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Tradição Viva

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Propriedade e administração:<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstrasse 48<br />

8004 Zürich<br />

Directora: Sandra Ferreira CC nº 28 | Ano: XXI | N.º: 202 | Fevereiro 2015 | Mensal | Gratuito<br />

Tel.: 044 241 52 60<br />

Fax: 044 241 53 59<br />

Web: www.cldz.ch<br />

E-mail: info@cldz.ch<br />

Cantares das Janeiras do CLZ mantêm<br />

Cantares das Janeiras do CLZ mantêm<br />

<strong>Tradição</strong> <strong>Viva</strong><br />

“Ajudar não custa. Hoje por eles, amanhã por nós”<br />

Os donativos angariados revertem na totalidade a favor<br />

de instituições de pessoas carenciadas de Braga, Viana<br />

do Castelo, Viseu e Santarém.<br />

Editorial<br />

“a partir de agora será<br />

ainda mais difícil viver na<br />

Suíça” - pág. 03<br />

Direito internacional<br />

Diferendo Portugal-Espanha<br />

- uma questão de fronteiras<br />

- pág. 22<br />

Turismo<br />

Berlim - a “escapadinha ideal”<br />

para um fim-de-semana .<br />

- pág. 31


2 Lusitano de Zurique Publicidade<br />

Fevereiro 2015<br />

Edição anterior<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstr, 48<br />

8004 Zürich<br />

www.cldz.ch - info@cldz.ch<br />

Consulado Geral de Portugal em Zurique<br />

Zeltweg 13 - 8032 Zurique<br />

Tel. Geral: 044 200 30 40<br />

Serviços de ensino: 044 200 30 55<br />

Serviços sociais: 044 261 33 32<br />

Abertura de segunda a sexta-feira das<br />

08:30 às 14:30 horas<br />

Bufete, reserva de refeições 077 403 72 55<br />

Cursos de alemão 076 332 08 34<br />

Direcção<br />

044 241 52 60 / info@cldz.ch<br />

Futebol<br />

_________________________________<br />

InCentro<br />

incentro@cldz.ch<br />

Publicidade<br />

076 379 67 27 / mribatejo@hotmail.com<br />

Rancho folclórico<br />

076 344 15 40 / rancho@cldz.ch<br />

Vamos contar uma história 079 647 01 46<br />

Embaixada de Portugal<br />

Weitpoststr. 20 - 3000 Bern 15<br />

Secção consular: 031 351 17 73<br />

Serviçoa sociais: 031 351 17 42<br />

Serviços de ensino: 031 352 73 49<br />

Serviços municipais de informação para<br />

imigrantes - Zurique (Welcome Desk)<br />

Stadthausquai 17 - Postfach 8022 Zurique<br />

Tel.: 044 412 37 37<br />

Polícia 117<br />

Bombeiros 118<br />

Ambulância 144<br />

Intoxicações 145<br />

Rega 1414<br />

Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH<br />

Katholische Mission der Portugiesischsprechenden<br />

Fellenbergstrasse 291, Postfach 217 - 8047 Zürich<br />

Tel.: 044 242 06 40 7 044 242 06 45 - Email: mclp.zh@gmail.com<br />

Horário de atendimento:<br />

- segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h<br />

* Mensagem de agradecimento<br />

enviado ao Lusitano de Zurique


Fevereiro 2015<br />

Editorial<br />

Lusitano de Zurique<br />

3<br />

O Câmbio da desgraça alheia<br />

Se para alguns parece que o novo ano está a começar da melhor maneira,<br />

com a descida da taxa de cambio de 1.20 para 1 franco suíço por Euro, para<br />

outros é o início de um ano difícil com bastante exploração pelo meio.<br />

Foi a meados do mês de Janeiro que todos nós nos colamos às portas dos<br />

Bancos há espera que o Franco suíço descesse ainda mais, podendo assim<br />

enviar uns quantos pares de Euros para a nossa terra, visto que o valor era<br />

ela por ela.<br />

Enquanto uns davam aplausos pela boa nova do Banco Central Suíço, que<br />

desde 2011 tinha imposto o limite da taxa de câmbio a 1,20 francos e, de um<br />

momento para o outro, decidiu baixar essa taxa, promovendo assim a procura<br />

desmedida ao Euro, houve outros que se puseram a fazer contas à vida<br />

e viram que a partir de agora será ainda mais difícil viver na Suíça, visto que<br />

recebem mensalmente o seu ordenado em Euros: caso dos funcionários da<br />

função pública aqui na Suíça.<br />

Pois se esta situação se prolongar, não vai apenas afectar os trabalhadores do<br />

Estado Português, mas pode vir a afectar-nos a todos nós.<br />

Existem já empresas que devido a esta situação (como elas se gostam de desculpar)<br />

tiveram que alterar a sua produção, reduzindo a mão-de-obra mas<br />

aumentando a produção. E quem sofre com isso? O pobre trabalhador como<br />

sempre!. Este não apenas tem de se adaptar as novas mudanças, trabalhando<br />

a dobrar, como aceitar a nova carga horária, sem que esta seja paga, e caso<br />

se oponha é de imediato avisado que terá consequências, ou seja, o despedimento.<br />

A forma suja como o capitalismo brinca com o ser humano já não tem meio<br />

nem medidas.<br />

É cada vez mais importante termos a consciência que temos de ser nós próprios<br />

a reger as nossas vidas e não o dinheiro, pois se deixarmos que seja o<br />

contrário entramos em terreno de areias movediças donde dificilmente nos<br />

conseguiremos libertar.<br />

Sandra Ferreira - Directora<br />

Cartão de Identidade de Colaboradora<br />

das Comunidades nº 28<br />

lusitanozurique@gmail.com<br />

“<br />

a partir de agora<br />

será ainda mais<br />

difícil viver na Suíça<br />

“<br />

A forma suja<br />

como o capitalismo<br />

brinca com o ser<br />

humano já não tem<br />

meio nem medidas.<br />

“<br />

“<br />

Ficha técnica<br />

Publicidade<br />

Propriedade<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

8004 Zürich<br />

Email: info@cldz.ch<br />

Administração<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Directora<br />

4Sandra Ferreira - CC nº28<br />

lusitanozurique@gmail.com<br />

Sub-director<br />

4Armindo Alves - CC nº31<br />

alves.armindo@kronschnabl.ch<br />

Redacção e Colaboração<br />

4Cristina Fernandes Alves CC nº32<br />

4Maria José Bernardo CICC nº29<br />

4Pedro Nabais CC nº 30<br />

4Joana Araújo CC nº27<br />

4Jorge Rodrigues CC nº33<br />

4Daniel Bohren4Zuila Messmer<br />

4Domingos Pereira4Marta Pérez<br />

4Mónica Carvalhais4Emília Farinha<br />

4Mendes Serafim4Manuel Beja<br />

4Carlos Esperança4Carmindo de Carvalho<br />

4Pedro Barroso4Carlos Ademar<br />

4Amadeu Homem 4Carlos Paz4<br />

Nota: Os textos publicados, são da exclusiva responsabilidade dos seus<br />

autores e não representam necessariamente as opiniões do Lusitano de Zurique.<br />

Outras fontes:<br />

Publicidade:<br />

mribatejo@hotmail.com<br />

Tel.: 076 379 67 27<br />

Edição, composição e paginação<br />

Manuel Araújo -Jornalista 4365<br />

Braga – Portugal<br />

araujo@manuelaraujo.pt<br />

Tel.:(+351) 912 410 333<br />

Impressão: DM Braga<br />

Tiragem: 2000 exemplares<br />

Periodicidade: Mensal<br />

Distribuição gratuita<br />

Esta publicação não adopta<br />

Nem respeita o (des)Acordo<br />

Ortográfico.


4 Lusitano de Zurique<br />

Desporto<br />

Fevereiro 2015


Fevereiro 2015<br />

Comunidades<br />

Lusitano de Zurique<br />

5<br />

Está de volta a alegria do Folclore<br />

No passado dia 16 o Rancho do CLZ deu início<br />

aos trabalhos para mais um ano de actividade,<br />

para dar continuidade aos trabalhos que<br />

já são característicos deste grupo de aperfeiçoar<br />

os seus cantares e dançares.<br />

Tudo começou como previsto, com a presença<br />

de quase todos os membros, pois como já<br />

tinha ficado decidido do ano anterior o dia<br />

do ensaio foi antecipado para a Sexta-Feira,<br />

decisão tomada pela maioria dos membros<br />

do grupo, para que todos possam desfrutar<br />

mais do fim-de-semana.<br />

Este ano de 2015 promete ser mais um grande<br />

ano para o Rancho CLZ, tendo agendadas<br />

actuações aqui para Zurique, Locarno, Ticino<br />

e também em Portugal.<br />

Estamos disponíveis para responder aos convites<br />

feitos por quem nos quiser contratar<br />

para representar-nos as nossas danças, músicas<br />

e os nossos cantares, da qual nos orgulhamos<br />

muito, assim como de divulgar as<br />

nossas raízes as nossas tradições em festas,<br />

festivais e arraiais.<br />

Para terminar deixamos aqui um desafio a<br />

todos aqueles que gostem ou queiram experimentar<br />

a alegria do Folclore podem aparecer<br />

nos ensaios a Sexta-Feira das 20h às 22h,<br />

deixamos aqui todos os contactos para que<br />

nos possam contactar, teremos todo o gosto<br />

em dar todas as indicações.<br />

E-Mail/ rancho@cldz.ch<br />

Telm. 0041 76 344 15 40<br />

(António Fernandes)<br />

Facebook - Rancho CLZ


6 Lusitano de Zurique<br />

Comunidades<br />

Fevereiro 2015<br />

A tradição das Janeiras está viva na Suíça<br />

Armindo Alves<br />

Vivemos tempos modernos<br />

onde muitas coisas<br />

bonitas do passado são<br />

ignoradas. Temos uma<br />

cultura recheada de usos<br />

e costumes com requinte,<br />

que não devemos perder.<br />

Uma delas é o cantar as<br />

janeiras de porta em porta.<br />

Este costume existe em<br />

várias regiões de Portugal<br />

e também em vários<br />

Países, com nomes diferentes<br />

e ocorrem em dias<br />

diferentes conforme os<br />

países:<br />

- Na Grécia, no dia 24 de<br />

Dezembro, cantam-se as<br />

Kalandas.<br />

- No Reino Unidos e nos<br />

Estados Unidos, no dia 26<br />

de Dezembro cantam-se<br />

os Christmas Carols.<br />

Em Portugal canta-se as<br />

Janeiras, a 6 de Janeiro, no<br />

Dia de Reis e, no mesmo<br />

dia, canta-se em Espanha<br />

os Villancicos, geralmente<br />

acompanhados por pandeiretas<br />

e castanholas<br />

As Janeiras são uma tradição<br />

antiquíssima<br />

Formam-se grupos pequenos<br />

ou com dezenas<br />

de elementos que cantam<br />

e animam as localidades,<br />

indo de casa em casa ou<br />

colocando-se num local<br />

central (esta é uma versão<br />

mais recente), desejando<br />

de uma forma tradicional<br />

um bom ano a<br />

todos os presentes.<br />

Nos grupos de janeireiros<br />

toca-se pandeireta, ferrinhos,<br />

tambor, concertinas,<br />

acordeão, cavaquinho<br />

e viola.<br />

Em muitas aldeias esta<br />

tradição mantém-se viva,<br />

especialmente no Norte<br />

de Portugal e nas Beiras:<br />

“Nesta altura juntam-se<br />

os amigos que vão cantar<br />

as janeiras a casa dos vi-


Fevereiro 2015<br />

Comunidades<br />

Lusitano de Zurique<br />

7<br />

zinhos.<br />

Antigamente recebiam filhoses,<br />

vinho e outros artigos<br />

que as pessoas possuíam”<br />

No entanto, cantar as Janeiras<br />

ainda se faz um pouco<br />

por todo o País e na Suíça.<br />

Esta tradição mantém-se<br />

viva não só em Portugal<br />

como na Suíça.<br />

O Grupo das Janeiras do<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

nasceu em 2008 em que<br />

dois membros da direcção<br />

com mais 6 amigos resolveram<br />

pegar em alguns instrumentos<br />

musicais e saíram<br />

pelas ruas de Zurique a cantar<br />

as Janeiras e andaram<br />

de porta em Porta a desejar<br />

bom ano aos Portugueses.<br />

As instituições que visitamos<br />

foram muito receptivas<br />

a esta tradição que de imediato<br />

a direcção do Centro<br />

Lusitano de Zurique resolveu<br />

criar um Grupo, para<br />

manter esta tradição bem<br />

viva e como a gente tem<br />

sido muito generosa, resolvemos<br />

oferecer os donativos<br />

angariados a instituições<br />

mais necessitadas em<br />

Portugal.<br />

O Grupo tem crescido de<br />

ano para ano. Este ano contamos<br />

20 Membros de várias<br />

instituições do Cantão<br />

de Zurique, isto é: temos<br />

membros da direcção, do<br />

Rancho do Centro Lusitano<br />

de Zurique dos membros do<br />

Rancho de Wetzikon, membros<br />

da direcção da casa do<br />

Benfica de Zurique e alguns<br />

amigos.<br />

Neste Grupo verifiquei que<br />

unidos somos fortes e ninguém<br />

nos pára. Somos uma<br />

das comunidades maiores<br />

na Suíça, uma comunidade<br />

que tem muito para dar enquanto<br />

mais união houver,<br />

mais respeitados seremos<br />

e teremos o sucesso garantido.<br />

Este grupo está de parabéns,<br />

não só pelo empenho,<br />

mas também pela dedicação<br />

e pela vontade de ajudar<br />

o próximo. Eles têm sido<br />

incansáveis, dedicam horas,<br />

dias e fazem quilómetros<br />

por toda a Suíça. Este ano<br />

chegaram a ir a La Chaud-<br />

-de-Fond, somente com um<br />

objectivo, ajudar o próximo!<br />

Os donativos angariados<br />

são enviados na totalidade<br />

para as instituições escolhidas<br />

pela direcção do Centro<br />

Lusitano de Zurique.<br />

Gostaria de mencionar que<br />

os gastos extras que os elementos<br />

tem, não tem nada a<br />

ver com os donativos angariados,<br />

a gasolina, almoços,<br />

jantares, etc, são gastos dos<br />

próprios membros. Todo<br />

que cai no chapéu é para as<br />

instituições, os nossos chapéus<br />

só tem uma saída: as<br />

instituições!<br />

Os donativos angariados<br />

vão ser repartidos na totalidade<br />

por 4 instituições em<br />

Portugal.<br />

ço Berço Viana do Castelo<br />

(Acolhimento temporário<br />

de crianças em<br />

risco)<br />

ço Lar de Idosos de Cabreiros<br />

- Braga<br />

ço Centro Social da Freguesia<br />

de Moçarria -<br />

Santarém<br />

ço Centro de Mamografia<br />

de Viseu<br />

Venho por este meio mais<br />

uma vez agradecer às instituições,<br />

às Paróquias de<br />

Zurique, Luzern, Neuchatel<br />

e La Chaud-de Fond e a todos<br />

os restantes que nos<br />

acolheram, e que assim nos<br />

deram a oportunidade de<br />

Cantar as Janeiras.<br />

Um grande obrigado também<br />

a todos que contribuíram<br />

pela sua generosidade.<br />

O nosso lema é “Ajudar não<br />

custa, hoje por eles, amanhã<br />

por nós”<br />

SEGUROS<br />

Doença ( krakenkasse )<br />

196.65 Chf ( adultos / +25 anos )<br />

194.05 Chf ( adultos / 19-25 anos )<br />

47.05 Chf ( menores / 0-18 anos )<br />

VIDA<br />

VIAGEM<br />

AUTOMÓVEL<br />

PERDA DE SALÁRIO, etc...<br />

CRÉDITOS DESDE 8,9%<br />

“permissos” L, B, C


8 Lusitano de Zurique<br />

Fevereiro 2015<br />

SINDICATO DOS PROFESSORES NAS COMUNIDADES LUSÍADAS<br />

NOTA AOS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL<br />

PROFESSORES DE LÍNGUA E CULTURA PORTUGUESAS<br />

NA SUÍÇA NO LIMIAR DA POBREZA<br />

O que admira é que a grave situação dos professores de Língua e Cultura Portuguesas na Suíça<br />

só agora, depois de atingir o nível do insustentável, se tenha tornado assunto de conhecimento público.<br />

