LÃGICA COMBINACIONAL - Wuala
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2 ÁLGEBRA BOOLEANA<br />
2.1 INTRODUÇÃO - PRINCÍPIOS<br />
O período contemporâneo da lógica tem suas raízes estabelecidas nos trabalhos de<br />
George Boole (1815-1864), que imprime novos rumos para a matéria com sua obra<br />
Investigations of the laws of thought, publicada em 1854, onde compara as leis do<br />
pensamento com as leis da álgebra. Boole atribuiu grande importância à sua álgebra,<br />
imaginando que poderia provar as mais notáveis leis lógicas.<br />
A álgebra booleana difere da álgebra convencional no sentido de que esta trata de<br />
relações quantitativas, ao passo que a primeira se refere a relações lógicas. Na álgebra<br />
convencional utilizam-se quantidades simbólicas tais como x, y para representar números.<br />
Na solução de problemas algébricos, geralmente há interesse em saber o tamanho de x,<br />
ou se x é maior que y, ou outra informação qualquer relacionada com quantidades. Por<br />
outro lado, na álgebra booleana existe o interesse de conhecer um dos dois estados<br />
possíveis de um termo simbólico. Por exemplo, quando é usada em lógica filosófica,<br />
deseja-se saber se um enunciado pode assumir valores como falso ou verdadeiro. Um<br />
outro exemplo pode ser encontrado na lógica digital, quando se deseja saber se um termo<br />
algébrico apresenta valor um ou zero.<br />
Na álgebra da lógica, segundo Boole, a lei: x.x = x é verdadeira para quaisquer valores<br />
de x, uma vez que a classe formada com objetos que pertencem à classe x e com objetos<br />
que pertencem a classe x, é a própria classe x. Todavia, na álgebra essa lei não é<br />
geralmente válida. A equação x 2 = x tem duas soluções apenas, a saber x=0 e x=1.<br />
Levando em conta esse fato, o pensador conclui que na álgebra da lógica são válidas as<br />
leis da álgebra matemática quando os valores de x se limitam a 0 e 1. Assim, com tal<br />
restrição, x.x = x é verdadeira para todos os valores da variável (restritos ao par 0,1).<br />
Na sua álgebra da lógica, Boole interpretou os símbolos 0 e 1 como classes especiais, de<br />
modo que 1 representa a classe de todos os objetos (o universo) e 0 representa a classe<br />
a que nenhum objeto pertença (a classe vazia).<br />
Boole apresentou a adição e a subtração em sua lógica, interpretadas de um modo<br />
especial. Assim, x – y é a classe formada com os objetos da classe x, retirados os objetos<br />
da classe y. Por exemplo, se x é a classe dos homens e y a dos europeus, x – y é a<br />
classe dos homens não-europeus. De modo perfeitamente adequado, 1 – x seria a classe<br />
constituída por todos os objetos (do universo) que não fizessem parte da classe x.<br />
As igualdades eram, a seguir, tratadas por Boole de modo matemático. De x.x = x, por<br />
exemplo, subtraindo x em cada membro da expressão, viria: x – x.x = x – x<br />
Ou seja: x (1 – x) = 0 que é a legítima inferência , como se depreende de um exemplo<br />
facilmente compreensível, visto a seguir.<br />
Se x é a classe dos homens, então, 1 – x é a classe dos objetos que não são homens. O<br />
produto de x por 1 – x deve ser igual a zero, a classe vazia, pois que não pode haver<br />
objeto simultaneamente homem e não homem. Esse princípio é, para Boole, uma<br />
formulação do princípio da não contradição, isto é, nenhum objeto pode ter duas<br />
propriedades contraditórias.<br />
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