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CENTRO UNIVERSITÁRIO FEEVALE<br />

TADEU CAROU ZOGBI JÚNIOR<br />

ATUAÇÃO DE UMA COMERCIAL EXPORTADORA: O CASO DA ALPHAEXPORT<br />

NOVO HAMBURGO, OUTUBRO DE 2008.


TADEU CAROU ZOGBI JÚNIOR<br />

ATUAÇÃO DE UMA COMERCIAL EXPORTADORA: O CASO DA ALPHAEXPORT<br />

Centro Universitário Feevale<br />

Instituto <strong>de</strong> Ciências Sociais Aplicadas<br />

Curso <strong>de</strong> Administração <strong>de</strong> Empresas – Hab. em Negócios Internacionais<br />

Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso<br />

Professor Orientador: Ms. José Carlos Lehn<br />

Novo Hamburgo, outubro <strong>de</strong> 2008.


TADEU CAROU ZOGBI JÚNIOR<br />

Trabalho <strong>de</strong> Conclusão do Curso <strong>de</strong> Administração – Habilitação em Negócios<br />

Internacionais, com título ATUAÇÃO DE UMA COMERCIAL EXPORTADORA: O<br />

CASO DA ALPHAEXPORT, submetido ao corpo docente do Centro Universitário<br />

Feevale, como requisito necessário para a obtenção do grau <strong>de</strong> Bacharel em<br />

Administração <strong>de</strong> Empresas.<br />

Aprovado por:<br />

__________________________<br />

Prof. José Carlos Lehn<br />

__________________________<br />

Profª. Lisiane Fonseca da Silva<br />

Banca Examinadora<br />

_________________________<br />

Profª. Melody <strong>de</strong> Campos Soares Porsse<br />

Banca Examinadora<br />

Novo Hamburgo, outubro <strong>de</strong> 2008.


AGRADECIMENTOS<br />

conhecimento.<br />

Agra<strong>de</strong>ço a Deus, pelo dom da vida e do<br />

A minha mãe Heloisa, por todo amor e apoio<br />

incondicional, ao meu pai Ta<strong>de</strong>u (in memorian) que tenho a<br />

certeza absoluta <strong>de</strong> que me acompanhou nesta caminhada.<br />

Obrigado por estarem ao meu lado durante a realização <strong>de</strong>ste<br />

sonho.<br />

A minha irmã Taísa, que me incentivou e esteve<br />

comigo durante esta jornada.<br />

carinho.<br />

As minhas avós Alaí<strong>de</strong> e Irene, exemplos <strong>de</strong> amor e<br />

compreensão.<br />

A minha namorada Daniela, por todo apoio e<br />

Ao professor e amigo Ms. José Carlos Lehn, pelo<br />

interesse e competente orientação nesse trabalho, obrigado<br />

por compartilhar <strong>de</strong> sua sabedoria.<br />

Aos colegas <strong>de</strong> faculda<strong>de</strong> e professores com quem<br />

muito aprendi nesta jornada.<br />

A todos os meus familiares e amigos que me<br />

incentivaram, torceram por mim e me acompanharam nessa<br />

importante trajetória da minha vida.


RESUMO<br />

Analisar a relevância da Alphaexport Comercial Exportadora e Importadora Ltda nas<br />

transações <strong>de</strong> exportação e importação para as empresas com as quais atua é o<br />

objetivo geral <strong>de</strong>ste estudo. O presente trabalho foi elaborado a partir <strong>de</strong> uma<br />

pesquisa <strong>de</strong>scritiva, acrescida da metodologia <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> caso. Caracteriza a<br />

Alphaexport Coml. Exp. e Imp. Ltda, i<strong>de</strong>ntifica as principais funções que são<br />

realizadas, bem como os seus relacionamentos e os principais benefícios que são<br />

proporcionados para os exportadores e importadores com os quais atua. Para atingir<br />

os objetivos, foram realizadas entrevistas parcialmente estruturadas e questionários<br />

com perguntas abertas e <strong>de</strong> múltipla escolha com os seus principais parceiros<br />

comerciais, além da contribuição do pesquisador com observação participante.<br />

Através do estudo, foi possível perceber que a empresa tem uma importante<br />

participação nas operações <strong>de</strong> seus clientes, executando diversas funções nos<br />

canais <strong>de</strong> marketing, <strong>de</strong>ntre elas <strong>de</strong>stacando-se a disponibilização <strong>de</strong> crédito,<br />

prestação <strong>de</strong> serviços, prospecção e negociação com fornecedores. Na execução<br />

<strong>de</strong>ssas funções observa-se que a Alphaexport se empenha em manter as<br />

características consi<strong>de</strong>radas fundamentais por seus parceiros comerciais em<br />

relacionamentos, buscando sempre passar confiança, atuando com honestida<strong>de</strong> e<br />

comportamento ético. A empresa atua como uma facilitadora na disponibilização <strong>de</strong><br />

mercadorias para os seus parceiros comerciais.<br />

Palavras-chave: Exportação – importação – funções – relacionamentos –benefícios.


ABSTRACT<br />

Analyses the relevance of Alphaexport Comercial Exportadora e Importadora Ltda. in<br />

exportation and importation <strong>de</strong>alings with its costumers is the general objective of<br />

this study. The present work was elaborated from a <strong>de</strong>scriptive research, ad<strong>de</strong>d of a<br />

methodology of a case study. Features Alphaexport Coml. Exp. E Imp. Ltda,<br />

i<strong>de</strong>ntifies its main role, as well as relationships and the substantials benefits that are<br />

proportionated. To achieve its target, it was accomplished partially structured<br />

interviews and questionnaire with open questions and multiple choices with its main<br />

commercial partners, ad<strong>de</strong>d the co-operation of the digger with his partaker<br />

observation. Thru this study, was possible to realize that the company has an<br />

important share in its clients operations, performing several functions in the<br />

marketing channel, distinguishing, among them, the credit availability, services<br />

ren<strong>de</strong>ring, search for business and <strong>de</strong>al with suppliers. As it accomplish those tasks,<br />

we notice that Alphaexport is engaged in maintain its peculiarities consi<strong>de</strong>red as<br />

fundamental for its commercial partners in relationships, looking for inspiring<br />

confi<strong>de</strong>nce, acting with honesty and ethical behavior. The company operates to make<br />

easier the availability of goods to its commercial partners.<br />

Key – words: Exportation – Importation – Functions – Relationships – Benefits


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1. Fluxos <strong>de</strong> Marketing em canais .............................................................. 28<br />

Figura 2. Balança comercial brasileira 1950 – 2007............................................... 37<br />

Figura 3. Exportações Brasileiras........................................................................... 40<br />

Figura 4. Participação brasileira nas exportações mundiais .................................. 41<br />

Figura 5. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> exportação indireta ................................................................ 42<br />

Figura 6. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> exportação direta................................................................... 44<br />

Figura 7. Importações brasileiras ........................................................................... 47<br />

Figura 8. Participação brasileira nas importações mundiais .................................. 48<br />

Figura 9. Canais <strong>de</strong> aquisição ................................................................................ 49<br />

Figura 10. Prédio on<strong>de</strong> está localizada a empresa ................................................ 66<br />

Figura 11. Foto do armazém .................................................................................. 68<br />

Figura 12. Fluxo <strong>de</strong> funções Alphaexport nas operações da empresa X ............... 71<br />

Figura 13. Fluxo <strong>de</strong> funções Alphaexport nas operações da empresa Q............... 72<br />

Figura 14. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> exportação nas operações da empresa Y ........................... 73<br />

Figura 15. Fluxo <strong>de</strong> funções Alphaexport nas operações da empresa Y ............... 73


7<br />

Figura 16. Fluxo funções Alphaexport na operação on<strong>de</strong> importa da empresa M . 74<br />

Figura 17. Fluxo funções Alphaexport operação <strong>de</strong> exportação para empresa M . 75<br />

Figura 18. Fluxo <strong>de</strong> funções Alphaexport importação conta-própria ...................... 76


LISTA DE QUADROS<br />

Quadro 1. Tarifas <strong>de</strong> importação............................................................................ 46<br />

Quadro 2. Imp. por conta e or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> terceiros X importação por encomenda...... 51<br />

Quadro 3. Diferenças entre empresas Trading Company e Comercial Exportadora<br />

............................................................................................................................... 56<br />

Quadro 4. Relação funções da Alphaexport X figura 1 .......................................... 78<br />

Quadro 5. Funções executadas pela Alphaexport.................................................. 80<br />

Quadro 6: Características importantes para um relacionamento <strong>de</strong> longo prazo... 82<br />

Quadro 7: Benefícios proporcionados pela Alphaexport ........................................ 85<br />

Quadro 8: Síntese dos <strong>de</strong>staques da pesquisa...................................................... 87


SUMÁRIO<br />

INTRODUÇÃO ..........................................................................................................11<br />

1 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................15<br />

1.1 GLOBALIZAÇÃO .............................................................................................15<br />

1.1.1. Blocos Econômicos ..................................................................................18<br />

1.2 MARKETING INTERNACIONAL ....................................................................20<br />

1.3 CANAIS DE MARKETING ..............................................................................22<br />

1.3.1. Funções do Canal <strong>de</strong> Marketing ..............................................................26<br />

1.3.2 Gerenciamento do canal ...........................................................................30<br />

1.3.3 Relacionamento no canal..........................................................................33<br />

1.4 COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO ...........................................................35<br />

1.4.1 Exportações ..............................................................................................37<br />

1.4.2 Exportação Indireta ...................................................................................42<br />

1.4.3 Exportação Direta......................................................................................44<br />

1.4.4 Importações ..............................................................................................45<br />

1.5 TRADING COMPANY E EMPRESA COMERCIAL EXPORTADORA ............52<br />

1.5.1 Trading Company......................................................................................52<br />

1.5.2 Empresa Comercial Exportadora ..............................................................54<br />

2 METODOLOGIA ....................................................................................................58


10<br />

2.1 TIPO DE PESQUISA .......................................................................................58<br />

2.2 PLANEJAMENTO E COLETA DE DADOS......................................................60<br />

2.3 MÉTODOS DE ANÁLISE DE DADOS.............................................................64<br />

3 RESULTADOS DA PESQUISA.............................................................................65<br />

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ...............................................................65<br />

3.2 FUNÇÕES NO CANAL DE MARKETING........................................................70<br />

3.3 RELACIONAMENTOS NO CANAL DE MARKETING .....................................82<br />

3.4 BENEFÍCIOS PROPORCIONADOS ÀS EMPRESAS PELA ALPHAEXPORT84<br />

3.5 SÍNTESE E ANÁLISE DOS DESTAQUES DA PESQUISA.............................86<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................89<br />

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA..............................................................................92<br />

APÊNDICES .............................................................................................................97


INTRODUÇÃO<br />

O novo cenário mundial alterou a dinâmica dos negócios. Devido à<br />

globalização, a competitivida<strong>de</strong> e a concorrência tornaram-se muito acirradas e é<br />

necessário estar preparado para enfrentar essa nova realida<strong>de</strong>.<br />

O atual panorama obriga as pessoas e empresas a pensar globalmente,<br />

falar mais <strong>de</strong> uma língua, pois se comunicar com o mundo é fundamental<br />

(MAGNOLI; SERAPIÃO JR., 2006). Dessa forma, o isolamento econômico tornou-se<br />

impossível <strong>de</strong>vido à crescente globalização, porque a maioria das empresas são<br />

afetadas, direta ou indiretamente, pelos acontecimentos econômicos e políticos que<br />

ocorrem no mercado internacional (CZINKOTA, 2001).<br />

Essas alterações transformaram a socieda<strong>de</strong>, reduzindo distâncias,<br />

ampliando horizontes, modificando padrões <strong>de</strong> vida da população e aumentando as<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lucro com a abertura dos mercados. Este cenário mudou a<br />

concepção <strong>de</strong> comercialização <strong>de</strong> bens no comércio internacional, facilitando o<br />

consumo em virtu<strong>de</strong> das novas dinâmicas comerciais estabelecidas.<br />

Diante <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>, mesmo para as empresas com base doméstica, que<br />

só atuam no mercado interno, torna-se necessário interagir com outros países e<br />

mercados, seja na exportação <strong>de</strong> produtos ou na importação <strong>de</strong> insumos,<br />

componentes, maquinários ou mesmo produtos acabados diferenciados com<br />

melhores preços e qualida<strong>de</strong>. Para Kotabe e Helsen (2000), as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>


12<br />

expansão estão em toda parte, o que eleva a competitivida<strong>de</strong> para todas as<br />

empresas.<br />

Muitas empresas não estão preparadas para enfrentar o competitivo<br />

mercado internacional, seja por este não ser o seu negócio principal ou pela falta <strong>de</strong><br />

recursos para investir em pessoal qualificado como a área <strong>de</strong>manda. Mesmo com<br />

essas dificulda<strong>de</strong>s, alguns empresários percebem que é fundamental aproveitar as<br />

oportunida<strong>de</strong>s encontradas em um mundo globalizado.<br />

A balança comercial brasileira registrou no mês <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2008, valores<br />

expressivos <strong>de</strong> exportação e importação. As exportações atingiram o valor <strong>de</strong> US$<br />

19, 747 bilhões (média diária <strong>de</strong> US$ 940,3 milhões) e tornaram-se o segundo maior<br />

resultado mensal da história e as importações totalizando um valor <strong>de</strong> US$ 17,478<br />

bilhões (média diária <strong>de</strong> US$ 832,3 milhões) atingiram o recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> valores e<br />

médias diárias. Essa corrente <strong>de</strong> comércio (soma das exportações com as<br />

importações) <strong>de</strong> US$ 37,225 bilhões também atingiu recor<strong>de</strong> para os meses <strong>de</strong><br />

agosto (DESENVOLVIMENTO, 2008). Apesar <strong>de</strong> o Brasil estar batendo recor<strong>de</strong>s<br />

dos valores em dólar correspon<strong>de</strong>nte às exportações e importações, o país já teve<br />

uma maior participação no comércio mundial.<br />

Após um período on<strong>de</strong> o Brasil per<strong>de</strong>u espaço no comércio mundial, com a<br />

abertura da economia brasileira, o país está retomando crescimento <strong>de</strong> sua<br />

participação na economia internacional. Dessa forma, torna-se necessário um<br />

melhor entendimento sobre os canais <strong>de</strong> marketing, que são fundamentais no<br />

comércio internacional <strong>de</strong> mercadorias, pois através <strong>de</strong>stes, as mercadorias são<br />

transferidas dos fabricantes para os consumidores (KOTLER, 2000). Dentro <strong>de</strong>sse<br />

contexto, surgem as comerciais exportadoras, que atuam nos canais <strong>de</strong> marketing<br />

executando diversas funções. Segundo Castro (2001), essas empresas não<br />

restringem suas ativida<strong>de</strong>s apenas às exportações, como po<strong>de</strong> parecer. São livres<br />

para importar e até para operar internamente no Brasil.<br />

Diante <strong>de</strong>ste cenário, o problema <strong>de</strong>ste estudo é assim <strong>de</strong>finido: Como se<br />

apresenta a relevância da empresa Alphaexport Comercial Exportadora e<br />

Importadora Ltda na exportação e importação para empresas com as quais atua?


13<br />

Para o autor os benefícios serão muitos, por trabalhar nessa empresa<br />

comercial exportadora e ter participado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua fundação até os dias atuais. A<br />

pesquisa será importante para conhecer melhor seu mercado <strong>de</strong> <strong>atuação</strong>, trazendo<br />

um crescimento profissional através do conhecimento adquirido.<br />

Serve <strong>de</strong> motivação, também, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta pesquisa contribuir com<br />

a comunida<strong>de</strong> acadêmica e empresarial, pois possibilitará conhecer melhor essa<br />

prática comercial que envolve intermediação e suporte nas operações <strong>de</strong> comércio<br />

exterior, que po<strong>de</strong> auxiliar empresas brasileiras com interesse em participar do<br />

mercado internacional.<br />

A Alphaexport Comercial Exportadora e Importadora Ltda surgiu com o<br />

intuito <strong>de</strong> facilitar essas ações para exportadores e importadores <strong>de</strong>sempenhando as<br />

funções necessárias na aquisição e transferência <strong>de</strong> mercadorias. A empresa atua<br />

comprando mercadorias no mercando interno e exportando para outros países e<br />

também como importadora trazendo produtos para terceiros e reven<strong>de</strong>ndo no<br />

mercado interno.<br />

Diante das colocações expostas, <strong>de</strong>termina-se o objetivo geral <strong>de</strong>ste estudo:<br />

analisar a relevância da empresa Alphaexport Comercial Exportadora e Importadora<br />

Ltda nas transações <strong>de</strong> exportação e importação para as empresas com as quais<br />

atua.<br />

objetivo geral:<br />

E por meio dos seguintes objetivos específicos, preten<strong>de</strong>-se alcançar o<br />

<br />

caracterizar a empresa;<br />

<br />

i<strong>de</strong>ntificar as principais funções executadas pela empresa e seus<br />

relacionamentos no canal <strong>de</strong> marketing;<br />

analisar os benefícios que a Alphaexport representa para os<br />

exportadores e importadores.


14<br />

A presente pesquisa não preten<strong>de</strong> aprofundar conhecimentos sobre outras<br />

empresas que atuam intermediando operações no comércio internacional.<br />

O estudo está organizado em três capítulos: (1) referencial teórico; (2)<br />

metodologia; (3) resultado da pesquisa; e encerrando apresenta-se as<br />

consi<strong>de</strong>rações finais.


1 REFERENCIAL TEÓRICO<br />

No referencial teórico são apresentados os estudos já realizados por outros<br />

autores sobre o referido tema. Sobre esse assunto, Vergara (2007, p. 35) faz a<br />

seguinte colocação:<br />

É realizada uma revisão da literatura existente, no que concerne não só o<br />

acervo <strong>de</strong> teorias e as suas críticas, como também a trabalhos realizados<br />

que as tomam como referência.<br />

Assim, é possível levar ao leitor o que já existe sobre o assunto, <strong>de</strong> forma<br />

que se possa balizar o estudo em questão, estruturando o capítulo <strong>de</strong> forma a<br />

apresentar cinco subtítulos: (1.1) Globalização; (1.2) Marketing Internacional; (1.3)<br />

Canais <strong>de</strong> Marketing; (1.4) Comércio Exterior Brasileiro e Perspectivas; (1.5) Trading<br />

Company e Empresa Comercial Exportadora.<br />

Este trabalho tem início através <strong>de</strong> uma abordagem sobre a globalização e<br />

como ela está modificando o cenário mundial.<br />

1.1 GLOBALIZAÇÃO<br />

No período pré-histórico, as trocas <strong>de</strong> produto ocorriam entre habitantes da<br />

mesma tribo, pois mesmo em um grupo pequeno, havia diferentes habilida<strong>de</strong>s para<br />

conseguir ou produzir objetos. Com a evolução do relacionamento humano,<br />

acompanhado <strong>de</strong> novas tecnologias <strong>de</strong> transporte e uma maior facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>


16<br />

locomoção <strong>de</strong> uma região para outra, o campo ação <strong>de</strong> trocas ampliou-se<br />

sucessivamente para as cida<strong>de</strong>s, nações e finalmente o mundo. A globalização é a<br />

unificação do mercado em escala mundial. Ela completa a obra iniciada há cinco<br />

séculos pelas viagens marítimas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta da América e rota para a Índia<br />

(RICÚPERO, apud MAIA, 2007, p. 273).<br />

Nosé Junior (2005) vai um pouco mais adiante e diz que a globalização é<br />

mais velha que Matusalém; <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios da civilização, o ser humano, ao<br />

procurar relacionar-se social ou economicamente, já estava se globalizando.<br />

Seguindo essa linha <strong>de</strong> pensamento, Nosé Junior (2005) diz ainda que a<br />

globalização é um processo contínuo e acelerado que, principalmente a partir da<br />

década <strong>de</strong> 1990, impulsionou mudanças em âmbito mundial, nunca antes<br />

imaginado, em todos os setores como: na economia, finanças, cultura, comunicação,<br />

tecnologia e, principalmente, na informação e transmissão <strong>de</strong> dados, revolucionou<br />

costumes e processos.<br />

antes:<br />

Para Sina (2008, p.5) essa alteração no cenário mundial se iniciou um pouco<br />

A globalização é um ciclo recente da história da humanida<strong>de</strong>, que se<br />

<strong>de</strong>senvolve a partir do final da Segunda Guerra Mundial, mas ganha força<br />

da década <strong>de</strong> 1980 em diante, após a <strong>de</strong>rrocada do regime comunista.<br />

Naquele momento, o mundo <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser polarizado entre os Estados<br />

Unidos e união Soviética, bloco, aliás, que <strong>de</strong>sapareceu no momento em<br />

que todos os países reunidos foram <strong>de</strong>smembrados e passaram a ter<br />

autonomia, in<strong>de</strong>pendência.<br />

Descortina-se um novo panorama mundial obrigando as pessoas e<br />

empresas a pensar globalmente, falar mais <strong>de</strong> uma língua, pois a comunicação com<br />

o mundo torna-se fundamental. A revolução tecnocientífica, <strong>de</strong>flagrada nos anos<br />

1970, começou a alterar o panorama produtivo mundial na década seguinte<br />

(MAGNOLI; SERAPIÃO JR, 2006).<br />

Para Maia (2007) existem fatos que marcaram <strong>de</strong> forma extraordinária a<br />

evolução da economia internacional, como por exemplo, a máquina a vapor e agora,<br />

a internet. Segundo o autor, o progresso dos meios <strong>de</strong> transporte, que se tornaram


17<br />

mais rápidos, seguros e econômicos, permitiram o atual gran<strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> mercadorias<br />

entre os países, seja via marítima, rodoviária ou aérea.<br />

Nesse contexto, autores como Peter Drucker dizem que “com a Internet a<br />

distância foi eliminada; hoje existem apenas uma economia e um mercado; com a<br />

internet já não há fronteiras, e as empresas precisam tornar-se transnacionais na<br />

forma <strong>de</strong> serem administradas” ( apud MAIA, 2007, p. 5).<br />

Maia (2007), ainda cita a internet como o gran<strong>de</strong> instrumento da<br />

globalização, porque o produtor po<strong>de</strong> entrar em contato direto com o consumidor e<br />

com os fornecedores, eliminando os intermediários.<br />

A internet tem sido um forte instrumento <strong>de</strong> comunicação. Extremamente<br />

ágil e eficiente tem facilitado e viabilizado as negociações. Trata-se <strong>de</strong> um<br />

excelente facilitador <strong>de</strong> vendas, compras, divulgação <strong>de</strong> serviços, etc.<br />

(HARTUNG, 2002. p.17).<br />

Mesmo as empresas domésticas que nunca ven<strong>de</strong>ram ao exterior, não<br />

po<strong>de</strong>m ficar isentas da pressão competitiva internacional. Para Kotabe e Helsen<br />

(2000), as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> expansão estão em toda parte, o que eleva a<br />

competitivida<strong>de</strong> para todas as empresas.<br />

A globalização continua em <strong>de</strong>senvolvimento e ten<strong>de</strong> a ter um crescimento<br />

maior nos próximos anos, aumentando o comércio mundial e <strong>de</strong> serviços, a<br />

transferência <strong>de</strong> rendas e movimentos <strong>de</strong> capitais.<br />

Segundo Keegan e Green (2003) a formação <strong>de</strong> blocos econômicos é uma<br />

das forças propulsoras da globalização. Kotabe e Helsen (2000, p. 139) dizem que o<br />

“ambiente político internacional é <strong>de</strong>terminado por um processo dinâmico <strong>de</strong><br />

interações entre países, cada um buscando seu próprio interesse e trabalhando em<br />

conjunto por interesses mútuos”.<br />

Por fazer parte do processo <strong>de</strong> globalização, o próximo tema abordado será<br />

a formação <strong>de</strong> blocos econômicos.


