Manual Valores do Esporte.indd - Sesi
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<strong>Esporte</strong> e <strong>Valores</strong><br />
e Inglaterra os comportamentos relaciona<strong>do</strong>s com o fair play. Nesta investigação,<br />
o autor considerou, além das regras constitutivas (as regras<br />
formais que devem ser aceitas por to<strong>do</strong>s os joga<strong>do</strong>res), um “segun<strong>do</strong><br />
tipo de regras chamadas regras normativas, que podem ter diferenças<br />
de esporte para esporte, mas refletem o sistema de valores estabeleci<strong>do</strong>s<br />
pelos joga<strong>do</strong>res, pelos treina<strong>do</strong>res, pelos líderes e pelos adeptos”. O<br />
autor cita, como exemplo, o futebol, em que o atirar a bola para fora de<br />
campo para que um joga<strong>do</strong>r contundi<strong>do</strong> seja atendi<strong>do</strong> ajuda a promover<br />
o fair play. No entanto, travar com falta um joga<strong>do</strong>r de futebol da equipe<br />
adversária no meio campo quan<strong>do</strong> ele tem a oportunidade de criar uma<br />
situação de perigo também se constitui em regras normativas que implicam<br />
violações intencionais de regras constitutivas para conseguir alguns<br />
benefícios para a própria equipe. Este comportamento denomina<strong>do</strong> de<br />
“falta útil ou tática” torna-se um comportamento visto como legítimo por<br />
parte <strong>do</strong>s participantes <strong>do</strong> esporte de rendimento, e em conseqüência<br />
influencia os processos de socialização <strong>do</strong> esporte para jovens. Neste<br />
senti<strong>do</strong> o autor sugere tanto a educação <strong>do</strong> fair play quanto a reavaliação<br />
e alteração das regras <strong>do</strong> esporte de mo<strong>do</strong> a tornar disfuncional um comportamento<br />
de violação das regras.<br />
Um exemplo de estu<strong>do</strong> relaciona<strong>do</strong> a atletas profissionais e valores <strong>do</strong><br />
esporte é o de Tavares (1998), que diz que são escassos os estu<strong>do</strong>s que<br />
se dediquem a tematizar os valores, concepções e atitudes de atletas de<br />
esporte de rendimento a respeito <strong>do</strong> Olimpismo. Para o autor, essa temática<br />
se torna mais relevante a partir <strong>do</strong> momento em que as recomendações<br />
<strong>do</strong> Congresso Olímpico de 1994 apontaram para a atribuição aos<br />
atletas de um papel mais substantivo na direção <strong>do</strong> Movimento Olímpico<br />
internacional. Neste senti<strong>do</strong>, Tavares investigou entre atletas brasileiros<br />
que participaram <strong>do</strong>s Jogos Olímpicos de Atlanta (1996) as atitudes em<br />
relação a valores proclama<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Olimpismo: o internacionalismo, a harmonia<br />
físico-intelectual e o fair play. Segun<strong>do</strong> o autor, “os atletas tendem<br />
a concordar com valores proclama<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Olimpismo, no entanto, esta<br />
concordância é mediatizada pela articulação que fazem entre estes valo-<br />
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