Caderno Pedagógico - Tela Brasil
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“Não há crise tecnológica. Não há crise na imagem. A crise<br />
é da representação. O mundo inteiro está organizado para<br />
fazer um cinema que atenda a uma necessidade: aquela que<br />
atinja o público. Daí, você tem um modelo de roteiro, um modelo<br />
de fotografia, de montagem, de produção – sobretudo de<br />
produção –, que é um modelo que existe lá num lugar chamado<br />
Hollywood. Um modelo que deu certo ali. Acho que o artista<br />
existe porque o mundo precisa de alguém que subverta. É preciso<br />
usar as mesmas ferramentas, as mesmas tecnologias, os<br />
mesmos princípios de Hollywood, de todos os mesmos modelos<br />
industrializados e consagrados, para subverter esses modelos<br />
todos.” (Walter Carvalho)<br />
Outra coisa importante no quadro criado pelo diretor de fotografia são<br />
as cores. O diretor de fotografia precisa pensar no mesmo conjunto<br />
de cores que a direção de arte pensou. Que cores existem no filme<br />
Qual é a “cara” desse filme Quais as cores dos personagens Como<br />
essas cores aparecem na tela Para decidir essas cores, é preciso<br />
sempre muita conversa entre o diretor de fotografia, o diretor de arte e<br />
o diretor do filme.<br />
Uma última coisa sobre a câmera: as baterias. Nunca se esqueça: no<br />
dia anterior da gravação, não deixe de carregar as baterias. Ninguém<br />
quer que a câmera “pife” no meio da filmagem, com todo mundo lá!<br />
“O que converge para você descobrir que fotografia é aquela que você<br />
está fazendo dentro do filme do parceiro é a ideia. Você se manifesta<br />
dentro daquela ideia. Você é criativo, mais ou menos, dentro daquela<br />
ideia. Tem cara que tem uma capacidade criativa extraordinária que<br />
extrapola todos os limites. Mas em cima de uma ideia. Claro que você<br />
não pode estar desatento com o acaso. O acaso em qualquer ramo da<br />
arte é extraordinário. Mas tem que estar atento. Porque o acaso às<br />
vezes passa quase esbarrando e, se você não estiver atento, você não<br />
vê, nem sabe que ele passou. É preciso estar atento, é preciso conceituar,<br />
é preciso estudar, é preciso aprofundar... Eu estudo, estudo,<br />
estudo, pesquiso, conceituo, acho que estou encontrando. Depois jogo<br />
tudo aquilo fora e aquilo vira subjetividade.” (Walter Carvalho)<br />
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