Na verdade, as tabelas salariais de todos os professores do Ensino Português no Estrangeiro, que<br />

datam de 2008 e foram ainda negociadas com o Ministério da Educação, antes da passagem do<br />

sistema para o Instituto Camões, são cada vez mais inadequadas para fazer face aos custos básicos<br />

em países cujo nível de vida é muito superior àquele em Portugal.<br />

Esta situação tem vindo a agravar-se nos últimos 3 anos com os cortes dos subsídios de Natal e<br />

de férias, assim como todo o tipo de aumentos registados na tributação fiscal e que têm atingido toda a<br />

função pública, mas especialmente os funcionários portugueses no estrangeiro, visto que todos os<br />

descontos lhes são feitos como se residissem em Portugal e não em países onde as despesas diárias<br />

são muito superiores. Neste ponto basta dizer que um professor de Português no estrangeiro paga<br />

mensalmente, em taxas extraordinárias, cerca de 1.200 euros.<br />

Quanto aos professores na Suíça, devido ao câmbio desfavorável, uma vez que as tabelas<br />

salariais são em euros, a situação agrava-se ainda mais, pois são duplamente penalizados, por um<br />

lado, devido aos descontos excessivos e por outro, devido ao problema cambial.<br />

Porém, e muito lamentavelmente, tanto o Instituto Camões como a Secretaria de Estado das<br />

Comunidades têm sempre ignorado deliberadamente esta realidade, apesar de o nosso Sindicato,<br />

desde 2010, chamar constantemente a atenção para a situação precária dos docentes na Suíça,<br />

situação essa que já levou vários a regressar a Portugal ou a procurar nesse país ocupação melhor<br />

remunerada.<br />

A supressão da taxa de câmbio fixa na Suíça vem agora agravar ainda mais o problema, pois a<br />

vida dos docentes, anteriormente já difícil, vai tornar-se impossível, visto irem sofrer reduções mensais<br />

entre 400 e 500 euros, facto que, aliado a um vencimento já insuficiente, lhes impossibilitará fazer face<br />

às despesas mais básicas.<br />

A tutela sempre jogou com a circunstância das ligações familiares e afetivas, que levam muitos<br />

professores a permanecer nos seus postos, mesmo com vencimentos inadequados, mas a partir de<br />

hoje essa opção deixou de existir, pois em média os docentes irão receber pouco mais de 2.000 francos<br />

mensais líquidos, importância que os colocará no limiar da pobreza, visto na Suíça 4.000 francos serem<br />

considerados o mínimo para permitir uma vida digna. Um professor suíço, em início de carreira, aufere<br />

mais de 5.000 francos mensais, o que coloca os professores portugueses no escalão de “pobres do<br />

ensino”.<br />

O nosso Sindicato enviou já ofício ao Secretário de Estado das Comunidades, chamando a<br />

atenção para a gravidade da situação e propondo um subsídio de emergência, estando também<br />

planeada uma ação de protesto junto da Embaixada de Portugal em Berna.<br />

Para mais informações contactar: Teresa Duarte Soares - 00491714775794<br />

18 de janeiro de 2015<br />

_____________________________________________________________________________________________________<br />

Contacto: Maria Teresa Duarte Soares Tel/Fax: 0049 911 941 9854<br />

Kesslerplatz 10<br />

teresa.duartesoares@t-online.de<br />

90489 Nuernberg- Alemanha


Fevereiro 2015<br />

Opinião<br />

Lusitano de Zurique<br />

9<br />

Biscates<br />

Jovens recém-chegados à Suíça aceitam trabalhos em regime de flexibilidade<br />

horária e biscates de madrugada, à noite, domingos, feriados e recebem sempre<br />

o mesmo valor por hora, enquanto o patrão, também ele pertencente à comunidade,<br />

arrecada riqueza com valor acrescentado graças à desgraça alheia.<br />

Domingos Pereira<br />

Passaram 128 anos que a Associação<br />

Internacional do Trabalho (AIT)<br />

publicou a reivindicação universal<br />

para as 8 horas de trabalho (formula<br />

3x8 – oito horas de trabalho diário;<br />

oito horas para lazer convívio e cultura<br />

e oito horas para dormir e descansar).<br />

Em Portugal, iniciou-se em 1919 com os trabalhadores<br />

da indústria e comércio, e só quatro décadas<br />

mais tarde, em 1962 foram os operários agrícolas<br />

que conquistaram as 8 horas de trabalho, pondo termo<br />

ao trabalho de sol a sol.<br />

Hoje, assim como em 1886, a formula dos 3x8 é uma<br />

reivindicação. Tendo em conta que o trabalho extraordinário<br />

“não é remunerado” monetariamente<br />

(mas sim através de banco de horas), e a flexibilidade<br />

horária imposta, que não é outra coisa que o adequar<br />

do horário de trabalho aos interesses do patrão.<br />

Ou seja, estas duas formas têm o objectivo de prolongar<br />

o dia de trabalho sem custos adicionais para o<br />

patrão e assim aumentar ainda mais os seus lucros.<br />

Porquê? Porque o salário do trabalhador é só uma<br />

pequena parte da riqueza criada durante a jornada<br />

de trabalho. Se o tempo de trabalho aumenta, se é<br />

intercalado ou reduzido em benefício das necessidades<br />

do patrão, este apodera-se de uma fatia maior<br />

da riqueza produzida.<br />

No seio da comunidade - que muito me preocupa – já<br />

se instalou esta consciência generalizada que a jornada<br />

de trabalho não tem regras nos horários, no calendário,<br />

nem na remuneração. E as maiores vítimas<br />

são os jovens que continuam a chegar à Suíça. Vão-se<br />

integrando no mundo laboral através de empresas<br />

(em muitos casos na área dos serviços) de patrões<br />

emigrantes que têm como objectivo a exploração.<br />

Estes jovens vêm de uma situação de precariedade<br />

laboral, desemprego prolongado, ou em busca do<br />

seu primeiro emprego. São vulneráveis, aceitam trabalho<br />

em regime de flexibilidade horária, biscates de<br />

madrugada, à noite, domingos, feriados. Esta disponibilidade<br />

do trabalhador é “compensada” sempre<br />

com o mesmo valor, enquanto o empregador arrecada<br />

riqueza com valor acrescentado, graças à desgraça<br />

alheia. O que mais me indigna em tudo isto, é<br />

saber que alguns patrões recrutadores desta força<br />

de trabalho, pertencem à comunidade.<br />

Também os funcionários públicos portugueses na<br />

Suíça (professores e funcionários consulares) já há<br />

diversos anos são vítimas de sucessivos ataques à<br />

contratação colectiva (cortes salariais) de sucessivos<br />

governos que são unha e carne “com o capital que não<br />

vêm o ser humano com direito a vida pessoal familiar,<br />

mas sim como um factor de produção do qual se deve<br />

retirar o máximo de lucro”.<br />

Gradualmente vitimizados pela taxa cambial há diversos<br />

anos, agora sofrem mais um corte de 20% nos<br />

seus míseros ordenados (que rondavam os 2400 Fr).<br />

Se antes tinham necessidade de recorrer aos biscates<br />

para equilibrar as finanças familiares agora será<br />

indispensável para sobreviver.<br />

Gostava de saber, qual é legitimidade de um Governo,<br />

de uma República e de seus representantes no<br />

terreno, que sabendo desta realidade deixaram andar<br />

e cinicamente assistem à degradação financeira,<br />

à exclusão social de centenas de famílias que se encontram<br />

ao serviço do estado neste país.<br />

Um grande espectador desta triste realidade é o<br />

caso do Sr. Secretario de Estado das Comunidades<br />

Portuguesas. Incapaz de cumprir o seu caderno de<br />

encargos, (como este caso especifico da Suíça), mas<br />

rigoroso os seus compromissos de lazer feitos aos<br />

Alpes Suíços nos últimos anos. Recordo-me há dois<br />

anos, quando questionado sobre a questão, o Sr. Secretario<br />

respondeu: “quando a câmbio lhes era favorável<br />

ninguém se lamentava…”<br />

“Patadas de burro não chegam ao céu”, diz o ditado<br />

popular. Mas a verdade é que os burros já não vestem<br />

albardas, mas sim, outras peças de vestuário. Os<br />

burros que me perdoem por usar exaustivamente o<br />

nome!


10 Lusitano de Zurique<br />

Comunidades<br />

Fevereiro 2015<br />

CURSO DE<br />

guitarra<br />

clássica<br />

Uma vez por semana<br />

Um trimestre<br />

custa só 150 Fr.<br />

(para não sócios 230 Fr.)<br />

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Armindo 079 222 09 14<br />

Nelson 076 640 48 27


Fevereiro 2015<br />

Actualidade<br />

Lusitano de Zurique<br />

11<br />

Autoridades internacionais arrasam Governo<br />

Agências<br />

Passos Coelho considerou que o país parte já “com<br />

algum avanço” para cumprir a meta de défice este<br />

ano.<br />

O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, reiterou que<br />

Portugal vai cumprir o objectivo do défice para 2015 e<br />

que o Governo tem sido “prudente nas previsões”, apesar<br />

das dúvidas do FMI conhecidas recentemente.<br />

Recordando que o défice das administrações públicas<br />

em 2014 desceu mais do que o antecipado pelo Governo,<br />

em cerca de 650 milhões de euros, Pedro Passos<br />

Coelho considerou que o país parte já “com algum<br />

avanço” para cumprir a meta de défice este ano.<br />

No Orçamento do Estado para 2015, o Governo antecipa<br />

um défice de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB),<br />

estimativa que é considerada demasiado optimista<br />

pelo FMI, que prevê, desde Novembro, que o défice orçamental<br />

seja de 3,4% do PIB no final deste ano.<br />

Por outro lado a Comissão Europeia e o FMI arrasaram<br />

o governo acusando Portugal de só ter feito um terço<br />

das reformas exigidas pela ‘troika’ e indicou que Governo<br />

só cumpriu 36% das reformas estruturais económicas,<br />

segundo mostra uma análise da Unidade Técnica<br />

de Apoio Orçamental (UTAO).<br />

A missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) a Portugal<br />

fez uma avaliação muito severa do programa de<br />

ajustamento português, mas a Comissão Europeia, que<br />

divulgou a sua versão no final de Dezembro, também<br />

não se fica atrás e dá nota de 36% no exame das reformas<br />

estruturais.<br />

O governo, através do Primeiro-Ministro, Pedro Passos<br />

Coelho, argumentou que as conclusões do FMI refletem<br />

“uma realidade que já não existe”.<br />

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12 Lusitano de Zurique<br />

SUÍÇOS EM PORTUGAL<br />

Economia<br />

Fevereiro 2015<br />

Disparo das taxas de manutenção leva<br />

expatriados a fecharem contas na Suíça<br />

Os expatriados suíços que vivem em Portugal queixam-se das taxas de manutenção<br />

que os bancos lhes estão a cobrar pelas contas que possuem no país natal. Os<br />

aumentos verificados nos últimos anos levaram muitos a encerrarem as contas,<br />

