transgressores <strong>da</strong> lógica amorosa. Os bons investiam pouco na sedução física,<br />

ganhavam o amor e iam ao altar pela riqueza interior; os maus tinham desejo e faziam de tudo para conquistar o ser<br />

amado, perdendo­a evidentemente” (p. 52).<br />

18

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