Género e Envelhecimento. Estudo de Diagnóstico
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GÉNERO E ENVELHECIMENTO:<br />
PLANEAR O FUTURO COMEÇA AGORA!<br />
2012 foi proclamado, a nível da União Europeia, como o Ano Europeu do <strong>Envelhecimento</strong><br />
Ativo e da Solidarieda<strong>de</strong> entre as Gerações (Decisão 940/2011/EU do Parlamento<br />
Europeu e do Conselho, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> setembro).<br />
Esta <strong>de</strong>cisão surge na continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compromissos políticos anteriores no quadro<br />
da Comissão Europeia, nomeadamente da estratégia «Europa 2020 – Estratégia<br />
para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo» (adotada a 3 <strong>de</strong> março <strong>de</strong><br />
2010), na qual foi realçada a importância <strong>de</strong> a União promover um envelhecimento<br />
saudável e ativo da população, no interesse da coesão social e <strong>de</strong> uma maior produtivida<strong>de</strong>,<br />
e como parte da qual a Comissão adotou (a 23 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2010),<br />
a «Agenda para novas qualificações e novos empregos: contribuição europeia para<br />
o pleno emprego», ao abrigo da qual os Estados-Membros <strong>de</strong>verão, nomeadamente,<br />
promover políticas <strong>de</strong> envelhecimento ativo.<br />
A abordagem da União Europeia sobre o envelhecimento ativo tem, pois, colocado<br />
o principal enfoque no mercado <strong>de</strong> trabalho e no prolongamento da vida ativa, em<br />
resultado <strong>de</strong> preocupações <strong>de</strong> natureza financeira em torno da sustentabilida<strong>de</strong> da<br />
segurança social.<br />
Mas, mais do que, e para além <strong>de</strong>, promover a ativação das pessoas idosas no<br />
mercado <strong>de</strong> trabalho, com o envelhecimento ativo preten<strong>de</strong>-se promover a participação<br />
na esfera económica, sim, mas também nas esferas social, cultural, cívica,<br />
etc., com o objetivo <strong>de</strong> garantir uma maior esperança <strong>de</strong> vida saudável e uma maior<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Aliás, a manutenção da autonomia e da in<strong>de</strong>pendência das pessoas<br />
mais velhas é um dos objetivos fundamentais por <strong>de</strong>trás da noção <strong>de</strong> envelhecimento<br />
ativo.<br />
De acordo com o texto da Decisão que aprova o Ano Europeu do <strong>Envelhecimento</strong><br />
Ativo e da Solidarieda<strong>de</strong> entre as Gerações, “a crescente proporção <strong>de</strong> pessoas<br />
mais velhas na Europa e o aumento das doenças crónicas tornam mais importante<br />
do que nunca a promoção do envelhecimento saudável para todos e, em especial,<br />
para as pessoas mais velhas, apoiando a sua vitalida<strong>de</strong> e dignida<strong>de</strong>, nomeadamente<br />
garantindo o acesso a cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quados e <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong>,<br />
a cuidados <strong>de</strong> longa duração e a serviços sociais e <strong>de</strong>senvolvendo iniciativas que<br />
promovam a prevenção dos riscos para a saú<strong>de</strong> associados ao envelhecimento.<br />
Envelhecer <strong>de</strong> forma saudável po<strong>de</strong> contribuir para que as pessoas mais velhas<br />
participem mais no mercado <strong>de</strong> trabalho, se mantenham ativas na socieda<strong>de</strong> durante<br />
mais tempo, melhorem a sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida individual e reduzam a pressão<br />
sobre os sistemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> ação social e <strong>de</strong> pensões” (Decisão 940/2011/EU<br />
do Parlamento Europeu e do Conselho, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> setembro).<br />
A Resolução do Conselho <strong>de</strong> Ministros 61/2011, <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, associou<br />
Portugal a esta iniciativa, assumindo que o Ano Europeu do <strong>Envelhecimento</strong> Ativo<br />
