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gostavam de caminhar pelo roseiral depois das nove horas em uma noite fria de<br />

outono... Foi o ruído característico que chamou sua atenção.<br />

Quando ela o escutou uma vez, não lhe deu muita importância. Ao escutá-lo<br />

pela segunda vez, contudo, parou, fingindo cheirar uma linda rosa Princesa de<br />

Mônaco, quando, na verdade, ouvia com todas as fibras de seu ser.<br />

Na terceira vez em que o escutou, teve certeza. Era um grunhido<br />

dolorosamente familiar... uma expiração profunda e retumbante; algo entre um<br />

resmungo e um rosnado. E este varreu seu corpo em uma onda intimista que a<br />

fez estremecer. Seus olhos se arregalaram em choque. Não havia outro ruído<br />

como aquele, e nenhum outro ser poderia fazer aquele som, exceto a criatura de<br />

seus sonhos. E ela estava chegando cada vez mais perto a cada passo!<br />

Não mesmo!, a razão gritou dentro dela. Aquilo era impossível.<br />

É apenas uma ilusão, disse a si mesma. Nada mais do que um sintoma da<br />

minha imaginação hiperativa.<br />

Mas não importava o que lhe dizia o bom-senso. Ela sabia que o que estava<br />

ouvindo era real... ao menos para ela. Naquele momento, o que acontecia era a<br />

sua realidade.<br />

Sentiu o coração bater, descompassado. Saia do roseiral e vá para o parque,<br />

onde estará cercada por luzes e pessoas!, sua mente a incitava, solapando a<br />

onda de excitação que lhe comprimia a boca do estômago.

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