156 set/out 2011 - Odebrecht Informa

Praça da Mangueira,
em Abobreira (AL):
ninguém quer deixar a
comunidade
ouvir os cantadores e apara arestas no relacionamento
das artesãs para que, em conjunto, elas
apresentem seus produtos nas feiras. “Se a gente
não luta, perde tudo o que tem, e eu me sinto
responsável por preservar nossa história e nossas
tradições”, diz Bernadete.
Em Pitanga, as aulas de artesanato mudaram a
vida de uma família em especial. Claudinea Conceição
dos Santos e Francisco Celestino Purificação
trabalham com piaçava e coco. Deixaram o emprego
para se dedicar exclusivamente à atividade.
“Ganhamos mais e vivemos melhor, sempre em
família”, explica Francisco. Quando descobre uma
técnica nova, o casal logo dá a dica aos outros artesãos.
“O produto de Pitanga tem de ter boa qualidade”,
salienta Claudinea.
Há muita história e muitas histórias em Pitanga.
Dona Maria Linda da Purificação Chaves, 75 anos,
conta seus casos. Vivia em uma casa de pau a pique
com 11 filhos, andava em jangada de pau de bananeira.
Pescava com rede de arrasto. No quintal,
criava galinhas e porcos e plantava aipim, batata
e feijão. O que mudou? Principalmente a moradia,
hoje de alvenaria, com TV e geladeira.
Agricultura com toque nipônico
Ainda na Bahia, 120 famílias vivem na Vila Itapecirica,
município de Mata de São João, a 56 km
de Salvador. São pequenos agricultores familiares.
Plantam frutas e, no projeto desenvolvido com o
apoio da Braskem, estão montando uma fábrica de
polpas congeladas. “Vamos agregar 80% de valor ao
nosso produto. Será um bom investimento”, garante
Joílton Nunes da Silva, 50 anos.
Em Itapecirica, estabeleceu-se, em 1959, uma
colônia de japoneses, a Colônia JK (referência ao
Presidente brasileiro Juscelino Kubitschek) resultante
de um acordo feito entre os governos brasileiro
e japonês após a Segunda Guerra Mundial.
Os japoneses formaram Itapecirica. Quando os
brasileiros chegaram, receberam forte influência
da cultura nipônica. Assim, as hortas dali não são
plantadas em canteiros retos, como é comum no
Brasil: seguem a curva do terreno e, dessa forma,
aproveitam melhor a água. Os jardins das casas
são bem cuidados e floridos. Descendentes de japoneses
ou de brasileiros da gema, todos os jovens
da comunidade estudam, muitos estão em
universidades.
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