17.02.2014 Views

06 - 1001743-02. 2011. 8. 22. 0601

06 - 1001743-02. 2011. 8. 22. 0601

06 - 1001743-02. 2011. 8. 22. 0601

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

DJE. N. 122/2011 - quarta-feira, <strong>06</strong> de julho de 2011 Tribunal de Justiça - RO 24<br />

Sem recurso voluntário, os autos foram a mim distribuídos para<br />

reexame.<br />

A Procuradoria Geral de Justiça, em parecer da lavra do<br />

procurador Julio César do Amaral Thomé, opinou pela<br />

confirmação da sentença.<br />

Decido.<br />

Decido nos termos do art. 557, caput, do Código de Processo<br />

Civil.<br />

O candidato prestou concurso público regido pelo Edital n.<br />

001/2007, que previa a existência de 35 vagas para o cargo de<br />

operador de máquinas pesadas, sendo aprovado em 7º lugar.<br />

Esgotando-se o prazo de validade do certame, impetrou o writ<br />

visando tomar posse no cargo para o qual foi aprovado.<br />

A jurisprudência mais moderna sobre o tema é majoritária no<br />

sentido de ser direito do candidato, que tenha obtido aprovação<br />

no número de vagas previsto no edital, a nomeação e posse.<br />

O Supremo Tribunal Federal, em decisão da Primeira Turma, por<br />

maioria, decidiu que se o Estado anuncia em edital de concurso<br />

público a existência de vagas, ele se obriga ao seu provimento,<br />

se houver candidato aprovado (RE 227480/RJ, STF, Primeira<br />

Turma, Recurso Extraordinário, Relator Ministro Menezes<br />

Direito, Relatora p/ Acórdão Ministra Cármen Lúcia, Julgado<br />

em 16/09/2008, Publicado no Dje n. 157 em 20/08/2009).<br />

Nessa apreciação o Ministro Ayres de Brito, ao desempatar<br />

o julgamento em favor do concursado, reconheceu o direito à<br />

nomeação, ressalvando que a administração pode deixar de<br />

chamar os aprovados desde que justifique tal atitude.<br />

O STJ, tanto pela Quinta como pela Sexta Turma, do mesmo<br />

modo proclama que “o candidato aprovado dentro do número<br />

de vagas previsto no edital possui direito subjetivo à nomeação<br />

para o cargo que concorreu” (RMS 27508/DF, Recurso<br />

Ordinário em Mandado de Segurança n. 2008/0173663-3, STJ,<br />

Quinta Turma, Relator Ministro Arnaldo Esteves Lima, Julgado<br />

em 16/04/2009, Publicado no DJe em 18/05/2009; RMS<br />

17302/MS, Recurso Ordinário em Mandado de Segurança n.<br />

2003/0191977-6, STJ, Quinta Turma, Relatora Ministra Laurita<br />

Vaz, Julgado em 21/09/20<strong>06</strong>, Publicado no DJ 30/10/20<strong>06</strong>;<br />

RMS 24151/RS, Recurso Ordinário em Mandado de Segurança<br />

n. 2007/0111033-5, STJ, Quinta Turma, Relator Ministro<br />

Felix Fischer, Julgado em 16/08/2007, Publicado no DJ em<br />

08/10/2007; RMS 20718/SP, Recurso Ordinário em Mandado<br />

de Segurança n. 2005/0158090-4, STJ, Sexta Turma, Relator<br />

Ministro Paulo Medina, Julgado em 04/12/2007, Publicado no<br />

DJe em 03/03/2008).<br />

Resultado análogo decorreu de julgamentos do Tribunal<br />

Pleno desta Corte, que também apreciou a matéria, restando<br />

estabelecido que “o candidato aprovado em concurso público<br />

tem direito à nomeação para o cargo pretendido, pois a<br />

oferta de vagas vincula o ato do administrador, deixando de<br />

ser mera expectativa de direito” (Mandado de Segurança n.<br />

200.000.200<strong>8.</strong>005930-9, TJRO, Tribunal Pleno, Relator Juiz<br />

Convocado Glodner Luiz Pauletto, Julgado em 03/11/2008,<br />

Publicado no DJe n. 44 em 09/03/2009; Mandado de Segurança<br />

n. 200.000.2009.002720-5, TJRO, Tribunal Pleno, Relator<br />

Desembargador Walter Waltenberg Silva Junior, Julgado em<br />

04/05/2009, Publicado no DJe n. 92 em 20/05/2009).<br />

E ainda: Mandado de Segurança n. 200.000.200<strong>8.</strong>011489-0,<br />

TJRO, 2ª Câmara Especial, Relator Desembargador Rowilson<br />

Teixeira, Julgado em 16/12/2008, Publicado do DJe n. 05 em<br />

09/01/2009; Mandado de Segurança n. 200.000.200<strong>8.</strong>010583-1,<br />

