23.01.2014 Views

Género e Envelhecimento. Estudo de Diagnóstico

Género e Envelhecimento. Estudo de Diagnóstico

Género e Envelhecimento. Estudo de Diagnóstico

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

GÉNERO E ENVELHECIMENTO:<br />

PLANEAR O FUTURO COMEÇA AGORA!<br />

Tabela 11. Razão principal para trabalhar a tempo parcial, em Portugal e na UE27,<br />

segundo o sexo e o grupo etário, 2011 (%)<br />

Portugal<br />

UE27<br />

50-64 65 + 50-64 65 +<br />

H M H M H M H M<br />

Não foi possível encontrar<br />

um emprego a tempo inteiro 22,4 34,4 - - 25,8 20,3 3,5 4,2<br />

Doença ou incapacida<strong>de</strong> 18,9 14,3 31,1 38,9 13,4 6,7 5,4 6,0<br />

Outras responsabilida<strong>de</strong>s<br />

familiares ou pessoais - 13,5 11,7 13,9 17,1 28,1 27,9 28,7<br />

Cuidar <strong>de</strong> crianças e pessoas<br />

adultas com <strong>de</strong>ficiência - - - - 2,7 9,3 - -<br />

Outras razões 54,0 31,8 55,0 40,6 40,2 35,5 62,6 59,1<br />

Fonte: Eurostat<br />

Refira-se, ainda, que as responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> natureza pessoal ou familiar se constituem,<br />

em particular para as mulheres mais velhas, uma outra razão para trabalhar<br />

a tempo parcial. Efeitos semelhantes se constatam ao nível das principais razões<br />

para a população inativa não procurar emprego.<br />

Gráfico 18. População inativa, segundo a principal razão para não procurar emprego,<br />

por sexo e grupo etário, 2010 (%)<br />

É <strong>de</strong> assinalar, porém, a prevalência relativa <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s pessoais e/ou familiares,<br />

sobretudo nas mulheres entre os 50 e os 64 anos, representando um entrave<br />

assumido ao que se <strong>de</strong>preen<strong>de</strong> seria uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada, resultante da necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> prestar cuidados ao cônjuge, a ascen<strong>de</strong>ntes ou <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes (provavelmente<br />

netos ou netas ou a ambos em simultâneo. Esta é uma situação que tem, aliás,<br />

sido enquadrada na <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> ‘geração sanduiche’ (Casaca e Bould, no prelo).<br />

Estes são dados que evi<strong>de</strong>nciam, pois, o modo como a forte assimetria na distribuição<br />

do trabalho não pago entre mulheres e homens, ao longo do ciclo <strong>de</strong> vida<br />

e incluindo na velhice, se articula e entrecruza, <strong>de</strong> forma complexa, com os comportamentos<br />

<strong>de</strong> mulheres e homens no mercado <strong>de</strong> trabalho 7 . E, por outro lado,<br />

estes são dados que sugerem que esta inter-relação está na base do questionamento,<br />

necessário, dos conceitos <strong>de</strong> autonomia e <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência, em particular<br />

na velhice: se as mulheres revelam maior <strong>de</strong>pendência dos homens do ponto <strong>de</strong><br />

vista material (como será analisado em <strong>de</strong>talhe numa outra secção <strong>de</strong>ste estudo),<br />

a maior autonomia dos homens no espaço público e no mercado <strong>de</strong> trabalho é,<br />

afinal, conseguida à custa da sua maior <strong>de</strong>pendência das mulheres no espaço privado<br />

e na vida familiar.<br />

Um outro aspeto que importa consi<strong>de</strong>rar é o da precarieda<strong>de</strong> do trabalho. Embora<br />

os contratos temporários e o <strong>de</strong>semprego tenham uma menor incidência entre os<br />

trabalhadores e as trabalhadoras entre os 55 e os 64 anos, há que realçar que,<br />

quando existentes, configuram situações <strong>de</strong> maior gravida<strong>de</strong>. Com efeito, as dificulda<strong>de</strong>s<br />

para encontrar um novo emprego aumentam exponencialmente nestas ida<strong>de</strong>s,<br />

aumentando também, em muito, o risco <strong>de</strong> exclusão do mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

73,8<br />

94,1<br />

42,5<br />

79,2<br />

Outras razões<br />

Reforma<br />

Outras respons.<br />

pessoais/familiares<br />

Doença<br />

Deficiência<br />

Gráfico 19.Emprego temporário (% no emprego total), por sexo e grupo etário, 2010<br />

25 Mulheres<br />

55-64<br />

20<br />

Homens<br />

20 20,9<br />

55-64<br />

15<br />

Mulheres<br />

25-59<br />

20<br />

0<br />

14,8<br />

3,8<br />

Fonte: Eurostat<br />

50-64<br />

6,3<br />

5<br />

HOMENS<br />

65+<br />

14<br />

27,7<br />

50-64<br />

11,7<br />

7,8<br />

7,2<br />

65+<br />

MULHERES<br />

5,3<br />

10<br />

5<br />

0<br />

Portugal<br />

9,8 11,6<br />

9,1 10,2<br />

UE15<br />

6 6,4<br />

Homens<br />

25-59<br />

Fonte: Eurostat<br />

7 A este respeito ver, nomeadamente, Perista, 2002a, 2002b, 2010.<br />

38<br />

39

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!