11.11.2014 Views

o_196fjtrk31a8b15f4vf61rqh13pba.pdf

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

transeunte tivesse mais do que um vislumbre seu. Numa véspera de lua nova,<br />

entretanto, queria evitar até mesmo a possibilidade de ser vislumbrada.<br />

Nada se movia ao redor, exceto a brisa.<br />

Mikki segurou a mão esquerda à sua frente, vendo a palma cheia de pequenas<br />

cicatrizes brancas. Olhou para a da mão direita. Sim, lembrava-se bem... Em<br />

meio às marcas daquela palma, existia uma mais recente, ainda rosada, recémcurada,<br />

o que lhe garantia que, naquele mês, era a palma esquerda que deveria<br />

usar.<br />

Sem hesitação, pressionou a lâmina afiada contra a pele e, com um<br />

movimento preciso, cortou-se.<br />

O sangue jorrou no mesmo momento, fazendo-a se lembrar do corte de<br />

Sevillana. Tinha sido exatamente no mesmo lugar, só que maior e mais profundo.<br />

Foi então que, de repente, percebeu o que mais ela havia visto na mão da<br />

mulher: marcas claras, finas, bem cicatrizadas... e muito familiares. Sentiu uma<br />

súbita vertigem e fechou os olhos para a varanda que girava.<br />

Como Sevillana podia ter as mesmas cicatrizes que ela? Apenas as mulheres<br />

de sua família praticavam aquele ritual, e isso fora feito em sigilo por várias<br />

gerações. Desde a morte de sua mãe, no ano anterior, ela pensava ser a última<br />

pessoa no mundo que conhecia o segredo das rosas cultivadas com sangue.<br />

Franziu a testa. Precisava descobrir mais sobre Sevillana. A primeira coisa que

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!