TJRO, 1ª Câmara Especial, Relator Juiz Convocado Francisco<br />

Prestello de Vasconcellos, Julgado em 01/10/2008, Publicado<br />

no DJe n. 212 em 12/11/200<strong>8.</strong><br />

Assim, diante da vasta jurisprudência, vejo pacificado o<br />

entendimento de que o Administrador torna-se vinculado ao ato<br />

de convocação pra provimento de vaga, consequentemente,<br />

tornando certo o direito a nomeação e posse.<br />

Ante o exposto, considerando a autorização dada pela Súmula<br />

253 do STJ e nos termos dos artigos 557 do CPC e 139, inc.<br />

IV do RITJ/RO, em vista do pacífico entendimento desta Corte<br />

e de Tribunais Superiores mantenho a sentença proferida em<br />

Primeiro Grau pelos seus próprios fundamentos.<br />

Transitada em julgado, devolva-se à origem.<br />

Publique-se.<br />

Porto Velho, 5 de julho de <strong>2011.</strong><br />

Desembargador Eurico Montenegro Júnior<br />

Relator<br />

Despacho DO RELATOR<br />

Reexame Necessário nrº 00<strong>06</strong>593-89.2010.<strong>8.</strong><strong>22.</strong>0007<br />

Interessada (Parte Ativa): L. G. S. Representada por seu pai<br />

C. J. S.<br />

Advogado: Fernando da Silva Azevedo(OAB/RO 1293)<br />

Interessado (Parte Passiva): Município de Cacoal RO<br />

Procurador: Walter Matheus Bernardino Silva(OAB/RO 3716)<br />

Interessado (Parte Passiva): Estado de Rondônia<br />

Procurador: Procuradoria Geral do Estado de Rondônia( )<br />

Relator:Des. Eurico Montenegro<br />

Vistos, etc.:<br />

Cuida-se de reexame necessário da sentença exarada pelo<br />

Juízo da 3ª Vara Cível da Comarca de Cacoal/RO nos autos de<br />

mandado de segurança impetrado por L. G. S., representada<br />

por seu genitor C. J. S. em desfavor do Secretário de Saúde do<br />

Município de Cacoal/RO.<br />

A sentença concedeu a segurança pleiteada para determinar<br />

que a autoridade coatora fornecesse à impetrante 9 latas do<br />

medicamento Leite Especial NEOCATE – 400 mg/por mês,<br />

pelo prazo de 6 meses.<br />

Sem recurso voluntário, os autos vieram para o reexame.<br />

A Procuradoria Geral de Justiça, em parecer da lavra do<br />

procurador Osvaldo Luiz de Araújo, opinou pela confirmação<br />

da sentença.<br />

Decido.<br />

Restou demonstrado nos autos que Luiza Gomes Smaniotto<br />

é menor de tenra idade (nascida em 9.3.2010), portadora<br />

de síndrome de down e cardofrato congênito, apresentando<br />

distúrbio digestivo e alergia alimentar severa, e que necessita<br />

fazer uso da alimentação especial – NEOCATE 400 GR -.<br />

Também foi demonstrada a condição de hipossuficiência da<br />

sua família.<br />

Não há como rejeitar a pretensão da impetrante tendo em<br />

vista que o comando constitucional é no sentido de que a<br />

saúde pública é dever do Estado, que não pode eximir-se da<br />

responsabilidade de prestá-la com efetividade aos cidadãos<br />

que comprovem dela necessitar (art. 196 da CF).<br />

A sentença está em consonância com a jurisprudência<br />

dos Tribunais Superiores e desta Corte: RMS 20.335/PR,<br />

rel. Min. Luiz Fux, j. 10-4-2007; Reexames n. 1005481-<br />

1<strong>8.</strong>200<strong>8.</strong><strong>8.</strong><strong>22.</strong>0014, rel. Juiz Convocado Francisco Prestello,<br />

j. 9.12.2008; n. 0004300-74.2009.<strong>8.</strong><strong>22.</strong>0010, rel. Des. Renato<br />

Mimessi, j. 4.5.2010 e n. 00<strong>06</strong>225-59.2010.<strong>8.</strong><strong>22.</strong>0014, rel. Des.<br />

Walter Waltenberg, j. 29.11.2010.<br />

Este diário foi assinado digitalmente consoante a Lei 11.419/<strong>06</strong>. O documento eletrônico pode ser encontrado no sítio do Tribunal de Justiça do<br />

Estado de Rondônia, endereço: https://www2.tj.ro.gov.br/autenticacao/validaDiario.html sob o número 122 Ano 2011

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!