18<br />

1.1.1. Blocos Econômicos<br />

Dentro do contexto <strong>de</strong> globalização mundial, existe também um forte<br />

<strong>de</strong>senvolvimento regional, através <strong>de</strong> blocos econômicos. Para Maia (2007), estes<br />

grupos foram criados com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver o comércio <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada<br />

região. Com isso, criam maior po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra <strong>de</strong>ntro do bloco, elevando o nível <strong>de</strong><br />

vida <strong>de</strong> seu povo. Como o mercado passa a ser disputado também por empresas <strong>de</strong><br />

outros países-membros do bloco, cresce a concorrência, o que gera a melhoria <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> e redução <strong>de</strong> custos.<br />

Esses blocos contribuem para o <strong>de</strong>senvolvimento da globalização mundial,<br />

uma vez que estabelecem acordos comerciais. De acordo com o site da OMC 1 em<br />

12-07-2006:<br />

- estão em vigor 170 acordos regionais;<br />

acordos;<br />

- até <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2002, foram notificados a esse órgão a criação <strong>de</strong> 250<br />

- nem todos os acordos notificados nestes últimos 50 anos, estão em vigor;<br />

- a maior parte dos membros da OMC participa, simultaneamente, <strong>de</strong> mais<br />

<strong>de</strong> um acordo comercial regional (site da OMC, apud MAIA, 2007, p. 280).<br />

A Organização Mundial <strong>de</strong> Comércio registra a existência <strong>de</strong> 250 blocos<br />

econômicos. Os mais importantes são a União Européia, Mercosul, ALALC/ALADI<br />

(Associação Latino Americana <strong>de</strong> Integração), NAFTA (Tratado Norte Americano <strong>de</strong><br />

Livre Comércio), APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico).<br />

Existem basicamente quatro níveis <strong>de</strong> colaboração econômica na formação<br />

<strong>de</strong> blocos regionais:<br />

1 Organização Mundial do Comércio: é um organismo multilateral, internacional, para construção,<br />

<strong>de</strong>fesa e <strong>de</strong>senvolvimento do sistema mundial <strong>de</strong> comércio. (INPI, 2008).


19<br />

1- Área <strong>de</strong> livre comércio: são formadas por países que concordam em<br />

eliminar ou reduzir as barreiras alfan<strong>de</strong>gárias apenas para as importações<br />

<strong>de</strong> mercadorias produzidas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa área (MAIA, 2007). Segundo<br />

Keegan e Green (2003), é importante salientar que os países pertencentes a<br />

uma zona <strong>de</strong> livre comércio po<strong>de</strong>m e realmente mantêm políticas comerciais<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes em relação a outros países.<br />

2- União Aduaneira: Constitui a evolução lógica <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> livre<br />

comércio. Além <strong>de</strong> eliminar as barreiras internas ao comércio, os membros<br />

<strong>de</strong> uma união aduaneira concordam em estabelecer barreiras externas<br />

comuns (KEEGAN; GREEN, 2003). Para Maia (2007), o Mercosul será uma<br />

União Aduaneira quando a tarifa zero for vigente para as mercadorias<br />

produzidas <strong>de</strong>ntro da área e também quando for totalmente implantada a<br />

TEC 2<br />

3- Mercado Comum: é uma união aduaneira na qual há livre circulação não<br />

só <strong>de</strong> mercadorias, mas também <strong>de</strong> serviços. As restrições fronteiriças sobre<br />

a imigração e os investimentos são abolidas (MAGNOLI; SERAPIÃO JR,<br />

2006, p.207).<br />

4- União Econômica: prevê a integração <strong>de</strong> um amplo rol <strong>de</strong> políticas<br />

públicas, além da livre circulação <strong>de</strong> mercadorias, serviços e fatores. A livre<br />

circulação <strong>de</strong> fatores acaba levando os governos nacionais a adotar políticas<br />

monetárias, fiscal, trabalhista e até industrial comuns (MAGNOLI;<br />

SERAPIÃO JR, 2006. p.207). Dentro <strong>de</strong>sse contexto, Keegan e Green<br />

(2003) acrescentam que a evolução completa <strong>de</strong> uma União Econômica<br />

envolveria a criação <strong>de</strong> um banco central unificado.<br />

Em tese, o comércio entre os países constituintes <strong>de</strong> um bloco econômico<br />

aumenta e gera crescimento econômico para os países. Geralmente são blocos<br />

formados por países vizinhos ou que possuam afinida<strong>de</strong>s culturais ou comerciais.<br />

(SUA PESQUISA, 2008).<br />

2 Tarifa Externa Comum: instrumento <strong>de</strong> regulamentação das importações dos países associados em<br />

uma união aduaneira ou um mercado comum. (INSTCUT, 2008).


20<br />

No ano <strong>de</strong> 1991, a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai fecharam um<br />

acordo para a formação do Mercado Comum do Sul (Mercosul), após uma série <strong>de</strong><br />

negociações iniciadas no segundo semestre do ano anterior, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

estabelecer entre si vínculos comerciais e econômicos em razão das facilida<strong>de</strong>s<br />

geográficas <strong>de</strong> contato (SINA, 2008).<br />

A regionalização através <strong>de</strong> blocos econômicos traz benefícios para os<br />

profissionais <strong>de</strong> marketing. A respeito disso, Kotabe e Helsen (2000, p. 235) dizem<br />

que com a “integração macroeconômica entre as regiões existe uma tendência para<br />

a maior harmonização <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> produto e <strong>de</strong> setores” e <strong>de</strong>ssa forma é possível<br />

atingir um universo maior com o mesmo esforço <strong>de</strong> vendas.<br />

Uma constatação <strong>de</strong>sta tendência é o aumento <strong>de</strong> 250% do comércio intraregional<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 90 (KEEGAN; GREEN, 2003).<br />

Partindo <strong>de</strong>sse conceito <strong>de</strong> mundo globalizado, cada vez mais formado por<br />

blocos econômicos, surge aí, a necessida<strong>de</strong> das empresas estarem cada vez mais<br />

preparadas para enfrentar a arena internacional <strong>de</strong> negócios, sob a interferência <strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong>s e também ameaças: o Marketing Internacional, torna-se essencial<br />

para as organizações po<strong>de</strong>rem enfrentar o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio, <strong>de</strong> competir no mercado<br />

internacional.<br />

1.2 MARKETING INTERNACIONAL<br />

Segundo Keegan (2005, p. 49), “Marketing é o processo <strong>de</strong> focalizar os<br />

recursos e objetivos <strong>de</strong> uma organização nas oportunida<strong>de</strong>s do ambiente”. O autor<br />

ainda diz que “é um conjunto <strong>de</strong> conceitos, ferramentas, teorias, práticas e<br />

procedimentos, além <strong>de</strong> experiências”.<br />

Autores como Kotabe e Helsen (2000, p.73) vão um pouco mais além e<br />

dizem que o Marketing é:


21<br />

[...] essencialmente uma ativida<strong>de</strong> corporativa criativa, que envolve o<br />

planejamento e a execução da concepção, <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> preço,<br />

promoção e distribuição <strong>de</strong> idéias, produtos e serviços em uma troca que<br />

não apenas satisfaz às necessida<strong>de</strong>s atuais dos consumidores, mas<br />

também antecipa e cria suas necessida<strong>de</strong>s futuras com <strong>de</strong>terminado lucro.<br />

Com a globalização e o aumento dos negócios internacionais, é necessário<br />

expandir as fronteiras do marketing básico para o marketing internacional. Po<strong>de</strong>-se<br />

dizer que o marketing internacional é uma aplicação dos conceitos <strong>de</strong> marketing<br />

básico, porém utilizados em mercados nos quais se <strong>de</strong>senvolvem ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

exportação ou ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> uma gama <strong>de</strong> produtos cuja origem é<br />

outro país (NOSÉ JÚNIOR, 2005).<br />

Para Nickels e Wood (1999), antes que uma empresa entre no mercado<br />

internacional, seus profissionais <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong>vem compreen<strong>de</strong>r como as<br />

influências políticas, econômicas, sociais e culturais po<strong>de</strong>m afetar os<br />

relacionamentos <strong>de</strong> marketing.<br />

A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejar ações <strong>de</strong> marketing global, surge da diversida<strong>de</strong><br />

cultural encontrada em cada país. Para Keegan e Green (2003), os países e povos<br />

do mundo, diferem uns dos outros e essas diferenças significam que uma técnica <strong>de</strong><br />

marketing bem-sucedida em um país, não irá necessariamente funcionar em outro.<br />

Os autores ainda dizem que:<br />

[...] as preferências dos consumidores, os concorrentes, os canais <strong>de</strong><br />

distribuição e os meios <strong>de</strong> comunicação po<strong>de</strong>m diferir, e é tarefa importante<br />

no marketing global apren<strong>de</strong>r a reconhecer até que ponto os planos e<br />

programas <strong>de</strong> marketing po<strong>de</strong>m ser estendidos ao mundo inteiro, bem como<br />

até que ponto eles têm <strong>de</strong> ser adaptados. (KEEGAN; GREEN, 2003, p. 73).<br />

Dando seguimento a essa linha <strong>de</strong> pensamento, Kotabe e Helsen (2000)<br />

dizem ser essa uma característica exclusiva do marketing internacional, a ênfase,<br />

sempre que for necessário da adaptação do produto e da promoção aos mercados<br />

estrangeiros.<br />

Sendo este um dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios para os profissionais <strong>de</strong>ssa área.<br />

Neves e Scare (2001), dizem que é necessário analisar o comportamento <strong>de</strong> compra


22<br />

dos consumidores, porém i<strong>de</strong>ntificá-los na arena internacional é muito mais<br />

trabalhoso que no mercado interno.<br />

Para Nosé Júnior (2005), “a única diferença entre as <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> marketing<br />

nacional e o internacional é que as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> marketing ocorrem em mais <strong>de</strong> um<br />

país”. Esta afirmação é correta, segundo citado acima por Kotabe e Helsen (2000),<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam observadas as particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada mercado.<br />

Face essa realida<strong>de</strong>, Nickels e Wood (1999), dizem que tanto as<br />

exportações quanto as importações, fazem parte do marketing internacional. Estes<br />

autores ainda dizem que o marketing internacional também faz com que surja uma<br />

concorrência mais intensa, <strong>de</strong> forma que se torna necessário enfatizar a qualida<strong>de</strong> e<br />

utilizar um marketing <strong>de</strong> nível mundial para formar e manter uma base <strong>de</strong> clientes.<br />

Para os profissionais <strong>de</strong>sta área, é fundamental estarem preparados para as<br />

mudanças <strong>de</strong> mercado e estarem aptos a absorvê-las e transformá-las em<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios para as instituições na qual trabalham.<br />

Assim como a i<strong>de</strong>ntificação dos mercados e a adaptação dos produtos, a<br />

escolha dos canais corretos para atingir os mercados alvos é extremamente<br />

importante para que a operação seja bem sucedida. Dentro <strong>de</strong>sse contexto, no<br />

próximo capítulo serão abordados os canais <strong>de</strong> marketing, que serão os meios que<br />

levarão as mercadorias ao seu <strong>de</strong>stino final.<br />

1.3 CANAIS DE MARKETING<br />

Os canais <strong>de</strong> marketing são os meios através dos quais um produto chega<br />

ao seu <strong>de</strong>stino final. “Os canais <strong>de</strong> marketing são conjuntos <strong>de</strong> organizações<br />

inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes envolvidas no processo <strong>de</strong> disponibilização <strong>de</strong> um produto ou<br />

serviço para uso ou consumo” (KOTLER, 2000).


23<br />

comentários:<br />

Sobre essa afirmação, Coughlan et. al. (2002, p. 20) fazem os seguintes<br />

[...] primeiramente eles afirmam que um canal <strong>de</strong> marketing é um ‘conjunto<br />

<strong>de</strong> organizações inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes’. Ou seja, um canal <strong>de</strong> marketing não é<br />

apenas uma empresa fazendo o melhor que po<strong>de</strong> no mercado – quer ela<br />

seja fabricante, atacadista ou varejista. Em vez disso, muitas entida<strong>de</strong>s<br />

estão, em geral, envolvidas na ativida<strong>de</strong> do canal <strong>de</strong> marketing.<br />

Baseando-se nestas informações, po<strong>de</strong>mos dizer que cada membro do<br />

canal <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>mais para <strong>de</strong>sempenhar sua função correspon<strong>de</strong>nte.<br />

Conforme Sina (2008), os canais <strong>de</strong> distribuição são os intermediários estruturados<br />

para manusear, estocar e comercializar os produtos, repassando-os das mãos do<br />

produtor para as mãos do consumidor.<br />

Autores como Nickels e Wood (1999) <strong>de</strong>finem os canais <strong>de</strong> marketing como<br />

a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> parceiros na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor que coopera para trazer os produtos dos<br />

produtores para os consumidores finais.<br />

Para o sucesso <strong>de</strong>sta transferência, Coughlan et. al. (2002) dizem que é <strong>de</strong><br />

importância crucial que todos os membros do canal concentrem sua atenção no<br />

usuário final. Para esses autores o propósito do canal <strong>de</strong> marketing é satisfazer os<br />

usuários finais no mercado, sejam eles consumidores ou compradores <strong>de</strong> empresas<br />

finais.<br />

Segundo Keegan e Green (2005), o propósito dos canais <strong>de</strong> marketing é<br />

criar utilida<strong>de</strong> para os clientes. O autor <strong>de</strong>fine como sendo quatro as principais<br />

categorias <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um canal:<br />

1- Ponto: a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um produto ou serviço em um local que seja<br />

conveniente para o cliente potencial;<br />

2- Tempo: a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um produto ou serviço quando <strong>de</strong>sejado<br />

por um cliente;


24<br />

3- Forma: o produto está processado, preparado e pronto para o uso e em<br />

condições a<strong>de</strong>quadas;<br />

4- Informação: disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> respostas a perguntas e <strong>de</strong> comunicação<br />

geral sobre as características úteis do produto e seus benefícios.<br />

Ainda para esse autor, essas utilida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser uma fonte básica <strong>de</strong><br />

vantagem competitiva e valor <strong>de</strong> produto. Escolher uma estratégia <strong>de</strong> canal é uma<br />

das <strong>de</strong>cisões estratégicas-chave que o gerenciamento <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong>ve fazer<br />

(KEEGAN, 2005). No tocante a esse ponto, Sina (2008) diz que a escolha <strong>de</strong> uma<br />

maneira equivocada <strong>de</strong> escoar o produto po<strong>de</strong> inviabilizar a venda em diferentes<br />

aspectos, citando como exemplo a ina<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> estocagem.<br />

No tocante a esse ponto, Nosé Júnior (2005) classifica seis canais <strong>de</strong><br />

marketing mais utilizados no comércio internacional:<br />

1- Importadores e importadores/distribuidores;<br />

2- Atacadistas/reven<strong>de</strong>dores;<br />

3- Lojistas;<br />

4- Distribuidor/lojista exclusivo;<br />

5- Agentes/representantes e<br />

6- Venda indireta – tradings 3 /comerciais exportadoras.<br />

Segundo Keegan e Green (2003), “o processo <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> canais<br />

internacionais a<strong>de</strong>quados aos objetivos gerais da empresa é limitado por vários<br />

fatores: clientes, produtos, intermediários e ambiente”. Para estes autores, estes<br />

quatro fatores <strong>de</strong>vem balizar esta ação.<br />

É muito difícil para uma empresa, conseguir gerenciar todo o processo <strong>de</strong><br />

distribuição <strong>de</strong> uma mercadoria até fazê-la chegar ao mercado alvo. “Por meio <strong>de</strong><br />

seus contatos, experiência, especialização e escala <strong>de</strong> operação, os intermediários<br />

3 Trading Company: é uma socieda<strong>de</strong> mercantil cujas ativida<strong>de</strong>s são compra e venda, intermediação,<br />

financiamentos, comercialização e, inclusive, industrialização (MINERVINI, 2005, p.140).


25<br />

normalmente oferecem à empresa mais do que ela po<strong>de</strong> conseguir trabalhando<br />

sozinha” (KOTLER , 2000, p. 511).<br />

Diante da afirmação anterior, Stern e El-Ansary afirmam que os<br />

intermediários facilitam o fluxo <strong>de</strong> mercadorias e serviços e vão ainda mais além:<br />

Esse procedimento é necessário para diminuir a distância entre a varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> mercadorias e serviços oferecida pelo fabricante e a varieda<strong>de</strong><br />

necessária para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda exigida pelo consumidor. Essa<br />

distância resulta do fato <strong>de</strong> os fabricantes normalmente produzirem uma<br />

gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma varieda<strong>de</strong> limitada <strong>de</strong> mercadorias, enquanto os<br />

consumidores normalmente <strong>de</strong>sejam uma quantida<strong>de</strong> limitada <strong>de</strong> uma<br />

gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> mercadorias (STERN; EL-ANSARY apud KOTLER,<br />

2000. p.511).<br />

Para Coughlan et al. (2002), os intermediários aparecem nos canais <strong>de</strong><br />

marketing porque facilitam a busca entre as partes, pois esse processo tem como<br />

característica a incerteza tanto dos usuários finais quanto dos ven<strong>de</strong>dores. Esse<br />

mo<strong>de</strong>lo pressupõe que os usuários finais não sabem ao certo on<strong>de</strong> encontrar os<br />

produtos ou serviços que procuram, enquanto os ven<strong>de</strong>dores não sabem ao certo<br />

como alcançar os usuários finais.<br />

Outra vantagem da utilização <strong>de</strong> intermediários é citada por Rosenbloom<br />

(2002) como sendo uma tarefa complexa que se <strong>de</strong>sdobra em diversas tarefas<br />

menores e mais simples. Desta forma, elas são alocadas a partes que são<br />

especialistas em <strong>de</strong>sempenhá-las, resultando em uma eficiência muito maior.<br />

No tocante a esse ponto, po<strong>de</strong>-se dizer que os intermediários facilitam as<br />

buscas nas duas extremida<strong>de</strong>s do canal (COUGHLAN et. al., 2002).<br />

Rosenbloom (2002) <strong>de</strong>fine os intermediários como empresas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

que dão suporte aos produtores, fabricantes e usuários finais no <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong><br />

funções <strong>de</strong> negociação e outras tarefas <strong>de</strong> distribuição. Po<strong>de</strong>ndo participar também<br />

da proprieda<strong>de</strong> das mercadorias. No tocante a este ponto, McCarthy e Perreault Jr.<br />

(1997), dizem que a maioria dos fabricantes procura a ajuda <strong>de</strong> intermediários<br />

especialistas quando entra em mercados internacionais. Estes especialistas <strong>de</strong><br />

canal ajudam a fornecer informações, aproximando compradores <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores.