e da Solidarieda<strong>de</strong> entre as Gerações “preten<strong>de</strong> contribuir para promover uma<br />
cultura <strong>de</strong> envelhecimento ativo na Europa convocando valores europeus como a<br />
solidarieda<strong>de</strong>, a não discriminação, a in<strong>de</strong>pendência, a participação, a dignida<strong>de</strong>,<br />
os cuidados e a auto realização das pessoas idosas, concorrendo para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
harmonioso das socieda<strong>de</strong>s europeias” (Resolução do Conselho <strong>de</strong><br />
Ministros 61/2011, <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro).<br />
O Ano Europeu é encarado como uma oportunida<strong>de</strong> para refletir sobre os efeitos<br />
do envelhecimento <strong>de</strong>mográfico e sensibilizar <strong>de</strong>cisores e <strong>de</strong>cisoras políticas e a<br />
socieda<strong>de</strong> em geral para as oportunida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>safios que uma maior longevida<strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>m trazer, <strong>de</strong>signadamente, nas áreas do emprego, cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, serviços<br />
sociais, educação <strong>de</strong> pessoas adultas, voluntariado, habitação e transportes.<br />
Igualmente fundamental é garantir que a reflexão e a intervenção em torno do envelhecimento<br />
ativo, potenciada por este Ano Europeu, não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar e<br />
integrar, <strong>de</strong> modo sistemático, a perspetiva da igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> género, tendo em conta<br />
as especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mulheres idosas e <strong>de</strong> homens idosos.<br />
Foi nesse sentido que a CIG – Comissão para a Cidadania e a Igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Género<br />
enten<strong>de</strong>u promover o projeto Género e envelhecimento: planear o futuro começa<br />
agora! (no âmbito do Programa PROGRESS).<br />
O estudo <strong>de</strong> diagnóstico que agora se apresenta constitui uma das componentes<br />
<strong>de</strong>sse projeto. O principal objetivo <strong>de</strong>ste estudo é o <strong>de</strong> realizar o diagnóstico das<br />
condições em que vivem as mulheres idosas e os homens idosos em Portugal, i<strong>de</strong>ntificando<br />
as questões críticas que se colocam nas várias dimensões da sua vida.<br />
De modo a contribuir para <strong>de</strong>svendar a heterogeneida<strong>de</strong> e diversida<strong>de</strong> das formas<br />
<strong>de</strong> viver a velhice, procurou-se, sempre que possível e relevante, <strong>de</strong>sagregar as variáveis<br />
em estudo, nomeadamente, em função <strong>de</strong> diferentes subgrupos etários <strong>de</strong>ntro<br />
da população idosa, bem como pelos seus contextos territoriais <strong>de</strong> residência.<br />
Sempre que a respetiva fonte o permitia procurou-se, também, comparar a situação<br />
portuguesa com a da União Europeia.<br />
Duas notas adicionais se impõem: por um lado, apesar do objetivo que norteou<br />
este estudo ser o <strong>de</strong> fazer um diagnóstico da situação atual, as limitações impostas<br />
pelas fontes <strong>de</strong> informação nem sempre o permitiram; assim, os dados apresentados<br />
reportam-se ao período mais recente para o qual estavam disponíveis, no momento<br />
da respetiva recolha. Por outro lado, alguns indicadores <strong>de</strong> diagnóstico inicialmente<br />
i<strong>de</strong>ntificados vieram a ser abandonados, uma vez que a respetiva fonte não facultava<br />
o cruzamento da informação por ida<strong>de</strong> e sexo.<br />
Nalguns casos, a informação <strong>de</strong> natureza estatística apresentada foi disponibilizada,<br />
a pedido, pelas entida<strong>de</strong>s e serviços da administração pública, central e local, que participaram<br />
no projeto. Deste modo, os diferentes capítulos <strong>de</strong>ste diagnóstico apoiam-se,<br />
parcialmente, e com prepon<strong>de</strong>rância diferenciada, na informação assim disponibilizada.<br />
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