perdendo o que consideravam um vínculo à Confederação Helvética.<br />

(Keystone)<br />

Por Filipa Soares<br />

Apesar de todos se queixarem deste<br />

problema, poucos são os que<br />

aceitam dar uma entrevista sobre<br />

este tema. Na Área Metropolitana<br />

do Porto, swissinfo.ch falou com<br />

duas cidadãs suíças, que há dezenas<br />

de anos vivem em Portugal,<br />

mas nenhuma quis dar a cara. Uma<br />

delas já encerrou a conta na Suíça,<br />

bem como as dos três filhos. A outra<br />

mantém uma conta, para não<br />

perder uma ligação simbólica com<br />

o seu país.<br />

É com “muito desgosto” e revolta<br />

que Silvia T. nos conta que, há dois<br />

anos, encerrou a sua conta bancária<br />

na Suíça, que tinha aberto<br />

muito antes de pensar em emigrar.<br />

“Fechei quando subiram muito as<br />

taxas. Estava a pagar quase 400<br />

francos suíços por ano e os juros<br />

eram praticamente zero. Só tinha<br />

prejuízo e não valia a pena pela verba<br />

que tinha depositada fazer este<br />

esforço”, diz, acrescentando que<br />

transferiu o dinheiro para Portugal,<br />

onde “os juros até são mais altos”.<br />

Mas para Silvia, encerrar a conta<br />

não é apenas uma questão de números:<br />

“É uma tristeza que não tem<br />

bem a ver com o dinheiro que se<br />

ganha ou que se perde… Tem a ver<br />

com a tristeza de que nós não temos<br />

mais uma conta no nosso país.<br />

É isso que dói!”<br />

Doeu-lhe ainda mais fechar as contas<br />

dos três filhos, que tinham sido<br />

abertas pelos “avós suíços” quando<br />

eles nasceram: “Há uma certa<br />

tradição de abrir contas para as<br />

crianças, para as ensinar a poupar.<br />

Isso faz parte da nossa cultura. Os<br />

meus pais abriram-lhes as contas e<br />

foram depositando lá dinheiro para<br />

o futuro deles”. O valor sentimental<br />

não resistiu às elevadas taxas de<br />

manutenção: “As contas dos meus<br />

filhos foram fechadas, porque eles<br />

não tinham dinheiro suficiente para<br />

sustentar durante muito tempo essas<br />

taxas”.<br />

Transtornos<br />

O encerramento da sua conta pessoal<br />

mudou a rotina das muitas viagens<br />

de Silvia à Suíça. Agora, tem<br />

de fazer como qualquer cidadão estrangeiro<br />

e cambiar a moeda. Mas<br />

o que mais a preocupa é como vai<br />

fazer para receber a sua reforma da


Fevereiro 2015<br />

Economia<br />

Lusitano de Zurique<br />

13<br />

Suíça, quando deixar de trabalhar:<br />

“Vou ter de arranjar uma solução se<br />

entretanto não voltar para a Suíça”.<br />

Esta professora chegou a queixar-<br />

-se das altas taxas de manutenção<br />

ao banco, cujo nome prefere não<br />

revelar, que lhe explicou a razão dos<br />

aumentos: “Disseram-me que as<br />

coisas se complicaram imenso com<br />

os escândalos que tinha havido nos<br />

Estados Unidos e que realmente<br />

não lhes compensava ter contas de<br />

suíços no estrangeiro, porque elas<br />

têm pouco dinheiro e poucos movimentos.<br />

Só davam trabalho.” Silvia<br />

compreendeu então que “o aumento<br />

sucessivo das taxas foi a forma<br />

que encontraram para se livrar dos<br />

clientes”, porque “não querem mais<br />

dinheiro estrangeiro, devido a estas<br />

confusões todas: fugas de capitais,<br />

fugas ao fisco…”<br />

Bancos suíços envolvidos em questões<br />

legais nos EUA<br />

Muitos bancos suíços ainda estão<br />

envolvidos em questões legais relacionadas<br />

com a evasão fiscal nos<br />

Estados Unidos. Vários estão a ser<br />

investigados criminalmente, enquanto<br />

mais de cem estão a braços<br />

com sanções financeiras que resultaram<br />

de um programa de não-<br />

-acusação acertado entre as autoridades<br />

suíças e norte-americanas,<br />

que lhes permitiu evitar processos<br />

judiciais em troca de informação<br />

sobre as suas actividades nos Estados<br />

Unidos.<br />

Apesar das explicações, a emigrante<br />

suíça não se conforma: “Acho que<br />

devia ser possível arranjar uma excepção<br />

para quem quer continuar a<br />

ter uma conta no seu país, até porque<br />

as pessoas podem voltar, mas<br />

eles não mostram muita abertura.<br />

Neste momento não estão mesmo<br />

interessados.”<br />

Silvia lembra que o governo, “que<br />

não tem nada a ver com os bancos”,<br />

tentou arranjar uma alternativa<br />

para os expatriados suíços através<br />

do banco dos correios, o PostFinance,<br />

mas recorda também que para<br />

abrir uma conta nesta instituição<br />

há que ir lá pessoalmente: “Há pessoas<br />

que vivem na América do Sul<br />

ou na China e outras que são idosas,<br />

pelo que não podem ir à Suíça<br />

abrir uma conta”.<br />

“É algo simbólico”<br />

Ao contrário de Silvia, Maria, que<br />

também reside em Portugal há<br />

muitos anos, continua a ter uma<br />

conta na Suíça, no Zürcher Kantonalbank,<br />

que lhe custa 240 francos<br />

suíços por ano. Explica-nos que só<br />

ainda não a fechou porque “é algo<br />

simbólico, uma ligação com a Suíça”,<br />

mas também “por preguiça”.<br />

“Não me faria falta. Não tenho contas<br />

para pagar na Suíça”, realça,<br />

embora admita que a conta lhe faz<br />

jeito para poder efectuar levantamentos<br />

em francos quando visita o<br />

país natal.<br />

“Se tivéssemos cem mil francos na<br />

conta seria diferente, mas com dois<br />

ou três mil não somos interessantes<br />

como clientes”, atira, embora<br />

compreenda que os bancos têm<br />

cada vez mais trabalho e consequentemente<br />

mais custos.<br />

Tal como muitos outros expatriados<br />

suíços descontentes com o<br />

aumento acentuado das taxas de<br />

manutenção, Maria e uma amiga<br />

chegaram a escrever uma carta ao<br />

banco, queixando-se da situação.<br />

E o governo suíço não deveria intervir?<br />

“É uma coisa entre cliente e<br />

banco”, conclui.<br />

Mais requisitos, mais custos<br />

Os bancos dizem que os requisitos<br />

administrativos para expatriados<br />

têm vindo a aumentar,<br />

elevando, por isso, as taxas de<br />

manutenção. Desde os atentados<br />

de 11 de Setembro, foram<br />

introduzidas novas leis para<br />

combater o terrorismo e a lavagem<br />

de dinheiro, o que veio aumentar<br />

a burocracia necessária<br />

para cada conta.<br />

O conflito com os EUA agravou o<br />

problema.


14 Lusitano de Zurique<br />

Direito<br />

Fevereiro 2015<br />

AUTOMÓVEIS<br />

REPARAÇÕES<br />

X.P. levou o seu carro com o valor estimativo<br />

de Fr. 2.000 a um mecânico para<br />

reparação. Apesar de perguntar regularmente<br />

pelo telefone, o carro nem<br />

passados meses estava pronto. X.P. ouviu<br />

sempre desculpas diferentes por<br />

parte do mecânico. Passados alguns<br />

meses X.P. viu uma boa oferta por um<br />

carro usado e comprou-o, por precisar<br />

de um carro para exercer a sua profissão.<br />

Quando 6 meses depois o primeiro<br />

carro estava finalmente reparado, o<br />

mecânico só o queria entregar, se X.P.<br />

pagasse imediatamente os custos de reparação<br />

no montante de Fr. 3.000. X.P.<br />

é da opinião, que seria antes ela quem<br />

teria pelo atraso direito a uma indemnização<br />

e veio perguntar-me, como deve<br />

proceder.<br />

Só é contemplada com uma indemnização, quem tenha<br />

tido um dano, devido ao mau cumprimento das<br />

suas obrigações de um parceiro contratual. Um dano<br />

tem de ser comprovado, quer dizer, ou o valor patrimonial<br />

(ativos) diminiu devido ao mau cumprimento das<br />

obrigações do parceiro contratual ou as dívidas (passivos)<br />

são maiores, ou se pode comprovar, que não houve<br />

um ganho, devido ao mau cumprimento das obrigações<br />

do parceiro contratual. É preciso, para além do<br />

dano, que haja uma conexão suficiente entre o mau<br />

cumprimento das obrigações do parceiro contratual e<br />

o dano.<br />

X.P. não teve danos. Gastou de facto dinheiro num carro<br />

novo, mas tem em contrapartida um carro no valor<br />

do dinheiro gasto. As valor patrimonial não diminuíu<br />

por isso. Não pode exigir uma indemnização.<br />

O mecânico tem por princípio a obrigação de reparar o<br />

carro dentro de um prazo aceitável, quer dizer dentro<br />

de um espaço de tempo usual para uma tal reparação.<br />

Quem é da opinião de que o mecânico demora tempo<br />

demais com a reparação, pode pôr um prazo para o fim<br />

da reparação ao mecânico. Tal deverá ser feito, com<br />

vista a uma possível disputa em tribunal, por escrito e<br />

enviado com uma carta registada. Se o carro ainda não<br />

estiver reparado dentro deste prazo, então pode-se ir<br />

buscar o carro e levá-lo para reparação a um outro mecânico.<br />

Os custos extraordinários, como custos de ir<br />

buscar, custos mais elevados do outro mecânico, custos<br />

adicionais pelo aluguer de um carro, etc… podem<br />

ser imputados como danos. Quem no entanto não faz<br />

durante meses nada e aceita as desculpas do mecânico,<br />

como o fez X.P., aceita assim o prolongamento do<br />

prazo e só muito dificilmente pode depois fazer valer o<br />

seu direito a uma indemnização.<br />

Sem outros acordos uma fatura para a reparação<br />

duma mobília deve ser paga no ato da entrega da mobília<br />

reparada. Portanto X.P. tem, por princípio, de pagar<br />

ao mecânico ao ir buscar o carro, ou antes, o mecânico<br />

pode guardar o carro, enquanto a dívida da cliente<br />

não for paga. X.P. tem por isso apenas duas hipóteses.<br />

Não vai buscar o automóvel e não paga ou paga o valor<br />

total da fatura, cujo montante ela por diversas razões<br />

não considera justificado, e obtém o seu carro. No primeiro<br />

caso o mecânico pode por meio do agente de<br />

execução fazer leiloar o carro e fazer-se pagar a sua<br />

fatura desse rendimento acrescido dos custos da venda<br />

judiciária. X.P. poderia defender-se contra o leilão,<br />

comprovando, que a exigência do mecânico não é justificada.<br />

No segundo caso X.P. poderia, após entrega<br />

do carro, apresentar uma queixa para devolução de<br />

uma parte da fatura, que ela contesta.<br />

Uma vez que o carro segundo a estimativa de X.P. só<br />

vale Fr. 2.000 e a exigência do mecânico é, no entanto,<br />

de Fr. 3.000, aconselho a deixar o carro na oficina e a<br />

esperar pelo que o mecânico faz. Se o mecânico vender<br />

o automóvel por livre recreação, ou seja, sem ser<br />

leiloado pela autoridade de execução, tal seria um desfalque,<br />

uma figura delituosa, que pode ser punida com<br />

até 5 anos de prisão. X.P. poderia denunciar o mecânico<br />

e exigir uma indemnização no montante do valor do<br />

veículo deduzindo os custos de reparação justificados.<br />

Tem perguntas que digam respeito ao direito?<br />

Envie a sua pergunta com a indicação “Lusitano” a:<br />

Bohren Rechtsanwalt, Postfach 229, 8024 Zürich<br />

ou para mail@dbohren.ch<br />

ou grave a sua pergunta no respondedor automático<br />

do Lusitano 044/241 52 60


Fevereiro 2015<br />

Saúde<br />

Lusitano de Zurique<br />

15<br />

O QUE É QUE O CÉREBRO TEM A VER COM<br />

A SAÚDE?<br />

Nelson S. Lima<br />

Por que não se fazem campanhas sobre a saúde<br />

mental e cerebral?<br />

Não são muitas as pessoas que se questionam<br />

sobre isto. Geralmente, reportam-se àquilo que<br />

entendemos por “mente” (de onde nasceu a Psicossomática,<br />

uma área médica que estuda a relação<br />

entre os estados mentais e o organismo).<br />

Muitos seres vivos podem viver sem ter uma “mente”.<br />

Nós também, mas já num estado-limite. Mas,<br />

sem cérebro, não temos hipótese. Nenhuma.<br />

Qualquer “abalo”, perturbação disfuncional, lesão<br />

ou anomalia no cérebro pode ter profundo impacto<br />

no organismo e na sua saúde.<br />

O cérebro, como órgão, tem as suas doenças (como<br />

o temível Alzheimer) mas, ele mesmo, determina,<br />

em boa medida, o estado geral da nossa saúde.<br />

Um cérebro mal tratado, vítima de violências várias<br />

(tabaco, stresse, má alimentação, desnutrição, drogas,<br />

lesões, sedentarismo, álcool, toxinas, aditivos e<br />

tantos outros adversários) coloca-nos numa situação<br />

de grande fragilidade (não apenas “mental”) e<br />

pode empurrar os restantes órgãos para a doença e<br />

até a morte.<br />

É pena que tantas campanhas se façam sobre o<br />

coração mas praticamente nenhuma sobre o cérebro<br />

(por exemplo, muitos problemas de coração<br />

derivam de mau funcionamento de áreas cerebrais<br />

relacionadas com o ritmo cardíaco).<br />

Foto: Os 500 quilómetros de vasos sanguíneos do cérebro


16 Lusitano de Zurique<br />

Fevereiro 2015<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

com apoio da prefeitura da cidade<br />

CURSO BÁSICO<br />

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Atenção: Número de vagas limitado!<br />

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Prof. Ronaldo Wyler 076 / 332 08 34 Centro Lusitano de Zurique<br />