26<br />

Segundo Kotler (2000), o modo como os profissionais <strong>de</strong> marketing tornam<br />

seus produtos disponíveis aos seus consumidores envolvem canais <strong>de</strong> distribuição,<br />

que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidos como uma re<strong>de</strong> organizada <strong>de</strong> órgãos e instituições, que,<br />

em combinação, executam todas as funções necessárias para ligar os produtores<br />

aos usuários finais a fim <strong>de</strong> realizar a tarefa <strong>de</strong> marketing.<br />

Dessa forma, enten<strong>de</strong>-se que o papel dos intermediários no canal <strong>de</strong><br />

marketing é muito importante na disponibilização <strong>de</strong> produtos e serviços. As<br />

utilida<strong>de</strong>s que eles po<strong>de</strong>m fornecer po<strong>de</strong>m ser uma fonte básica <strong>de</strong> vantagem<br />

competitiva e valor <strong>de</strong> produto. A partir dos conceitos abordados e da i<strong>de</strong>ntificação<br />

dos canais que po<strong>de</strong>m ser utilizados na disponibilização <strong>de</strong> mercadorias no mercado<br />

internacional, faz-se necessário analisar as funções que eles po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sempenhar.<br />

1.3.1. Funções do Canal <strong>de</strong> Marketing<br />

Para Kotler (2000), os canais <strong>de</strong> marketing têm como objetivo preencher as<br />

lacunas <strong>de</strong> tempo, local e posse que separam as mercadorias e os serviços<br />

daqueles que os precisam.<br />

A esse respeito, po<strong>de</strong>mos citar também Rosenbloom (2002), que concorda<br />

com Kotler (2000) dizendo que um canal <strong>de</strong> marketing é uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> organizações<br />

que cria utilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tempo, lugar e posse para consumidores e usuários<br />

empresariais.<br />

Para Rosenbloom (2002), durante o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong><br />

marketing surge uma série <strong>de</strong> movimentos. O autor diz que esses fluxos fornecem<br />

os elos que ligam os membros do canal e <strong>de</strong>mais agências uns aos outros na<br />

distribuição <strong>de</strong> bens e serviços. Do ponto <strong>de</strong> vista estratégico, os mais importantes<br />

são:<br />

1- Fluxo do produto: refere-se ao movimento físico real do produto, que<br />

começa no ponto <strong>de</strong> produção, passa por todas as partes que envolvem a<br />

manipulação física do produto, e termina nos consumidores finais;


27<br />

2- Fluxo <strong>de</strong> negociação: representa a interação das funções <strong>de</strong> compra e<br />

venda, associadas à transferência dos direitos sobre os produtos;<br />

3- Fluxo <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>: mostra o movimento dos direitos sobre o produto<br />

à medida que ele é transferido do fabricante aos consumidores finais;<br />

4- Fluxo <strong>de</strong> informação: todos os envolvidos participam da troca <strong>de</strong><br />

informações, e o fluxo po<strong>de</strong> ser tanto para frente quanto para trás;<br />

5- Fluxo <strong>de</strong> promoção: refere-se ao fluxo <strong>de</strong> comunicação, persuasiva na<br />

forma <strong>de</strong> propaganda, venda pessoal, promoção <strong>de</strong> vendas e publicida<strong>de</strong>.<br />

Esses fluxos ajudam a <strong>de</strong>finir os participantes do canal e qual função será<br />

exercida por cada membro.<br />

Algumas funções (movimentação <strong>de</strong> produtos físicos, transferência <strong>de</strong><br />

proprieda<strong>de</strong>, promoção) constituem um fluxo à frente da ativida<strong>de</strong> da<br />

empresa para o cliente. Outras funções (pedido e pagamento) constituem<br />

um contra-fluxo dos clientes para a empresa (KOTLER, 2000. p.511).<br />

Seguindo o raciocínio, Seminik e Bamossy (1995) afirmam que “para gerar<br />

eficiência e utilida<strong>de</strong>s no processo <strong>de</strong> troca, uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> funções precisam ser<br />

<strong>de</strong>sempenhadas <strong>de</strong>ntro do canal”. Para esses autores, as funções-chave do canal<br />

<strong>de</strong> marketing se divi<strong>de</strong>m em três grupos:<br />

Funções <strong>de</strong> troca: compra, parcelamento, negociação e comunicação;<br />

Funções <strong>de</strong> suprimento físico: armazenagem, manuseio <strong>de</strong> materiais;<br />

Funções <strong>de</strong> facilitação: financiamento, tomada <strong>de</strong> riscos, padronização,<br />

classificação e informações <strong>de</strong> mercado.<br />

Kotler (2000) ainda coloca como função do canal <strong>de</strong> marketing a supervisão<br />

da transferência real <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma organização ou pessoa para outra<br />

organização ou pessoa.


28<br />

As funções <strong>de</strong>ntro do canal po<strong>de</strong>m ser alteradas pelos fabricantes, por<br />

diversos motivos. Para Seminik e Bamossy (1995) os fabricantes po<strong>de</strong>m optar por<br />

eliminar um intermediário <strong>de</strong> qualquer nível <strong>de</strong> canal. É importante salientar que se<br />

essa ação estiver visando uma redução <strong>de</strong> custos, ela só será real se o comprador e<br />

o ven<strong>de</strong>dor estiverem dispostos a absorver o custo dos serviços prestados pelos<br />

atores do canal, pois a simples eliminação dos intermediários não elimina as funções<br />

realizadas por eles. (ABEPRO, 2008).<br />

Segundo Kotler (2000, p.511), a questão não é se várias funções do canal<br />

precisam ser realizadas, mas quem as realizará. Para o autor, “todas as funções do<br />

canal têm três elementos em comum: usam recursos escassos, em geral po<strong>de</strong>m ser<br />

mais bem <strong>de</strong>sempenhadas por meio <strong>de</strong> especialização e po<strong>de</strong>m ser trocadas entre<br />

os membros do canal”.<br />

Dentre as funções que po<strong>de</strong>m ser exercidas no canal <strong>de</strong> marketing,<br />

Coughlan et al. (2002) citam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter estoques, <strong>de</strong> gerar <strong>de</strong>manda pela<br />

venda <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> distribuir fisicamente o produto, <strong>de</strong> engajar-se em serviço<br />

pós-venda e esten<strong>de</strong>r crédito a outros membros do canal ou a usuários finais. Esses<br />

autores apresentam a figura 1, on<strong>de</strong> são revelados os nove fluxos universais <strong>de</strong><br />

canal e como po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong>sempenhados em um canal hipotético, contendo um<br />

produtor, um intermediário e um usuário final:<br />

Figura 1: Fluxos <strong>de</strong> marketing em canais<br />

Fonte: Couglan et. al. (2002, p.25).


29<br />

Para Coughlan et. al. (2002) os fluxos <strong>de</strong>monstrados na Figura 1 contribuem<br />

não somente para a prestação <strong>de</strong> serviços, mas também representam custos<br />

conforme segue:<br />

- Posse física: refere-se a todas as ativida<strong>de</strong>s relacionadas à armazenagem<br />

<strong>de</strong> mercadorias, inclusive o transporte entre os membros <strong>de</strong> canal;<br />

- Proprieda<strong>de</strong>: ao assumir a titularida<strong>de</strong> dos bens são assumidos os custos<br />

<strong>de</strong> estoque, ficando o capital atado ao produto;<br />

- Promoção: po<strong>de</strong>m assumir várias formas, inclusive vendas pessoais por<br />

um funcionário, força externa <strong>de</strong> vendas, propaganda na mídia e promoções<br />

<strong>de</strong> vendas;<br />

- Negociação: acontece sempre que as condições <strong>de</strong> venda ou a<br />

manutenção das relações em andamento com o mercado são discutidas e<br />

<strong>de</strong>cididas;<br />

- Financiamento: refere-se às condições <strong>de</strong> venda <strong>de</strong> um nível <strong>de</strong> canal<br />

para outro ou <strong>de</strong> um canal para o usuário final. Esta função po<strong>de</strong> ser<br />

exercida tanto pelo fabricante quanto por um intermediário ou até mesmo<br />

por um membro externo <strong>de</strong> canal especializado nessas ativida<strong>de</strong>s;<br />

- Risco: ocorre quando existem garantias <strong>de</strong> preços ou quando a empresa<br />

assume responsabilida<strong>de</strong> sobre algum dano ao produto;<br />

- Pedido: são todas ativida<strong>de</strong>s e custos incorridos na compra do produto;<br />

- Pagamento: São as ativida<strong>de</strong>s envolvidas no fluxo <strong>de</strong> pagamento,<br />

po<strong>de</strong>ndo ser através <strong>de</strong> faturas, títulos;<br />

- Informação: po<strong>de</strong>m fluir entre todos os pares possíveis <strong>de</strong> canal, tanto <strong>de</strong><br />

modo rotineiros quanto especializados. (COUGHLAN et. al. , 2002, p.86).<br />

Conforme <strong>de</strong>monstra a figura, alguns fluxos movem-se partindo do produtor,<br />

passando pelo intermediário até chegar aos usuários finais (posse física,<br />

proprieda<strong>de</strong> e promoção), ao mesmo tempo em que os outros se movem dos<br />

usuários finais passando pelo intermediário e chegando ao produtor (pedido e<br />

pagamento). Outros, ainda, po<strong>de</strong>m-se mover nas duas direções ou são engajados<br />

por pares <strong>de</strong> membros <strong>de</strong> canal (negociação, financiamento, risco e informação),<br />

(COUGHLAN et. al., 2002).<br />

Para Kotler (2000), projetar um sistema <strong>de</strong> canal requer analisar as<br />

necessida<strong>de</strong>s do cliente, estabelecer os objetivos do canal e i<strong>de</strong>ntificar e avaliar as<br />

principais alternativas <strong>de</strong> canal. Após <strong>de</strong>finir o seu mercado-alvo e o posicionamento<br />

<strong>de</strong>sejado, uma empresa <strong>de</strong>ve i<strong>de</strong>ntificar suas opções <strong>de</strong> canal.<br />

As funções que serão executadas no canal <strong>de</strong> marketing irão <strong>de</strong>terminar<br />

quem serão os participantes necessários. Ao criar utilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tempo, lugar e posse<br />

os intermediários se apresentam como opções para produtores e clientes finais. A


30<br />

próxima seção abordará como ocorre o gerenciamento do canal e a sua importância<br />

para que as funções sejam executadas da melhor maneira possível.<br />

1.3.2 Gerenciamento do canal<br />

Consi<strong>de</strong>rando que o canal <strong>de</strong> marketing já esteja <strong>de</strong>finido, com os seus<br />

membros participantes e respectivas funções estabelecidas, cabe uma pergunta:<br />

Como se dá o gerenciamento do canal?<br />

Para Rosenbloom (2002), o gerenciamento do canal po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como<br />

“o conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stinadas a assegurar a cooperação dos membros do<br />

canal em atingir os objetivos <strong>de</strong> distribuição da empresa”.<br />

Po<strong>de</strong>mos citar como funções do gerenciamento a coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong><br />

interesses e ações entre os membros <strong>de</strong> canal que produzem os resultados, bem<br />

como a coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> fluxos <strong>de</strong> canal como a produção dos<br />

resultados <strong>de</strong> serviço exigidos pelos usuários finais (COUGHLAN et. al., 2002).<br />

Para Kotler (2000) o membro que assume o gerenciamento do canal <strong>de</strong>ve<br />

<strong>de</strong>terminar as características dos melhores intermediários, avaliando o tempo <strong>de</strong><br />

experiência no negócio, outras linhas vendidas, histórico <strong>de</strong> crescimento e <strong>de</strong> lucro,<br />

grau <strong>de</strong> solvência, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cooperação e reputação no mercado.<br />

O gerenciamento dos canais <strong>de</strong> marketing permite ao fabricante interagir<br />

com os canais e buscar alternativas na solução dos conflitos existentes, sempre<br />

visando o seu melhoramento. (FEA, 2008).<br />

Nickels e Wood (1999) citam como estratégia geral i<strong>de</strong>al no gerenciamento<br />

<strong>de</strong> logística o equilíbrio <strong>de</strong> custos ótimos com resultados ótimos. Seguindo esta linha<br />

<strong>de</strong> pensamento, Novaes (2001) diz que <strong>de</strong>ve ser buscado <strong>de</strong> forma integrada e<br />

permanente a redução <strong>de</strong> custos, fazendo uma análise <strong>de</strong> toda a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor.<br />

O relacionamento po<strong>de</strong> estar baseado em cooperação, parceria ou<br />

programação <strong>de</strong> distribuição (KOTLER, 2000).


31<br />

Um dos aspectos fundamentais do gerenciamento do canal é a motivação<br />

dos seus membros, que se refere às ações tomadas pelo fabricante para melhorar a<br />

cooperação dos membros participantes do canal na implementação <strong>de</strong> seus<br />

objetivos <strong>de</strong> distribuição. Segundo Rosenbloom (2002, p. 235), o gerenciamento da<br />

motivação está estruturado em três ativida<strong>de</strong>s básicas:<br />

1- I<strong>de</strong>ntificar as necessida<strong>de</strong>s e os problemas dos membros do canal;<br />

2- Oferecer apoio aos membros do canal que seja consistente com suas<br />

necessida<strong>de</strong>s e problemas;<br />

3- Proporcionar li<strong>de</strong>rança mediante o uso eficaz do po<strong>de</strong>r.<br />

O po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> um membro <strong>de</strong> canal está na “sua habilida<strong>de</strong> para controlar as<br />

variáveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão na estratégia <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> outro membro em um<br />

<strong>de</strong>terminado canal em um nível diferente <strong>de</strong> distribuição” (COUGHLAN et. al., 2002,<br />

p.44). Esse ‘po<strong>de</strong>r’ <strong>de</strong>ve ser utilizado para influenciar os membros <strong>de</strong> canal a efetuar<br />

as tarefas que o projeto ótimo <strong>de</strong> canal especifica. Assim será obtido um canal que<br />

flui melhor e com um custo menor.<br />

Quando o gerente do canal <strong>de</strong>senvolveu um sistema excelente para<br />

i<strong>de</strong>ntificar as necessida<strong>de</strong>s e os problemas dos membros do canal, e<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da abordagem usada para apoiá-los, o controle <strong>de</strong>ve<br />

ainda ser exercido por li<strong>de</strong>rança eficaz para comandar uma equipe <strong>de</strong><br />

membros <strong>de</strong> canal bem motivada (ROSENBLOOM, 2002, p.253).<br />

Em relação ao gerenciamento do canal <strong>de</strong> marketing, mesmo quando é<br />

atingida a cooperação entre os seus membros, o sistema não está inerente aos<br />

conflitos. A esse respeito, McCarthy e Perreault (1997) dizem que os conflitos<br />

surgem <strong>de</strong>vido aos membros possuírem diferentes objetivos e também idéias<br />

diferentes sobre como as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser executadas. Para Rosenbloom<br />

(2002), <strong>de</strong>ntro do contexto <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> marketing um conflito existe quando um<br />

membro do canal percebe que as ações <strong>de</strong> outro membro estão impedindo a<br />

realização <strong>de</strong> suas metas.<br />

Os conflitos indicam uma incompatibilida<strong>de</strong> em algum nível do canal e<br />

<strong>de</strong>vem ser esclarecidos o mais rápido possível, a fim <strong>de</strong> evitar que um dos lados<br />

tente fazer que o outro não atinja seus objetivos (COUGHLAN et. al., 2002).


32<br />

Conforme McCarthy e Perreault (1997) a melhor maneira <strong>de</strong> evitar conflito é<br />

manter todos os membros do canal focalizados no mesmo objetivo básico, que como<br />

já foi abordado é satisfazer o consumidor final do canal.<br />

Em alguns casos, é necessário o gerente do canal utilizar o seu ‘po<strong>de</strong>r’ na<br />

solução do conflito. Este ‘po<strong>de</strong>r’ representa a capacida<strong>de</strong> que um membro <strong>de</strong> canal<br />

tem <strong>de</strong> conseguir que outro membro <strong>de</strong> canal faça alguma coisa que <strong>de</strong> outro modo<br />

ele não faria. Po<strong>de</strong> ser visto como o potencial para influenciar (COUGHLAN et. al.,<br />

2002).<br />

McCarthy e Perreault (1997, p.185) chamam o membro que gerencia o canal<br />

<strong>de</strong> “capitão <strong>de</strong> canal”. Para esses autores, o “capitão” po<strong>de</strong> ser:<br />

- Os fabricantes: nestes casos os intermediários aguardam para ver o que os<br />

fabricantes <strong>de</strong>sejam que façam;<br />

- Os intermediários: estes analisam os tipos <strong>de</strong> produtos que seus<br />

consumidores <strong>de</strong>sejam, e <strong>de</strong>pois, procuram fabricantes que po<strong>de</strong>m fornecer<br />

esses produtos a preços razoáveis. Em muitos casos empresas trading<br />

companies e comercial exportadora são capitães <strong>de</strong> canal.<br />

Como o ambiente internacional envolve diferentes países e culturas, os<br />

canais internacionais se tornam muito mais complexos que os domésticos. Nesse<br />

contexto, Rosenbloom (2002) diz que para <strong>de</strong>senvolver e gerenciar canais com<br />

sucesso em ambientes externos, o gerente <strong>de</strong> canal precisa estar ciente e sensível<br />

às diferenças entre os países envolvidos e à forma como essas diferenças afetam a<br />

estratégia do canal.<br />

O gerenciamento do canal <strong>de</strong> marketing tem uma posição estratégica, pois o<br />

membro que assume esta posição <strong>de</strong>verá assegurar a cooperação dos membros do<br />

canal visando atingir os resultados pretendidos. Na seqüência será abordada a<br />

forma que ocorrem os relacionamentos nos canais.


33<br />

1.3.3 Relacionamento no canal<br />

Para Nickels e Wood (1999), uma vez selecionados os canais, <strong>de</strong>ve-se<br />

gerenciar os relacionamentos, conflitos e li<strong>de</strong>rança. Ainda salientam a importância<br />

dos relacionamentos, pois os parceiros <strong>de</strong> canal <strong>de</strong>sempenham funções uns para os<br />

outros.<br />

No <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>sses relacionamentos, é importante existir um equilíbrio<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, on<strong>de</strong> cada lado exerça uma influência consi<strong>de</strong>rável sobre o outro, pois<br />

sem esse equilíbrio uma organização mais po<strong>de</strong>rosa exerce controle sobre a mais<br />

fraca. O bom relacionamento permite que as organizações funcionem como se fosse<br />

uma em busca <strong>de</strong> um interesse maior. (COUGHLAN et. al., 2002).<br />

Segundo Nickels e Wood (1999, p. 31) para planejar relacionamentos <strong>de</strong><br />

longa duração com cliente e outros grupos <strong>de</strong> interesse po<strong>de</strong>m ser aplicados os<br />

mesmos princípios que fortalecem as relações entre os indivíduos, seguindo cinco<br />

princípios básicos:<br />

1- Os relacionamentos se baseiam em comunicação aberta: os profissionais<br />

<strong>de</strong> marketing <strong>de</strong>vem prestar atenção nos clientes, empregados e<br />

fornecedores e outros com os quais quer ter relacionamento; eles também<br />

<strong>de</strong>vem fazer perguntas e agir <strong>de</strong> acordo com as respostas.<br />

2- Os relacionamentos são construídos com base na confiança: fazer os<br />

clientes confiar na empresa cumprindo o que foi dito que seria feito. Uma<br />

empresa que ao longo do tempo faz o que foi combinado <strong>de</strong>monstra que é<br />

digna da confiança e do compromisso dos clientes.<br />

3- Os relacionamentos são reforçados quando as partes mantêm contato:<br />

quanto mais uma empresa está em contato com os clientes, mais se torna<br />

apta a i<strong>de</strong>ntificar suas necessida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>sejos e a respon<strong>de</strong>r <strong>de</strong> acordo.<br />

4- Os relacionamentos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> confiança, honestida<strong>de</strong> e<br />

comportamento ético: os grupos <strong>de</strong> interesse querem po<strong>de</strong>r confiar nas


34<br />

empresas. Qualquer indício <strong>de</strong> que uma empresa não está sendo<br />

absolutamente honesta e ética com os empregados, clientes ou outros<br />

grupos irá enfraquecer bastante o relacionamento.<br />

5- Parceiros em um relacionamento mostram que se preocupam: as<br />

empresas po<strong>de</strong>m mostrar aos clientes e a outros grupos <strong>de</strong> interesse que se<br />

preocupam com eles <strong>de</strong> diversas formas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o acompanhamento após a<br />

compra até a oferta <strong>de</strong> incentivos para recompensar a lealda<strong>de</strong>. As melhores<br />

empresas usam a pesquisa para <strong>de</strong>senvolver uma compreensão tão<br />

profunda <strong>de</strong> seus grupos <strong>de</strong> interesse que elas po<strong>de</strong>m realmente prever<br />

exigências futuras e se movimentar antes para satisfazê-las.<br />

Ao tratarmos esse tema, é necessário ressaltar a importância das parcerias<br />

e alianças estratégicas. A respeito disso, Rosenbloom (2002) diz que esses termos<br />

se referem a um tipo <strong>de</strong> relacionamento <strong>de</strong> canal que vai além da improvisação. O<br />

autor complementa dizendo que são interações contínuas típicas <strong>de</strong> relacionamento<br />

entre o fabricante e seus membros <strong>de</strong> canal. No tocante a este ponto, Kotler (2000)<br />

diz que a empresa trabalha continuamente em conjunto com o cliente para <strong>de</strong>scobrir<br />

meios <strong>de</strong> alcançar melhor <strong>de</strong>sempenho. Ainda Nickels e Wood (1999) afirmam que<br />

ao invés <strong>de</strong> a empresa andar sozinha é possível juntar-se a outras organizações<br />

para fornecer aquilo que os clientes organizacionais necessitam.<br />

Ao possuir informações a respeito <strong>de</strong> seus clientes e suas necessida<strong>de</strong>s, as<br />

organizações estão procurando criar e sustentar relacionamentos com os seus<br />

clientes (NICKELS; WOOD, 1999). Ainda, citam a importância dos relacionamentos<br />

<strong>de</strong> marketing por ligarem cada um dos elos da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor.<br />

Nessa linha <strong>de</strong> pensamento, Nickels e Wood (1999, p.132), dizem que é<br />

possível construir relacionamentos na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor através da reciprocida<strong>de</strong> e do<br />

marketing reverso. A reciprocida<strong>de</strong> baseia-se na prática <strong>de</strong> comprar <strong>de</strong> fornecedores<br />

que também são clientes. No marketing reverso o relacionamento é fortalecido com<br />

os fornecedores que nestes casos não somente aten<strong>de</strong>m as necessida<strong>de</strong>s da<br />

empresa, mas irão se antecipar e reagir as necessida<strong>de</strong>s alteradas.


