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sustentabilidade | tendências<br />

‘Caetitezação’: Renova e Alston<br />

firmam parceria de €1 bilhão<br />

Acordo entre a empresa líder na geração de<br />

energia eólica contratada no Brasil com a<br />

companhia francesa busca adaptar a tecnologia<br />

aos ventos do semiárido baiano, considerados os<br />

melhores do mundo para a atividade<br />

por Murilo Gitel*<br />

N<br />

em adianta procurar nos dicionários: a palavra<br />

“caetitezação” não consta em absolutamente nenhum<br />

deles. O neologismo tampouco tem algo a ver com o músico<br />

Caetano Veloso, caso alguém arrisque por essa via. O termo<br />

está relacionado ao município de Caetité, no semiárido baiano,<br />

e não sai do vocabulário da Renova Energia e da francesa<br />

Alston, que anunciaram no dia 6 de fevereiro, em São Paulo, um<br />

memorando de entendimento orçado em um bilhão de euros<br />

(mais de R$2,7 milhões) para o fornecimento, ao longo de três<br />

a quatro anos, de 440 aerogeradores eólicos, cuja capacidade<br />

mínima instalada é de 1,2 GW.<br />

A entrega dos equipamentos, que serão produzidos pela<br />

fábrica da Alston em Camaçari, será iniciada em 2015. De<br />

acordo com as empresas, o volume de energia previsto na<br />

parceria equivale à quase totalidade de geração atual do<br />

mercado eólico brasileiro. O acordo com a Alston também inclui<br />

serviços de manutenção e operação.<br />

“Caetitezação significa o nosso entendimento de que não basta<br />

‘tropicalizar’ a energia eólica, mas sim adaptar a tecnologia aos<br />

ventos locais, além de criar uma cadeia de suprimentos”, explica<br />

Mathias Becker, diretor-presidente da Renova Energia.<br />

Inaugurada em novembro de 2011, a fábrica da Alston<br />

em Camaçari tem capacidade instalada de 300 MW por<br />

ano, com um único turno de trabalho. Agora, depois da<br />

parceria com a Renova, será viabilizado um novo turno,<br />

ainda no primeiro semestre de 2013, o que deve elevar a<br />

capacidade para 600 MW anuais.<br />

Para o presidente mundial do setor de energia renovável<br />

da Alston, Jerome Pécresse, a parceria representa o maior<br />

acordo mundial on-shore (em terra firme) da companhia<br />

na área eólica. “Vamos produzir tecnologias adaptadas às<br />

condições climáticas locais, por meio da otimização das<br />

turbinas”, destaca o executivo francês.<br />

(em cima) Mathias Becker, presidente da Renova<br />

Energia, anuncia parceria com a Alston em<br />

evento em São Paulo (embaixo) Parque eólico da<br />

Renova em Caetité. Região chamada de “mina<br />

de ouro” concentra melhores ventos do mundo<br />

Fotos: Divulgação<br />

Linhas de transmissão<br />

Principal entrave ao projeto da Renova em<br />

solo baiano, as linhas de transmissão sob<br />

responsabilidade da Companhia Hidroelétrica do<br />

São Francisco (Chesf) ainda não estão prontas, o<br />

que impede a distribuição da energia produzida<br />

pelos parques da empresa. A construção envolve<br />

os municípios de Bom Jesus da Lapa e Igaporã.<br />

“Estamos apoiando a Chesf quanto à criação das<br />

linhas de transmissão, tanto nas questões de<br />

licenciamento, fundiária e de gerenciamento da<br />

obra”, ressalta Mathias Becker. O prazo que a Chesf<br />

estimou para a conclusão é dezembro de 2013.<br />

Enquanto isso, o governo federal tem um prejuízo<br />

semestral de cerca de R$100 milhões, por força de<br />

contrato, pois tem de pagar por uma energia que não<br />

está sendo consumida.<br />

* O repórter viajou a São Paulo a convite da Renova Energia.<br />

70 <strong>Revista</strong> [B + ] março/abril 2013 www.revistabmais.com

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