Zuila Messmer 079 / 560 85 09 Birmensdorferstrasse 48 *<br />

8004 Zürich<br />

*) Atrás do „CARITAS“ - Tram 9 ou 14 até Bahnhof Wiedikon


Fevereiro 2015<br />

Língua<br />

Lusitano de Zurique<br />

Combate ao acordo ortográfico passa<br />

também pelo Windows 10<br />

17<br />

Se pensavam que a questão<br />

do acordo ortográfico já se tinha<br />

dissipado, eis que há quem<br />

não deixe cair o assunto no esquecimento<br />

e peça à Microsoft<br />

para que disponibilize no Windows<br />

10 uma opção para se<br />

usar português em versão pré-<br />

-acordo ortográfico.<br />

O mais recente acordo ortográfico<br />

da língua portuguesa sempre<br />

esteve envolto em polémica,<br />

sendo considerado ilegal<br />

por muitos, e tendo também<br />

sofrido vários revezes quando<br />

outros países de língua portuguesa<br />

se recusaram a adoptá-<br />

-lo (deitando por terra a ideia<br />

de que seria para “unificar” a<br />

língua portuguesa).<br />

Pela minha parte, como devem<br />

ter reparado, continuo<br />

a escrever “à moda antiga” e<br />

penso que melhor seria que<br />

se centrassem as discussões<br />

em coisas mais importantes e<br />

críticas. Fico horrorizado pela<br />

quantidade de jovens - e também<br />

menos jovens - que dão<br />

erros ortográficos absurdamente<br />

básicos. Pelo que, pouco<br />

importa qual seja o acordo<br />

ou desacordo... se depois cada<br />

um escrever as palavras com<br />

erros.<br />

Se acharem que o assunto<br />

merece alguns momentos do<br />

vosso tempo e acharem que<br />

faz sentido que o próximo<br />

Windows 10 dê a opção de se<br />

ter o sistema em português<br />

“pré-AO” (http://segue.se/<br />

dnm), então não deixem de<br />

votar na sugestão para tal nos<br />

fóruns da Microsoft.<br />

http://abertoatedemadrugada.com


18 Lusitano de Zurique<br />

Religiões<br />

Fevereiro 2015<br />

AS RELIGIÕES E O TERRORISMO<br />

Os principais conflitos<br />

do final do século XX<br />

e dos inícios do novo<br />

milénio possuem um<br />

transfundo religioso.<br />

Assim, na Irlanda, no<br />

Kosovo, em Cachemira,<br />

no Afeganistão, no Iraque<br />

e no novo Estado Islâmico,<br />

extremamente<br />

violento. Ficou claro em<br />

Paris com o assassinato<br />

dos cartunistas e outras<br />

pessoas por fundamentalistas<br />

islâmicos. Como<br />

nisso entra a religião?<br />

Não sem razão escreveu<br />

Samiuel P. Huntington em<br />

seu conhecido livro O choque<br />

de civilizações: “No<br />

mundo moderno, a religião<br />

é uma força central, talvez<br />

a força central que motiva<br />

e mobiliza as pessoas….O<br />

que em última análise conta<br />

para as pessoas não é<br />

a ideologia política nem o<br />

interesse económico; mas<br />

aquilo com que as pessoas<br />

se identificam são as convicções<br />

religiosas, a família<br />

e os credos. É por estas<br />

coisas que elas combatem<br />

e até estão dispostas a dar<br />

a sua vida” (1997, p.79).<br />

Ele critica a política externa<br />

norte-americana por<br />

nunca ter dado o devido<br />

peso ao factor religioso,<br />

considerado algo passado<br />

e ultrapassado. Ledo engano.<br />

É o substrato dos<br />

mais graves conflitos que<br />

estamos vivendo.<br />

Quer queiramos ou não,<br />

e não obstante o processo<br />

de secularização e o<br />

eclipse do sagrado, grande<br />

parte da humanidade<br />

orienta-se pela cosmovisão<br />

religiosa judaica,<br />

cristã, islâmica, xintoísta,<br />

budista e outras.<br />

Como já afirmava Christopher<br />

Dawson (1889-<br />

1970), o grande historiador<br />

inglês das culturas:<br />

“as grandes religiões<br />

são os alicerces sobre<br />

as quais repousam as<br />

civilizações”(Dynamics of<br />

World History,1957,p.128).<br />

As religiões são o “point<br />

d’honneur” de uma cultura,<br />

pois através dela projecta<br />

os seus grandes sonhos,<br />

elabora os seus ditames<br />

éticos, confere um<br />

sentido à história e tem<br />

uma palavra a dizer sobre<br />

os fins últimos da vida e do<br />

universo. Somente a cultura<br />

moderna não produziu<br />

religião nenhuma. Encontrou<br />

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Fevereiro 2015<br />

Religiões<br />

Lusitano de Zurique<br />

19<br />

denunciada por Nietzsche que proclamou a morte<br />

de Deus. Não que Deus tenha morrido, pois<br />

não seria Deus. É o facto de que os homens mataram<br />

Deus. Com isso queria significar que Deus<br />

não é mais ponto de referência para valores fundamentais,<br />

para uma coesão por cima entre os<br />

humanos. Os efeitos estamo-los a viver num nível<br />

planetário: uma humanidade sem rumo, uma solidão<br />

atroz e o sentimento de desenraizamento,<br />

sem saber para onde a história nos leva.<br />

Se quisermos ter paz neste mundo precisamos<br />

resgatar o sentimento do sagrado, a dimensão<br />

espiritual da vida que estão nas origens das religiões.<br />

Na verdade, mais importante que as religiões<br />

é a espiritualidade que se apresenta como a<br />

dimensão do humano profundo. Mas a espiritualidade<br />

exterioriza-se sob a forma de religiões, cujo<br />

sentido é alimentar, sustentar e impregnar a vida<br />

de espiritualidade. Nem sempre o realiza porque<br />

quase todas as religiões, ao institucionalizarem-<br />

-se, entram no jogo do poder, das hierarquias e<br />

podem assumir formas patológicas. Tudo o que<br />

é sadio pode ficar doente. Mas é pelo “sadio” que<br />

medimos as religiões, bem como as pessoas e não<br />

pelo “patológico”. E aí vemos que elas preenchem<br />

uma função insubstituível: a tentativa de dar um<br />

sentido último à vida e oferecer um quadro esperançoso<br />

da história.<br />

Ocorre que hoje o fundamentalismo e o terrorismo,<br />

que são patologias religiosas, ganharam relevância.<br />

Em grande parte deve-se ao devastador<br />

processo de globalização (na verdade é ocidentalização<br />

do mundo) que passa por cima das diferenças,<br />

destrói identidades e impõe-lhes hábitos<br />

estranhos.<br />

Geralmente, quando isso ocorre, os povos agarram-se<br />

àquelas instâncias que são os guardiães<br />

de sua identidade. É nas religiões que guardam as<br />

suas memórias e os seus melhores símbolos. Ao<br />

sentirem-se invadidos como no Iraque e no Afeganistão,<br />

com milhares de vítimas, refugiam-se em<br />

suas religiões como forma de resistência. Então a<br />

questão não é tanto religiosa. Ela é antes política<br />

que se serve da religião para se autodefender. A<br />

invasão gera raiva e vontade de vingança. O fundamentalismo<br />

e o terrorismo encontram nesse<br />

complexo de questões o seu nicho de origem. Daí<br />

os atentados do terror.<br />

Como superar este impasse civilizacional? Fundamental<br />

é viver a ética da hospitalidade, dispor-se<br />

a dialogar e aprender com o diferente, viver a tolerância<br />

activa, sentir-se humano.<br />

As religiões precisam reconhecer-se mutuamente,<br />

entrar em diálogo e buscar convergências mínimas<br />

que lhes permitem conviver pacificamente.<br />

Antes de mais nada importa reconhecer o pluralismo religioso,<br />

de facto e de direito. A pluralidade deriva de uma correcta<br />

compreensão de Deus. Nenhuma religião pode pretender enquadrar<br />

o Mistério, a Fonte originária de todo ser ou qualquer<br />

nome que quisermos dar à Suprema Realidade, nas malhas<br />

de seu discurso e de seus ritos. Se assim fora, Deus seria um<br />

pedaço do mundo, na realidade, um ídolo. Ele está sempre<br />

mais além e sempre mais acima. Então, há espaço para outras<br />

expressões e outras formas de celebrá-lo que não seja exclusivamente<br />

através desta religião concreta.<br />

Os onze primeiros capítulos do Génesis encerram uma grande<br />

lição. Neles não se fala de Israel como povo escolhido. Refere-<br />

-se aos povos da Terra, todos como povos de Deus. Sobre eles<br />

paira o arco-íris da aliança divina. Esta mensagem recorda-<br />

-nos ainda hoje que todos os povos, com as suas religiões e<br />

tradições, são povos de Deus, todos vivem na Terra, jardim<br />

de Deus e que formam a única Espécie Humana composta de<br />

muitas famílias com suas tradições, culturas e religiões.<br />

in Zurzir/Leonardo Boff [1]<br />

[1] Teólogo brasileiro, escritor e professor universitário, é expoente<br />

da Teologia da Libertação no Brasil. Foi membro da<br />

Ordem dos Franciscanos, e é respeitado pela sua história de<br />

defesa das causas sociais e pelo debate de questões ambientais.<br />

Colunista do Jornal do Brasil online.<br />

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(Fumar, Álcool, Drogas, etc.)<br />

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20 Lusitano de Zurique<br />

Opinião<br />

Fevereiro 2015<br />

Os impossíveis que teimam acontecer<br />

Extremas esquerda e direita de mãos dadas na Grécia assustam europeus.<br />

Hélder Sá Fernandes (*)<br />

A ideia pode parecer...<br />

“radical”. Mas, a verdade<br />

é que, uma vez mais, se<br />

provou que o “impossível”<br />

não existe e, paradoxalmente,<br />

acabou por<br />

acontecer. A Grécia foi a<br />

eleições no passado domingo,<br />

tendo dado a vitória<br />

ao Syriza, partido que<br />

quase conquistou a maioria<br />

absoluta. Como é do<br />

senso comum, de há uns<br />

meses a esta parte, o Syriza<br />

representa teórica e<br />

ideologicamente a Extrema<br />

Esquerda grega. Mais<br />

chocada ficou a Europa<br />

quando Tsipras - futuro<br />

Primeiro-Ministro - deu a<br />

saber que, muito provavelmente,<br />

governará em<br />

coligação com o ANEL,<br />

partido independentista<br />

grego, oriundo de uma<br />

Direita também ela tida<br />

como radical.<br />

Não me parece, contudo,<br />

que tenha sido na ideologia<br />

que os gregos votaram.<br />

Creio, antes de mais,<br />

que votaram em quatro<br />

ou cinco ideias fundamentais:<br />

dizer “basta” aos<br />

partidos dos governos<br />

que levaram a Grécia à situação<br />

em que hoje está;<br />

“Os gregos não votaram<br />

em Partidos ou Ideologias...<br />

os gregos votaram<br />

em pessoas e ideias.”<br />

lutar contra a asfixiante<br />

austeridade (imagine-se<br />

Portugal numa situação<br />

quatro ou cinco vezes<br />

pior); mostrar à Troika e<br />

aos líderes da União Europeia<br />

que aquelas ilhas<br />

ainda pertencem ao povo<br />

helénico e que são eles<br />

que, em última instância,<br />

mandam no seu próprio<br />

destino; combater as oligarquias<br />

corruptas instaladas,<br />

construindo uma<br />

nova ordem social e económica;<br />

e, por fim, bater<br />

o pé firmemente à União<br />

Europeia (como anunciando:<br />

“Assim não! Não contem<br />

connosco. Se querem<br />

que continuemos a<br />

pagar, temos que rever a<br />

situação porque morrem<br />

pessoas à fome, desta<br />

maneira, e isso é indigno<br />

e imoral”).<br />

Por um outro prisma, o<br />

próprio entendimento do<br />

Syriza enquanto partido<br />

“radical” ou “extremista”<br />

não deixa de ser resultado<br />

de uma sociedade<br />

habituada aos rótulos. Se<br />

um partido que consegue<br />

quase 50% dos assentos<br />

parlamentares no seu<br />

país, de forma democrática<br />

e após anos de crescimento,<br />

pode ser tido<br />

como “radical” (mesmo<br />

ainda antes de exercer<br />

funções governativas),<br />

então, em última instância,<br />

poderemos entender<br />

também o próprio povo<br />

grego como radical ou extremista,<br />

já que nele votou<br />

em massa.<br />

Pelo que a história nos<br />

mostrou, a Grécia deve<br />

pouco à Europa e ao Mundo<br />

no que à percepção do<br />

conceito de “Democracia”<br />

diz respeito. Recorde-se<br />

que a Democracia moderna<br />

nasceu em Atenas, no<br />

arranque do século VI.<br />

Este “radicalismo” grego<br />

(que também pode, se esquecermos<br />

os padrões de<br />

pensamento dominantes,<br />

ser lido como “coragem”<br />

ou “desafio” ao poder<br />

absoluto dos ‘gestores’<br />

da Europa) é, por ventura,<br />

uma saída tão plausível<br />

do ‘massacre’ a que é<br />

submetido o seu povo na<br />

actualidade, como qualquer<br />

outra. Quem sabe,<br />

até poderão mostrar, aos<br />

pequenos e frágeis países<br />

periféricos e do Sul,<br />

como não é necessário ou<br />

imperioso baixar sempre<br />

a guarda e esperar pelo<br />

triste... Fado.<br />

Não vem ao caso falar<br />

em números ou culpados<br />

desta crise (dava ‘pano<br />

para mangas’ e, certamente,<br />

teríamos que analisar<br />

os diversos ‘telhados<br />

de vidro’ dos vários quadrantes).<br />

Dito isto, poderemos<br />

nós entender como “estranha”<br />

ou “lunática” a<br />

aliança do Syriza com um<br />

partido dito de Extrema<br />

Direita (apesar do ANEL<br />

ter sido fundado por ex-<br />

-membros do centrista<br />

Nova Democracia), para<br />

constituir governo? Estranha<br />

sim, mas não impossível.<br />

A Europa assusta-<br />

-se pela memória e por<br />

preconceito. São partidos<br />

com posições históricas<br />

antagónicas? São! Isso impede<br />

a formação de um<br />

governo com ambas as<br />

“cores”? Não. De todo! A<br />

isso chama-se Democracia.<br />

Democracia não é o regime<br />

em que só pára no poder<br />

o “moderado”. Nem<br />

aquele em que rivais antigos<br />

não podem trabalhar<br />

em conjunto, por inerência<br />

ditada pelos analistas<br />

e politólogos. É, antes,<br />

aquele em que qualquer<br />

pessoa está apta a exercer<br />

esse poder e funções<br />

governativas em nome<br />

do povo, desde que eleito<br />

para tal, de forma clara e<br />

transparente.<br />

Os gregos não votaram<br />

em Partidos ou Ideologias...os<br />

gregos votaram<br />

em pessoas e ideias. Se<br />

calhar era importante,<br />

para outros povos e nos<br />

próximos tempos, ter presente<br />

este exemplo dado<br />

pela cultura que, convém<br />

frisar, deu a conhecer a<br />

Democracia ao mundo.<br />

(*) Jornalista


Fevereiro 2015<br />

Opinião<br />

Lusitano de Zurique<br />

21<br />

A Grécia, o Syrisa e a União Europeia<br />

A coragem e o desespero deram-se as mãos.<br />

Carlos Esperança<br />

A coragem e o desespero<br />

deram-se as mãos num<br />

grito de esperança, na manifestação<br />

de raiva e no<br />

corajoso desafio à União<br />

Europeia.<br />

A Grécia, tal como Portugal,<br />

empobreceu com os<br />

empréstimos que colocaram<br />

a dívida a níveis intoleráveis,<br />

e conduziram o País<br />

ao desespero, fome, miséria<br />

e humilhação. Cada<br />

dia foi maior a dívida e o<br />

desemprego, mais penosa<br />

a vida e mais intangível o<br />

equilíbrio financeiro. Entre<br />

a espada e a parede, o eleitorado<br />

escolheu a espada.<br />

A Grécia tudo suportou,<br />

incluindo a repressão policial,<br />

mas a humilhação<br />

ultrapassou o limite que<br />

a dignidade permite. Não<br />

é apenas o país, berço da<br />

nossa civilização, que não<br />

sabe como reagirá a União<br />

Europeia, de que não pode<br />

ser expulsa, é esta que terá<br />

de decidir o que fazer com<br />

a Grécia.<br />

Seria lamentável que à vontade<br />

expressa nas urnas se<br />

seguisse uma vingança, à<br />

guisa de vacina que advirta<br />

os povos para os limites da<br />

própria liberdade.<br />

Eu teria votado Syrisa e,<br />

pelo menos, respeito a decisão<br />

do povo grego. Estou<br />

solidário, mas não eufórico,<br />

com a vitória da democracia,<br />

a manifestação de<br />

coragem e o exemplo de<br />

um povo que os burocratas<br />

da troika humilharam<br />

continuamente.<br />

Eu sei do que estes líderes<br />

europeus são capazes, da<br />

crueldade com que o capital<br />

pune, dos riscos que<br />

corre quem desafia a Europa<br />

alemã, capaz de homenagear<br />

serventuários<br />

e incapaz de ser solidária,<br />

como, depois da guerra, foram<br />

para com ela.<br />

Fico, em pungente ansiedade,<br />

solidário com a Grécia,<br />

a pensar em Portugal,<br />

à espera de que os deuses<br />

do Olimpo não sejam derrotados<br />

por uma única e<br />

execrável divindade – os<br />

mercados –, e pela raiva<br />

dos países mais poderosos<br />

da União Europeia.<br />

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22 Lusitano de Zurique<br />

