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8 Lusitano de Zurique<br />
Fevereiro 2015<br />
SINDICATO DOS PROFESSORES NAS COMUNIDADES LUSÍADAS<br />
NOTA AOS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL<br />
PROFESSORES DE LÍNGUA E CULTURA PORTUGUESAS<br />
NA SUÍÇA NO LIMIAR DA POBREZA<br />
O que admira é que a grave situação dos professores de Língua e Cultura Portuguesas na Suíça<br />
só agora, depois de atingir o nível do insustentável, se tenha tornado assunto de conhecimento público.<br />
Na verdade, as tabelas salariais de todos os professores do Ensino Português no Estrangeiro, que<br />
datam de 2008 e foram ainda negociadas com o Ministério da Educação, antes da passagem do<br />
sistema para o Instituto Camões, são cada vez mais inadequadas para fazer face aos custos básicos<br />
em países cujo nível de vida é muito superior àquele em Portugal.<br />
Esta situação tem vindo a agravar-se nos últimos 3 anos com os cortes dos subsídios de Natal e<br />
de férias, assim como todo o tipo de aumentos registados na tributação fiscal e que têm atingido toda a<br />
função pública, mas especialmente os funcionários portugueses no estrangeiro, visto que todos os<br />
descontos lhes são feitos como se residissem em Portugal e não em países onde as despesas diárias<br />
são muito superiores. Neste ponto basta dizer que um professor de Português no estrangeiro paga<br />
mensalmente, em taxas extraordinárias, cerca de 1.200 euros.<br />
Quanto aos professores na Suíça, devido ao câmbio desfavorável, uma vez que as tabelas<br />
salariais são em euros, a situação agrava-se ainda mais, pois são duplamente penalizados, por um<br />
lado, devido aos descontos excessivos e por outro, devido ao problema cambial.<br />
Porém, e muito lamentavelmente, tanto o Instituto Camões como a Secretaria de Estado das<br />
Comunidades têm sempre ignorado deliberadamente esta realidade, apesar de o nosso Sindicato,<br />
desde 2010, chamar constantemente a atenção para a situação precária dos docentes na Suíça,<br />
situação essa que já levou vários a regressar a Portugal ou a procurar nesse país ocupação melhor<br />
remunerada.<br />
A supressão da taxa de câmbio fixa na Suíça vem agora agravar ainda mais o problema, pois a<br />
vida dos docentes, anteriormente já difícil, vai tornar-se impossível, visto irem sofrer reduções mensais<br />
entre 400 e 500 euros, facto que, aliado a um vencimento já insuficiente, lhes impossibilitará fazer face<br />
às despesas mais básicas.<br />
A tutela sempre jogou com a circunstância das ligações familiares e afetivas, que levam muitos<br />
professores a permanecer nos seus postos, mesmo com vencimentos inadequados, mas a partir de<br />
hoje essa opção deixou de existir, pois em média os docentes irão receber pouco mais de 2.000 francos<br />
mensais líquidos, importância que os colocará no limiar da pobreza, visto na Suíça 4.000 francos serem<br />
considerados o mínimo para permitir uma vida digna. Um professor suíço, em início de carreira, aufere<br />
mais de 5.000 francos mensais, o que coloca os professores portugueses no escalão de “pobres do<br />
ensino”.<br />
O nosso Sindicato enviou já ofício ao Secretário de Estado das Comunidades, chamando a<br />
atenção para a gravidade da situação e propondo um subsídio de emergência, estando também<br />
planeada uma ação de protesto junto da Embaixada de Portugal em Berna.<br />
Para mais informações contactar: Teresa Duarte Soares - 00491714775794<br />
18 de janeiro de 2015<br />
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Contacto: Maria Teresa Duarte Soares Tel/Fax: 0049 911 941 9854<br />
Kesslerplatz 10<br />
teresa.duartesoares@t-online.de<br />
90489 Nuernberg- Alemanha