35<br />

Outro ponto interessante citado por Nickels e Wood (1999) é que ao unir-se<br />

aos seus clientes para enfrentar questões importantes para ambas as partes, é<br />

possível fortalecer relacionamentos e criar ligações <strong>de</strong> confiança que se estendam a<br />

futuras transações.<br />

Uma vez entendido os conceitos <strong>de</strong> canal <strong>de</strong> marketing e como se dá o seu<br />

funcionamento, abordaremos no próximo capítulo o Comércio Exterior Brasileiro e as<br />

suas Perspectivas através das operações <strong>de</strong> exportação e importação.<br />

1.4 COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO<br />

O comércio exterior brasileiro vem tendo uma atenção especial por parte dos<br />

governos e empresas. Segundo Hartung (2002), ele vem sendo um mecanismo<br />

importante para muitas nações para gerar recursos com o objetivo <strong>de</strong> honrar seus<br />

compromissos internacionais.<br />

O Brasil iniciou a partir <strong>de</strong> 1988 um processo <strong>de</strong> abertura comercial por meio<br />

da implantação <strong>de</strong> uma nova política <strong>de</strong> comércio exterior, tendo como objetivo<br />

principal a inserção do país no mercado internacional (VIEIRA, 2007).<br />

Na década <strong>de</strong> 50, com a Lei nº 2.145, <strong>de</strong> 29-12-1953 foi criada a Carteira <strong>de</strong><br />

Comércio Exterior (CACEX) do Banco do Brasil S.A. em substituição à Carteira <strong>de</strong><br />

Exportação e Importação (CEXIM), atribuindo-lhe competência para baixar normas,<br />

emitir licenças <strong>de</strong> exportação e importação, fiscalizar preços, pesos e medidas,<br />

classificação, etc (VAZQUEZ, 2004).<br />

Com a extinção da Carteira <strong>de</strong> Comércio Exterior (CACEX) em 1990,<br />

acabavam os controles burocráticos e administrativos do comércio exterior brasileiro,<br />

mas acabava também toda uma estrutura <strong>de</strong> apoio aos exportadores e importadores<br />

(HARTUNG, 2002). Segundo o autor, este erro estratégico foi sentido nos anos<br />

seguintes. No período <strong>de</strong> 1990 a 1996 o crescimento das exportações brasileiras<br />

ficou 10% abaixo do crescimento do mercado mundial.


36<br />

Para Vazquez (2004), a abertura para emitir documentos <strong>de</strong> exportação <strong>de</strong>use<br />

com a implantação, em 4-1-1993, do SISCOMEX 4 , processo informatizado que<br />

recebe e processa um fluxo único <strong>de</strong> informações, eliminando a quase totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

documentos administrativos então utilizados nas transações com o exterior.<br />

Para utilização <strong>de</strong>ste sistema, a Secretaria da Receita Fe<strong>de</strong>ral habilita a<br />

pessoa física responsável pela pessoa jurídica exportadora e/ou<br />

importadora, ou seja, aquela cujo nome consta como responsável perante o<br />

CNPJ, a qual posteriormente cre<strong>de</strong>nciará seus respectivos representantes<br />

para operar o SISCOMEX, tais, como, dirigente, empregado da própria<br />

empresa, <strong>de</strong> coligada ou <strong>de</strong> controlada e <strong>de</strong>spachante aduaneiro (CASTRO,<br />

2007, p.32).<br />

A partir <strong>de</strong> então, passa-se a perceber que esse sistema passou a facilitar a<br />

<strong>atuação</strong> <strong>de</strong> empresas no comércio exterior brasileiro e também a auxiliar a Receita<br />

Fe<strong>de</strong>ral a ter um maior controle sobre as operações <strong>de</strong> exportação e importação.<br />

Segundo Castro (2007) a habilitação <strong>de</strong> pessoa física ou <strong>de</strong> responsável legal pela<br />

pessoa jurídica será efetuada em uma das três modalida<strong>de</strong>s seguintes:<br />

- Ordinária: para pessoas jurídicas que atuem habitualmente no comércio<br />

exterior;<br />

- Simplificada: para pessoas físicas ou jurídicas que apresentem<br />

<strong>de</strong>claração <strong>de</strong> Débitos e Créditos Tributários Fe<strong>de</strong>rais; sejam socieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

capital aberto; sejam usuárias da Linha Azul; atuem exclusivamente como<br />

encomendantes; sejam importadoras <strong>de</strong> bens para seu ativo permanente e<br />

atuem no comércio exterior em exportação <strong>de</strong> valor até US$ 150.000,00<br />

FOB a cada seis meses;<br />

- Especial: para órgãos da administração pública direta, autarquias e<br />

fundações públicas, organismos internacionais e outras instituições<br />

extraterritoriais;<br />

- Restrita: para pessoa física ou jurídica que já tenha operado no comércio<br />

exterior, exclusivamente para fins <strong>de</strong> consulta ou retificação <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração.<br />

Como questões relevantes ao aumento da participação brasileira no<br />

mercado internacional, foi uma medida tomada pelo governo em 1994, que<br />

contribuiu <strong>de</strong> maneira <strong>de</strong>cisiva para o incremento do fluxo <strong>de</strong> capitais internacionais,<br />

“foi a renegociação da dívida externa brasileira, a qual normalizou o relacionamento<br />

com os credores externos” (VIEIRA, 2007, p. 16).<br />

Na figura 2 po<strong>de</strong>mos verificar a evolução das exportações e importações<br />

brasileiras <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano <strong>de</strong> 1950:<br />

4 SISCOMEX: Sistema Integrado <strong>de</strong> Comércio Exterior é um instrumento informatizado, por meio do<br />

qual é exercido o controle governamental do comércio exterior brasileiro.


37<br />

170<br />

150<br />

130<br />

110<br />

90<br />

70<br />

50<br />

30<br />

10<br />

-10<br />

-30<br />

Exportação Importação Saldo Comercial<br />

Figura 2: Balança Comercial Brasileira 1950 – 2007<br />

Fonte: MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO (2008).<br />

O comércio exterior brasileiro está vivendo uma fase <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> expansão.<br />

Porém a participação do Brasil no comércio mundial ainda é muito pequena<br />

comparada com o seu gran<strong>de</strong> potencial exportador. A balança comercial brasileira<br />

no ano <strong>de</strong> 1950 alternava valores negativos chegando a atingir US$ 40 bilhões FOB 5<br />

no ano <strong>de</strong> 2005 tornando-se o comércio exterior brasileiro uma gran<strong>de</strong> fonte <strong>de</strong><br />

divisas para o país. Após uma breve avaliação acerca do Comércio Exterior<br />

Brasileiro bem como uma introdução <strong>de</strong> alguns autores sobre o assunto, será<br />

dissertado o conceito <strong>de</strong> exportação e importação bem como as suas formas <strong>de</strong><br />

utilização.<br />

1.4.1 Exportações<br />

As exportações são bem vistas pelos governantes, pois através <strong>de</strong>las é<br />

possível a entrada <strong>de</strong> divisas no país. Seguindo essa linha <strong>de</strong> pensamento, Vazquez<br />

(2004) diz que uma maior produção para aten<strong>de</strong>r as exportações significa maiores<br />

vendas, maiores lucros, mais impostos, mais assistência social e, nas pontas <strong>de</strong><br />

produção e vendas, mais postos <strong>de</strong> trabalho.<br />

5 FOB: Free on board. Mercadoria entregue a bordo (APRENDENDO A EXPORTAR, 2008).


38<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista da economia nacional, o autor diz que o principal motivo<br />

para exportar é obter recursos para pagamento das importações necessárias a sua<br />

vida econômica. O exportador, além <strong>de</strong> o país obter divisas, absorve tecnologia e<br />

alcança maior produtivida<strong>de</strong> (VAZQUEZ, 2004).<br />

A exportação é a ativida<strong>de</strong> que proporciona a abertura do país para o<br />

mundo. É uma forma <strong>de</strong> se confrontar com os <strong>de</strong>mais parceiros, principalmente,<br />

freqüentar a melhor escola <strong>de</strong> administração, já que, lidando com diferentes países,<br />

o país exportador assimila técnicas e conceitos a que não teria acesso em seu<br />

mercado interno (VAZQUEZ, 2004).<br />

Ao realizar uma análise do ponto <strong>de</strong> vista das empresas e fabricantes <strong>de</strong><br />

produtos, <strong>de</strong> quais seriam as suas motivações para exportar, Minervini (2001) diz<br />

que a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operar em um mercado <strong>de</strong> volumes, pedidos casuais <strong>de</strong><br />

importadores, dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vendas no mercado interno, melhor aproveitamento<br />

das estações, possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preços mais rentáveis e uma melhor programação da<br />

produção, estão entre os principais atrativos.<br />

Outro ponto interessante citado por Castro (2007) é a importação <strong>de</strong><br />

tecnologia oculta, pois quando uma empresa realiza a venda <strong>de</strong> um produto para o<br />

exterior, normalmente tornam-se necessárias algumas alterações em seu sistema <strong>de</strong><br />

produção, em seu controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, em seu <strong>de</strong>sign, entre outras, para aten<strong>de</strong>r<br />

às exigências ou características do mercado importador.<br />

Para um país vencer no mercado mundial precisa atrair investimentos<br />

(nacionais e estrangeiros). A maioria <strong>de</strong>sses capitais traz também<br />

tecnologia (know-how), o que permite produzir mercadorias melhores ou <strong>de</strong><br />

custo menor. Ganha o país porque há geração <strong>de</strong> empregos e aumento <strong>de</strong><br />

receita <strong>de</strong> divisas (MAIA, 2007. p.17).<br />

Na mesma linha <strong>de</strong> pensamento, Castro (2007) diz ainda que a absorção<br />

<strong>de</strong>sse know-how pela empresa exportadora para ser aplicado às exportações,<br />

obviamente, será também adotado em suas vendas no mercado interno, com<br />

conseqüente e natural fortalecimento comercial da empresa perante seus<br />

concorrentes locais. Dentro <strong>de</strong>sse conceito, consta no site do Banco Nacional <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES que com o setor exportador mais


39<br />

dinâmico e integrado ao mercado mundial, o mercado interno também se fortalece,<br />

pois funciona como po<strong>de</strong>roso instrumento para elevação da produtivida<strong>de</strong> e<br />

eficiência das empresas brasileiras. (BNDES, 2008).<br />

A empresa <strong>de</strong>ve voltar-se para o mercado exterior em busca <strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong>s negociais, diversificando sua clientela, aumentando com isso<br />

seus lucros, em benefício próprio e da própria socieda<strong>de</strong>, gerando novos<br />

empregos, recolhendo mais impostos (VAZQUEZ, 2004. p.215).<br />

Apesar <strong>de</strong> todos os benefícios que as exportações trazem para as empresas<br />

e o país, o Brasil ainda precisa <strong>de</strong> muitas mudanças para tornar-se mais competitivo<br />

no mercado internacional. Um aspecto citado por Vazquez (2006) é o fisco-tributário,<br />

on<strong>de</strong> as empresas exportam junto com os produtos impostos. Mesmo com os<br />

benefícios dados aos exportadores, <strong>de</strong> isenção e possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crédito, o país<br />

ainda exporta com carga tributária embutida. (PORTAL TRIBUTÁRIO, 2008).<br />

O mesmo autor diz ainda que “O estado <strong>de</strong>ve abdicar o recebimento <strong>de</strong><br />

parte dos impostos em benefício do próprio crescimento econômico. E, mais tar<strong>de</strong>,<br />

via salários pagos, impostos retidos, terá recuperado a parcela <strong>de</strong> que, no momento<br />

da exportação, estaria abrindo mão” (VAZQUEZ, 2006).<br />

Outro problema enfrentado por empresas brasileiras é a falta <strong>de</strong> infraestrutura<br />

a<strong>de</strong>quada e planejada para as exportações. Como exemplos po<strong>de</strong>mos<br />

citar os seguintes fatores:<br />

- cerca <strong>de</strong> 80% das rodovias brasileiras são classificadas como <strong>de</strong>ficientes,<br />

ruins ou péssimas. Isso encarece o custo dos transportes, o que prejudica<br />

nossas exportações;<br />

- a participação das ferrovias no transporte brasileiro é <strong>de</strong> 24%. A dos<br />

caminhões, 63%. Isso também encarece o custo dos transportes. Portanto,<br />

há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimentos em nossas estradas <strong>de</strong> ferro para que<br />

haja expansão e mo<strong>de</strong>rnização das vias já existentes, o que tornaria nossos<br />

produtos mais competitivos (MAIA, 2007. p.28).<br />

Segundo esse autor, uma pesquisa realizada pelo Centro <strong>de</strong> Estudos<br />

Logísticos (Coppead) indicou que 48% das empresas consultadas consi<strong>de</strong>raram, em<br />

2003 e 2004, o problema dos portos o mais grave (MAIA, 2007).


40<br />

A seguir na figura 3 é possível visualizar a evolução das exportações<br />

brasileiras a partir do ano <strong>de</strong> 1950:<br />

Exportações Brasileiras<br />

180,0<br />

150,0<br />

US$ Bilhões<br />

120,0<br />

90,0<br />

60,0<br />

30,0<br />

0,0<br />

1950 1953 1956 1959 1962 1965 1968 1971 1974 1977 1980 1983 1986 1989 1992 1995 1998 2001 2004 2007<br />

Ano<br />

Figura 3: Exportações brasileiras<br />

Fonte: Elaborado pelo aluno – com base nos dados disponíveis no site do Ministério do<br />

Desenvolvimento (2008).<br />

As exportações brasileiras apresentam uma gran<strong>de</strong> evolução principalmente<br />

a partir do ano <strong>de</strong> 1988. Segundo Vieira (2007), neste ano o país iniciou um<br />

processo <strong>de</strong> abertura comercial por meio da implantação <strong>de</strong> uma nova política <strong>de</strong><br />

comércio exterior, tendo como objetivo principal à inserção do país no mercado<br />

internacional.<br />

Do ano <strong>de</strong> 1950 até 1968 as exportações brasileiras ficaram nos mesmos<br />

patamares <strong>de</strong> valor, porém a partir do ano <strong>de</strong> 1988 quando ultrapassou a barreira<br />

dos US$ 30 bilhões <strong>de</strong> dólares estes valores não pararam mais <strong>de</strong> aumentar, tendo<br />

uma gran<strong>de</strong> elevação contínua do ano 2000 em diante, atingindo mais <strong>de</strong> US$ 160<br />

bilhões em 2007.<br />

Apesar da melhora nos valores FOB exportados, a participação brasileira<br />

nas exportações mundiais ainda é muito baixa, conforme po<strong>de</strong>mos observar na<br />

figura 4:


41<br />

Participação brasileira nas exportações mundiais<br />

5,00<br />

Participação (%)<br />

4,00<br />

3,00<br />

2,00<br />

1,00<br />

0,00<br />

1950 1953 1956 1959 1962 1965 1968 1971 1974 1977 1980 1983 1986 1989 1992 1995 1998 2001 2004 2007<br />

Ano<br />

Figura 4: Participação brasileira nas exportações mundiais<br />

Fonte: Elaborado pelo aluno – com base nos dados disponíveis no site do Ministério do<br />

Desenvolvimento (2008).<br />

Na figura 3 foi visto que os valores exportados pelo Brasil tiveram um<br />

aumento significativo a partir <strong>de</strong> 1988, porém na figura 4 po<strong>de</strong>mos observar que a<br />

participação brasileira nas exportações mundiais em 1950 era <strong>de</strong> quase 2,5% e<br />

mesmo com todo o crescimento nos valores das vendas para o exterior em 2006 o<br />

Brasil fechou o ano com pouco mais <strong>de</strong> 1% <strong>de</strong> participação.<br />

Para atingir o mercado externo é necessário <strong>de</strong>cidir <strong>de</strong> qual forma a<br />

empresa irá atingir este objetivo, como alternativas surgem as exportações diretas<br />

ou indiretas. Segundo Castro (2001), as empresas exportadoras dispõem <strong>de</strong>stes<br />

dois canais <strong>de</strong> distribuição vinculados às modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> exportação para realizar<br />

suas vendas no exterior.<br />

Alguns fatores serão fundamentais na escolha do canal a ser utilizado,<br />

segundo Castro (2001, p. 62):<br />

As características do produto, o conhecimento do mercado-alvo, as<br />

priorida<strong>de</strong>s comerciais, as estratégias e a estrutura administrativa da<br />

empresa são alguns dos fatores que permitirão dizer qual o canal <strong>de</strong><br />

distribuição mais apropriado a cada empresa.<br />

Nosé Júnior (2005) complementa o conteúdo exposto, dizendo que é<br />

necessário observar quais possibilida<strong>de</strong>s cada empresa tem a sua disposição.


42<br />

Assim faz-se necessário apresentar as características das exportações<br />

indiretas e diretas.<br />

1.4.2 Exportação Indireta<br />

O canal <strong>de</strong> distribuição via exportação indireta, como o próprio nome indica,<br />

requer a participação <strong>de</strong> uma empresa mercantil no Brasil, a qual adquire<br />

mercadorias <strong>de</strong> indústrias ou produtores no mercado interno com o fim específico <strong>de</strong><br />

exportação para serem posteriormente exportadas (CASTRO, 2001, p. 64).<br />

Kotabe e Helsen (2000) <strong>de</strong>finem a exportação indireta quando a empresa<br />

ven<strong>de</strong> seus produtos em mercados estrangeiros por meio <strong>de</strong> um intermediário<br />

estabelecido em seu próprio país. Esta modalida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser melhor visualizada na<br />

figura 5 elaborada por Castro (2001):<br />

Brasil Brasil Exterior<br />

Indústria ou<br />

produtor<br />

Indústria (comercial)<br />

Comercial Exportadora<br />

Consórcio<br />

Trading Company<br />

Importador<br />

Figura 5: Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> exportação indireta.<br />

Fonte: Castro (2001, p. 63).<br />

Há quatro tipos <strong>de</strong> intermediários voltados para a exportação indireta,<br />

conforme <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Kotler (2000, p. 396). Juntos, eles formam a essência <strong>de</strong>sta<br />

abordagem:<br />

1- O exportador estabelecido no próprio país: compra dos fabricantes os<br />

produtos e <strong>de</strong>pois os ven<strong>de</strong> no mercado internacional;<br />

2- O agente <strong>de</strong> exportação estabelecido no país exportador: procura<br />

compradores no mercado internacional, negocia com eles e recebe uma<br />

comissão;


43<br />

3- As cooperativas realizam ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> exportação representando<br />

diversos fabricantes e estão parcialmente sob o controle administrativo<br />

<strong>de</strong>les;<br />

4- As empresas <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> exportação: aceitam gerenciar as ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> exportação <strong>de</strong> uma empresa, mediante remuneração.<br />

As Tradings e Empresas Comerciais são muito utilizadas nesta modalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> exportação. Quanto a estratégia <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>stas empresas, Castro (2001)<br />

cita como vantagem o conhecimento que elas possuem do mercado-alvo externo,<br />

que po<strong>de</strong> oferecer perspectivas <strong>de</strong> antecipar o prazo para concretização <strong>de</strong><br />

exportações <strong>de</strong> produtos do fabricante. Outra vantagem citada pelo autor em relação<br />

a utilização <strong>de</strong>sse canal, é que o produtor po<strong>de</strong> manter o foco no seu negócio,<br />

<strong>de</strong>dicando-se apenas a produção.<br />

Kotabe e Helsen (2000) discordam <strong>de</strong>ste ponto <strong>de</strong> vista, pois o intermediário<br />

po<strong>de</strong> ter experiência muito limitada para lidar com a linha <strong>de</strong> produtos da empresa.<br />

Os autores dizem ainda que as más <strong>de</strong>cisões do composto <strong>de</strong> marketing, tomadas<br />

pelo intermediário po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>struir a imagem da marca ou o nome da exportadora.<br />

Segundo Kotler (2000), geralmente as empresas começam com exportação<br />

indireta através <strong>de</strong> intermediários para exportar seus produtos. Dentro <strong>de</strong>sta mesma<br />

linha <strong>de</strong> pensamento, Kotabe e Helsen (2000, p. 252) complementam:<br />

Em função do baixo comprometimento, a exportação indireta é,<br />

freqüentemente, vista como uma boa estratégia ‘experimental’ para ‘testar’<br />

mercados internacionais: assim que a <strong>de</strong>manda pelo produto <strong>de</strong>colar, o<br />

fabricante po<strong>de</strong> escolher outro modo proativo <strong>de</strong> entrada.<br />

Para Kotler (2000), em <strong>de</strong>terminado momento, as empresas po<strong>de</strong>m acabar<br />

<strong>de</strong>cidindo controlar suas próprias exportações. Ao adquirir conhecimento das rotinas<br />

<strong>de</strong> exportação, possuir experiência <strong>de</strong> vendas para outros países, a empresa po<strong>de</strong><br />

optar por comercializar seus produtos através <strong>de</strong> exportações diretas, tema que será<br />

abordado a seguir.


44<br />

1.4.3 Exportação Direta<br />

Na exportação direta, a empresa estabelece seu próprio <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong><br />

exportação e ven<strong>de</strong> os produtos por meio <strong>de</strong> um intermediário localizado no<br />

mercado estrangeiro (KOTABE; HELSEN, 2000).<br />

Segundo Kotler (2000, p. 396), existem diversas maneiras para uma<br />

empresa realizar exportação direta:<br />

- Departamento interno <strong>de</strong> exportação: po<strong>de</strong> se tornar um <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong><br />

exportação que opera como <strong>centro</strong> <strong>de</strong> lucros;<br />

- Filial ou subsidiária <strong>de</strong> vendas no exterior: a filial <strong>de</strong> vendas é responsável<br />

pelas vendas e distribuição e po<strong>de</strong> também cuidar da armazenagem e das<br />

promoções;<br />

- Representantes <strong>de</strong> vendas <strong>de</strong> exportação que viajam para o exterior: os<br />

representantes <strong>de</strong> vendas estabelecidos no país exportador são enviados para<br />

outros países para buscar oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio;<br />

- Agentes ou distribuidores estabelecidos no exterior: esses distribuidores e<br />

agentes po<strong>de</strong>m obter direitos exclusivos ou apenas limitados para representar a<br />

empresa naquele país.<br />

Nessa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> venda, Castro (2001, p. 62) diz que o exportador<br />

ven<strong>de</strong> diretamente ao importador no exterior, sem qualquer intermediário mercantil<br />

no Brasil, conforme se po<strong>de</strong> observar na figura 6:<br />

Brasil<br />

Indústria ou produtor<br />

Brasil<br />

Exterior<br />

Importador<br />

Exterior<br />

Figura 6: Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> exportação direta.<br />

Fonte: Castro (2001, p.63).