Opinião<br />

Fevereiro 2015<br />

Portugal-Espanha - uma questão<br />

de fronteiras<br />

Carlos Ademar<br />

Aceita-se como verdade<br />

que Portugal possui as<br />

fronteiras mais antigas<br />

da Europa. Na verdade, o<br />

Tratado de Alcanizes, de<br />

1297, assinado por D. Dinis<br />

e Fernando IV, rei de<br />

Leão e Castela, estabeleceu<br />

uma linha de fronteira,<br />

não muito diferente da<br />

que hoje existe. Há, contudo,<br />

quase sete dezenas de<br />

quilómetros dessa linha,<br />

que coincidem com a região<br />

de Olivença, que marcam<br />

uma diferença face<br />

ao estipulado em Alcanizes.<br />

Olivença foi ocupada<br />

em 1801 pela Espanha, na<br />

sequência de um pacto<br />

do reino espanhol com a<br />

arrasadora maré francesa<br />

saída da Revolução, que<br />

ameaçava inundar toda<br />

a Europa. Mais tarde, em<br />

1815, após a derrota de<br />

Napoleão, foi determinado<br />

em Viena, que Olivença<br />

fosse entregue a Portugal,<br />

o que nunca chegou<br />

a acontecer, como nunca<br />

aconteceu uma vigorosa<br />

exigência portuguesa<br />

para recuperar a parte<br />

surripiada do seu território.<br />

Cerca de cem anos antes,<br />

em 1713, a Espanha<br />

oferecia Gibraltar à Grã-<br />

-Bretanha, pelo Tratado<br />

de Utreque, a título de indemnização<br />

relacionada<br />

com a Guerra da Sucessão<br />

de Espanha. Não sendo<br />

determinante, não deixa<br />

de ter peso: o território de<br />

Gibraltar é cerca de vinte<br />

vezes menor que o de Olivença.<br />

Se Olivença perde<br />

em localização estratégica<br />

face a Gibraltar, ganha seguramente,<br />

e por muitos<br />

pontos, em dimensão.<br />

Portugal foi espoliado de<br />

uma parte do seu território<br />

há 200 anos; a Espanha,<br />

há 300 anos, doou<br />

uma parte do seu território.<br />

O que acontece<br />

nos dias de hoje é que a<br />

Espanha não se cansa de<br />

reclamar contra a ocupação<br />

de Gibraltar, exigindo<br />

voltar a ter a sua jurisdição,<br />

mesmo contra a<br />

vontade dos gibraltinos,<br />

que já a deram a conhecer,<br />

manifestando-se por<br />

manter o estatuto que<br />

possuem. Nuestros hermanos<br />

ameaçaram colocar<br />

o problema na ONU,<br />

como forma de pressionar<br />

os britânicos. De Portugal,<br />

quanto a Olivença, ouve-<br />

-se apenas um silêncio secular.<br />

A este propósito introduz-<br />

-se aqui um outro elemento,<br />

simples, mas elucidativo:<br />

Ceuta. Como se sabe,<br />

esta cidade do Norte de<br />

África, do outro lado de<br />

Gibraltar, foi a primeira<br />

conquista portuguesa e<br />

europeia nesta região do<br />

mundo, marcando o início<br />

do ciclo da expansão<br />

ultramarina portuguesa.<br />

Aconteceu em 1415, antes<br />

Centro de Olivença, com a esféra a relembrar Portugal<br />

© olivenca.blogspot.pt


Fevereiro 2015<br />

Opinião<br />

Lusitano de Zurique<br />

23<br />

ainda da descoberta da<br />

Madeira. Aquando da reconquista<br />

da independência<br />

de Portugal, em 1640,<br />

a única possessão do Império<br />

português que não<br />

quis regressar à coroa foi<br />

precisamente Ceuta, que<br />

preferiu ficar sob administração<br />

espanhola, o que<br />

foi pacificamente aceite<br />

pelos restauradores da independência;<br />

não há evidências<br />

do contrário.<br />

Mais recentemente, no<br />

último mês de Dezembro,<br />

a Espanha terá colocado<br />

a questão da posse das<br />

Ilhas Selvagens na Comissão<br />

de Limites da Plataforma<br />

Continental da ONU,<br />

que irá tomar uma decisão.<br />

O país vizinho não<br />

o fez, certamente, pelos<br />

pobres ilhéus em si, que<br />

sempre desprezou ao longo<br />

dos séculos, mas devido<br />

ao que eles potenciam<br />

nos dias de hoje, em termos<br />

do aumento da zona<br />

económica exclusiva, particularmente<br />

numa altura<br />

em que se fala na possibilidade<br />

de o seu subsolo<br />

marinho esconder jazidas<br />

importantes de petróleo e<br />

gás natural.<br />

As Selvagens pertencem<br />

ao arquipélago da Madeira,<br />

representam quase<br />

300 mil quilómetros da<br />

zona económica exclusiva<br />

portuguesa e são o<br />

que resta de um conflito<br />

antigo que opôs a Espanha<br />

a Portugal em torno<br />

da questão da posse do<br />

arquipélago das Canárias,<br />

que ainda no século<br />

XV ficou decidido que integraria<br />

o território espanhol.<br />

É verdade que as<br />

Selvagens se encontram<br />

desabitadas, sempre o foram,<br />

como é igualmente<br />

verdade que elas fazem<br />

parte do território português.<br />

Há uns anos, as<br />

Ilhas foram classificadas<br />

como reserva ecológica,<br />

particularmente devido à<br />

nidificação de certas aves,<br />

as famosas cagarras, que<br />

o Presidente Cavaco Silva<br />

foi visitar em tempos, e<br />

fez muito bem.<br />

As boas relações entre<br />

países vizinhos têm de ser<br />

fomentadas; tudo deve<br />

ser feito para as fortalecer.<br />

Tudo menos ceder<br />

em questões que mexam<br />

com a dignidade dos povos,<br />

ainda que o argumento,<br />

não confessado,<br />

seja que o vizinho é maior<br />

e mais poderoso. O que<br />

está verdadeiramente em<br />

causa é a postura diversa<br />

dos respectivos países<br />

perante problemas idênticos.<br />

Vejam-se os britânicos<br />

face a Gibraltar, face<br />

às Malvinas, ou como eles<br />

preferem dizer, as Falklands;<br />

veja-se a postura da<br />

Espanha face a Gibraltar<br />

e mais recentemente face<br />

às Selvagens. E Portugal?...<br />

Assobia para o lado<br />

e faz de conta que não é<br />

com ele, não vá incomodar<br />

alguém, quiçá a poderosa<br />

Espanha.<br />

Ninguém defende a guerra,<br />

como os britânicos fizeram<br />

face aos argentinos<br />

por causa das Malvinas,<br />

mas, já devíamos saber,<br />

de nada nos vale esta postura<br />

de pequeninos, que<br />

não somos, mas de que<br />

nos fazemos, em nome de<br />

um bom relacionamento<br />

que, para se construir<br />

saudavelmente, deve ser<br />

desejado e defendido de<br />

igual forma por todas as<br />

partes envolvidas. Diz o<br />

povo que quanto mais<br />

nos agachamos mais se<br />

vê o traseiro. Tem sido<br />

esta a postura que sempre<br />

mantivemos com a Espanha<br />

face ao problema<br />

de Olivença, que, esperamos,<br />

não venhamos a ter<br />

face às Ilhas Selvagens.<br />

Não é só um imperativo,<br />

lutarmos por aquilo que<br />

nos pertence, está em<br />

causa, principalmente,<br />

a dignidade de um povo<br />

que, ao longo de quase<br />

900 anos de História, deu<br />

contributos inestimáveis<br />

ao desenvolvimento da<br />

Humanidade, incomensuravelmente<br />

acima do que<br />

a sua dimensão e localização<br />

geográfica permitiria<br />

perspectivar.<br />

© mjdr / Parque Natural da Madeira<br />

Reserva Natural das Ilhas Selvagens


24 Lusitano de Zurique<br />

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Fevereiro 2015<br />

Desporto<br />

Lusitano de Zurique<br />

25<br />

LUÍS FIGO CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DA FIFA<br />

“Olho para a reputação da FIFA e não gosto do que vejo,<br />

o futebol merece melhor, ao longo das últimas semanas,<br />

meses e até anos, assisti a uma acentuada degradação<br />

da imagem da organização e sinto que é tempo de inverter<br />

esta realidade. A FIFA tem de voltar a ser uma instituição<br />

respeitada e acarinhada em todo o mundo”, referiu.<br />

Figo recorreu ainda à sua experiência futebolística para<br />

sustentar a sua capacidade de mudar a FIFA, para a qual<br />

exige que o “jogo” volte a ser a principal preocupação.<br />

O ex-futebolista internacional português Luís Figo<br />

anunciou que vai candidatar-se à presidência da<br />

FIFA, cujas eleições estão marcadas para 29 de<br />

Maio.<br />

O mais internacional dos jogadores portugueses, que relevou<br />

a sua intenção numa entrevista à televisão norte-<br />

-americana CNN, é o sexto a manifestar interesse, depois<br />

Joseph Blatter, actual presidente, Michel van Praag, presidente<br />

da federação holandesa, David Ginola, ex-jogador<br />

francês, Jerome Champagne, candidato independente<br />

francês, e Ali bin Al Hussein, vice-presidente da FIFA.<br />

“Eu preocupo-me com o futebol, e não gosto do que<br />

tenho visto em relação à imagem da FIFA não só,<br />

mas nos últimos anos”, afirmou o antigo jogador de<br />

Sporting, Barcelona, Real Madrid e Inter de Milão,<br />

de 42 anos.<br />

Entretanto, o internacional português confirmou<br />

as suas intenções com uma publicação no Twitter,<br />

onde afirma: “Devo ao futebol o que sou e sinto que<br />

chegou a hora de retribuir. Sou candidato à presidência<br />

da FIFA.”<br />

Apagar a má imagem da FIFA<br />

Luís Figo revelou ter tomado a decisão de concorrer<br />

à presidência do organismo quando se soube da investigação<br />

à atribuição dos Mundiais de futebol à<br />

Rússia (2018) e ao Qatar (2022) e ao que aconteceu<br />

posteriormente.<br />

“Depois desse momento e do relatório [de Michael<br />

Garcia, da Comissão de Ética do organismo] que<br />

não foi publicado, foi o momento em que decidi que<br />

algo tinha que ser feito”, justificou o antigo jogador,<br />

aludindo às fortes suspeitas de corrupção no processo.<br />

“O futebol, o jogo, tem de voltar a ser o foco da FIFA. Falei<br />

com muitas pessoas no futebol – jogadores, treinadores<br />

e presidentes de federações – e todos pensam que algo<br />

tem de ser feito. Fui jogador profissional, trabalhei no<br />

jogo a todos os níveis ao longo da minha vida e penso<br />

que sei o que é bom para ele”, salientou.<br />

As eleições para a presidência da FIFA, cujo prazo de<br />

candidatura terminou a 29 de Janeiro, decorrem a 29 de<br />

Maio, no segundo de dois dias do congresso da FIFA, em<br />

Zurique, na Suíça. -<br />

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O vencedor do prémio de melhor futebolista de<br />

2001 e da Bola de Ouro de 2000 revelou, numa<br />

mensagem divulgada pela FPF, a sua vontade de<br />

mudança na FIFA.


