projeto pedagógico do curso de arquitetura e urbanismo

Projeto Pedagógico de Curso do Curso de Arquitetura e Urbanismo-CAU/DEC/CCET/UFMS
O Curso foi oficialmente criado em 29 de julho de 1999 através da Resolução CONSUN/UFMS
029/99. A primeira turma iniciou as aulas no dia 20 de março de 2000 sob a coordenação do prof. arq.
Roberto Hodgson.
3
Desde o início o Curso vem paralelamente ao desenvolvimento de suas atividades pedagógicas
cotidianas procurando inserir-se no universo da educação do arquiteto e urbanistas promovendo eventos
próprios ou propiciando e estimulando a participação de professores e acadêmicos em eventos
realizados por outras instituições.
As questões relativas às atividades do arquiteto e urbanista, notadamente àquelas referente a
qualidade de vida das cidades, especialmente de Mato Grosso do Sul, vem sendo debatidas e
analisadas visando preparar profissionais para contribuir na construção de cidades sustentáveis. O
curso, através das disciplinas oferecidas e de suas atividades complementares, vem buscando o
desenvolvimento do “saber”, do “saber ser” e do “saber fazer” através de um conjunto bem dosado de
teoria e prática, pontuado pela criatividade ética e responsável como elemento central da profissão.
Ainda que se reconheça que a universidade pública dispõe das melhores condições para desenvolver
um projeto de curso com estas orientações, explorando a inter e a trans-disciplinaridade e mobilizando
tecnologia, recursos e infra-estrutura das ciências humanas, sociais e exatas, compreende-se que as
dificuldades sociais e econômicas por qual atravessa o país impõe obstáculos de difícil, porém não
impossível, superação. Assim, dentro das limitações impostas pelas conjunturas social, política e
econômica vem procurando aprimorar e ampliar seu quadro docente, bem como suas instalações.
No ano de 2003, o quarto de funcionamento, o Curso promoveu ampla discussão a respeito de
seu projeto pedagógico culminando com a apresentação e aprovação no âmbito do Colegiado de Curso,
Conselho Departamental e Conselho de Centro da proposta de re-adequação de seu currículo. No início
de 2004, quando o Curso passa a funcionar plenamente, com o oferecimento de todas as séries e
concluindo um primeiro ciclo de existência, devendo ao no final do ano graduar a primeira turma, o novo
projeto pedagógico é aprovado pela Câmara de Ensino da Universidade e passa a ser praticado.
1.4 Necessidade Social do Curso de Arquitetura e Urbanismo
Se o Brasil passa por um período de grandes transformações onde o desequilíbrio social vem
sendo apontado como uma das questões mais preocupantes, o quadro em Mato Grosso do Sul é ainda
mais sério. O Estado conta hoje com uma população de 2.078.001 habitantes. Deste total, 1.747.106
habitantes, ou seja, 84% da população vive nas regiões urbanas de um de seus 77 municípios,
principalmente nos maiores como Campo Grande (6663.621) e Dourados (164.949). Na última década o
Estado apresentou um crescimento populacional médio com taxas de 4,5%, enquanto as demais regiões
do país apresentaram uma taxa média de 2,6%. Mato Grosso do Sul tem posição geográfica especial
próximo aos grandes centros consumidores do país e fazendo divisa com Paraguai e Bolívia. Além disto,
25% de sua área é ocupada por um santuário ecológico, o Pantanal. Recebe atualmente quase um
milhão de turistas por ano para conhecer as belezas do Pantanal, de Bonito e de outras regiões.
Segundo dados do IBGE (1998), 89,78% da população do Estado possuem acesso a água
tratada, 95,46% a iluminação elétrica, 68,8% tem imóvel próprio e 85,92% são considerados
alfabetizados. Os indicadores foram confirmados pela pesquisa realizada pelo IPEA-ONU, feita no Brasil
em 1996. O levantamento mostrou que Mato Grosso do Sul tem Índice de Desenvolvimento Humano –
IDH, de 0,848, superior ao indicador médio do Brasil de 0,830 e abaixo apenas do Distrito Federal, Rio
Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina. Apesar do quadro positivo, o Estado ainda sofre com a má
distribuição de renda, já que 31,71% das pessoas ocupadas recebem até dois salários mínimos (algo em
torno de US$100,00), e 23,36% recebem de dois a 10 salários mínimos. O mesmo levantamento
apontou que, em 1998, 39,19% da população não tinha rendimentos e atuavam na economia informal e
apenas 4,16% tinham mais de 10 salários mínimos.
Todos estes dados confirmam os inúmeros problemas encontrados nas cidades - grandes,
médias ou pequenas - em relação a insuficiência e pouca qualidade de edificações habitacionais,
educacionais, de atendimento à saúde, culturais, de lazer, entre outros, além de problemas urbanos
quanto ao transporte, ocupação de áreas impróprias, desenvolvimento sustentável, planejamento para o
futuro, etc.
A UNESCO em conjunto com a UIA – União Internacional dos Arquitetos – estabelece que o
ensino de arquitetura e urbanismo tenha como princípios: 1- qualidade de vida para todos os habitantes