45<br />

A figura 6 apresenta a venda diretamente da indústria ou produtor no Brasil<br />

para o importador no exterior. Com base na figura 6, Castro (2001) cita como<br />

principal dificulda<strong>de</strong> nesse tipo <strong>de</strong> canal <strong>de</strong> distribuição a i<strong>de</strong>ntificação das potenciais<br />

empresas importadoras.<br />

Uma das principais vantagens <strong>de</strong>ssa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exportação é o maior<br />

controle sobre as operações internacionais da empresa. Autores como Kotabe e<br />

Helsen (2000) ressaltam que em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>sse fator, o potencial <strong>de</strong> vendas é<br />

muito mais significativo e também permite à empresa construir sua própria re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

distribuição no mercado estrangeiro, além <strong>de</strong> obter um melhor feedback do mercado.<br />

Ao assumir essa posição perante seus clientes no exterior, Nosé Junior<br />

(2005) <strong>de</strong>staca como vantagem a obtenção <strong>de</strong> informações precisas e estratégicas<br />

sobre o mercado.<br />

Apesar das inúmeras vantagens que a exportação direta po<strong>de</strong> proporcionar,<br />

é necessário estar preparado para essa modalida<strong>de</strong>, ter gran<strong>de</strong> conhecimento sobre<br />

as rotinas <strong>de</strong> exportação, contar com recursos humanos e financeiros.<br />

Verificadas as alternativas relacionadas às exportações indireta e direta.<br />

Verificar-se-á seguir as importações e suas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>atuação</strong> no Brasil.<br />

1.4.4 Importações<br />

Uma exportação não se realiza se do outro lado não existir a outra parte<br />

interessada em realizar a transação <strong>de</strong> importação. Kotabe e Helsen (2000, p.487)<br />

<strong>de</strong>finem este tipo <strong>de</strong> operação da seguinte forma:<br />

Em vez <strong>de</strong> um exportador procurar um comprador potencial, um importador<br />

procura no exterior uma empresa que possa fornecer matérias-primas,<br />

componentes ou produtos acabados necessários para seu negócio.<br />

De acordo com o site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e<br />

Comércio Exterior (2008), a importação compreen<strong>de</strong> a compra <strong>de</strong> produtos no


46<br />

exterior, observadas as normas comerciais, cambiais e fiscais vigentes. Da ótica<br />

<strong>de</strong>sse órgão fe<strong>de</strong>ral, o processo <strong>de</strong> importação se divi<strong>de</strong> em três fases:<br />

1- Administrativa: está ligada aos procedimentos necessários para efetuar a<br />

importação que variam <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> operação e mercadoria;<br />

2- Fiscal: compreen<strong>de</strong> o <strong>de</strong>spacho aduaneiro que se completa com o<br />

pagamento dos tributos e retirada física da mercadoria da Alfân<strong>de</strong>ga; e<br />

3- Cambial: está voltada para a transferência <strong>de</strong> moeda estrangeira por meio<br />

<strong>de</strong> um banco autorizado a operar em câmbio (MINISTÉRIO DO<br />

DESENVOLVIMENTO, 2008).<br />

A partir <strong>de</strong>sse conceito, Bizelli (2006, p.15) diz que as operações <strong>de</strong><br />

importação por serem transações com empresas <strong>de</strong> outros países, “envolvem<br />

interesses específicos para o controle e a intervenção dos órgãos governamentais,<br />

que vão além daqueles que normalmente existem para o acompanhamento das<br />

operações <strong>de</strong> compra e venda no mercado interno”. Ainda, segundo esse autor,<br />

genericamente, os controles <strong>de</strong> importação po<strong>de</strong>m envolver:<br />

a) Arrecadação tributária;<br />

b) Prevenção <strong>de</strong> evasão <strong>de</strong> divisas;<br />

c) Equilíbrio da balança comercial; e<br />

d) Concorrência com o similar estrangeiro.<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> inserir o país no mercado internacional no tocante às<br />

importações, o governo estabeleceu algumas medidas como a eliminação das<br />

restrições das barreiras não-tarifárias, a implantação do processo <strong>de</strong> redução das<br />

alíquotas <strong>de</strong> Imposto <strong>de</strong> Importação e a eliminação da maioria dos regimes<br />

especiais. (VIEIRA, 2007). O quadro 1, mostra os avanços quanto a redução da<br />

alíquota média do Imposto <strong>de</strong> Importação a partir do ano <strong>de</strong> 1988 até 1994:<br />

Ano 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994<br />

Tarifa 45,00 41,00 32,10 25,02 20,80 16,50 14,00<br />

Quadro 1: Tarifas <strong>de</strong> importação<br />

Fonte: Baumann (apud VIEIRA, 2007, p. 16).<br />

Esse tributo pela sua natureza e características próprias onera a entrada <strong>de</strong><br />

mercadorias estrangeiras no mercado nacional, pois nas importações o imposto <strong>de</strong>


47<br />

importação faz parte da base <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> outros impostos e o mesmo não po<strong>de</strong><br />

ser creditado, tornando-se <strong>de</strong>ssa forma um custo do produto importado. Segundo<br />

Bizelli (2006) o seu porcentual <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da essencialida<strong>de</strong> ou não da mercadoria<br />

para a economia do país.<br />

A redução do imposto <strong>de</strong> importação refletiu <strong>de</strong> maneira positiva nos<br />

avanços do processo <strong>de</strong> abertura comercial brasileira (VIEIRA, 2007), conforme<br />

po<strong>de</strong>-se observar na figura 7:<br />

Importações Brasileiras<br />

140,0<br />

120,0<br />

US$ Bilhões<br />

100,0<br />

80,0<br />

60,0<br />

40,0<br />

20,0<br />

0,0<br />

1950<br />

1953<br />

1956<br />

1959<br />

1962<br />

1965<br />

1968<br />

1971<br />

1974<br />

1977<br />

1980<br />

1983<br />

1986<br />

1989<br />

1992<br />

1995<br />

1998<br />

2001<br />

2004<br />

2007<br />

Ano<br />

Figura 7: Importações brasileiras<br />

Fonte: Elaborado pelo aluno – com base nos dados disponíveis no site do Ministério do<br />

Desenvolvimento (2008).<br />

Apesar do aumento dos valores CIF 6 em dólares das importações<br />

brasileiras, elas representam um percentual muito baixo <strong>de</strong> participação nas<br />

importações mundiais. Em 1953 as importações brasileiras foram quase 2,5% das<br />

importações mundiais, mesmo o país apresentando um gran<strong>de</strong> aumento nos valores<br />

em dólares importados a partir <strong>de</strong> 1994 com um gran<strong>de</strong> crescimento principalmente<br />

após o ano <strong>de</strong> 2004 o Brasil ainda não conseguiu atingir a marca <strong>de</strong> 1% <strong>de</strong><br />

participação, conforme po<strong>de</strong>-se ver na figura 8:<br />

6 CIF: Cost, Insurance and Freight. Custo, seguro e frete. Mercadoria no porto <strong>de</strong> <strong>de</strong>stino.<br />

(APRENDENDO A EXPORTAR, 2008).


48<br />

Participação brasileira nas importações mundiais<br />

5,00<br />

Participação (%)<br />

4,00<br />

3,00<br />

2,00<br />

1,00<br />

0,00<br />

1950<br />

1953<br />

1956<br />

1959<br />

1962<br />

1965<br />

1968<br />

1971<br />

1974<br />

1977<br />

1980<br />

1983<br />

1986<br />

1989<br />

1992<br />

1995<br />

1998<br />

2001<br />

2004<br />

2007<br />

Ano<br />

Figura 8: Participação brasileira nas importações mundiais<br />

Fonte: Elaborado pelo aluno – com base nos dados disponíveis no site do Ministério do<br />

Desenvolvimento (2008).<br />

Segundo Vieira (2007), o crescimento das importações em um primeiro<br />

momento da abertura comercial brasileira foi mais acentuado em bens <strong>de</strong> capital,<br />

insumos industriais e matérias-primas agrícolas <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> e com custo<br />

inferior aos praticados no mercado nacional.<br />

A aquisição no exterior <strong>de</strong> mercadorias po<strong>de</strong> ser realizada como operação<br />

direta, <strong>de</strong>nominada importação própria, quando o adquirente promove a entrada da<br />

mercadoria no país ou como operação indireta (terceirizada), que abrange<br />

importação por conta e or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> terceiros e importação por encomenda. (BIZELLI,<br />

2006). Essas três formas <strong>de</strong> importação po<strong>de</strong>m ser melhor visualizadas na figura 4:


49<br />

Figura 9: Canais <strong>de</strong> Aquisição.<br />

Fonte: BIZELLI (2006, p.17).<br />

Na operação direta, o adquirente é o próprio importador, respon<strong>de</strong>ndo<br />

diretamente por todos os procedimentos da importação <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m comercial,<br />

administrativa, cambial e tributária. Para Bizelli (2006), mesmo que haja a<br />

intervenção <strong>de</strong> um agente <strong>de</strong> compra, não teremos a alteração <strong>de</strong>sse<br />

enquadramento, pois o agenciamento se constitui apenas na intermediação que não<br />

modifica as responsabilida<strong>de</strong>s do importador.<br />

No que tange as importações por conta própria <strong>de</strong> comerciais exportadoras,<br />

consta no site da empresa South Service, uma das empresas que se <strong>de</strong>staca neste<br />

segmento no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul que a trading atua diretamente como importador e<br />

negociante da mercadoria, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os trâmites iniciais da operação, pactuando com o<br />

fornecedor no exterior os <strong>de</strong>talhes do negócio e assume todos os riscos da<br />

importação, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o pagamento da mercadoria ao fornecedor até o recolhimento<br />

dos tributos inerentes ao processo. Posteriormente, a empresa efetua a revenda da<br />

mercadoria a um ou mais clientes no mercado interno, caracterizando-se esta última<br />

operação como uma venda usual <strong>de</strong> mercadoria no mercado doméstico (SOUTH<br />

SERVICE, 2008).<br />

Nas operações <strong>de</strong> importação por conta e or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> terceiros, po<strong>de</strong>-se dizer<br />

que um importador por conta e or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> terceiros é a pessoa jurídica que promover<br />

em seu nome o <strong>de</strong>spacho aduaneiro <strong>de</strong> importação <strong>de</strong> mercadoria adquirida por


50<br />

outra, em razão <strong>de</strong> contrato previamente firmado, que po<strong>de</strong>rá compreen<strong>de</strong>r ainda a<br />

prestação <strong>de</strong> outros serviços relacionados com a transação comercial, como a<br />

realização da cotação e a intermediação comercial (BIZZELI, 2006)<br />

Vieira (2007) diz que a pessoa jurídica que contratar um intermediário para<br />

operar por sua conta e or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>verá apresentar cópia do contrato firmado entre as<br />

partes para a prestação <strong>de</strong> serviços, caracterizando a natureza <strong>de</strong> sua vinculação à<br />

unida<strong>de</strong> da Secretaria da Receita Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> fiscalização aduaneira.<br />

Nestas operações, quando uma trading utiliza os recursos da adquirente<br />

para o pagamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas, tributos, fechamento <strong>de</strong> câmbio e <strong>de</strong>mais riscos da<br />

operação, o pacto do negócio é fechado, invariavelmente entre o adquirente e o<br />

exportador, sendo a trading apenas uma prestadora <strong>de</strong> serviços. (SOUTH SERVICE,<br />

2008).<br />

A terceira e mais recente modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> importação trata-se da importação<br />

por encomenda. A respeito <strong>de</strong>sta alternativa operacional, Bizelli (2006) diz que uma<br />

empresa (“encomendante” pre<strong>de</strong>terminada), interessada em certa mercadoria,<br />

contrata um importador para que este, com seus próprios recursos, provi<strong>de</strong>ncie a<br />

importação <strong>de</strong>ssa mercadoria e promova o seu <strong>de</strong>spacho aduaneiro <strong>de</strong> importação,<br />

a fim <strong>de</strong> revendê-las posteriormente para a empresa “encomendante”.<br />

Estas alternativas operacionais para importadores que não querem ter<br />

envolvimento absoluto nas operações <strong>de</strong> importação são alvos <strong>de</strong> insegurança em<br />

relação ao seu enquadramento perante a Receita Fe<strong>de</strong>ral do Brasil. Segue abaixo<br />

quadro 2 on<strong>de</strong> as duas modalida<strong>de</strong>s são confrontadas do ponto <strong>de</strong> vista do órgão<br />

fiscalizador do comércio exterior brasileiro:


Importação por conta e or<strong>de</strong>m<br />

Nesta modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> importação embora a <strong>atuação</strong><br />

da empresa importadora possa abranger <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

simples execução do <strong>de</strong>spacho <strong>de</strong> importação até a<br />

intermediação da negociação no exterior,<br />

contratação do transporte, seguro, o importador <strong>de</strong><br />

fato é a adquirente da mercadoria, a mandante da<br />

importação, aquela que efetivamente faz vir a<br />

mercadoria <strong>de</strong> outro país, em razão da compra<br />

internacional; embora, nesse caso, o faça vir por<br />

via <strong>de</strong> interposta pessoa – a importadora por conta<br />

e or<strong>de</strong>m, que é a mandatária da adquirente.<br />

A adquirente que pactua a compra internacional e<br />

dispõe <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> econômica para o<br />

pagamento, pela via cambial da importação. A<br />

operação cambial para pagamento <strong>de</strong> uma<br />

importação ser realizada em nome da importadora<br />

ou da adquirente.<br />

Para que a operação seja feita <strong>de</strong> forma<br />

perfeitamente regular, é necessário antes <strong>de</strong> tudo<br />

que tanto a empresa adquirente quanto a empresa<br />

importadora sejam habilitadas para operar no<br />

Sistema integrado <strong>de</strong> Comércio Exterior<br />

(Siscomex).<br />

Além <strong>de</strong> provi<strong>de</strong>nciar a sua própria habilitação, a<br />

pessoa jurídica que contrata empresa para operar<br />

por sua conta e or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ve apresentar a unida<strong>de</strong><br />

da SRF com jurisdição para fiscalização aduaneira<br />

sobre o seu estabelecimento matriz, cópia do<br />

contrato <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> importação<br />

firmado entre as duas empresas (adquirente e<br />

importadora), caracterizando a natureza <strong>de</strong> sua<br />

vinculação, a fim <strong>de</strong> que a contratada seja<br />

vinculada no Siscomex como importadora por conta<br />

e or<strong>de</strong>m da contratante, pelo prazo previsto no<br />

contrato.<br />

Os recursos utilizados na operação <strong>de</strong> importação<br />

po<strong>de</strong>m ser do adquirente.<br />

Para efeitos fiscais, a mercadoria importada é<br />

consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> do adquirente.<br />

Ainda que o importador recolha os tributos<br />

inci<strong>de</strong>ntes na importação ou venha a efetuar<br />

pagamentos ao fornecedor estrangeiro, com<br />

recursos financeiros pelo adquirente (como<br />

adiantamento ou acerto <strong>de</strong> contas) para a operação<br />

contratada, a empresa contratante é a real<br />

adquirente das mercadorias importadas e não a<br />

empresa contratada, que é, nesse caso, uma mera<br />

prestadora <strong>de</strong> serviços.<br />

Importação por encomenda<br />

A importação por encomenda é aquela em que uma<br />

empresa adquire mercadorias no exterior com<br />

recursos próprios e promove o seu <strong>de</strong>spacho<br />

aduaneiro <strong>de</strong> importação, a fim <strong>de</strong> revendê-las,<br />

posteriormente, a uma empresa encomendante<br />

previamente <strong>de</strong>terminada, em razão <strong>de</strong> contrato<br />

entre a importadora e a encomendante, cujo objeto<br />

<strong>de</strong>ve compreen<strong>de</strong>r, pelo menos, o prazo ou as<br />

operações pactuadas.<br />

Nesta modalida<strong>de</strong> a operação cambial para<br />

pagamento da importação <strong>de</strong>ve ser realizada<br />

exclusivamente em nome do importador.<br />

Neste tipo <strong>de</strong> importação é necessário antes <strong>de</strong><br />

tudo que tanto a empresa encomendante quanto a<br />

empresa importadora sejam habilitadas para operar<br />

no Sistema integrado <strong>de</strong> Comércio Exterior<br />

(Siscomex).<br />

Da mesma forma, nesta modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> importação<br />

a pessoa jurídica que encomenda mercadorias<br />

importadas a uma outra empresa, além <strong>de</strong><br />

provi<strong>de</strong>nciar a sua própria habilitação <strong>de</strong>ve<br />

apresentar a unida<strong>de</strong> da SRF com jurisdição para<br />

fiscalização aduaneira sobre o seu estabelecimento<br />

matriz, cópia do contrato firmado entre as duas<br />

empresas (encomendante e importadora),<br />

caracterizando a natureza <strong>de</strong> sua vinculação, a fim<br />

<strong>de</strong> que a contratada seja vinculada à<br />

encomendante no Siscomex, pelo prazo ou<br />

operações previstos no contrato.<br />

A operação <strong>de</strong>ve ser realizada integralmente com<br />

recursos do importador contratado.<br />

Nesta modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> importação, tanto a<br />

importadora quanto a encomendante assumem<br />

responsabilida<strong>de</strong> primária e solidária<br />

respectivamente.<br />

Embora seja o importador que promove o <strong>de</strong>spacho<br />

<strong>de</strong> importação em seu nome, efetua o recolhimento<br />

dos tributos inci<strong>de</strong>ntes sobre a importação <strong>de</strong><br />

mercadorias (II, IPI, Confins- Importação,<br />

PIS/Pasep-Importação e Ci<strong>de</strong>-Combustível) e,<br />

conseqüentemente, seja ele o contribuinte dos<br />

tributos fe<strong>de</strong>rais inci<strong>de</strong>ntes sobre as importações, a<br />

empresa encomendante das mercadorias é<br />

também o responsável solidário pelo recolhimento<br />

<strong>de</strong>sses tributos, seja porque embos tem interesse<br />

comum na situação que constitui o fato gerador dos<br />

tributos, seja por previsão expressa <strong>de</strong> lei.<br />

Quadro 2: Importação por conta e or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> terceiros X Importação por Encomenda<br />

Fonte: RECEITA FEDERAL (2008).


52<br />

Com este quadro é possível ilustrar as diferenças <strong>de</strong>stas duas modalida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> importação envolvendo intermediários. Dentro do contexto <strong>de</strong> mundo globalizado,<br />

saber importar po<strong>de</strong> ser um diferencial competitivo para as empresas, po<strong>de</strong>ndo<br />

<strong>de</strong>ssa forma melhorar seus produtos ou alavancar sua <strong>atuação</strong> em novas áreas.<br />

Dessa forma, verificamos que é possível fazer importações através <strong>de</strong><br />

intermediários, seja na modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> importação por conta e or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> terceiros ou<br />

por meio <strong>de</strong> importação por encomenda. Nessas modalida<strong>de</strong>s a empresa po<strong>de</strong><br />

manter o foco no seu negócio terceirizando a tarefa <strong>de</strong> importação a especialistas<br />

que po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senvolver diversas funções <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada<br />

cliente.<br />

No próximo item serão abordados os conceitos <strong>de</strong> Trading Company e<br />

Empresa Comercial Exportadora que são as empresas que interme<strong>de</strong>iam operações<br />

<strong>de</strong> importação e exportação.<br />

1.5 TRADING COMPANY E EMPRESA COMERCIAL EXPORTADORA<br />

Nesse capítulo será abordado as questões relacionadas às Trading<br />

Companies e Empresa Comercial Exportadora e também os fatores que diferenciam<br />

a <strong>atuação</strong> das duas empresas.<br />

1.5.1 Trading Company<br />

Castro (2007) diz que, apesar <strong>de</strong> muito difundida e assim popularmente<br />

conhecida, no Brasil não existe a expressão Trading Company como <strong>de</strong>nominação<br />

<strong>de</strong> companhia <strong>de</strong> comércio exterior, a qual legalmente é <strong>de</strong>nominada Empresa<br />

Comercial Exportadora. Segundo Minervini (2001), no Brasil, as tradings foram<br />

agrupadas em uma associação nacional chamada Associação Brasileira das<br />

Empresas Comerciais Exportadoras (ABECE).


