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social”, um conceito que começou a ser introduzido de<br />
forma transversal em todos os processos da empresa e no<br />
relacionamento com os seus diversos públicos. Foi aí que o<br />
tema começou a aparecer no mapa de estratégias da Coelba.<br />
Hoje existe um comitê gestor, multidisciplinar, que<br />
continua a seguir os valores do Ethos. Cada líder das<br />
diversas áreas da empresa conta com um grupo próprio<br />
que faz a gestão do tema que lhe diz respeito. A área de<br />
sustentabilidade faz a gestão do todo e apoia.<br />
Depois, em 2009, o grupo Neoenergia passou a tratar<br />
o tema da sustentabilidade “com um zoom maior”, define<br />
Queiroz. Foi quando se fez o mapeamento dos impactos<br />
socioambientais de todos os processos da distribuidora<br />
baiana de energia – que resultou no software integrado,<br />
com dados em tempo real.<br />
“A cada ano se avança um pouco mais”, explica<br />
ela. “Também não acreditamos em sair do oito para o<br />
oitenta. É impossível porque você, principalmente, tem<br />
que mudar a cultura”. Isso talvez explique a fusão de<br />
“sustentabilidade e comunicação” numa mesma estrutura<br />
gerencial, como acontece na Coelba.<br />
“São dois temas transversais a todos os processos”,<br />
diz Queiroz. O desafio, para ela, é fazer a gestão dos<br />
impactos, a gestão do tema e ainda auxiliar a força<br />
de trabalho a fazer a conexão entre a sua atividade<br />
e a sustentabilidade. “É um desafio muito grande<br />
traduzir para todos os nossos públicos os princípios de<br />
sustentabilidade presentes no nosso negócio”, afirma.<br />
Desafio que, de acordo com ela, vem sendo vencido.<br />
Exemplo disso é que a proposta de desenvolvimento do<br />
software que entra em operação em março não partiu da<br />
área de sustentabilidade, mas do setor de planejamento<br />
estratégico. A contratação da Fundação Dom Cabral, de<br />
Minas Gerais, para treinar líderes e potenciais líderes da<br />
Coelba em relação ao tema foi outro passo nessa direção.<br />
A acelerada implantação da cultura da sustentabilidade<br />
verifica-se, por exemplo, no projeto “Produção Limpa”, em<br />
que a empresa “não faz o menor traçado, faz aquele traçado<br />
com menor impacto no meio ambiente”, ilustra Ana Queiroz.<br />
Na origem, em termos de tecnologia empresarial, o<br />
tema “meio ambiente” e depois o da “responsabilidade<br />
social” eram patrimônio da área de comunicação,<br />
especialmente no relacionamento com as comunidades<br />
envolvidas pelos empreendimentos. Como ferramenta<br />
de gestão ampla, os indicadores de sustentabilidade<br />
continuam a ser importantes para a gestão da imagem<br />
pública das corporações, mas com um novo viés. Um dos<br />
indicadores monitorados pela área de sustentabilidade<br />
da Coelba é, por exemplo, o número de reclamações de<br />
clientes. Ao identificar um aumento desses registros,<br />
a área responsável recebe uma sinalização do<br />
problema nos relatórios de acompanhamento. A<br />
partir daí, a área de sustentabilidade atua nos<br />
processos internos para eliminar os problemas que<br />
deram origem às reclamações.<br />
Ao mesmo tempo, é verificado se esse aumento no<br />
número de reclamações está refletido nas publicações<br />
da mídia. A checagem na área de imprensa visa<br />
também aferir o índice de procedência do que o<br />
consumidor reclama na mídia – que tem reflexos na<br />
gestão da imagem da empresa.<br />
Ney Maron, diretor<br />
de sustentabilidade<br />
e comunicação na<br />
Renova Energia<br />
Foto: Valter Pontes<br />
Renova<br />
A solução da simbiose com a comunicação repete-se<br />
na Renova Energia, que conta com uma diretoria<br />
“de sustentabilidade e comunicação”. À frente da<br />
estrutura, o engenheiro civil e advogado Ney Maron<br />
explica que nem sempre foi assim.<br />
Aqui não foi a comunicação que deu origem ao<br />
tema da sustentabilidade – uma diretoria estatutária da<br />
Renova desde a fundação – mas o oposto. A componente<br />
da comunicação foi incluída mais recentemente, numa<br />
mudança de estatuto que acabou de ser aprovada pelo<br />
conselho de administração.<br />
A comunicação passou a fazer parte do escopo<br />
da diretoria “pela própria característica do nosso<br />
negócio de relacionamento com as comunidades”. Já<br />
havia uma aptidão dentro da área de meio ambiente,<br />
direcionada às comunidades, “nosso principal<br />
stakeholder” na avaliação de Maron.<br />
A Renova, por exemplo, não adquire propriedades<br />
ao implantar geradores eólicos, mas trabalha em áreas<br />
arrendadas, o que leva a uma relação com a comunidade<br />
www.revistabmais.com março/abril 2013 <strong>Revista</strong> [B + ]<br />
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