O CÓDIGO FLORESTAL E A CIÊNCIA Contribuições Para o Diálogo
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Com base nos dados da Tabela 4, é possível tirar conclusões sobre a adequação de uso das terras no país<br />
em comparação com os dados sobre aptidão das terras. Verifica-se que a atividade agropecuária é mais intensiva<br />
nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A região Nordeste, embora bastante antropizada, apresenta<br />
intensidade de uso intermediária, decorrente das limitações climáticas em parte de seu território,<br />
registrando, porém, uma forte expansão na produção de grãos recentemente. Por outro lado, a região Sul<br />
apresenta o maior percentual de área com alta intensidade de uso (41%), diferenciada das demais regiões<br />
do país pelo predomínio de pequenas propriedades rurais e agricultura cada vez mais tecnificada, usualmente<br />
organizada em cooperativas.<br />
Na região Norte, há baixa intensidade de uso das terras em 95% de seu território com os estados do Amazonas<br />
e do Amapá apresentando baixo nível de antropização. Nessa região, as áreas de maior intensidade<br />
de uso compreendem o leste do Pará, Tocantins, norte do Mato Grosso e Rondônia, que demarcam a área<br />
de fronteira agrícola. As formas de uso da terra nessa faixa incluíram a extração madeireira e a formação<br />
de pastagens. Atualmente, existe uma procura para a produção de grãos, eucalipto e oleaginosas perenes<br />
(palma) na região.<br />
Estes dados confirmam as estimativas sobre a aptidão agrícola das terras do país, sua fragilidade e o grande<br />
potencial para a intensificação agropecuária, por meio da adoção de tecnologias apropriadas, com<br />
aumento da produção por meio do incremento de produtividade. Considerando o valor ambiental da<br />
floresta amazônica – a maior floresta tropical remanescente do mundo – e a grande disponibilidade de<br />
terras antropizadas passíveis de intensificação de seu uso atual em outras regiões, conclui-se que sua utilização<br />
com grandes sistemas agropecuários intensivos pode representar risco desnecessário ao uso sustentável<br />
dos seus recursos naturais (LUNZ e FRANKE, 1997, 1998).<br />
Tabela 4. Intensidade de uso agrossilvipastoril das terras municipais por regiões no Brasil.<br />
Região<br />
Intensidade<br />
N NE CO SE S<br />
Superfície<br />
Classe de<br />
pressão<br />
km 2 % km 2 % km 2 % km 2 % km 2 %<br />
Baixa 3682612 95 1214470 78 761442 47 291792 32 136168 24<br />
Média 148679 4 233031 15 500558 31 360400 39 200116 35<br />
Alta 35722 1 104275 7 359367 22 271244 29 240472 41<br />
FONTE: Manzatto et al. (2002b).<br />
28 O <strong>CÓDIGO</strong> <strong>FLORESTAL</strong> E A <strong>CIÊNCIA</strong><br />
<strong>Contribuições</strong> <strong>Para</strong> o <strong>Diálogo</strong>