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Sobre Discurso e Tradução<br />
cânone modernista e o radicalismo das vanguardas e compromisso<br />
engajado” (op. cit.: 284-5).<br />
-Adélia Prado; Ana Cristina César e Angela Melim<br />
“Poetas que surgem no momento do período rebelde<br />
da contracultura e da poesia marginal, quando a dicção<br />
feminina ou feminista na literatura e na teoria já começa a se<br />
assumir e a ser valorizada como tal” (op. cit: 286).<br />
Na parte dedicada à poesia argentina, o critério do<br />
devir histórico aparece representado pela negativa, como se<br />
observa nas ressonâncias destacadas no trecho seguinte:<br />
“Nesta antologia a percepção da poesia argentina não é<br />
a de uma tradição sucessiva no tempo, que se desenvolve<br />
desde o passado até o presente, nem a de uma herança<br />
transmitida, na qual cada poeta tem um lugar fixo e definitivo.<br />
Seu proceder é inverso: reconhece a partir do<br />
presente uma trama possível, mas não exclusiva; multiplica<br />
origens inconclusas, estrutura-se de modo descontínuo;<br />
compõe uma figura constelada na qual todos os poetas<br />
operam de um modo simultâneo.... (,,,) os vinte poetas escolhidos<br />
conformam uma trama de leituras que remete<br />
mais à sua atualidade do que à sua genealogia (...)”.<br />
(Monteleone, 2003: 22)<br />
Assim, embora a ordem histórica não esteja ausente<br />
na cartografia argentina de Puentes/Pontes, ela não<br />
é norteadora dos seis territórios delineados na antologia<br />
e cada um deles convoca poetas de diferentes épocas.<br />
A seguir, constam em itálico as ressonâncias em torno das<br />
quais está configurado, discursivamente, cada território: