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Sobre Discurso e Tradução<br />
mes. Porém, não foram encontradas ressonâncias discursivas<br />
<strong>sobre</strong> isso nos ensaios da antologia, o que facilitaria a<br />
busca do leitor. Sem essa advertência, um leitor argentino<br />
pode ficar perdido no índice da seção brasileira, que não<br />
está organizado pelo <strong>sobre</strong>nome dos poetas.<br />
a.3 A terceira observação diz respeito, justamente,<br />
à escassez de ressonâncias discursivas relativas aos leitoresdestinatários.<br />
Na seção brasileira de Puentes/Pontes há uma<br />
referência não direta ao leitor argentino, quando é construída<br />
a representação da relevância do projeto:<br />
“trabalhar em sintonia com críticos e poetas de uma<br />
cultura como a argentina, tão semelhante à nossa<br />
quanto radicalmente diferenciada”.<br />
“a oportunidade de revelar ‘contrastes e confrontos’”<br />
“participar de uma política de aproximação e divulgação<br />
da poesia no continente”.<br />
(Buarque de Hollanda, 2003: 279)<br />
Esse lugar do leitor é retomado na fundamentação<br />
do privilégio dado ao panorama de caráter histórico<br />
na cartografia brasileira na antologia: “oferecer um certo<br />
apoio logístico para a leitura e recepção desta poesia fora de<br />
seu contexto histórico” (Ibidem). Por outro lado, na seção de<br />
poesia argentina, não há menção alguma do público brasileiro<br />
nem outras referências ao Brasil. Por exemplo, chama<br />
a atenção a ausência de qualquer comentário <strong>sobre</strong> o fato<br />
de um dos poetas argentinos, Néstor Perlongher, ter morado,<br />
desenvolvido seu trabalho e publicado durante muitos