O que resta dos grandes sonhos de um paÃs pequeno - Fonoteca ...
O que resta dos grandes sonhos de um paÃs pequeno - Fonoteca ...
O que resta dos grandes sonhos de um paÃs pequeno - Fonoteca ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Teatro/Dança<br />
A pintora<br />
<strong>que</strong> não<br />
consegue<br />
encontrar<br />
o branco<br />
Um texto interpela o<br />
público sobre a guerra,<br />
a <strong>de</strong>s<strong>um</strong>anida<strong>de</strong>, os<br />
acontecimentos violentos.<br />
Ana Maria Henri<strong>que</strong>s<br />
Terra sem Palavras<br />
De Dea Loher. Pela Assédio.<br />
Encenação <strong>de</strong> João Car<strong>dos</strong>o. Com<br />
Rosa Quiroga.<br />
Porto. Estúdio Zero. R. do Heroísmo, 86. De 27/03 a<br />
11/04. 3ª a Sáb. às 21h30. Dom. às 16h. 2,5€ a 8€.<br />
Em K. – <strong>que</strong> po<strong>de</strong> ser Kabul, mas<br />
também Bagda<strong>de</strong> ou Sarajevo -, <strong>um</strong>a<br />
artista partilha connosco a sua<br />
frustração criativa: “não consegue<br />
encontrar o branco”. Mas não é <strong>um</strong><br />
“branco qual<strong>que</strong>r”, conta-nos Rosa<br />
Quiroga, a actriz <strong>que</strong> interpreta a<br />
pintora sem nome em “Terra sem<br />
Palavras: o branco em <strong>que</strong>stão é a<br />
cor, ou a ausência da mesma, <strong>que</strong><br />
resulta da violência das explosões,<br />
da<strong>que</strong>las <strong>que</strong> povoam as cida<strong>de</strong>s em<br />
guerra. É o branco momentâneo, tão<br />
difícil <strong>de</strong> imortalizar.<br />
Em cena no portuense Estúdio<br />
Zero, com produção da Assédio –<br />
Associação <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ias Obscuras,<br />
“Terra sem Palavras” é <strong>um</strong> texto <strong>de</strong><br />
Dea Loher, dramaturga alemã <strong>que</strong><br />
<strong>de</strong>cidiu escrever sobre o blo<strong>que</strong>io<br />
Agenda<br />
Teatro<br />
Estreiam<br />
O Nosso Terror<br />
De D’ores et Déjà. Encenação <strong>de</strong><br />
Sylvain Creuzevault. Com Samuel<br />
Achache, Benoit Carré, Antoine<br />
Cegarra, Éric Charon, Pierre<br />
Devérines, Vladislav Galard, Lionel<br />
Gonzalez, Arthur Igual, Léo-Antonin<br />
Lutinier.<br />
Lisboa. Culturgest - Gran<strong>de</strong> Auditório. Rua Arco do<br />
Cego - Edifício da CGD. De 08/04 a 10/04. 5ª a Sáb.<br />
às 21h30. Tel.: 217905155. 5€ a 15€.<br />
Ver texto na págs. 30 e 31<br />
Tuning<br />
De Rodrigo Francisco. Pela<br />
Companhia <strong>de</strong> Teatro <strong>de</strong> Almada.<br />
Encenação <strong>de</strong> Joaquim Benite.<br />
Almada. Teatro Municipal <strong>de</strong> Almada - Sala<br />
Experimental. Av. Professor Egas Moniz. De 08/04<br />
a 02/05. 4ª a Sáb. às 21h30. Dom. às 16h. Tel.:<br />
212739360. 5€ a 11€.<br />
Die Maiers - Episódio I<br />
De Sabine Maier, Yogi Mohr.<br />
Encenação <strong>de</strong> Yogi Mohr. Com<br />
Sabine Maier, Yogi Mohr, Luca Maier,<br />
Branca Maier, August Maier.<br />
Dea Loher, dramaturga alemã, escreveu sobre<br />
o blo<strong>que</strong>io criativo <strong>que</strong> <strong>um</strong>a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vastada<br />
po<strong>de</strong> causar a <strong>um</strong> artista<br />
criativo <strong>que</strong> <strong>um</strong>a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vastada<br />
po<strong>de</strong> causar n<strong>um</strong> artista.<br />
Dirigida por João Car<strong>dos</strong>o, Rosa<br />
Quiroga dá vida a mais <strong>um</strong> monólogo<br />
produzido pela Assédio. A diferença<br />
é <strong>que</strong> <strong>de</strong>sta vez o sentimento “não é<br />
tão palpável como nos espectáculos<br />
anteriores”. Rosa explica: “alguém<br />
está encalhado n<strong>um</strong> quadrado da sua<br />
vida”. E o “quadrado” da pintora <strong>que</strong><br />
vive em K. é o seu atelier, <strong>um</strong>a divisão<br />
preenchida com <strong>um</strong> quadro <strong>de</strong><br />
ardósia on<strong>de</strong> se reflecte a passagem<br />
<strong>dos</strong> dias e das noites e <strong>um</strong> tapete <strong>que</strong><br />
é <strong>um</strong>a manta <strong>de</strong> retalhos. Enquanto<br />
beberica chá, <strong>de</strong>scalça, a pintora<br />
divaga sobre a inevitabilida<strong>de</strong> da<br />
podridão do corpo h<strong>um</strong>ano: “já<br />
ninguém aceita o <strong>que</strong> é<br />
