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universidade federal da bahia thaiane dos santos machado - Facom ...

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Esta seria a forma mais completa que, segundo ARISTÓTELES (apud BORGES, 2004, p. 10),<br />

pode ser defini<strong>da</strong> com “a amizade entre bens e virtuosos, que implica querer bem do outro e ter<br />

prazer em sua companhia”. O amor/philia é uma relação duradoura, de querer bem e está muito<br />

próxima a relação conjugal, no prazer de convivência. “Passa<strong>da</strong> a paixão romântica, restaria a<br />

amizade aristotélica” (BORGES, 2004, p. 10). LÁZARO (1996) explora em seus estu<strong>dos</strong> sobre o<br />

amor/philia o casamento e, principalmente aos laços familiares. Inserido o amor entre marido e<br />

mulher, que deve ser mútuo, e o afeto em relação aos filhos, para ele, “pode­se pensar num estágio<br />

intermediário quando o casamento é pensando a partir <strong>da</strong>s características <strong>da</strong> amizade (...). As<br />

relações íntimas em que o casamento implica permitem que se apliquem a eles os valores que a<br />

amizade oferece. Ao buscar na amizade um ambiente para o casamento, é contra o amor­excesso que<br />

se está procurando abrigo” (p. 156­157).<br />

O amor / ágape ou caritas é o tipo de amor que foi sistematizado por São Paulo e está<br />

relacionado ao amor cristão, fazendo referências a “Lei do Amor” enunciado por Cristo. É um amor<br />

de benevolência, de cari<strong>da</strong>de à humani<strong>da</strong>de. “Em São Paulo, ágape adquire o sentido do amor<br />

desinteressado e doador, afastado <strong>da</strong> sensuali<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> paixão” (LÁZARO, 1996, p. 66), mas com<br />

dom reparte­se entre to<strong>dos</strong> os homens. O amor/ágape tem ligação com o man<strong>da</strong>mento cristão “amar<br />

ao próximo como a si mesmo” que KANT (1968, apud BORGES 2004, p. 11) denomina como “bem<br />

ao outro, ain<strong>da</strong> que não tenha nenhuma inclinação especial ou sentimental em relação a esse “. Um<br />

amor que tem a ver com as doutrinas cristãs, a renúncias, porém renúncias ao corpo, ao prazer,<br />

buscando sempre práticas para manter os corações amoleci<strong>dos</strong> (“Deus é amor”­ 2Cor 13,11).<br />

Segundo LÁZARO (1996), “o cristianismo rompe os vínculos tradicionais que ligavam os homens<br />

entre si, na vi<strong>da</strong> pública <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Privatizando o corpo, ganha uma digni<strong>da</strong>de paradoxal; é carne,<br />

promessa de morte; é o tempo do Espírito Santo, promessa de redenção” (p. 69).<br />

Por fim, o amor / Eros é aquele que está relacionado ao Banquete, Tristão e Isol<strong>da</strong>, Romeu e<br />

Julieta, e muitos outros “pares amorosos” <strong>da</strong> ficção. “Este tipo de amor é caracterizado pelo desejo,<br />

não necessariamente o desejo carnal, mas o desejo do que se falta” (BORGES, 2004, p. 09). Há o<br />

desejo de se reunir à metade perdi<strong>da</strong>, segundo o mito do “andrógino” e se fundir com ela e a busca<br />

<strong>da</strong>quilo que completa. Este é, então, o “amor romântico” que pode ser entendido de inúmeras formas,<br />

mas, de maneira geral, muitos autores o colocam como o sofrimento <strong>da</strong> impossibili<strong>da</strong>de de completar<br />

algo que falta no interior do amado, estando o sofrimento como parte essencial do “amor romântico”.<br />

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