26 Lusitano de Zurique Curiosidades<br />

Fevereiro 2015<br />

O CORPO HUMANO EM NÚMEROS<br />

Zuila Messmer<br />

Você já parou para pensar<br />

quanto mede sua pele?<br />

Quantos litros de sangue<br />

bombeia o seu coração por<br />

hora? Contabilizar as partes<br />

e as funções do organismo<br />

humano não é simplesmente<br />

uma curiosidade, pois quanto<br />

mais se conhece, maior é<br />

a possibilidade de se detectar<br />

doenças precoce evitando<br />

grandes problemas. Veja aqui<br />

alguns números do corpo humano.<br />

São valores médios<br />

que variam de indivíduo para<br />

indivíduo visto que, não existem<br />

duas pessoas totalmente<br />

iguais.<br />

Cérebro e neurónios: O cérebro do homem pesa<br />

cerca de 1,4 quilo e o da mulher 1,25 quilo. No qual abrigam<br />

25 biliões de neurónios fixados na camada superficial, chamada<br />

córtex, que tem apenas 1,3 a 1,4 milímetro de espessura.<br />

As suas “pernas” (axónios), que transmitem os sinais<br />

eléctricos, medem até um metro. A velocidade do impulso<br />

nervoso varia conforme a espessura das fibras nervosas e<br />

sua função: as sensações de pressão e tacto passam por fibras<br />

de 8 micrómetros (um metro dividido por um milhão),<br />

a uma velocidade de 50 metros por segundo. Já a dor e a<br />

temperatura viajam por fibras de apenas 3 micrómetros, a 15<br />

metros por segundo.<br />

O trajecto das refeições: O tubo digestivo, da<br />

boca ao ânus, mede entre 7 e 10 metros. As células que revestem<br />

o estômago e o intestino são trocadas a cada três<br />

dias. Nas gengivas, se renovam a cada duas semanas. O alimento<br />

engolido leva de 4 a 8 segundos para chegar ao estômago.<br />

O fígado produz diariamente 0,5 litro de bílis. Os rins<br />

precisam de 50 minutos para, com a ajuda das bebidas e da<br />

água dos alimentos, filtrar todo o sangue. Isso resulta, num<br />

único dia, em 180 litros de sangue limpo e 1,5 litro de urina<br />

liberada.<br />

Sistema respiratório: Em cada respiração, é inalado<br />

meio litro de ar. Calculando-se um ritmo médio de 12 inspirações<br />

por minuto (quando se está tranquilo), entram para<br />

os pulmões 17 mil litros de ar por dia. Os cílios, minúsculos<br />

fios de mucosa que revestem as células da traqueia e dos<br />

pulmões, empurram a sujidade do ar a ser expelida, a uma<br />

velocidade de 12,7 milímetros por minuto.<br />

Células: São mais de 220 bilhões. Algumas vivem 1,5 dia,<br />

apenas. No fígado, elas resistem até 5 meses. No sangue, os<br />

glóbulos brancos duram 15 dias e os vermelhos, 120. Os macrófagos<br />

— grandes células sanguíneas - digerem uma bactéria<br />

em apenas um centésimo de segundo.<br />

Veias e Artérias: São 97 000 quilómetros de veias, artérias e<br />

vasos capilares. As artérias menores se contraem e relaxam<br />

num período entre 2 e 8 segundos. As plaquetas sanguíneas<br />

- moléculas responsáveis pela coagulação - vivem apenas dez<br />

dias.<br />

Ossos: Uma criança nasce com 350 ossos. Quando adulta,<br />

conta com apenas 206. É que os ossos dos membros de<br />

um recém-nascido não são inteiros: eles se soldam durante<br />

o crescimento. No total, o esqueleto humano pesa 9 quilos. A<br />

região do corpo que mais tem ossos é a cabeça: 29.<br />

Espermatozóides e óvulos: O homem produz<br />

8 triliões de espermatozóides durante a vida. Em cada ejacu-


Fevereiro 2015<br />

Curiosidades<br />

Lusitano de Zurique<br />

27<br />

lação, são liberados entre 250 milhões e 500 milhões. A mulher<br />

nasce com 400 000 óvulos nos dois ovários. Desses, só uns 500<br />

vão maturar. Os que não forem fertilizados serão eliminados<br />

pela menstruação.<br />

Coração: O coração é um músculo que pesa 250 gramas,<br />

em média. No ritmo normal, que é de 70 a 75 batidas por minuto,<br />

ele chega a dar mais de 110 000 batimentos por dia. Mas,<br />

em caso de pânico ou susto, pode subir para 150 pulsações por<br />

minuto. No corpo em repouso, os 5 litros de sangue são bombeados<br />

por todo o organismo em apenas um minuto.<br />

Pele: No total, mede cerca de 2 metros quadrados, o equivalente<br />

a um rectângulo de um metro de largura por dois de<br />

comprimento. E pesa perto de 3 quilos. As impressões digitais<br />

se formam ainda no útero, seis a oito semanas antes do nascimento<br />

da criança. Ao longo da pele estão distribuídas 2 milhões<br />

de glândulas sudoríparas, responsáveis pela irrigação e desintoxicação<br />

da pele, por meio do suor. A maior concentração de<br />

glândulas está na palma das mãos: 370 por centímetro quadrado.<br />

Nos dias frios, o fluxo sanguíneo na pele é de apenas 0,5<br />

litro por minuto. Quando está quente, o fluxo sobe para 3 litros<br />

por minuto, para refrescar.<br />

Cabelos e pêlos: O corpo humano possui cerca de 5<br />

milhões de pêlos, 150 mil na forma de cabelos que se renovam<br />

a cada quatro anos, em média. Os cabelos de fios finos crescem<br />

cerca de 2,5 centímetros a cada dois ou três meses. Os grossos<br />

podem levar o dobro do tempo. Cada olho possui mais de 200<br />

cílios, que duram de três a cinco meses. Depois disso, caem.<br />

Unhas: Elas crescem continuamente, em ritmos diferentes.<br />

As das mãos aumentam de tamanho duas vezes mais rápido<br />

do que as dos pés: 4 centímetros por ano. O seu crescimento<br />

é mais veloz em adultos, entre os 20 e 40 anos de idade. Nas<br />

crianças, uma unha arrancada regenera-se em onze semanas.<br />

Os adultos não têm essa capacidade.<br />

Olhos: Basta 1 mililitro de lágrima, por dia, para manter lubrificado<br />

o globo ocular. Para fixar uma boa imagem na retina, é<br />

necessária uma exposição de um décimo de segundo. Por isso<br />

o homem não consegue identificar cada quadro que compõe<br />

um filme: eles passam à velocidade de 24 por segundo, ou seja,<br />

quase dois quadros e meio a cada décimo de segundo. Assim,<br />

as imagens vão se fundindo, dando a impressão de movimento.<br />

©Sotnas<br />

Vaga de<br />

Emprego<br />

Serviços gerais e limpezas.<br />

Local de trabalho:<br />

Zürique e Wallisellen.<br />

Regime de contrato:<br />

Efetivo e/ou por hora<br />

Horário de trabalho:<br />

Manhã, tarde e até às 20 hs<br />

Conhecimento básicos da<br />

língua alemã<br />

Experiência no ramo de<br />

limpezas.<br />

Contacto:<br />

Marcia Amberg<br />

Tl. 079 120 16 13


28 Lusitano de Zurique Opinião<br />

Fevereiro 2015<br />

Oito razões contra o Papa<br />

BÁRBARA REIS (*)<br />

Esta imagem foi tirada no<br />

intervalo entre duas frases<br />

que vão ficar na história<br />

deste papado. A frase<br />

sobre os limites da liberdade<br />

de expressão e a<br />

frase dos coelhos. Quando<br />

Francisco dá a sua opinião,<br />

sabemos que a ideia<br />

é dele, é clara e vai pôr o<br />

planeta a conversar.<br />

Perca peso<br />

diminua medidas<br />

e cuide da sua saúde<br />

com acompanhamento<br />

Ligue 076/ 304 13 15<br />

Na primeira, o Papa não<br />

tem razão. Há dois anos<br />

que Francisco ilumina<br />

tanto crentes como ateus.<br />

Desta vez, desafinou. Falando<br />

sobre o atentado<br />

contra o Charlie Hebdo,<br />

disse que “não se pode<br />

provocar, não se pode insultar<br />

a fé dos outros, não<br />

se pode ridicularizar a religião<br />

dos outros”, e que<br />

por isso a liberdade de<br />

expressão “tem limites”.<br />

Oito argumentos contra:<br />

1. É impossível definir limites.<br />

Se sentarmos 100<br />

muçulmanos numa sala e<br />

lhes mostrarmos um cartoon<br />

de Maomé, metade<br />

achará o desenho ofensivo<br />

e a outra metade não.<br />

O mesmo aconteceria<br />

numa sala com 100 católicos<br />

ou 100 judeus. Dirão<br />

que o islão é diferente,<br />

pois proíbe a representação<br />

de Maomé tout court,<br />

mas todos sabemos que<br />

para milhões de muçulmanos<br />

isso nunca foi uma<br />

questão.<br />

2. Se o Papa tivesse razão,<br />

nunca teríamos visto<br />

o cartoon de António (no<br />

Expresso), que em 1993<br />

pôs um preservativo no<br />

nariz de João Paulo II. O<br />

desenho ofendeu 20 mil<br />

católicos, ou pelo menos<br />

esses foram os que<br />

se deram ao trabalho de<br />

assinar uma infeliz petição<br />

pública na qual se<br />

explicava que a “execrável<br />

caricatura” era uma<br />

“torpe ofensa” ao Papa,<br />

que “ofendeu Deus Nosso<br />

Senhor na figura do seu<br />

digno representante na<br />

Terra”.<br />

3. O Papa não tem razão<br />

porque o que propõe é<br />

inútil. No dia em que o<br />

mundo acordar que jamais<br />

se desenhará um só<br />

Maomé que seja, os fanáticos<br />

encontrarão uma<br />

nova razão obscura. O<br />

Boko Haram, que significa<br />

“a educação ocidental é<br />

pecado”, mata sem precisar<br />

de comprar jornais à<br />

procura de cartoons que<br />

o enfureça.<br />

4. O Papa não tem razão<br />

porque a religião não<br />

merece ter qualquer protecção<br />

especial, nem em<br />

relação ao humor nem à<br />

liberdade de expressão.<br />

5. O Papa não tem razão<br />

porque, se cedêssemos à<br />

tentação de definir limites<br />

para o que se pode ridicularizar,<br />

não faríamos mais<br />

nada no mundo: primeiro<br />

definíamos a grelha para<br />

cada uma das religiões,<br />

depois para o laicismo, a<br />

seguir para os partidos<br />

políticos, os defensores<br />

dos direitos dos animais,<br />

os estivadores, os homossexuais,<br />

as feministas…<br />

6. Se o Papa tivesse razão,<br />

Portugal nunca teria visto<br />

os cartoons de Rafael<br />

Bordalo Pinheiro.<br />

7. Definir limites seria dar<br />

razão aos que dizem que<br />

o terrorismo existe por<br />

causa dos que usam a<br />

liberdade de expressão<br />

para fazer rir.<br />

8. O Papa não tem razão<br />

porque não é aceitável<br />

que sejam os fanáticos a<br />

definir o que os países democráticos<br />

podem e não<br />

podem ridicularizar.<br />

(*) Jornalista


Fevereiro 2015<br />

Opinião<br />

Lusitano de Zurique<br />

29<br />

O mundo dá voltas.<br />

Mendes Serafim<br />

As situações mudam a todo instante,<br />

por isso é importante sempre<br />

viver dignamente e respeitar o<br />

próximo acima de tudo. Respeito,<br />

muito respeito... Porquê! Quando<br />

um pássaro está vivo ele come as<br />

formigas, mas quando o pássaro<br />

morre, são as formigas que o comem.<br />

Tempo e circunstâncias podem<br />

mudar a qualquer minuto. Por<br />

isso, não desvalorize ou machuque<br />

ninguém à sua volta. Você pode ter poder hoje, mas<br />

lembre-se: o tempo é muito mais poderoso do que<br />

qualquer um de nós! Uma árvore faz um milhão de<br />

fósforos, mas basta um fósforo para queimar milhões<br />

de árvores. Tu podes ter uma boa família, um bom casamento,<br />

mas uma falsa atitude, pode ser o começo da<br />

ruína. Podes ser muita amada, mas se não souberes<br />

repartir esse amor, um dia ele acaba. Vai-se embora!<br />

Portando, sejas bom. Faz o bem, ama, trabalha e vive<br />

com bons princípios. O mundo dá voltas. Não maltrate<br />

ninguém, não humilhe ninguém. Como diz um antigo<br />

provérbio chinês: Podemos escolher o que semear,<br />

mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos.<br />

Sabes que mais...tudo o que nos acontece, trabalhemos<br />

para isso. Ou pelo menos o permitimos. É a lei da<br />

vida, com o seu Mundo às voltas.<br />

A insustentável leveza do ecumenismo<br />

Carlos Esperança<br />

Na mesquita de Lisboa –<br />

disse a comunicação social<br />

–, juntaram-se, em oração,<br />

cristãos, judeus e muçulmanos,<br />

numa comovedora<br />

e fraterna devoção ao Deus<br />

abraâmico que os empurra<br />

para intermináveis guerras<br />

numa orgia de sangue que<br />

começou com um gracejo<br />

divino a dizer a Abraão<br />

para lhe sacrificar o filho,<br />

o que o troglodita faria se<br />

não tivesse sido uma brincadeira<br />

de Deus para pôr à<br />

prova a sua fé. O Deus de<br />

Abraão não confiava nos<br />

homens mas estes teimam<br />

em confiar nele.<br />

Não penso que as orações<br />

pela paz sejam ouvidas,<br />

onde ou por quem quer<br />

que seja, mas é comovedor<br />

saber os três monoteísmos<br />

unidos por um intenso e<br />

CRÉDITOS JFA<br />

Provavelmente o mais rápido da suíça<br />

Apenas falando português não se resolvem as coisas...<br />

0900 25 04 74 (86Rp./min)<br />

Badenerstrasse 406<br />

8004 Zürich<br />

unânime desejo de paz.<br />

Foi lindo ver a notícia<br />

mas gostaria que o ato<br />

litúrgico tivesse ocorrido<br />

simultaneamente numa<br />

sinagoga de Jerusalém e<br />

numa mesquita da Palestina,<br />

que na Arábia Saudita<br />

e no Iémen, uns de joelhos,<br />

outros de cócoras<br />

e todos de rastos, anunciassem<br />

não mais matar.<br />

Assim, em Lisboa, numa<br />

cidade cosmopolita, pode<br />

encenar-se uma cerimónia<br />

pacífica, mas onde a<br />

correlação das crenças<br />

não é mediada pela laicidade<br />

do Estado e pela<br />

força da democracia, há a<br />

sharia, bem mais de difícil<br />

de satirizar do que cren-<br />

É necessário perceber e a JFA percebe<br />

O contacto directo é muito importante.<br />

071 222 44 72<br />

Kornhausstrasse 3<br />

9000 St. Gallen<br />

ças anacrónicas.<br />

Quem detesta decapitações,<br />

lapidações, amputações,<br />

vergastadas e outros<br />

castigos que fazem<br />

babar de gozo os funcionários<br />

de Deus e as multidões<br />

intoxicadas pela<br />

fé, não se conforma com<br />

espectáculos pios encenados.<br />

061 363 06 85<br />

Dornacherstrasse 119<br />

4053 Basel


30 Lusitano de Zurique<br />

Tecnologia<br />

Fevereiro 2015<br />

Dez novidades do Windows 10<br />

Joana Araújo<br />