53<br />

Hartung (2004) informa que as Trading Companies foram criadas pelo<br />

Decreto-Lei nº 1.248, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1972, e a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua criação era<br />

o incremento das exportações brasileiras. Para Castro (2007), os objetivos sociais<br />

<strong>de</strong> uma Trading Company são bastante amplos, pois sua linha <strong>de</strong> <strong>atuação</strong> po<strong>de</strong><br />

ocorrer indistintamente na exportação, importação, mercado interno, agenciamento<br />

<strong>de</strong> operações e representações comerciais. Nessa mesma linha <strong>de</strong> pensamento, o<br />

autor Minervini (2001) afirma que a Trading é uma estrutura comercial, administrativa<br />

e financeira, com gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar negócios e concentrá-los nas<br />

diferentes partes do mundo.<br />

As tradings têm uma história antiqüíssima (talvez existam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os<br />

fenícios), passando pelas antigas socieda<strong>de</strong>s européias <strong>de</strong> comércio até as<br />

“mo<strong>de</strong>rnas” tradings que tiveram seu maior <strong>de</strong>senvolvimento no Japão,<br />

on<strong>de</strong> foram batizadas em 1860 como Sogo Sosha, que nasceram com a<br />

finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprar matéria-prima para a indústria têxtil japonesa,<br />

principalmente, e mais tar<strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r pelo mundo os produtos acabados<br />

(MINERVINI, 2001. p.198).<br />

Afirma Castro (2007) que pela própria dimensão que se quis dar à<br />

organização das Trading Companies, a legislação brasileira exige que estas sejam<br />

constituídas apenas sob a forma <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> por ações, ou seja, socieda<strong>de</strong><br />

anônima.<br />

Dentre os requisitos das Trading Companies, Hartung (2004) consi<strong>de</strong>ra que<br />

o capital <strong>de</strong>ve ser constituído por, no mínimo 1/3 representado por ações<br />

nominativas, com direito a voto e os 2/3 restantes po<strong>de</strong>m ser representados por<br />

ações com ou sem direito a voto. Afirma serem necessários o Registro na Secretaria<br />

<strong>de</strong> Comércio Exterior (SECEX) e o Registro na Secretaria da Receita Fe<strong>de</strong>ral (SRF).<br />

Como empresas <strong>de</strong>stinadas à exportação <strong>de</strong> mercadorias, as Trading<br />

Companies possuem também os mesmos incentivos fiscais oferecidos aos<br />

<strong>de</strong>mais exportadores. As empresas que realizam vendas a uma Trading têm<br />

sua venda equiparada a uma exportação, tendo, portanto, direito aos<br />

mesmos benefícios fiscais como se estivessem exportando diretamente a<br />

mercadoria (HARTUNG, 2004. p.52).<br />

Castro (2007) analisa as formas <strong>de</strong> <strong>atuação</strong> <strong>de</strong> uma Trading Company <strong>de</strong><br />

uma forma bem ampla, subdividindo-as em quatro grupos:


54<br />

a) Como Trading Company propriamente dita, adquirindo produtos no<br />

mercado interno, com o fim específico <strong>de</strong> exportação, para serem<br />

posteriormente exportados;<br />

b) Como empresa importadora, adquirindo produtos no exterior e os<br />

reven<strong>de</strong>ndo no mercado interno;<br />

c) Como empresa importadora <strong>de</strong> insumos via drawback, remetendo-os a<br />

terceiros para industrialização e posteriormente exportando o produto final<br />

gerado;<br />

d) Como agente exportador e importador – no Brasil ou no exterior –<br />

<strong>de</strong>sempenhando a função <strong>de</strong> elo entre o produtor (exportador) e o<br />

comprador (importador), recebendo como remuneração pelos serviços<br />

prestados uma comissão sobre o valor FOB exportado.<br />

A esse respeito, citamos Rocha (2003) que afirma que as empresas que<br />

comercializam no mercado internacional vêm se utilizando <strong>de</strong> companhias cuja<br />

principal finalida<strong>de</strong> é a <strong>de</strong> servir como intermediário na importação ou na exportação,<br />

geralmente <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> trading companies.<br />

Abordar-se-á a seguir as empresas Comerciais Exportadoras e os fatores<br />

que as diferenciam <strong>de</strong> uma Trading Company.<br />

1.5.2 Empresa Comercial Exportadora<br />

Segundo Castro (2007), as aquisições no mercado interno <strong>de</strong> mercadorias<br />

<strong>de</strong>stinadas à exportação – efetuadas por Trading Companies ou empresas<br />

comerciais exportadoras – têm o mesmo objetivo e finalida<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong><br />

algumas poucas diferenças administrativas que caracterizam essas empresas e<br />

suas respectivas operações <strong>de</strong> exportação.<br />

Ludovico (2002, p.7) <strong>de</strong>fine da seguinte forma a <strong>atuação</strong> as empresas<br />

comerciais exportadoras:<br />

As empresas comerciais especializadas nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> exportação e<br />

importação naturalmente pesquisarão mercados, preços, viabilida<strong>de</strong>,


55<br />

operacionalida<strong>de</strong>, marketing, abertura <strong>de</strong> mercados, enfim, farão as vezes<br />

da empresa fabricante, mediante o pagamento <strong>de</strong> over-price 7<br />

A partir <strong>de</strong>sse conceito, verifica-se que assim como as trading companies, as<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma empresa comercial exportadora são muito variadas. Essas po<strong>de</strong>m<br />

ser vistas como alternativas a pequenas e médias empresas que visam atuar no<br />

mercado internacional.<br />

Conforme citado por Castro (2007), consta que com o Decreto-lei 1.948 <strong>de</strong><br />

29.11.1972, criou-se condições para o <strong>de</strong>senvolvimento no Brasil das empresas<br />

comerciais exportadoras, conhecidas no mercado internacional como “trading<br />

companies”. (SUA PESQUISA, 2008).<br />

Castro (2007) diz que, apesar <strong>de</strong> muito difundida e assim popularmente<br />

conhecida, no Brasil não existe a expressão Trading Company como <strong>de</strong>nominação<br />

<strong>de</strong> companhia <strong>de</strong> comércio exterior, a qual legalmente é <strong>de</strong>nominada Empresa<br />

Comercial Exportadora.<br />

Já Minervini (2001) diz que as empresas comercial exportadoras são uma<br />

variação das tradings. As tradings têm uma estrutura multinacional, com escritórios<br />

no exterior e tratam <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> negócios. As empresas comerciais por<br />

sua vez, são tradings <strong>de</strong> dimensões menores.<br />

Conforme citado por Castro (2007) no primeiro parágrafo <strong>de</strong>ste capítulo,<br />

algumas poucas diferenças administrativas diferenciam as Trading Companies e as<br />

Empresas Comerciais Exportadoras. Tais diferenças po<strong>de</strong>m ser verificadas no<br />

quadro 3.<br />

7 Over-price: é uma expressão inglesa (literalmente “sobre-preço”) que em linguagem econômica<br />

refere-se a um sobre-faturamento.


56<br />

Trading Company<br />

- está sujeita às normas <strong>de</strong> constituição <strong>de</strong>finidas<br />

pelo Decreto-Lei nº 1.248. <strong>de</strong> 29/11/72<br />

- <strong>de</strong>ve ser constituída sob a forma <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong><br />

por ações, ou seja, S.A.<br />

- <strong>de</strong>ve ter capital social mínimo <strong>de</strong> R$<br />

748.466,66 equivalente a 703.380 Ufir à sua<br />

última cotação <strong>de</strong> R$1,0641, antes <strong>de</strong> ser extinta<br />

- Além do registro na SRF para operar o<br />

Siscomex na exportação e importação, <strong>de</strong>verá<br />

obter ainda o Certificado <strong>de</strong> Registro Especial<br />

para operar como Trading Company, emitido em<br />

conjunto pela Secex/Decex e Superintendência<br />

Regional da Receita Fe<strong>de</strong>ral do Estado em que<br />

estiver localizada<br />

- atualmente não tem compromisso <strong>de</strong> exportar<br />

qualquer montante<br />

- as vendas pelas empresas industriais no<br />

mercado interno as Trading Company, com o fim<br />

específico <strong>de</strong> exportação, significam apenas uma<br />

intenção <strong>de</strong> exportar, sem gerar qualquer<br />

incentivo antes da efetiva exportação da<br />

mercadoria, sendo a saída da mercadoria da<br />

empresa industrial feita com suspensão <strong>de</strong><br />

pagamento do IPI<br />

- as vendas internas as Trading Company, com o<br />

fim específico <strong>de</strong> exportação, serão feitas com a<br />

não incidência <strong>de</strong> pagamento do ICMS, pelo<br />

prazo <strong>de</strong> 90 (primários) ou 180 (manufaturados)<br />

dias, conforme o produto, renovável uma única<br />

vez por igual período<br />

- se a mercadoria adquirida internamente pela<br />

Trading Company, com o fim específico <strong>de</strong><br />

exportação, não for exportada no prazo<br />

renovável <strong>de</strong> 90 (primários e<br />

semimanufaturados) ou 180 (manufaturados)<br />

dias, caberá a Trading Company o recolhimento<br />

do IPI e ao fabricante o recolhimento do ICMS<br />

- o fabricante que ven<strong>de</strong>r internamente as<br />

Trading Company, com o fim específico <strong>de</strong><br />

exportação, terá direito à isenção <strong>de</strong> pagamento<br />

da Cofins e do PIS<br />

- o acesso aos incentivos à exportação pelo<br />

fabricante ocorrerá apenas após a entrega pela<br />

Trading Company do documento “Memorando-<br />

Exportação”, acompanhado do Conhecimento <strong>de</strong><br />

Embarque e do comprovante <strong>de</strong> exportação<br />

emitido pelo Siscomex, caracterizando a<br />

realização da exportação da mercadoria, tanto<br />

Empresa Comercial Exportadora<br />

- não está sujeita a qualquer legislação<br />

específica <strong>de</strong> comércio exterior para sua<br />

constituição<br />

- é livre para <strong>de</strong>cidir sobre a sua forma <strong>de</strong><br />

constituir-se, po<strong>de</strong>ndo ser S.A ou Ltda<br />

- está dispensada <strong>de</strong> apresentar capital social<br />

mínimo para operar como exportadora e/ou<br />

importadora<br />

- está sujeita ao registro na SRF, indispensável<br />

para operar o Siscomex na exportação e<br />

importação, e inscrição no REI – Registro <strong>de</strong><br />

Exportadores e Importadores da Secex/Decex,<br />

efetuado automaticamente ao realizar a primeira<br />

exportação<br />

- nunca teve compromisso <strong>de</strong> exportar qualquer<br />

valor<br />

- as vendas internas pelas empresas industriais<br />

a Comerciais Exportadoras, com o fim específico<br />

<strong>de</strong> exportação, representam apenas uma<br />

intenção <strong>de</strong> exportar, sem gerar qualquer<br />

incentivo antes da efetiva exportação da<br />

mercadoria, sendo a saída da mercadoria do<br />

estabelecimento industrial feita com suspensão<br />

<strong>de</strong> pagamento do IPI<br />

- as vendas internas às Comerciais<br />

Exportadoras, com o fim específico <strong>de</strong><br />

exportação, serão realizadas com a nãoincidência<br />

<strong>de</strong> pagamento do ICMS, pelo prazo <strong>de</strong><br />

90 (primários) ou 180 (manufaturados) dias,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do produto e prorrogável uma única<br />

vez por igual período<br />

- se a mercadoria adquirida no mercado interno<br />

pela Comercial Exportadora, com o fim<br />

específico <strong>de</strong> exportação não for exportada no<br />

prazo renovável <strong>de</strong> 90 (primários e<br />

semimanufaturados) ou 180 (manufaturados)<br />

dias, o fabricante será responsável pelo<br />

pagamento do ICMS e a Comercial Exportadora<br />

pelo pagamento do IPI<br />

- o fabricante que ven<strong>de</strong>r internamente à<br />

Comercial Exportadora, com o fim específico <strong>de</strong><br />

exportação, terá direito à isenção <strong>de</strong> pagamento<br />

da Cofins e do PIS<br />

- o acesso aos incentivos à exportação pelo<br />

fabricante ocorrerá apenas após a entrega pela<br />

Comercial Exportadora do documento<br />

“Memorando-Exportação”, acompanhado do<br />

Conhecimento <strong>de</strong> Embarque e do comprovante<br />

<strong>de</strong> exportação emitido pelo Siscomex,<br />

caracterizando a realização da exportação da<br />

mercadoria, tanto para fins <strong>de</strong> IPI como ICMS<br />

para fins <strong>de</strong> IPI como ICMS<br />

Quadro 3- Diferenças entre empresas Trading Company e Comercial Exportadora<br />

Fonte: Castro (2007, p. 69 - 70).


57<br />

Com esse quadro, o referido autor consegue evi<strong>de</strong>nciar as diferenças e os<br />

eventuais reflexos operacionais dos dois tipos <strong>de</strong> empresas. “Esses pontos <strong>de</strong>scritos<br />

e <strong>de</strong>talhados proporcionarão à empresa industrial ou produtora condições para<br />

selecionar a alternativa que melhor atenda às suas necessida<strong>de</strong>s” (CATRO, 2007,<br />

p.78).<br />

Dessa forma, enten<strong>de</strong>-se que cada um dos tipos <strong>de</strong> empresa apresenta<br />

particularida<strong>de</strong>s que cercam as operações <strong>de</strong> exportação e importação, o<br />

entendimento <strong>de</strong>stes conceitos ajudarão a minimizar possíveis percalços que<br />

qualquer empresa possa enfrentar na escolha <strong>de</strong> um parceiro comercial para atuar<br />

no mercado externo.<br />

Uma vez elaborado o mo<strong>de</strong>lo teórico como referência utilizada para a<br />

condução da presente pesquisa, o capítulo seguinte apresentará a metodologia<br />

utilizada para a realização <strong>de</strong>ste estudo.


2 METODOLOGIA<br />

Apresentado o referencial teórico, serão <strong>de</strong>scritos agora os procedimentos<br />

para a realização da pesquisa. Segundo Prodanov (2006), a metodologia é um<br />

elemento facilitador da produção <strong>de</strong> conhecimento, uma ferramenta capaz <strong>de</strong><br />

auxiliar a enten<strong>de</strong>r o processo <strong>de</strong> busca <strong>de</strong> respostas e <strong>de</strong> posicionamento<br />

a<strong>de</strong>quado perante o estudo.<br />

O capítulo que tem o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar os métodos <strong>de</strong> pesquisa está<br />

dividido em três partes: (3.1) tipo <strong>de</strong> pesquisa; (3.2) planejamento e coleta <strong>de</strong> dados<br />

e (3.3) métodos <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> dados.<br />

2.1 TIPO DE PESQUISA<br />

Segundo Lakatos e Marconi (2001), uma pesquisa é um procedimento<br />

formal, com método <strong>de</strong> pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e<br />

se constitui no caminho para conhecer a realida<strong>de</strong> ou para <strong>de</strong>scobrir verda<strong>de</strong>s<br />

parciais.<br />

Para este estudo, adotou-se o método <strong>de</strong> pesquisa proposto por Vergara<br />

(2007), que a classifica em relação a dois aspectos: quanto aos fins e quanto aos<br />

meios.


59<br />

a) Quanto aos fins:<br />

Esta pesquisa é <strong>de</strong>scritiva, pois nela serão estudadas as variáveis <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>terminado fenômeno sem alterá-las (VERGARA, 2007).<br />

As pesquisas <strong>de</strong>scritivas têm como objetivo principal a <strong>de</strong>scrição das<br />

características <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada população ou fenômeno, po<strong>de</strong>ndo ainda estabelecer<br />

relações entre as variáveis (GIL, 1996).<br />

Para Vergara, (2007), este tipo <strong>de</strong> pesquisa não tem o compromisso <strong>de</strong><br />

explicar os fenômenos que <strong>de</strong>screve, embora sirva <strong>de</strong> base para tal explicação.<br />

b) Quanto aos meios:<br />

Para atingir os objetivos propostos para esta pesquisa, será utilizado o<br />

método <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> caso.<br />

Para Gil (1996, p. 58), o estudo <strong>de</strong> caso “é caracterizado pelo estudo<br />

profundo e exaustivo <strong>de</strong> um ou <strong>de</strong> poucos objetos, <strong>de</strong> maneira que permita o seu<br />

amplo e <strong>de</strong>talhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante os outros<br />

<strong>de</strong>lineamentos consi<strong>de</strong>rados”. A esse respeito, Lima (2004) diz que para isso é<br />

necessário a utilização <strong>de</strong> diversas fontes <strong>de</strong> evidência, com o objetivo <strong>de</strong><br />

compreendê-la internamente <strong>de</strong> acordo com seus próprios meios.<br />

Segundo Vergara (2007), o estudo <strong>de</strong> caso é o circunscrito a uma ou poucas<br />

unida<strong>de</strong>s, que po<strong>de</strong>m ser família, produto, empresa, comunida<strong>de</strong> ou mesmo país.<br />

Ainda completa dizendo que ela possui um caráter <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>talhamento.<br />

Foi escolhido como objeto <strong>de</strong>ste estudo a empresa on<strong>de</strong> o autor trabalha.<br />

Nesse contexto, Yin (2001, p.21) diz que o estudo <strong>de</strong> caso permite uma<br />

investigação para se preservar as características holísticas e significativas da vida<br />

real, tais como ciclos <strong>de</strong> vida individuais, processos organizacionais e<br />

administrativos, mudanças ocorridas em regiões urbanas, relações internacionais e<br />

maturação <strong>de</strong> alguns setores.


60<br />

2.2 PLANEJAMENTO E COLETA DE DADOS<br />

De acordo com o método proposto por Vergara (2007), a coleta <strong>de</strong> dados da<br />

pesquisa será classificada em fontes primárias e secundárias:<br />

a) Fontes Primárias: por meio <strong>de</strong> entrevistas parcialmente estruturadas,<br />

questionários contendo perguntas abertas e <strong>de</strong> múltipla escolha e observação<br />

participante;<br />

A pesquisa foi realizada através <strong>de</strong> entrevistas parcialmente estruturadas e<br />

questionários contendo perguntas abertas e <strong>de</strong> múltipla escolha enviados por email.<br />

Por solicitação das empresas participantes, julgou-se conveniente não tornar público<br />

as suas razões sociais.<br />

A entrevista parcialmente estruturada foi realizada com o Sr. Tiago Garcia <strong>de</strong><br />

Freitas, sócio-fundador da empresa Alphaexport e realizada no dia 09.10.2008 na<br />

se<strong>de</strong> da empresa com duração <strong>de</strong> aproximadamente 45 minutos. As outras duas<br />

entrevistas parcialmente estruturadas foram feitas com dois executivos <strong>de</strong> um grupo<br />

empresarial que possui duas empresas, sendo o Sr. João Lopes Pacheco<br />

responsável pelas importações da empresa que aqui será chamada <strong>de</strong> X e o Sr.<br />

Jorge Ricardo Gonzalez o responsável pelas exportações da empresa que<br />

chamaremos <strong>de</strong> Y. As entrevistas <strong>de</strong>sses dois executivos ocorreram no dia<br />

08.10.2008 com duração aproximada <strong>de</strong> 30 minutos cada.<br />

Nas três entrevistas realizadas foi solicitada autorização para gravação, e<br />

posteriormente foram transcritas para uma melhor interpretação dos dados.<br />

De acordo com Gil (1996), a entrevista parcialmente estruturada é guiada<br />

por uma relação <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> interesse que o entrevistador vai explorando ao longo<br />

do seu curso.<br />

Apresenta-se a seguir o perfil dos entrevistados:


61<br />

João Pacheco Lopes<br />

Empresa: X<br />

Tempo <strong>de</strong> trabalho na empresa: 42 anos<br />

Formação: Ciências Contábeis pela Ulbra<br />

O entrevistado iniciou na empresa como Office-boy, passando por todos os<br />

setores até se tornar diretor operacional, sendo este cargo exercido<br />

diretamente junto ao diretor-presi<strong>de</strong>nte. É responsável pelas importações do<br />

grupo.<br />

Características da operação: Importação por encomenda<br />

Jorge Ricardo Gonzalez<br />

Empresa: Y<br />

Tempo <strong>de</strong> trabalho na empresa: 28 anos<br />

Formação: Engº Mecânico formado pela URGS<br />

O entrevistado é o responsável pelo setor <strong>de</strong> exportação da empresa.<br />

Característica da operação: Fabricante que fornece produtos para venda<br />

equiparada a exportação<br />

Tiago Garcia <strong>de</strong> Freitas<br />

Empresa: Alphaexport<br />

Tempo <strong>de</strong> trabalho na empresa: 2 anos<br />

Formação: Estudante <strong>de</strong> marketing na ESPM<br />

O entrevistado é sócio-fundador da Alphaexport e também sócio <strong>de</strong> outra<br />

empresa do grupo, a Alphatra<strong>de</strong> Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fomento Mercantil Ltda.<br />

Além das entrevistas, serviram <strong>de</strong> fonte primária para a coleta <strong>de</strong> dados, os<br />

questionários <strong>de</strong> perguntas abertas e <strong>de</strong> múltipla escolha, enviados via e-mail para o<br />

Sr. Gabriel Gil Terra – Diretor da empresa Q, Sr. Jorge Bird – Diretor da empresa M<br />

e o Sr. Lucas Ferreira - Diretor da empresa Z.<br />

Apresenta-se, a seguir, o perfil dos respon<strong>de</strong>ntes dos questionários:<br />

Gabriel Gil Terra<br />

Empresa: Q


62<br />

Tempo <strong>de</strong> trabalho na empresa: 5 anos<br />

Formação: Administrador <strong>de</strong> Empresas pela Unisinos<br />

O entrevistado é diretor da empresa Q e é responsável pelas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

importação da empresa.<br />

Característica da operação: Importação por encomenda<br />

Jorge Bird<br />

Empresa: M<br />

Tempo <strong>de</strong> trabalho na empresa: 11 anos<br />

Formação: Administrador <strong>de</strong> Empresas<br />

O entrevistado é sócio-diretor da empresa M estabelecida no Uruguai, on<strong>de</strong><br />

trabalha com exportação, importação e distribuição <strong>de</strong> alimentos.<br />

Característica da operação: Fornecedor <strong>de</strong> produtos que a Alphaexport<br />

importa do Uruguai e importador <strong>de</strong> produtos exportados pela Alphaexport<br />

Lucas Ferreira<br />

Empresa: Z<br />

Tempo <strong>de</strong> trabalho na empresa: 4 anos<br />

Formação: Administrador <strong>de</strong> empresas formado pela PUC<br />

O entrevistado é diretor da empresa Z e é responsável pelas compras da<br />

empresa.<br />

Característica da operação: Compra <strong>de</strong> produto importado <strong>de</strong>ntro do<br />

mercado interno<br />

Para tal ativida<strong>de</strong>, foram estabelecidos roteiros <strong>de</strong> perguntas para a<br />

entrevista parcialmente estruturada e questionários contendo perguntas abertas e <strong>de</strong><br />

múltipla escolha diferenciados a cada entrevistado, conforme se observa nos<br />

apêndices A, B, C, D, E e F.<br />

Para participar da pesquisa foram escolhidos os parceiros comerciais que<br />

possuem relacionamento mais antigo com a empresa, <strong>de</strong>vido ao autor acreditar que<br />

esses possam expressar informações mais condizentes à realida<strong>de</strong>.


