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— Perdão, eu... Não achei que estivesse morta. Pensei apenas que estivesse<br />

dormindo — ela mentiu. — É a sua vez. Preciso anotar seus dados para o seguro.<br />

A mulher abriu os olhos, e Mikki piscou, surpresa. Eram surpreendentemente<br />

claros, e de um azul vibrante e profundo. Se a esperança tivesse uma cor, seria<br />

aquela, refletiu, emudecida diante de sua beleza.<br />

As linhas da pele plissada ao lado dos olhos da idosa se aprofundaram quando<br />

ela sorriu.<br />

— Devia dizer a verdade sempre, querida. Não sabe mentir. Mas não se<br />

preocupe: ainda estou bem viva... ao menos por enquanto.<br />

Estendeu a mão bem cuidada, que não se encontrava enfaixada pelo lenço, e<br />

Mikki a tomou no mesmo instante, ajudando-a a se pôr em pé.<br />

— Sim, senhora — ela respondeu, sem graça.<br />

— Sempre achei que o título de “senhora” deveria ser reservado a moças que<br />

desejassem parecer mais velhas, ou mulheres mais velhas que tivessem desistido<br />

de viver. Como nenhum dos casos é o meu, prefiro signora, ao modo dos<br />

italianos. — A mulher sorriu outra vez. — Mas pode me chamar de Sevillana.<br />

Mikki esboçou um sorriso.<br />

— Sevillana?<br />

— Sim, é o meu nome de batismo. Algum problema, querida?

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