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envolvido em pesquisa e desenvolvimento cresceu 72% entre<br />
2000 e 2008, aumento direcionado principalmente para as<br />
instituições de ensino superior.<br />
Dados da Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec)<br />
2008 apontam que as empresas privadas brasileiras ainda<br />
investem pouco em pesquisa e desenvolvimento. Mesmo<br />
com as iniciativas de incentivo à inovação, há uma grande<br />
dificuldade em se obter indicadores que demonstrem o<br />
desenvolvimento inovador nas empresas brasileiras, como<br />
aponta estudo de João Fernando Gomes de Oliveira, diretorpresidente<br />
do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).<br />
As causas para esta realidade vêm de longe, durante<br />
formação do nosso sistema industrial, na década de 1950,<br />
quando havia concentração de multinacionais nos setores<br />
de bens de capital e de consumo duráveis. “As empresas<br />
estatais ficavam à frente de setores de infraestrutura<br />
- como os de transporte e energia -, e as empresas<br />
nacionais privadas, grosso modo, permaneciam nos bens<br />
de consumo perecíveis e semiduráveis. A atuação das<br />
multinacionais no Brasil era focada na produção para<br />
atender mercados específicos, enquanto investimentos<br />
em pesquisa e desenvolvimento eram realizados em seus<br />
países de origem. Esse fato certamente limitou o estímulo<br />
à inovação, já naquela época. O desenvolvimento<br />
industrial brasileiro estabelecia-se sem a cultura de<br />
P&D na empresa”, escreveu João Fernando, em artigo<br />
publicado na revista USP de maio de 2011.<br />
Cenário baiano<br />
Os avanços realizados nas diversas áreas de conhecimento<br />
científico no Brasil começam a ganhar força na Bahia e ser<br />
utilizados na produção industrial do estado. O histórico<br />
de fomento à inovação é recente, mas já apresenta os<br />
primeiros resultados. “No apoio para o desenvolvimento<br />
tecnológico e para o empreendedorismo, poderiam ser<br />
citadas as atividades da Incubadora Inavapoli, na Escola<br />
Politécnica da Ufba, sob a liderança do professor Armando<br />
Ribeiro; o curso de especialização em jornalismo científico<br />
e tecnológico, sob a coordenação da professora Simone<br />
Bortoliero, só para citar alguns”, afirmou Antonio Renildo<br />
Santana Souza, diretor de inovação da Fapesb.<br />
Os recursos são obtidos, principalmente, através da<br />
submissão de propostas de projetos de pesquisa a editais<br />
e chamadas públicas de agências de fomento como a<br />
Fapesb, em nível estadual, e a Capes, o CNPq e a Finep,<br />
em nível federal. São também fontes de financiamento o<br />
Ministério da Saúde, o Ministério do Desenvolvimento e<br />
Integração, o Ministério das Comunicações, entre outros,<br />
e também empresas privadas que investem em ciência,<br />
tecnologia e inovação.<br />
“Desde 1950, a atuação<br />
das multinacionais no<br />
Brasil era focada na<br />
produção para atender<br />
mercados específicos,<br />
enquanto investimentos<br />
em pesquisa e<br />
desenvolvimento eram<br />
realizados em seus países<br />
de origem. Esse fato<br />
certamente limitou o<br />
estímulo à inovação”<br />
Embora a pesquisa básica seja muito relevante<br />
para a geração de conhecimento, é imprescidível<br />
o investimento em pesquisa aplicada, pois<br />
há ainda no Brasil um distanciamento entre<br />
o desenvonvolvimento da ciência e as reais<br />
necessidades do mercado, ou seja, existe uma grande<br />
dificuldade para transformar o conhecimento gerado<br />
em riquezas e serviços necessários e úteis para<br />
a sociedade. Neste sentido, é preciso aproximar<br />
mais as universidades dos órgãos de governo e das<br />
empresas brasileiras. “É imperativo disseminarmos<br />
a cultura da inovação nas cadeias produtivas,<br />
diminuirmos também a burocracia e os custos para<br />
o registro de patentes e estimularmos ainda mais os<br />
empreendedores tecnológicos”, afirmou o presidente<br />
da Fapesb, Roberto Paulo Machado Lopes.<br />
Felizmente, isso já vem acontecendo, mesmo que<br />
de maneira incipiente. O estudante de engenharia<br />
Daniel Veiga é prova de que não há fórmulas para<br />
se alcançar o sucesso. No seu caso, para ajudar um<br />
irmão que perdeu os movimentos após acidente<br />
vascular cerebral (AVC), ele passou meses num<br />
laboratório de robótica até desenvolver uma<br />
palmilha inteligente, batizada de Motus, capaz<br />
de levantar a ponta do pé de uma pessoa com<br />
deficiência física, ainda que o cérebro não seja<br />
capaz de emitir tal comando. É torcer para que<br />
este seja o começo de uma geração mais voltada ao<br />
campo de pesquisa e desenvolvimento tecnológico<br />
na Bahia. Talento nós temos. [B + ]<br />
www.revistabmais.com março/abril 2013 <strong>Revista</strong> [B + ]<br />
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