63<br />

Faz-se necessário comentar que a pesquisa conta com a técnica <strong>de</strong><br />

observação participante, uma vez que o autor da pesquisa trabalha na empresa. O<br />

autor, faz parte da empresa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua fundação em 29.05.2006 até os dias atuais.<br />

Conforme Collins e Hussey (2005, p. 163):<br />

A observação participante é um método <strong>de</strong> coletar dados em que o<br />

pesquisador fica totalmente envolvido com os participantes e os fenômenos<br />

que estão sendo pesquisados. O objetivo é fornecer os meios <strong>de</strong> obter um<br />

entendimento <strong>de</strong>talhado <strong>de</strong> valores, motivos e práticas daqueles que estão<br />

sendo observados.<br />

Segundo Yin (2001), a observação participante é uma modalida<strong>de</strong> especial<br />

<strong>de</strong> observação na qual o pesquisador não é só um observador passivo, po<strong>de</strong>ndo<br />

assumir várias funções <strong>de</strong>ntro do estudo e até participar <strong>de</strong> eventos que estão sendo<br />

estudados. Essa é uma das gran<strong>de</strong>s oportunida<strong>de</strong>s, uma vez que se po<strong>de</strong> perceber<br />

a realida<strong>de</strong> do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> alguém <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do estudo <strong>de</strong> caso e não somente<br />

<strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> vista externo.<br />

b) Fontes Secundárias:<br />

Os dados contidos neste estudo foram coletados por meio <strong>de</strong> pesquisa<br />

bibliográfica, documental e telematizada:<br />

⇒ Pesquisa Bibliográfica: Os dados foram coletados através das mais<br />

diversas fontes bibliográficas, on<strong>de</strong> foram buscadas as fundamentações<br />

teóricas sobre os temas abordados.<br />

Almeida Jr. (1988) <strong>de</strong>screve a pesquisa bibliográfica como sendo a ativida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> localização e consulta <strong>de</strong> fontes diversas <strong>de</strong> informação escrita orientada pelo<br />

objetivo explícito <strong>de</strong> coletar materiais mais genéricos ou mais específicos a respeito<br />

<strong>de</strong> um tema (apud LIMA, 2004, p.38).<br />

⇒ Pesquisa Documental: Para Lima (2004), a pesquisa documental é<br />

uma das mais importantes fontes <strong>de</strong> dados e informações. Diz ainda que<br />

figura como um recurso metodológico indispensável quando se <strong>de</strong>seja<br />

explorar temas que recuperam dimensões históricas da realida<strong>de</strong>. Foram


64<br />

consultados relatórios com informações sobre as operações <strong>de</strong> comércio<br />

exterior.<br />

A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A<br />

diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a<br />

pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos<br />

diversos autores sobre <strong>de</strong>terminado assunto, a pesquisa documental valese<br />

<strong>de</strong> materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que<br />

ainda po<strong>de</strong>m ser reelaborados <strong>de</strong> acordo com os objetos da pesquisa (GIL,<br />

1996. p.51)<br />

⇒<br />

Pesquisa Telemetizada: foram obtidas informações da internet<br />

(VERGARA, 2007).<br />

2.3 MÉTODOS DE ANÁLISE DE DADOS<br />

Para atingir os objetivos da pesquisa, foi utilizado o método <strong>de</strong> análise e<br />

interpretação <strong>de</strong> resultados. A análise dos dados foi realizada <strong>de</strong> forma qualitativa,<br />

tendo sido estruturados e confrontados com o referencial teórico apresentado.<br />

Conforme comentam Lakatos e Marconi (1991), este modo <strong>de</strong> análise traz à<br />

pesquisa uma visão mais generalizada do assunto. Ao mesmo tempo em que se<br />

analisa material bibliográfico e se <strong>de</strong>compõe o assunto principal em focos mais<br />

objetivos, a análise finaliza <strong>de</strong> uma forma geral sobre os dados discutidos.<br />

Ainda segundo Lakatos e Marconi (1991), a análise é a tentativa <strong>de</strong><br />

evi<strong>de</strong>nciar a relação existente entre o fenômeno estudado e outros fatores, e a<br />

interpretação é a ativida<strong>de</strong> intelectual que procura dar significado mais amplo as<br />

respostas, vinculando-as a outros conhecimentos.<br />

Finalizada a <strong>de</strong>scrição da metodologia utilizada na pesquisa, o próximo<br />

capítulo apresenta os seus resultados.


3 RESULTADOS DA PESQUISA<br />

Para Tachizawa e Men<strong>de</strong>s (2003), os resultados da pesquisa referem-se aos<br />

aspectos práticos coletados ou observados na realida<strong>de</strong>. Nesse sentido, o capítulo<br />

tem como finalida<strong>de</strong> apresentar os resultados obtidos na pesquisa.<br />

Para um melhor esclarecimento, o capítulo está organizado em quatro<br />

seções: (3.1) Caracterização da Empresa, (3.2) Funções no Canal <strong>de</strong> Marketing,<br />

(3.3) Relacionamentos no Canal <strong>de</strong> Marketing, (3.4) Benefícios proporcionados às<br />

empresas pela Alphaexport. Ao final, apresenta-se a síntese e análise dos<br />

<strong>de</strong>staques da pesquisa (3.5).<br />

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA<br />

A Alphaexport Comercial Exportadora e Importadora Ltda está localizada na<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Porto Alegre, Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Brasil. Sua principal ativida<strong>de</strong> é a<br />

exportação e a importação <strong>de</strong> produtos em geral. Sua fundação data <strong>de</strong> 29.05.2006<br />

e surgiu como uma extensão da empresa Alphatra<strong>de</strong> Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fomento<br />

Mercantil Ltda.<br />

A Alphatra<strong>de</strong> teve a sua fundação no ano <strong>de</strong> 1997 com o intuito <strong>de</strong> atuar no


66<br />

fomento mercantil 8 , ativida<strong>de</strong> em que a empresa se <strong>de</strong>stacou sendo atualmente uma<br />

referência <strong>de</strong>ntro do estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, possuindo uma filial no estado <strong>de</strong><br />

São Paulo. A empresa possui se<strong>de</strong> própria e se encontra no 12º andar do Centro<br />

Empresarial Mostar<strong>de</strong>iros. A Figura 10 mostra foto do prédio da se<strong>de</strong>:<br />

Figura 10: Prédio on<strong>de</strong> está localizada a empresa<br />

Fonte: ALPHATRADE (2008).<br />

O projeto <strong>de</strong> criação da Alphaexport Comercial Exportadora e Importadora<br />

Ltda surgiu <strong>de</strong> um dos sócios da Alphatra<strong>de</strong>, Sr. Tiago Garcia <strong>de</strong> Freitas. De acordo<br />

com Freitas, a idéia surgiu em razão <strong>de</strong> ser uma empresa que completava os<br />

interesses <strong>de</strong> uma outra empresa do grupo, a Alphatra<strong>de</strong>. “Encontramos um<br />

mercado interessante, pois os clientes da factoring, geralmente sofrem com carência<br />

em alguns setores, principalmente <strong>de</strong> crédito. Vimos um nicho <strong>de</strong> mercado para<br />

realizar importações por encomenda utilizando o crédito que o grupo possui em<br />

bancos e permitindo que clientes do factoring pu<strong>de</strong>ssem ter acesso a produtos <strong>de</strong><br />

fora do país”. A empresa também participa <strong>de</strong> operações <strong>de</strong> exportação, quando<br />

ocorre uma compra equiparada a exportação no mercado interno e posteriormente a<br />

mercadoria é exportada (CASTRO, 2007). Atualmente a Alphaexport se relaciona<br />

com mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z países, <strong>de</strong>ntre eles: Alemanha, Chile, China, Colômbia, Coréia,<br />

Espanha, Israel, Nova Zelândia, Paraguai, Portugal, Taiwan e Estados Unidos.<br />

8 Fomento Mercantil: também conhecido por factoring, é uma ativida<strong>de</strong> mista composta por prestação<br />

<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> assessoria na gestão <strong>de</strong> contas a receber da empresa cliente, e pela prática comercial<br />

através da compra dos recebíveis, duplicatas e/ou cheques pré-datados oriundos exclusivamente das<br />

vendas da empresa cliente. (ALPHATRADE, 2008).


67<br />

Por fazer parte <strong>de</strong> um grupo, a empresa surgiu com uma base sólida, o que<br />

permitiu que o seu <strong>de</strong>senvolvimento ocorresse com segurança. Freitas consi<strong>de</strong>ra<br />

importante a boa imagem que o grupo possui no mercado, o que proporciona que a<br />

empresa obtenha crédito bancário dificilmente assegurado a empresas que iniciam<br />

suas ativida<strong>de</strong>s.<br />

Em março <strong>de</strong> 2008 a Alphaexport contratou uma prestadora <strong>de</strong> serviços para<br />

analisar todas as suas operações já realizadas, com cunhos administrativos,<br />

financeiros e cambiais. Apesar <strong>de</strong> ser uma empresa relativamente nova, existe uma<br />

gran<strong>de</strong> preocupação por parte <strong>de</strong> seus administradores, em estarem sempre aptos<br />

em relação às constantes mudanças nas normas que regulamentam o comércio<br />

exterior brasileiro. Também é utilizada uma assessoria jurídica fornecida por um<br />

escritório especializado em direito internacional.<br />

A Alphaexport possui apólice <strong>de</strong> seguro aberta para importação e<br />

exportação proporcionando preços mais competitivos para os seus clientes.<br />

Também existem parceiros especialistas na área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spachos aduaneiros 9 que<br />

cuidam <strong>de</strong> todos os trâmites junto aos órgãos responsáveis e agentes <strong>de</strong> carga que<br />

cuidam do agenciamento dos transportes internacionais. A Alphaexport também<br />

possui contrato <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços com o Multiarmazéns Gerais em Novo<br />

Hamburgo on<strong>de</strong> são armazenados produtos importados para posterior revenda no<br />

mercado interno, como <strong>de</strong>monstrado na figura 11.<br />

9 Despacho aduaneiro/alfan<strong>de</strong>gário: O <strong>de</strong>spacho aduaneiro/alfan<strong>de</strong>gário tem por finalida<strong>de</strong> verificar a<br />

exatidão dos dados <strong>de</strong>clarados pelo exportador ou importador em relação à mercadoria exportada ou<br />

importada, aos documentos apresentados e à legislação vigente, com vistas ao <strong>de</strong>sembaraço. Em<br />

virtu<strong>de</strong> do <strong>de</strong>sembaraço é autorizada a saída da mercadoria para o exterior, no caso <strong>de</strong> exportação,<br />

ou a entrega da mercadoria ao importador, no caso <strong>de</strong> importação. (RECEITA FEDERAL, 2008).


68<br />

Figura 11: Foto Multiarmazéns – Armazém Geral<br />

Fonte: MULTIAG (2008).<br />

Essas ações vão <strong>de</strong> encontro a Kotler (2000) que diz que o membro que<br />

assume o gerenciamento do canal <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>terminar as características dos melhores<br />

intermediários, avaliando o tempo <strong>de</strong> experiência no negócio, histórico <strong>de</strong><br />

crescimento e <strong>de</strong> lucro, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cooperação e reputação no mercado.<br />

Minervini (2001) afirma que a Trading é uma estrutura comercial<br />

administrativa e financeira, com gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar negócios e<br />

concentrá-los nas diferentes partes do mundo, sendo as Comerciais Exportadoras<br />

empresas com a mesma finalida<strong>de</strong>, porém em proporções menores. Freitas faz o<br />

seguinte comentário quando questionado sobre o porquê em escolher uma<br />

comercial exportadora e não uma trading company:<br />

Uma trading exige uma configuração patrimonial diferente <strong>de</strong> uma comercial<br />

exportadora. Acredito que se tornar uma trading company seja um passo na<br />

direção do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma comercial exportadora.<br />

Esse comentário segue o exposto por Castro (2007), quando menciona que<br />

essas têm o mesmo objetivo e finalida<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> algumas poucas diferenças<br />

administrativas que as caracterizam em suas respectivas operações <strong>de</strong> exportação.<br />

A empresa preten<strong>de</strong> aumentar as suas atuações em exportações. A<br />

Alphatra<strong>de</strong> contratou recentemente um gerente comercial que possui gran<strong>de</strong>


69<br />

experiência no setor calçadista, a Alphaexport preten<strong>de</strong> utilizar o seu conhecimento<br />

para iniciar relacionamentos com este segmento, pois possui um gran<strong>de</strong> potencial<br />

exportador.<br />

Com o atual cenário da economia mundial, e a instabilida<strong>de</strong> gerada pela<br />

crise iniciada nos Estados Unidos, o mundo está vivendo uma situação <strong>de</strong><br />

instabilida<strong>de</strong> e incerteza. Quando a Alphaexport iniciou as suas ativida<strong>de</strong>s, o dólar<br />

(US$) estava cotado a R$ 2,27 em 01/06/2006, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então a moeda norte<br />

americana iniciou um período <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização perante o real, chegando a ser<br />

cotado a R$ 1,55 em 01/08/2008. Diante <strong>de</strong>sse panorama, a empresa iniciou suas<br />

ativida<strong>de</strong>s com um foco importador, <strong>de</strong>vido às importações estarem favorecidas pelo<br />

real valorizado e também pela proximida<strong>de</strong> dos importadores, que ao contrário das<br />

exportações que geram uma dificulda<strong>de</strong> em obter informações do “pagador” no<br />

exterior, nas importações as vendas ocorrem no mercado interno, esta proximida<strong>de</strong><br />

trouxe uma maior segurança para uma empresa que não possuía experiência no<br />

mercado internacional (BANCO CENTRAL, 2008).<br />

A volatilida<strong>de</strong> que existe atualmente nos mercados, elevou a cotação do<br />

dólar, que chegou a encerar o dia 08/10/2008 cotado em R$ 2,39. Diante <strong>de</strong>ste<br />

cenário, a empresa sente a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter uma maior <strong>atuação</strong> em exportações,<br />

pois <strong>de</strong>sta forma estaria preparada para manter um alto nível <strong>de</strong> <strong>atuação</strong> sem<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r exclusivamente da cotação do dólar. (BANCO CENTRAL, 2008).<br />

Após a apresentação da empresa, e um breve comentário do mercado na<br />

qual está inserida, serão abordadas as funções que a mesma executa nos canais <strong>de</strong><br />

marketing.


70<br />

3.2 FUNÇÕES NO CANAL DE MARKETING<br />

Para iniciarmos este capítulo e facilitar a compreensão das funções<br />

executadas pela empresa e os seus relacionamentos serão apresentadas as<br />

operações que a Alphaexport possui com as empresas X, Y, Q, M e Z:<br />

A Alphaexport executa operações <strong>de</strong> importação por encomenda para os<br />

clientes X e Q. Nessa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> importação a empresa utiliza o seu próprio<br />

capital para promover a compra dos produtos no exterior, realiza o <strong>de</strong>spacho<br />

aduaneiro <strong>de</strong> importação e posteriormente ven<strong>de</strong> esta mercadoria para um<br />

encomendante pre<strong>de</strong>terminado e vinculado na Receita Fe<strong>de</strong>ral do Brasil conforme<br />

Bizzeli (2006).<br />

Operações com o cliente X:<br />

As operações são realizadas através <strong>de</strong> negociações no exterior com o<br />

exportador aten<strong>de</strong>ndo as especificações solicitadas pela encomendante. O<br />

pagamento das mercadorias se dá via carta <strong>de</strong> crédito a prazo. Para Lopes, a<br />

participação da Alphaexport é fundamental, pois a encomendante não possui crédito<br />

bancário para essa operação. Essa ação se enquadra na função <strong>de</strong> facilitação citada<br />

por Seminik e Bamossy (1995). A Alphaexport contrata o seguro e o transporte<br />

internacional responsabilizando-se por toda a logística do processo bem como a<br />

contratação do <strong>de</strong>spachante aduaneiro 10 no Brasil para o <strong>de</strong>sembaraço alfan<strong>de</strong>gário.<br />

Após a liberação da mercadoria, é efetuada a venda no mercado interno e a entrega<br />

da mesma na fábrica da encomendante. Na figura 12 serão <strong>de</strong>monstradas as<br />

funções exercidas pela Alphaexport:<br />

10 Despachante aduaneiro/alfan<strong>de</strong>gário: A principal função do <strong>de</strong>spachante aduaneiro é a formulação<br />

da <strong>de</strong>claração aduaneira <strong>de</strong> importação ou <strong>de</strong> exportação, que nada mais é que a proposição da<br />

<strong>de</strong>stinação a ser dada aos bens submetidos ao controle aduaneiro, indicando o regime aduaneiro a<br />

aplicar às mercadorias e comunicando os elementos exigidos pela Aduana para aplicação <strong>de</strong>sse<br />

regime. (RECEITA FEDERAL, 2008).


71<br />

Figura 12: Fluxo <strong>de</strong> funções Alphaexport nas operações da empresa X<br />

Fonte: Elaborado pelo aluno com base na observação participante.<br />

Operações com o cliente Q:<br />

O cliente Q não possui um setor especializado em importações. A esse<br />

respeito, Terra diz: “Terceirizamos esta área com a Alphaexport por ser uma<br />

empresa especializada em comércio exterior”. Nas operações <strong>de</strong>sta empresa, Terra<br />

faz a negociação da compra dos produtos com o exportador e a Alphaexport cuida<br />

<strong>de</strong> todos trâmites <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m administrativa, cambial e tributário, sem a participação<br />

do cliente. Após ocorrer a nacionalização dos produtos, a mercadoria é enviada para<br />

o Multiarmazéns Gerais contratado pela Alphaexport, visto que a empresa Q<br />

atualmente não possui espaço em seus <strong>de</strong>pósitos. Conforme as solicitações da<br />

empresa, são efetuadas vendas parciais até somar a totalida<strong>de</strong> da mercadoria<br />

importada. De acordo com o site da Receita Fe<strong>de</strong>ral do Brasil, a importação por<br />

encomenda é aquela em que uma empresa adquire mercadorias no exterior com<br />

recursos próprios e promove o seu <strong>de</strong>spacho aduaneiro <strong>de</strong> importação a fim <strong>de</strong><br />

revendê-la posteriormente a uma empresa encomendante previamente <strong>de</strong>terminada<br />

(RECEITA FEDERAL, 2008). As funções exercidas pela Alphaexport po<strong>de</strong>m ser<br />

melhor visualizadas na figura 13:


72<br />

Figura 13: Fluxo <strong>de</strong> funções Alphaexport nas operações da empresa Q<br />

Fonte: Elaborado pelo aluno com base na observação participante<br />

Operações com o cliente Y:<br />

A empresa Y realiza a prospecção <strong>de</strong> mercado no exterior, porém não é<br />

habilitada no SISCOMEX para fazer exportações. Conforme citado por Castro<br />

(2007), sem a habilitação no SISCOMEX as empresas não po<strong>de</strong>m fazer exportação<br />

direta. Dessa forma, é necessário fazer uma exportação indireta. Kotabe e Helsen<br />

(2000) <strong>de</strong>finem a exportação indireta quando a empresa ven<strong>de</strong> seus produtos em<br />

mercados estrangeiros por meio <strong>de</strong> um intermediário estabelecido em seu próprio<br />

país. Nesta operação a Alphaexport segue o mo<strong>de</strong>lo apontado por Castro (2007),<br />

fazendo operação como Trading Company propriamente dita, adquirindo produtos<br />

no mercado interno com o fim específico <strong>de</strong> exportação, para serem posteriormente<br />

exportados. A figura 13 tem como base os conceitos <strong>de</strong> Kotabe e Helsen (2000) que<br />

<strong>de</strong>finem a exportação indireta quando a empresa ven<strong>de</strong> seus produtos em mercados<br />

estrangeiros por meio <strong>de</strong> um intermediário estabelecido em seu próprio país. A<br />

figura 14 representa este mo<strong>de</strong>lo baseada na figura 5 <strong>de</strong> Castro (2001):


73<br />

Brasil Brasil Exterior<br />

Empresa Y<br />

produtor<br />

Alphaexport<br />

Comercial Exportadora<br />

Importador<br />

Figura 14: Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> exportação nas operações da empresa Y<br />

Fonte: Elaborado pelo aluno com base na figura 5, <strong>de</strong> Castro (2001).<br />

Nessas operações, a promoção é feita pela empresa Y diretamente com os<br />

importadores no exterior. A negociação e o pedido também ocorrem entre essas<br />

duas partes. A figura 15 apresenta as funções realizadas pela Alphaexport:<br />

Figura 15: Fluxo <strong>de</strong> funções Alphaexport nas operações da empresa Y<br />

Fonte: Elaborado pelo aluno com base na observação participante.<br />

Operações com a empresa M:<br />

A empresa M tornou-se um parceiro bilateral da Alphaexport. A Comercial<br />

Exportadora <strong>de</strong>ste estudo realiza importações para o Brasil <strong>de</strong> produtos fabricados<br />

pela empresa M no Uruguai. Para fabricar esses produtos a empresa M realiza<br />

importações <strong>de</strong> insumos oriundos do Brasil, que são exportados pela Alphaexport.


