Caderno Pedagógico - Tela Brasil

Se você quiser fazer uma imagem em câmera lenta, a lógica é a
mesma: é só gravar em 60 quadros por segundo e, na hora de exibir,
reproduzir a 30 quadros. Se em um segundo você gravou 60 quadros,
vai levar dois segundos para exibi-los a 30 quadros, dando a
impressão de câmera lenta, ou slow motion. A mesma coisa para as
imagens rápidas, ou em fast: quando você registra 15 quadros em
um segundo e exibe a 30 quadros por segundo, o que levaria um
segundo vai ser exibido em meio segundo. Tudo vai parecer duas
vezes mais rápido. Assim, um entardecer que demoraria 30 minutos,
por exemplo, pode ser acelerado para durar 30 segundos na tela.
“A luz não basta ou não deve ser só bonita. Eu renuncio a
uma luz bonita pela narrativa. Se a narrativa tiver um resultado
visual e for belo, melhor para mim. Mas se ela for só
narrativa, eu já estou satisfeito. Porque a função da luz não
é embelezar a imagem. A função da luz é servir à narrativa
do filme. Se ela estiver apenas bela, ela não serve ao filme.
Eu recuso a fotogenia em função da narrativa.” (Walter
Carvalho)
O trabalho da fotografia começa com o enquadramento. O diretor
pensou em um quadro lá atrás, quando fez a decupagem do roteiro.
Mas quem vai realizar esse enquadramento, quem vai encontrar a
posição correta da câmera, quem vai encontrar a luz para que esse
enquadramento imaginado pelo diretor se realize é o diretor de
fotografia e sua equipe. O diretor de fotografia pensa a melhor luz
para cada cena, o melhor enquadramento para que a história seja
contada.
Se a cena é de um casal namorando num lugar romântico, é melhor
fechar as cortinas e fazer com que a luz passe esse clima de romance.
É como na vida real: um jantar especial pode ficar muito mais especial
quando bem iluminado, não é Experimente marcar um jantar romântico
à luz de velas com a pessoa amada!
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