O novo sistema<br />

operativo “Windows<br />

10” foi apresentado<br />

no final<br />

do mês passado.<br />

A Microsoft apresentou o<br />

novo Windows 10 e com<br />

o objectivo de recuperar<br />

os utilizadores das versões<br />

anteriores oferece<br />

gratuitamente durante<br />

o primeiro ano o novo<br />

Windows 10 que será<br />

grátis para o Windows 7,<br />

Windows 8, Windows RT<br />

e todos os dispositivos<br />

com Windows Phone. A<br />

Microsoft adopta uma estratégia,<br />

já utilizada pela<br />

Apple, de não cobrar por<br />

uma nova actualização.<br />

De acordo com o Jornal<br />

de Negócios, estas são algumas<br />

das funcionalidades<br />

do novo SO:<br />

1. Gratuito: o Windows 10<br />

será gratuito no primeiro<br />

ano para utilizadores<br />

de versões superiores ao<br />

Windows 7. Para estes, o<br />

novo sistema operativo<br />

será disponibilizado sob<br />

forma de actualização<br />

gratuita. O Windows 10<br />

aplica-se a várias tipologias<br />

de dispositivos. O objectivo<br />

é acelerar a adesão<br />

ao sistema.<br />

2. Spartan: é o substituto<br />

do Internet Explorer. A<br />

Microsoft está a trabalhar<br />

num novo “browser”, que<br />

promete ser mais amigo<br />

dos leitores. O mesmo<br />

permitirá tomar notas em<br />

qualquer parte da página<br />

“web”, abrindo caixas<br />

de texto para o efeito. A<br />

leitura “offline” também<br />

será um dos destaques.<br />

3. HoloLens: a Microsoft<br />

vai chegar às imagens digitais<br />

a três dimensões.<br />

Através de uns óculos<br />

que permitem visualizar<br />

e manipular hologramas,<br />

a tecnológica inaugura<br />

uma nova categoria de<br />

produtos. O Windows 10<br />

vai permitir o desenvolvimento<br />

de aplicações que<br />

integrem esta tecnologia.<br />

Para já, não há datas de<br />

chegada ao mercado.<br />

4. Cortana: a assistente<br />

digital da Microsoft, comandada<br />

pela voz dos<br />

utilizadores, vai saltar<br />

dos dispositivos móveis<br />

para os computadores.<br />

A adaptação ainda está<br />

em fase de desenvolvimento,<br />

mas na sessão<br />

de apresentação a Cortana<br />

esteve à altura:<br />

respondeu com sucesso<br />

a todas as perguntas<br />

que lhe foram feitas.<br />

5. Surface Hub: tem 84<br />

polegadas e é um dos<br />

novos aparelhos apresentados<br />

pela empresa.<br />

O dispositivo táctil quer<br />

conquistar as salas de<br />

reuniões um pouco por<br />

todo o mundo. A partilha<br />

de documentos para o<br />

auditório é uma das funcionalidades<br />

previstas.<br />

6. Aplicações universais:<br />

a indústria da programação<br />

poderá mexer com<br />

esta novidade. A Microsoft<br />

quer desenvolver<br />

aplicações que estejam<br />

optimizadas para funcionar<br />

em todos os dispositivos<br />

com Windows 10.<br />

Word, Excel e PowerPoint<br />

já estão previstos nesta<br />

inclusão.<br />

7. Menu Iniciar: um dos<br />

ícones da Microsoft está<br />

de volta. Maior do que<br />

em versões anteriores,<br />

o menu pretende tornar<br />

mais fáceis as pesquisas.<br />

O mesmo funcionará<br />

através de mosaicos coloridos.<br />

8. Notificações: o centro<br />

de notificações de telefone<br />

e “phablets” passa<br />

a estar sincronizado com<br />

o computador. Assim,<br />

quando um alerta for lido<br />

num dos dispositivos, todos<br />

os outros passarão a<br />

registar automaticamente<br />

essa tomada de conhecimento.<br />

9. Xbox: a aplicação da<br />

Xbox no Windows 10 vai<br />

permitir reunir todos os<br />

jogos disputados na consola<br />

de jogos Xbox One<br />

ou noutro dispositivo<br />

Windows 10, onde a mesma<br />

já vem instalada. Na<br />

prática, toda a informação<br />

dos jogadores é compilada<br />

num único sítio.<br />

10. Nome: o último sistema<br />

operacional lançado<br />

pela empresa foi o Windows<br />

8. O novo nome fica<br />

assim fora da ordem expectável.<br />

Com o novo algarismo<br />

o objectivo é precisamente<br />

marcar uma<br />

ruptura com o passado.<br />

Android inseguro?<br />

De acordo com o “Hackers Portugal” a Google<br />

deixa 60% dos utilizadores vulneráveis.<br />

Várias críticas surgiram em relação a um “bug” que<br />

existe no browser original do sistema ope rativo<br />

Android, que já originou que cerca de 60% dos<br />

dispositivos em uso fossem afectados. O mesmo<br />

grupo afirma, que para resolver este problema é<br />

simples; “basta NÃO usar o browser que vem por<br />

defeito e instalar um outro a partir do Google Play<br />

Store”. - https://play.google.com<br />

Coordenação: Joana Araújo/agências


Fevereiro 2015<br />

Turismo<br />

Lusitano de Zurique<br />

31<br />

Cidade de Berlim<br />

Quantas vezes já pensamos na cidade de Berlim como um destino que gostaríamos<br />

de um dia visitar e que apesar da proximidade, acaba sempre por ficar<br />

esquecido? E quantas vezes já pensamos que seria a “escapadinha ideal” para<br />

um fim de semana prolongado e mesmo assim no final acabamos por guardar<br />

para mais tarde?<br />

Emília Farinha<br />

Berlim é hoje uma das cidades mais cosmopolitas e multiculturais da Europa,<br />

uma mistura de prédios e monumentos antigos e históricos com construções<br />

de arquitectura moderna, uma amalgama de eventos culturais, fantásticos<br />

museus e uma vida nocturna considerada das mais vibrantes da Europa. Por<br />

tudo isto e muito mais, vale a pena visitar a capital alemã.<br />

Deixamos-lhe algumas dicas com o que deve obrigatoriamente visitar nesta<br />

magnifica cidade europeia.<br />

O Portão de Brandenburgo, localizado na Pariser Platz,<br />

é talvez o monumento mais conhecido da cidade e<br />

uma espécie de “portão de entrada” para quem visita<br />

Berlim. A alguns metros de distância situa-se o Reichstag,<br />

o edifício monumental que abriga o parlamento<br />

alemão. Aqui aconteceram alguns dos momentos mais<br />

importante da história alemã, como a proclamação da<br />

República em 1918 por Philipp Scheidemann, pelo que<br />

merece uma visita mais demorada. Também a poucos<br />

metros do Portão de Brandenburgo encontra-se<br />

o Memorial do Holocausto, inaugurado em 2005 em<br />

memoria dos judeus mortos pelas perseguições nazis.<br />

Numa sala subterrânea do memorial é possível também<br />

assistir a uma exposição que documenta a perseguição<br />

e o extermínio dos judeus.<br />

Depois deste percurso deverá fazer a sua próxima<br />

paragem no Potsdamer Platz, uma área totalmente<br />

reconstruída após a queda do muro de Berlim e que<br />

conta hoje com inúmeras construções modernas e<br />

arrojadas, salas de cinema, bares e restaurantes. De<br />

seguida visite a Avenida Unter den Linden, uma das<br />

avenidas mais famosas da cidade. Aqui encontrará diversas<br />

atracções como a Ópera de Berlim, a Universidade<br />

Humboldt, os prédios Kronprinzenpalais e Prinzessinnenpalais,<br />

o Neue Wache e o Zeughaus, edifício<br />

que abriga o Museu histórico alemão. Em Alexanderplatz,<br />

umas das praças mais movimentadas da cidade<br />

poderá visitar a Torre de TV, um dos edifícios mais<br />

altos da Europa e apreciar a cidade a um ângulo de<br />

360°. Aproveite ainda esta praça para fazer algumas<br />

compras.<br />

Também de visita obrigatória é o Muro de Berlim, ou<br />

pelo menos o que resta dele. A parte mais famosa é a<br />

chamada “East Side Gallery”. Este trecho contém pinturas<br />

de artistas de diversas partes do mundo que expressam<br />

os acontecimentos políticos ligados ao muro.<br />

E finalmente para terminar a visita da melhor forma,<br />

visite a Kurfürstendamm, ou simplesmente Kudamm,<br />

uma das principais e mais famosas avenidas de Berlim,<br />

com lojas para todos os gostos, artigos de luxo e marcas<br />

internacionais. Termine de fazer as suas compras<br />

e se se atrever, planeie já a sua próxima ida a Berlim.


32 Lusitano de Zurique<br />

C ulinária<br />

Fevereiro 2015<br />

Lampreia à moda do Minho<br />

Chefe António Silva<br />

ingredientes:<br />

1 lampreia<br />

1 colher sopa de vinagre<br />

1 dente de alho<br />

2 folhas de louro<br />

2,5 dl vinho tinto<br />

30 g manteiga<br />

1 dl azeite<br />

2 c. sopa wisky<br />

2 dl vinho verde tinto<br />

2 cebolas<br />

1 cálice vinho do Porto<br />

q.b. sal<br />

q.b. Pimenta<br />

preparação:<br />

1<br />

. Com água a ferver, escalda-se a lampreia, raspa-<br />

-se com uma faca e esfrega-se com um pano de<br />

linho. Passa-se várias vezes por água, até tirar completamente<br />

a viscosidade.<br />

2<br />

. Dão-se-lhe uns golpes nos orifícios da cabeça,<br />

tendo o cuidado de deixar o sangue escorrer para<br />

uma tigela, onde se deitou o vinagre.<br />

3<br />

. Faz-se-lhe um golpe na barriga para puxar a tripa<br />

(com cuidado para não partir). Corta-se em bocados.<br />

© Churrasqueira de Caldelas<br />

4<br />

. Deita-se num tacho e cobre-se com os vinhos, o<br />

louro, o sal, a salsa, a pimenta e o sangue. Deixa-<br />

-se assim de um dia para o outro.<br />

5<br />

. A seguir faz-se um refogado com o azeite e a<br />

cebola.<br />

6<br />

. Quando estiver transparente deitam-se os bocados<br />

da lampreia e um bocado do molho da marinada.<br />

Deixar ferver e, passado um quarto de hora,<br />

adiciona-se-lhe o molho restante.<br />

7<br />

. Coze lentamente durante 20 minutos abanando-<br />

-se o tacho de vez em quando para não pegar.<br />

Servir com arroz.<br />

Bolo de peras<br />

Ingredientes:<br />

5 peras<br />

350 g de farinha<br />

350 g de açúcar<br />

100 g de margarina<br />

8 ovos<br />

1 dl de leite quente<br />

1 colher (sobremesa)<br />

bem cheia de fermento<br />

em pó<br />

Margarina para untar<br />

Farinha para polvilhar<br />

Açúcar em pó para polvilhar<br />

raspa de casca de limão<br />

Preparação:<br />

Unte um tabuleiro rectangular alto com margarina e polvilhe-o<br />

com farinha. Ligue o forno a 180 graus.<br />

Numa tigela, bata bem a margarina com o açúcar até que<br />

fique um creme e junte depois os ovos, um a um e batendo<br />

sempre. Adicione o leite quente, em fio e batendo<br />

continuamente, junte então a farinha, a raspa de limão e o<br />

fermento e bata muito bem. Descasque as peras, corte-as<br />

ao meio, retire-lhes as sementes e lamine-as.<br />

Verta a massa no tabuleiro, disponha por cima as peras,<br />

alise e leve ao forno durante aproximadamente 45 minutos<br />

ou até que fique cozido. Espete um palito para verificar,<br />

retire do forno, desenforme, deixe arrefecer, corte em<br />

cubos e sirva polvilhados com açúcar em pó.<br />

Coordenação: Joana Araújo


Fevereiro 2015<br />

Comunidade Júnior<br />

Une os números e pinta<br />

Lusitano de Zurique<br />

33<br />

LIVRO “SER PORTUGUÊS É…”<br />

!<br />

!<br />

Livro “Ser Português é…”<br />

Editora: Petit Publisher<br />

Autora: Ana Luísa Carapinheiro<br />

Data de Lançamento: Junho de 2014<br />

Ilustradora: Tânia Bailão Lopes<br />

Caraterísticas do livro: Capa dura, 20x20, 44 páginas.<br />

Idade Recomendada: + 3 Anos<br />

Ideal para projetos sobre Portugal no Jardim de infância e 1º<br />

Ciclo.<br />

!<br />

!<br />

!<br />

Sinopse: Picture book sobre Portugal. Consiste numa compilação de frases que definem<br />

o povo português.<br />

!<br />

Capa/contracapa do livro<br />

(*) Ana Luisa Carapinheiro<br />

• Licenciatura em Psicologia, Universidade Lusíada do Porto.<br />

• Licenciatura em Educação de Infância pela ESE JEAN<br />

PIAGET<br />

• Mestrado em Psicologia da Educação, Universidade Lusófona do<br />

Porto<br />

• Doutoranda na Universidade de Santiago de Compostela (Literatura<br />

para a Infância).<br />

• Professora/Formadora desde 2009.<br />

Coordenação: Joana Araújo


34 Lusitano de Zurique<br />

Humor/Passatempo/Efeméride<br />

Fevereiro 2015<br />

O nevoeiro<br />

Ele passeava pelas ruas de Lisboa numa<br />

manhã de nevoeir e sentiu uma mão desconhecida<br />

introduzir-se-lhe no bolso do<br />

sobretudo. Agarrou a ladrão pelo pulso e<br />

perguntou:<br />

— O que é que o senhor desejava do meu<br />

bolso?<br />

O ladrão sorriu graciosamente:<br />

— Faça o favor de desculpar, julguei que<br />

era o meu... Hoje o nevoeiro está tão<br />

denso...<br />

À porta da morte<br />

Um sujeito estava muito doente, quase às<br />

portas da morte e o filho, recentemente<br />

viúvo, chorava junto à cabeceira do pai:<br />

— Coragem paizinho que você vai ter<br />

sorte. Vai ter com a minha Júlia...<br />

— Ó diabo! Responde o pai muito depressa.<br />

— Nesse caso, seria melhor que<br />

fosses tu em meu lugar...<br />

A caminho da Igreja<br />

Um sujeito dirigia-se para a igreja para<br />

assistir à missa, quando um brincalhão<br />

lhe disse:<br />

— Há muita gente hipócrita na igreja.<br />

— Há sim, senhor — responde o fulano.<br />

— Ainda há lugar para mais um, venha<br />

daí!...<br />

Setenta anos depois<br />

O mundo celebrou a 27 de Janeiro,<br />

o Dia Internacional da Memória do<br />

Holocausto, instituído em 2005 por uma<br />

resolução das Nações Unidas e adoptado<br />

pela União Europeia, no mesmo ano.<br />

Mais de 13 milhões de pessoas perderam a vida sob o<br />

jugo Nazi da Alemanha de Hitler entre 1934 e 1945 em<br />

prisões e campos de concentração especialmente preparados<br />

para matar:<br />

• Cerca de 6 milhões de judeus<br />

• Cerca de 4,5 milhões de soviéticos (raramente referidos<br />

na historiografia oficial)<br />

• Cerca de 2,5 milhões de comunistas, socialistas, sociais-democratas,<br />

democratas-cristãos e sem<br />

partido de vários países da Europa ocupada<br />

• Cerca de 200 mil ciganos<br />

• Cerca de 75 mil alemães considerados «doentes incuráveis»


