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Tereza Paim<br />

Amor pela comida<br />

Tereza deixou a consolidada carreira de<br />

engenheira para se dedicar a um sonho.<br />

Não deu outra: hoje ela é um dos maiores<br />

nomes da gastronomia baiana<br />

Falar com Tereza Paim é ter a sensação de que<br />

você está conversando com uma velha amiga,<br />

mesmo sem nunca a ter conhecido antes. Já<br />

pergunto sobre a tatuagem que tem grifada no<br />

pulso, a palavra atitude. “A tatuagem é para me<br />

lembrar de que o mundo precisa de atitude... Às<br />

vezes gosto de olhar para o meu pulso e pensar<br />

‘está na hora de tomar uma atitude’”, diz.<br />

Tereza conhece o poder desta palavra. Aos<br />

41 anos largou uma bem-sucedida carreira<br />

como engenheira para abraçar a gastronomia<br />

e teve que enfrentar a indignação dos amigos<br />

e parentes mais próximos. “Eu era feliz no que<br />

eu fazia, mas teve uma hora que uma pedra<br />

bateu na minha cabeça e me disse: Eu quero<br />

cozinhar”. A pedra na cabeça atende pelo<br />

nome de João, seu filho de 11 anos que, ao<br />

nascer, despertou nela a ideia de correr atrás<br />

de seu sonho. “Quando a gente não segue um<br />

dom, o dom segue a gente”, filosofa a baiana<br />

nascida no município de Tanquinho, próximo<br />

a Feira de Santana, e que chegou a Salvador<br />

com apenas 13 anos.<br />

Faz nove anos que ela resolveu se entregar<br />

à culinária, que antes era apenas um hobby.<br />

Estudou, se profissionalizou e hoje tem dois<br />

restaurantes, o Casa de Tereza, no Rio Vermelho,<br />

e o Terreiro Bahia, na Praia do Forte, além de<br />

um serviço de catering (bufê), voltado para a<br />

área coorporativa, que, inclusive, foi o escolhido<br />

pela produção do show da cantora norteamericana<br />

Beyoncé, quando veio a Salvador.<br />

Em tão pouco tempo de história como cozinheira,<br />

Tereza já acumula prêmios. Em 2012, foi escolhida pela<br />

edição soteropolitana da revista Veja como a chef do ano<br />

e seus dois restaurantes são pontos certos não só para os<br />

locais como também para os turistas que visitam a cidade.<br />

“Com o bobó de camarão e a moqueca de peixe, qualquer<br />

um fica louco”, garante.<br />

Sempre que Tereza se refere ao restaurante é no<br />

coletivo. Substitui o esperado “eu”, de quem já se<br />

sente consagrada, por um humilde “nós”, como quem<br />

aplaudisse a participação da equipe que, com ela, integra<br />

os restaurantes. “Toda a minha equipe edificou esse<br />

prédio, levantou essas paredes”, diz. “Acho que deu certo<br />

porque formamos um grupo que tem vontade, que tem<br />

boa vontade. O sucesso não é meu, não acredito no mito, o<br />

sucesso é da equipe. É como um time de futebol: Ronaldo<br />

não faria o gol se ninguém cruzasse para ele”, completa em<br />

estilo bem brasileiro. Dá para notar a participação coletiva<br />

até mesmo na decoração do Casa de Tereza. O restaurante,<br />

que vai além de ser um espaço para a boa comida, é um<br />

centro cultural detalhadamente ornamentado por 11<br />

artistas plásticos baianos.<br />

“Quero continuar andando, continuar<br />

sonhando e acordando cedo para<br />

batalhar pela realização destes sonhos”<br />

Foto: Rômulo Portela<br />

www.revistabmais.com março/abril e abril 2013 <strong>Revista</strong> [B + ]<br />

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