Lisboa. Chapitô. R. Costa do Castelo, 1/7. De 08/04<br />
a 18/04. 5ª a Dom. às 22h. Tel.: 218855550. 8€ a 12€.<br />
Continuam<br />
Antígona<br />
De Sófocles. Encenação <strong>de</strong> Nuno<br />
Carinhas. Com Alexandra Gabriel,<br />
António Durães, Emília Silvestre,<br />
João Castro, Jorge Mota, José<br />
Eduardo Silva, Lígia Ro<strong>que</strong>, Maria do<br />
Céu Ribeiro, Paulo Freixinho, Pedro<br />
Almendra.<br />
Porto. Teatro Nacional São João. Pç. Batalha. Até<br />
23/04. 4ª a Sáb. às 21h30. Dom. às 16h00. Tel.:<br />
223401910. 3,75€ a 16€.<br />
Uma Família Portuguesa<br />
De Filomena Oliveira, Miguel Real.<br />
Pelo Teatro Aberto. Encenação <strong>de</strong><br />
Cristina Carvalhal. Com Bruno<br />
Simões, Carlos Malvarez, João Maria<br />
Pinto, Luísa Salgueiro, Teresa Faria.<br />
Lisboa. Teatro Aberto - Sala Vermelha. Pç.<br />
Espanha. Até 02/05. 4ª a Sáb. às 21h30. Dom. às<br />
16h. Tel.: 213880089. 7,5€ a 15€.<br />
N<strong>um</strong> Dia Igual aos Outros<br />
De John Kolvenbach. Encenação <strong>de</strong><br />
Marco Martins. Com Nuno Lopes,<br />
Gonçalo Waddington.<br />
Lisboa. Teatro Nacional D. Maria II - Sala Estúdio.<br />
aMa<strong>um</strong>MedíocremmRazoávelmmmBommmmmMuito BommmmmmExcelente<br />
verda<strong>de</strong>iramente belo, como o cheiro<br />
<strong>de</strong> <strong>um</strong> amigo. Como se pinta isso?”.<br />
Quando damos por ela já é noite<br />
outra vez, a luz já não il<strong>um</strong>ina o<br />
quadro <strong>de</strong> ardósia, a música indica<br />
<strong>que</strong> o dia está no fim e a pintora<br />
volta-se <strong>de</strong> costas para o público,<br />
como no início <strong>de</strong>sta viagem entre<br />
quatro pare<strong>de</strong>s. Ouvem-se sons <strong>de</strong><br />
carroças, cabras e crianças na rua,<br />
crianças <strong>que</strong> vão acabar por per<strong>de</strong>r<br />
<strong>um</strong> braço ou <strong>um</strong>a perna por<br />
pisarem <strong>um</strong>a mina perdida na<br />
estrada <strong>de</strong> terra batida. É esta<br />
realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> violência, pobreza e<br />
<strong>de</strong>sespero <strong>que</strong> blo<strong>que</strong>ia a nossa<br />
artista. “And then you are stuck”,<br />
repete, n<strong>um</strong> esforço <strong>de</strong> afirmação<br />
constante.<br />
Pç. D. Pedro IV. Até 18/04. 4ª a Sáb. às 21h45. Dom.<br />
às 16h15. Tel.: 213250835. 12€.<br />
A Balada da Margem Sul<br />
De Hel<strong>de</strong>r Costa, Jorge Palma<br />
(canções). Pela Barraca. Encenação<br />
<strong>de</strong> Hel<strong>de</strong>r Costa. Com Sérgio Moras,<br />
Ciomara Morais, Adérito Lopes,<br />
Pedro Borges, entre outros.<br />
Lisboa. A Barraca - Teatro Cinearte. Lg Santos, 2.<br />
Até 31/12. 5ª a Sáb. às 21h30. Dom. às 16h. Tel.:<br />
213965360. 5€ a 12,5€.<br />
Dança<br />
Estreiam<br />
Kings Cross<br />
De Pedro Pires.<br />
Porto. Teatro Helena Sá e Costa (ESMAE). R.<br />
Alegria, 503 (entrada pela R. da Escola Normal,<br />
“Este texto interpela o público<br />
sobre a guerra, a <strong>de</strong>s<strong>um</strong>anida<strong>de</strong>, os<br />
acontecimentos violentos. Põe o<br />
artista em confronto consigo, com a<br />
sua obra e com o <strong>que</strong> o leva a<br />
executá-la”, explica João Car<strong>dos</strong>o,<br />
acrescentando <strong>que</strong> não se preten<strong>de</strong><br />
<strong>que</strong> “Terra sem Palavras” seja <strong>um</strong><br />
espectáculo “tão virado para fora,<br />
mas mais intimista”.<br />
“E a dor? E a felicida<strong>de</strong>?”,<br />
<strong>que</strong>stiona-se – ou <strong>que</strong>stiona-nos a<br />
nós -, ao mesmo tempo <strong>que</strong> a luz e<br />
a música voltam a mudar, e as<br />
memórias passam a ser mais<br />
difusas, frases e conceitos lança<strong>dos</strong><br />
arbitrariamente: “You have seen<br />
the surface; pretty much the<br />
surface”.<br />
39). De 07/04 a 08/04. 4ª e 5ª às 21h30. Tel.:<br />
225189982.<br />
Continuam<br />
Maiorca<br />
De Paulo Ribeiro. Pela Companhia<br />
Paulo Ribeiro. Com Erika<br />
Gustamacchia, Gonçalo Lobato,<br />
Marta Cer<strong>que</strong>ira, Pedro Men<strong>de</strong>s,<br />
Romulus Neagu, Pedro Burmester.<br />
Torres Vedras. Teatro-Cine. Av. Tenente Valadim,<br />
19. Dia 03/04. Sáb. às 21h30. Tel.: 261338131. 5€.<br />
34 • Sexta-feira 2 Abril 2010 • Ípsilon