Fevereiro 2015<br />

Horóscopo<br />

Lusitano de Zurique<br />

35<br />

Horóscopo Fevereiro<br />

C arneiro<br />

Em Fevereiro de 2015, Ariano,<br />

óptimo mês para você pensar<br />

em seu aperfeiçoamento profissional<br />

e também em sua vida espiritual,<br />

portanto, organize-se em todos<br />

os sentidos da vida e conduza<br />

sua espiritualidade com boas leituras,<br />

meditação e reflexão interior.<br />

Dias positivos do mês: 04, 08, 14,<br />

19, 28, 31.<br />

T ouro<br />

Em Fevereiro de 2015, Taurino,<br />

excelente mês para auto-reflexão,<br />

encontrar-se com seu EU<br />

interno, fazer perguntas, descobrir<br />

respostas, assim poderá mudar<br />

muitas situações em sua vida.<br />

Dias positivos do mês: 11, 17, 19, 23,<br />

27,<br />

G émeos<br />

Em Fevereiro de 2015, Geminiano,<br />

óptimo mês para analisar as<br />

infinitas oportunidades que o universo<br />

estar-lhe-á mostrando, portanto,<br />

accione sim suas intuições,<br />

sinta a paz interior para que possa<br />

se dar bem em todos os sentidos<br />

da vida.<br />

Dias positivos do mês: 1º, 05, 13, 22,<br />

24, 26.<br />

C aranguejo<br />

Em Fevereiro de 2015 é o mês<br />

para você equilibrar suas emoções,<br />

confiar mais em suas próprias intuições,<br />

voz interior para que possa<br />

conduzir as situações do dia-a-dia<br />

com mais sabedoria, bom senso e<br />

flexibilidade.<br />

Dias positivos do mês: 04, 08, 11,<br />

20, 23, 29.<br />

L eão<br />

Em Fevereiro de 2015, Leonino,<br />

tente não forçar para que as<br />

situações ocorram durante o mês,<br />

deixe a vida seguir naturalmente,<br />

pois a sabedoria da vida guiará<br />

você intuindo melhores resultados,<br />

portanto, confie mais em seus toques<br />

interiores.<br />

Dias positivos do mês: 1º, 02, 07, 16,<br />

19, 24.<br />

V irgem<br />

Em Fevereiro<br />

de 2015, Virginiano,<br />

sinta-se de bem<br />

com a vida para que<br />

possa conduzir seu<br />

dia a dia com bom<br />

senso, novas ideias,<br />

compreensão dos fatos,<br />

siga suas intuições ao ter<br />

de tomar atitudes mais sérias<br />

em relação às situações aparentes,<br />

cultive a espiritualidade em seu<br />

coração.<br />

Dias positivos do mês: 04, 10, 17,<br />

20, 25, 30.<br />

B alança<br />

Em Fevereiro de 2015, óptimo<br />

mês para você fortalecer tanto sua<br />

carreira profissional quanto os relacionamentos<br />

afectivos, então,<br />

organize-se, ajude as pessoas e ao<br />

final do período, certamente, usufruirá<br />

de boas energias.<br />

Dias positivos do mês: 07, 12, 16,<br />

23, 26, 31.<br />

E scorpião<br />

Em Fevereiro de 2015, Escorpiano,<br />

óptimo mês para pensar sobre<br />

as infinitas mudanças as quais surgirão<br />

em seu caminho, reflicta sobre<br />

suas escolhas, atitudes, saiba o<br />

que é melhor para sua essência no<br />

momento, não tenha medo de renovar<br />

as energias de sua vida.<br />

Dias positivos do mês: 08, 15, 19,<br />

21, 27, 29.<br />

S agitário<br />

Em Fevereiro de 2015, Sagitariano,<br />

óptimo mês para você pensar<br />

em seu universo interior, buscar<br />

introspecção para sua alma, fortalecer<br />

sua essência com novos conhecimentos<br />

espirituais e sentir-se<br />

mais autónomo na tomada de decisões<br />

para sua vida.<br />

Dias positivos do mês: 1º, 03, 07, 13,<br />

24, 28.<br />

C apricórnio<br />

Em Fevereiro de 2015, Capricorniano,<br />

você estará mais amadurecido<br />

na tomada de decisões, acredite<br />

em seu EU interior e em suas<br />

intuições, conte com sua independência<br />

e criatividade para conduzir<br />

as actividades durante todo o mês,<br />

acredite em sua sabedoria interna.<br />

Dias positivos do mês: 10, 13, 16,<br />

21, 25, 26.<br />

A quário<br />

Em Fevereiro de 2015, Aquariano,<br />

óptimo mês para você criar<br />

harmonia entre seu mundo interno<br />

e externo, então, proporcione<br />

paz espiritual para sua essência,<br />

tranquilize aos poucos sua alma,<br />

livre-se das turbulências mentais e<br />

pense mais sobre o que a sabedoria<br />

da vida lhe poderá proporcionar<br />

de positivo.<br />

Dias positivos do mês: 02, 04, 07,<br />

17, 23, 27.<br />

<br />

P eixes<br />

Em Fevereiro de 2015, Pisciano,<br />

óptimo mês para você pensar<br />

em sua liberdade emocional de forma<br />

positiva, pois tem carta-branca<br />

do universo para conduzir sua vida<br />

pessoal e profissional com sabedoria,<br />

atitude e inteligência, aproveite<br />

a oportunidade e renove as energias<br />

nestas áreas de sua vida.<br />

Dias positivos do mês: 04, 14, 19,<br />

23, 28, 31.<br />

Coordenação: Joana Araújo


36 Lusitano de Zurique<br />

Literatura<br />

Fevereiro 2015<br />

Olá, amigo.<br />

Espero que estejas bem. Por aqui sopram ventos<br />

adversos.<br />

Nas grandes superfícies as pessoas andam<br />

entretidas como crianças a brincar, com umas<br />

maquinetas que usam para irem fazendo as<br />

compras passando aquela treta nos códigos de<br />

barras. “ Self-Scanning . “ Depois não passam<br />

pelas caixas normais. Simplesmente descarregam<br />

aquela coisa numa máquina especial e<br />

assim, na verdade vão poupar tempo.<br />

Talvez por isso, talvez só por ser moda, talvez<br />

Carmindo de<br />

por comodismo, talvez sem sequer pensarem<br />

Carvalho<br />

__ porque pensar dá muito trabalho! …<br />

Agora não enxergam que pelo uso de algumas<br />

daquelas maquinetas, são alguns postos de<br />

trabalho que se vão perder. É poupança nos<br />

ordenados dos empregados das caixas que<br />

vão desaparecer e isso é lucro para os bolsos<br />

gananciosos do grande capital.<br />

Mas, se um dia ficarem no desemprego vão<br />

finalmente entender a montanha de porcaria<br />

que ajudaram a fazer.<br />

Infelizmente e irremediavelmente nessa altura<br />

já vai ser tarde, de nada vão valer os arrependimentos.<br />

Os ventos adversos que por aqui sopram, já<br />

puseram as cabeças pensadoras, que contabilizam<br />

até ao cêntimo, que para compensar o<br />

prejuízo nas vendas, querem que comecemos<br />

a trabalhar duas horas a mais por semana e<br />

perdermos dois dias de férias.<br />

É a ganância desenfreada de pessoas que querem<br />

ganhar sempre e em todas as frentes. Não<br />

lhes basta a condição de: está mal para vender,<br />

mas está bom para comprar. E se perdem<br />

numa forma, ganham noutra.<br />

Resta-me a esperança de que a brisa agradavelmente<br />

fresca que senti hoje pela Tv. se multiplique,<br />

que cresça e se transforme num ciclone<br />

que derrube estes muros que aprisionam a<br />

minha vontade de gritar: Sim podemos!<br />

Esperança que estas duas palavras se transformem<br />

em ventos de mudança e sirvam de<br />

alavanca para empurrar o mundo num rumo<br />

mais justo e solidário, sem esmolas, apenas<br />

com respeito pelos direitos que cada cidadão<br />

tem direito, para viver a sua vida com a dignidade<br />

que merece.<br />

Assim seja.<br />

Amigo, fica bem. Boa noite.<br />

31 de Janeiro de 2015<br />

Ser mãe<br />

Ser mãe, é na essência<br />

Máxima da palavra<br />

A consagração<br />

Da condição<br />

Feminina de ser mulher.<br />

Ser mãe, é o despertar<br />

De um sonho<br />

Tantas vezes sonhado!<br />

Ser mãe, é o concretizar de um desejo<br />

Que ansiosamente transportava no<br />

peito.<br />

Ser mãe, é o florir de uma roseira<br />

Lindas e charmosas rosas!<br />

Ser mãe , não é só o gozar ao fazer<br />

um filho<br />

Que ao pari-lo como cadela danada o<br />

enjeita e atira<br />

Prá sarjeta da vida<br />

Tal como algo putrefacto<br />

Um velho e roto trapo .<br />

Ser mãe, é dar - lhe o seu sangue,<br />

uma vida.<br />

Ser mãe, é estar do seu lado<br />

Vigilante a todo o instante<br />

Para que nada falte ao seu filho<br />

Tão querido, tão amado !<br />

Ser mãe, é isso e muito mais!<br />

É em silêncio sofrer sem ais.<br />

É rir de contente<br />

Do mais pequeno instante<br />

Que faz feliz o seu petiz.<br />

Ser mãe, é defender até à morte<br />

O seu filhote<br />

Como a loba<br />

Ferozmente com valentia<br />

Defende a sua cria.<br />

A todas vós mães e avós<br />

Mães galinhas extremosas<br />

Mulheres de todo o mundo:<br />

Neste dia em todo lado comemorado<br />

Vos peço perdão pela demora<br />

Mas aqui e agora<br />

Vos rendo vassalagem<br />

Me curvo à vossa passagem .<br />

E ao lembrar-me de minha mãe<br />

Velhinha, lá longe sozinha<br />

No seu cantinho<br />

No silêncio do meu quarto<br />

Meus olhos choram lágrimas silenciosas<br />

Que molham e deslizam pelo meu<br />

rosto devagarinho.<br />

São mágoas<br />

Águas derramadas<br />

Que eu seco com o meu lenço de linho.<br />

Se é feio um homem chorar, não me<br />

importo de ser feio.


Fevereiro 2015<br />

Opinião<br />

Lusitano de Zurique<br />

37<br />

A Grécia, nós e a coragem<br />

Pedro Barroso<br />

Ai Amigos,<br />

Causa-lhes apreensão a<br />

Grécia. Pois.<br />

Desde os altos quadros do BCE,<br />

FMI, aos ministros e chanceleres e<br />

presidentes; e mais os 1ºs Ministros<br />

todos, maiores e menores. Do Parlamento<br />

Europeu, aos comentadores<br />

das televisões “de estado”, tudo<br />

pessoas decentes, bem postas, sabedoras.<br />

Todos foram Charlie há 3 semanas<br />

mas agora, a guerra superior é de<br />

dinheiro, poder, futuro.<br />

Os próprios pivots de noticias nos<br />

telejornais, apreensivos. Nós, também,<br />

espreitando a noticia sobre<br />

a hora. Na nossa nacional Tv, com<br />

o inefável dos Santos - grande piscador<br />

de olho no telejornal e que<br />

veste por vezes a pele de repórter<br />

de colete com muitos bolsos, quando<br />

sai para a guerra, mas sempre<br />

com um bom cheque a cobrir as<br />

viagens.... perorando sobre o que<br />

não conhece.<br />

Todos preocupados. Gosto. A Grécia<br />

a querer fugir da maré de austeridade<br />

a dizer basta; o “nosso mar<br />

é azul e a nossa Historia é antiga. E<br />

estamos fartos da miséria!”<br />

E os senhores da grande Europa -<br />

esses sim... os Donos disto tudo -<br />

todos tão engraçados a olhar o país<br />

das ilhas de sonho. Com cara de<br />

agência funerária como quem diz:<br />

“se o futuro é isto, ou controlo estes<br />

malucos, ou é o descalabro e terei<br />

de fugir, mas para onde?”<br />

E os nossos políticos, para não ficar<br />

atrás, tão engraçados. Todos.<br />

Uns apanhando mal jeitosamente<br />

a boleia. Outros disfarçando a ansiedade.<br />

Caramba, até os nossos<br />

nacionais profissionais comentaristas.<br />

Tudo de luto camuflado, por<br />

uma Europa do capital subitamente<br />

ferida. Pela simples vontade que<br />

um país teve de dizer uma evidencia<br />

que todos pretendiam calar. A<br />

evidência de que “já basta”.<br />

Ah,deixem-me este divertido gozar<br />

com a cara de tanta gente séria.<br />

Perturbada com os seus tachos e<br />

comentários. Aliás, a vida de comentador<br />

já teve dias mais fáceis,<br />

todos sabemos.<br />

E nem sempre - saindo de trás da<br />

secretaria de “comentadura”...- as<br />

suas vidas politicas têm tido desenlaces<br />

felizes, não será assim, professor<br />

“Bom!”?...<br />

Mas fiquem bem.<br />

...<br />

E agora surge o “Podemos”, vindo<br />

do nada, que, aparentemente, também<br />

vai ganhar. Olé.<br />

E nós? chiça, e nós?<br />

Pois por cá, meus senhores, pulverizados<br />

em mil Marinho Pinto’s,<br />

Gritos, Paulo Morais, Dragos, Mil’s,<br />

Partidos Humanistas, direitos de<br />

tendência avulsos, blogs guerreiros<br />

de palavras - como nós...-, Partidos<br />

“livres”, Araujos, BE’s e suas muitas<br />

e divertidas ramificações, Garcia<br />

Pereiras, Louçãs, Movimento “que<br />

se lixe a troika”, Movimentos pela<br />

Cidadania, Forças de Facebook, etc<br />

etc, assim...tudo vai ficar na mesma.<br />

Não haverá coragem de superar o<br />

medo de não ter coragem?<br />

A mim, sobra-me a apreensão por<br />

um Portugal que podia estar também<br />

a dobrar uma esquina maior.<br />

E que vai ser uma vez mais, na sua<br />

pequenez e aselhice desconfiada,<br />

uma espécie de espectador da mudança<br />

alheia. Na forma esdrúxula e<br />

esquiva como olha a coragem dos<br />

outros.<br />

Na ausência de um líder com capacidade,<br />

posição, verve e inteligência<br />

que, no espaço e a tempo, arrisque<br />

a hombridade e o arrojo, acima das<br />

questiúnculas. Alguém que supere<br />

as divergências com as convergências.<br />

Alguém que reúna à mesa todos os<br />

desiludidos que tanto gritam por<br />

novos protagonistas. Todos os que<br />

já agoniaram estes e já não podem<br />

ver mais do mesmo.<br />

Precisa-se desse Alguém que motive<br />

um povo e o faça ressentir e repartir<br />

para uma jornada de assomo<br />

e coragem ante esta velha Europa<br />

encanecida e vagamente decrépita.<br />

Alguém, senhores, alguém.<br />

Alguém. Dão-se alvíssaras em<br />

nome da Liberdade.


38 Lusitano de Zurique<br />

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Os cachorros têm, como se sabe, o olfacto altamente<br />

desenvolvido. Assim, estima-se que seu<br />

focinho seja entre 10.000 e 100.000 vezes mais<br />

sensível do que o nariz humano. Quando eles<br />

encostam seus focinhos na traseira de outro cão, o<br />

que eles fazem é colectar uma grande quantidade<br />

de informações sobre o outro animal, como qual<br />

comida ele comeu, género e até o estado emocional.<br />

É como conversar, mas usando química. Na verdade,<br />

este é apenas um dos muitos exemplos de<br />

comunicação química no reino animal.


Fevereiro 2015<br />

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Lusitano de Zurique<br />

39<br />

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excessivo. (art. 3 LCD9

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