74<br />

Nessas operações as empresas utilizam os benefícios comerciais proporcionados<br />

pelo Mercosul.<br />

Segundo Maia (2007), os blocos econômicos foram criados com a finalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver o comércio <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada região. Confirmando a eficácia <strong>de</strong>ste<br />

conceito, Bird fez a seguinte colocação: “É possível importarmos matéria-prima com<br />

isenção <strong>de</strong> impostos, cumprindo os requisitos e percentuais do Acordo 18 do<br />

Mercosul e <strong>de</strong>sta maneira exportar os produtos com preços competitivos para o<br />

Brasil”.<br />

Algumas das exportações realizadas pela empresa M para a Alphaexport<br />

são <strong>de</strong> produtos que serão <strong>de</strong>stinados a empresa Q via importação por encomenda<br />

A figura 16 representa as funções que ocorrem nestas operações:<br />

Figura 16: Fluxo <strong>de</strong> funções Alphaexport na operação on<strong>de</strong> importa da empresa M<br />

Fonte: Elaborado pelo aluno com base na observação participante.<br />

O produto exportado para o Uruguai é açúcar. A empresa M estava com<br />

dificulda<strong>de</strong>s em encontrar exportadores <strong>de</strong> pequenas quantida<strong>de</strong>s (uma carreta)<br />

<strong>de</strong>vido ao produto ser uma commoditie 11 e seus ven<strong>de</strong>dores trabalharem apenas<br />

com gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s. A Alphaexport entrou em contato com diversas usinas <strong>de</strong><br />

açúcar e as mesmas informaram que não vendiam pequenas quantida<strong>de</strong>s e também<br />

11<br />

Commoditie (significa mercadoria em inglês) po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidos como mercadorias,<br />

principalmente minérios e gêneros agrícolas, que são produzidos em larga escala e comercializados<br />

em nível mundial. As commodities são negociadas em bolsas <strong>de</strong> valores, portanto seus preços são<br />

<strong>de</strong>finidos em nível global, pelo mercado internacional (MINERVINI, 2001).


75<br />

não efetuavam vendas equiparadas à exportação. Diante <strong>de</strong>sse quadro, a<br />

Alphaexport optou por assumir os riscos da operação, efetuando uma compra no<br />

mercado interno com o pagamento <strong>de</strong> impostos e efetuando a exportação para o<br />

Uruguai. Dessa forma, a empresa gera créditos <strong>de</strong> impostos que ficam para serem<br />

compensados em futuras operações <strong>de</strong> importação. Segundo Kotler (2000, p.511),<br />

“por meio <strong>de</strong> seus contatos, experiência, especialização e escala <strong>de</strong> operação, os<br />

intermediários normalmente oferecem à empresa mais do que ela po<strong>de</strong> conseguir<br />

trabalhando sozinha”.<br />

Nessa operação, aplica-se o conceito <strong>de</strong> Castro (2007) que diz que a linha<br />

<strong>de</strong> <strong>atuação</strong> <strong>de</strong> uma Trading Company po<strong>de</strong> ocorrer indistintamente na exportação,<br />

importação, mercado interno e agenciamento <strong>de</strong> operações. Os fluxos que<br />

representam as funções realizadas no canal estão representadas na figura 17:<br />

Figura 17: Fluxo <strong>de</strong> funções Alphaexport na operação <strong>de</strong> exportação para empresa M<br />

Fonte: Elaborado pelo aluno com base na observação participante<br />

Operações com o cliente Z:<br />

A empresa Z atua somente no mercado interno. Não é habilitada no<br />

SISCOMEX e não possui nenhuma experiência no comércio exterior. A Alphaexport<br />

i<strong>de</strong>ntificou que existia um nicho <strong>de</strong> mercado 12 para importação <strong>de</strong> um produto para a<br />

Z e que po<strong>de</strong>ria ser vendido para outras empresas <strong>de</strong>ste segmento. Ao conversar<br />

com o responsável pelas compras da empresa, o Sr. Ferreira informou que se o<br />

12<br />

Um nicho <strong>de</strong> mercado contém clientes que têm preferências diferenciadas, requerem<br />

características especiais ou têm necessida<strong>de</strong>s específicas. (ADMINISTRADORES, 2008).


76<br />

produto chegasse até <strong>de</strong>terminado preço ele efetuaria a compra. A Alphaexport fez<br />

uma importação por conta própria, iniciando a operação através <strong>de</strong> uma busca <strong>de</strong><br />

fornecedores do produto no exterior. Segundo Bizelli (2006), na operação direta, o<br />

adquirente é o próprio importador, respon<strong>de</strong>ndo diretamente por todos os<br />

procedimentos da importação <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m comercial, administrativa, cambial e<br />

tributário.<br />

Após a nacionalização da mercadoria, a mesma é transferida para o<br />

Multiarmazéns Gerais em Novo Hamburgo e são efetuadas vendas parciais <strong>de</strong>ntro<br />

do mercado interno. Dessa forma as empresas têm acesso à mercadoria importada<br />

sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nenhum envolvimento nos trâmites <strong>de</strong> importação. Nessas<br />

operações a empresa atua conforme citado por Castro (2007): “como importadora,<br />

adquirindo produtos no exterior e os reven<strong>de</strong>ndo no mercado interno”.<br />

Na figura 18 estão representados os fluxos existentes nas importações por<br />

conta própria que a Alphaexport promove para ven<strong>de</strong>r para mais <strong>de</strong> um adquirente,<br />

inclusive a empresa Z:<br />

Figura 18: Fluxo <strong>de</strong> funções Alphaexport importação conta-própria<br />

Fonte: Elaborado pelo aluno com base na observação participante


77<br />

Após a <strong>de</strong>scrição das operações que a Alphaexport executa para estes<br />

parceiros comerciais, observa-se que ela atua nos canais <strong>de</strong> marketing como uma<br />

facilitadora para importadores e exportadores. Nickels e Wood (1999) <strong>de</strong>finem os<br />

canais <strong>de</strong> marketing como a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> parceiros na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor que coopera para<br />

trazer as mercadorias dos produtores para os consumidores finais.<br />

No quadro 4 serão <strong>de</strong>scritas as funções executadas pela Alphaexport nas<br />

operações <strong>de</strong>scritas que ocorrem com os clientes X, Y, Q, M e Z em um comparativo<br />

com a Figura 1 on<strong>de</strong> Coughlan et. al. (2002) apresentam as funções que po<strong>de</strong>m ser<br />

exercidas no canal:


78<br />

Empresa<br />

Funções executadas<br />

X<br />

Y<br />

Q<br />

M<br />

Z<br />

- negociação<br />

- pedido<br />

-financiamento<br />

- risco<br />

- posse física<br />

-proprieda<strong>de</strong><br />

- pagamento<br />

- informação<br />

- financiamento<br />

- risco<br />

- posse física<br />

- proprieda<strong>de</strong><br />

- pagamento<br />

- informação<br />

- promoção<br />

- negociação<br />

- pedido<br />

- financiamento<br />

- risco<br />

- posse física<br />

- proprieda<strong>de</strong><br />

- pagamento<br />

- informação<br />

- promoção<br />

- negociação<br />

- pedido<br />

- financiamento<br />

- risco<br />

- posse física<br />

- proprieda<strong>de</strong><br />

- pagamento<br />

- informação<br />

- promoção<br />

- negociação<br />

- pedido<br />

- financiamento<br />

- risco<br />

- posse física<br />

- proprieda<strong>de</strong><br />

- pagamento<br />

- informação<br />

Quadro 4: Relação funções Alphaexport X figura 1<br />

Fonte: Elaborado pelo pesquisador com base na observação participante das operações.


79<br />

As funções acima foram i<strong>de</strong>ntificadas pelo autor <strong>de</strong>ste trabalho baseando-se<br />

nas funções que a Alphaexport executa para os clientes em cada operação.<br />

Conforme Sina (2008), os canais <strong>de</strong> distribuição são os intermediários estruturados<br />

para manusear, estocar e comercializar os produtos, repassando-os das mãos do<br />

produtor para as mãos do consumidor.<br />

Com base nas entrevistas será apresentado o quadro 5, on<strong>de</strong> os parceiros<br />

comerciais irão <strong>de</strong>stacar quais são as funções mais importantes que a Alphaexport<br />

exerce no canal <strong>de</strong> marketing:


80<br />

Entrevistado<br />

Funções executadas<br />

Lopes<br />

Empresa X<br />

Gonzalez<br />

Empresa Y<br />

Terra<br />

Empresa Q<br />

Bird<br />

Empresa M<br />

Ferreira<br />

Empresa Z<br />

Uma das funções mais importantes executadas pela Alphaexport é a garantia <strong>de</strong><br />

crédito fornecida pela empresa através da abertura <strong>de</strong> cartas <strong>de</strong> crédito junto ao<br />

Banco Bra<strong>de</strong>sco. Outro ponto importante é o fato <strong>de</strong> a empresa ser do mesmo grupo<br />

da Alphatra<strong>de</strong>, o que permite o pagamento das operações através do <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong><br />

recebíveis 13 . Desta maneira as operações são viabilizadas e a importadora po<strong>de</strong><br />

exercer outras funções como negociação junto ao exportador, contratação do<br />

transporte internacional, contratação <strong>de</strong> seguro internacional e <strong>de</strong> empresa<br />

especializada em <strong>de</strong>spachos aduaneiros.<br />

A principal função executada pela Alphaexport é a viabilização da operação através<br />

da compra equiparada a exportação, <strong>de</strong>vido ao fato da empresa não possuir<br />

habilitação no SISCOMEX. Outra importante função executada é a antecipação dos<br />

pagamentos provenientes do exterior junto a Alphatra<strong>de</strong>, o que possibilita a empresa<br />

ter capital <strong>de</strong> giro para produzir as mercadorias que serão exportadas.<br />

A Alphaexport atua como um setor <strong>de</strong> comércio exterior terceirizado pela empresa.<br />

Após efetuar a negociação com o exportador todos os trâmites ficam aos cuidados<br />

da importadora. A empresa efetua o fechamento <strong>de</strong> câmbio, contrata o transporte e o<br />

seguro internacional, provi<strong>de</strong>ncia o <strong>de</strong>spacho aduaneiro e após a nacionalização,<br />

transfere a mercadoria para um armazém geral <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> espaço físico em<br />

nossa empresa. Conforme nossa solicitação, são realizadas vendas parciais dos<br />

produtos até atingir a integrida<strong>de</strong> das importações.<br />

Estávamos com dificulda<strong>de</strong> em conseguir fornecedores <strong>de</strong> pequenas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

açúcar (uma carreta a cada importação), a Alphaexport encontrou o fornecedor no<br />

Brasil e provi<strong>de</strong>nciou a exportação da mercadoria para o Uruguai. Neste processo<br />

executou diversas funções como busca <strong>de</strong> fornecedor, negociação, compra do<br />

produto e contratação <strong>de</strong> prestadores <strong>de</strong> serviços. Dessa forma, tivemos acesso ao<br />

açúcar refinado, um produto que a empresa estava com dificulda<strong>de</strong> em encontrar<br />

fornecedores no Uruguai. Para as importações que ela realiza dos nossos produtos,<br />

foi muito importante a sua participação, pois a empresa conseguiu fazer o registro do<br />

nosso produto junto ao Ministério da Agricultura e também conseguiu um laudo que<br />

comprova o NCM junto a Inspetoria da Receita Fe<strong>de</strong>ral.<br />

Através da Alphaexport tivemos acesso a um produto importado com um bom preço<br />

e qualida<strong>de</strong>. A importadora <strong>de</strong>senvolveu todas as funções adquirindo o produto no<br />

exterior e nos fazendo uma venda <strong>de</strong>ntro do mercado interno.<br />

Quadro 5: Funções executadas pela Alphaexport<br />

Fonte: Elaborado pelo pesquisador com base nas entrevistas dos 5 parceiros comerciais.<br />

Bird ainda cita a importância da Alphaexport para que se realizem as<br />

exportações <strong>de</strong> seus produtos para o Brasil, pois por ser um produto alimentício que<br />

13 Desconto <strong>de</strong> recebíveis: é um produto criado para oferecer aos empresários a antecipação <strong>de</strong> seus<br />

créditos, propiciando liqui<strong>de</strong>z imediata à sua carteira <strong>de</strong> recebíveis.


81<br />

envolve mistura, a interpretação do NCM da mercadoria era dúbia: “a trading<br />

conseguiu um laudo junto a Inspetoria da Receita Fe<strong>de</strong>ral que garante a entrada dos<br />

produtos em qualquer fronteira brasileira sem que os fiscais da aduana possam<br />

questionar a classificação fiscal da mercadoria”. Bird também <strong>de</strong>staca “o<br />

conhecimento da empresa sobre as normas <strong>de</strong> comércio exterior brasileira é muito<br />

importante para a entrada <strong>de</strong> nossos produtos no país”.<br />

Para Lopes, o crédito foi fundamental para a realização das operações,<br />

porém o executivo informou que se não houvesse sido estabelecido um limite <strong>de</strong><br />

risco para a sua empresa, po<strong>de</strong>riam ter ocorrido mais importações. Sobre este<br />

comentário, o autor diz que é feito uma análise <strong>de</strong> crédito para cada empresa, sendo<br />

<strong>de</strong>finido qual será o risco que estará envolvido para cada cliente. Para estas<br />

análises, a empresa se utiliza da experiência <strong>de</strong> 11 anos da Alphatra<strong>de</strong> em análise<br />

<strong>de</strong> crédito.<br />

Com base nas informações fornecidas pelos entrevistados, po<strong>de</strong>-se<br />

observar a execução das principais funções-chaves executadas pelos intermediários<br />

nos canais <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong>scritas por Seminik e Bamossy (1995):<br />

1- Funções <strong>de</strong> troca: compra, negociação e comunicação;<br />

2- Funções <strong>de</strong> suprimento físico: armazenagem e manuseio <strong>de</strong> materiais;<br />

3- Funções <strong>de</strong> facilitação: financiamento, tomada <strong>de</strong> riscos, classificação<br />

e informações <strong>de</strong> mercado.<br />

Observadas as funções que são executadas pela empresa, no próximo item<br />

será <strong>de</strong>monstrado os relacionamento da Alphaexport com seus clientes e<br />

fornecedores.


82<br />

3.3 RELACIONAMENTOS NO CANAL DE MARKETING<br />

Des<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s, a empresa busca relacionamentos <strong>de</strong><br />

longo prazo com os seus parceiros. Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> Freitas, “a empresa está<br />

sempre preocupada em obter parcerias <strong>de</strong> longo prazo, tanto com fornecedores<br />

quanto com clientes, garantindo uma fluência operacional que só po<strong>de</strong> ser<br />

alcançada através <strong>de</strong> um processo contínuo <strong>de</strong> relacionamento”.<br />

Nesse sentido, analisando os fatores que balizam um relacionamento <strong>de</strong><br />

longo prazo, foi questionado aos executivos responsáveis pelas operações com a<br />

Alphaexport, quais características foram importantes para o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

relacionamento existente entre as empresas, com base no exposto por Nickels e<br />

Wood (1999):<br />

Entrevistado<br />

Comunicação<br />

aberta<br />

Confiança<br />

Contato entre<br />

as partes<br />

Honestida<strong>de</strong> e<br />

comportamento<br />

ético<br />

Parceiros que<br />

mostram que se<br />

preocupam<br />

Lopes<br />

Empresa X<br />

Muito<br />

importante<br />

Muito<br />

importante<br />

Importante Muito importante Importante<br />

Gonzalez<br />

Empresa Y<br />

Importante<br />

Muito<br />

importante<br />

Importante Muito importante Importante<br />

Terra<br />

Empresa Q<br />

Importante<br />

Muito<br />

importante<br />

Importante<br />

Muito importante<br />

Muito<br />

importante<br />

Bird<br />

Empresa M<br />

Importante<br />

Muito<br />

importante<br />

Muito<br />

importante<br />

Muito importante<br />

Muito<br />

importante<br />

Ferreira<br />

Empresa Z<br />

Importante<br />

Muito<br />

importante<br />

Importante<br />

Muito importante<br />

Muito<br />

importante<br />

Quadro 6: Características importantes para um relacionamento <strong>de</strong> longo prazo<br />

Fonte: Elaborado pelo pesquisador através das entrevistas dos 5 parceiros comerciais


83<br />

Com base nas respostas dos participantes da pesquisa po<strong>de</strong>mos dizer que<br />

as características mais importantes para o <strong>de</strong>senvolvimento do relacionamento entre<br />

as empresas foram: a confiança, pois a empresa cumpre com o que foi dito que<br />

seria feito e a honestida<strong>de</strong> e o comportamento ético em suas relações.<br />

No tocante a esse ponto, em uma questão aberta, Terra fez a seguinte<br />

colocação: “As principais características que consi<strong>de</strong>ramos relevantes são o<br />

profissionalismo da empresa, aliada com a honestida<strong>de</strong> e ética nos negócios”.<br />

Bird cita a importância do relacionamento que a Alphaexport possui com as<br />

autorida<strong>de</strong>s aduaneiras brasileiras para a obtenção <strong>de</strong> informações, pois esse<br />

contato é impossível a partir do Uruguai.<br />

Segundo Coughlan et. al. (2002), o bom relacionamento permite que as<br />

organizações funcionem como se fossem uma em busca <strong>de</strong> um interesse maior.<br />

A esse respeito, Ferreira consi<strong>de</strong>ra que a parceria entre as duas empresas<br />

tem como base o bom relacionamento e a busca constante por melhores produtos<br />

aliados a bons preços. Conforme Kotler (2000), o relacionamento po<strong>de</strong> estar<br />

baseado em cooperação, parceria ou programação <strong>de</strong> distribuição.<br />

No fortalecimento das suas relações a empresa utiliza a reciprocida<strong>de</strong> do<br />

marketing reverso, que segundo Nickels e Wood (1999), baseia-se na prática <strong>de</strong><br />

comprar <strong>de</strong> fornecedores que também são clientes. As operações com a empresa M<br />

reforçam esses pensamentos, pois a Alphaexport promove vendas para ela e<br />

também importa os seus produtos.<br />

Lopes e Gonzalez <strong>de</strong>stacam ainda, como fator importante para o início das<br />

operações do grupo com a Alphaexport o relacionamento <strong>de</strong> 9 anos que a empresa<br />

possuía com a Alphatra<strong>de</strong>.<br />

A Alphaexport se relaciona com diversos parceiros prestadores <strong>de</strong> serviço<br />

para a execução das suas funções, como: <strong>de</strong>spachantes aduaneiros,


84<br />

transportadores, companhias <strong>de</strong> seguro e armazéns. Apresenta-se a seguir os<br />

comentários dos participantes da pesquisa com relação a esses parceiros:<br />

Gonzalez diz que a empresa está satisfeita com os parceiros escolhidos pela<br />

Alphaexport, pois esses vêm <strong>de</strong>monstrando bons resultados.<br />

Terra consi<strong>de</strong>ra os parceiros escolhidos pela Alphaexport fundamentais para<br />

que a operação ocorra com segurança, “eles transmitem a tranqüilida<strong>de</strong> necessária<br />

para que possamos fazer negócios objetivos com a segurança <strong>de</strong> que a parte<br />

operacional está garantida”.<br />

Para Bird, o que se <strong>de</strong>staca no relacionamento com a empresa é o fato <strong>de</strong><br />

tratar os negócios diretamente com os donos: “gente jovem e séria, que quando<br />

assumem um projeto trabalham até que o mesmo se concretize”.<br />

Confiança, honestida<strong>de</strong> e comportamento ético são características<br />

fundamentais apontadas pelos entrevistados em seus relacionamentos. Somando-se<br />

a existência <strong>de</strong> um bom relacionamento entre as partes e a execução das funções<br />

anteriormente <strong>de</strong>scritas, verificam-se no próximo item os benefícios que a empresa<br />

proporciona.<br />

3.4 BENEFÍCIOS PROPORCIONADOS ÀS EMPRESAS PELA<br />

ALPHAEXPORT<br />

As empresas comerciais especializadas nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> exportação e<br />

importação naturalmente pesquisarão mercados, preços, viabilida<strong>de</strong>,<br />

operacionalida<strong>de</strong>, marketing, abertura <strong>de</strong> mercados, enfim, farão as vezes da<br />

empresa fabricante, mediante o pagamento <strong>de</strong> over-price (LUDOVICO, 2002, p.7).<br />

Pelo fato <strong>de</strong> ser uma empresa nova e que ainda se encontra em fase <strong>de</strong><br />

estruturação, a Alphaexport não possui um mo<strong>de</strong>lo pronto para as operações. Um<br />

fator <strong>de</strong> contribuição para que isso ocorra é a gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> operações e


85<br />

funções que po<strong>de</strong>m ser executadas nos canais <strong>de</strong> marketing. A empresa busca<br />

i<strong>de</strong>ntificar as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada cliente e se adaptar a cada realida<strong>de</strong>. No quadro<br />

7 são citados os principais benefícios proporcionados pela Alphaexport do ponto <strong>de</strong><br />

vista dos seus parceiros comerciais:<br />

Entrevistado<br />

Lopes<br />

Empresa X<br />

Benefícios<br />

O principal benefício proporcionado pela empresa é o crédito. Seja na<br />

abertura <strong>de</strong> cartas <strong>de</strong> crédito a prazo para o pagamento dos exportadores,<br />

como no <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> títulos junto a Alphatra<strong>de</strong> para o pagamento das<br />

operações.<br />

Os outros benefícios que a empresa proporciona acontecem <strong>de</strong>vido ao seu<br />

conhecimento em comércio exterior e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> negociação junto aos<br />

fornecedores.<br />

Gonzalez<br />

Empresa Y<br />

A empresa oferece um serviço diferenciado, pois através <strong>de</strong>la os nossos<br />

produtos po<strong>de</strong>m chegar aos nossos clientes no exterior, além dos<br />

adiantamentos dos pagamentos.<br />

Terra<br />

Empresa Q<br />

A garantia <strong>de</strong> uma operação segura e <strong>de</strong> total esforço na satisfação do<br />

cliente, incluindo a preocupação com custos menores, tarefas realizadas com<br />

segurança evitando surpresas <strong>de</strong>sagradáveis. O fato <strong>de</strong> a empresa<br />

proporcionar uma operação customizada as nossas necessida<strong>de</strong>s transmite<br />

confiança e segurança para a realização <strong>de</strong> operações internacionais.<br />

A Alphaexport aten<strong>de</strong> uma área que a empresa não possui, terceirizando<br />

todos os nossos negócios <strong>de</strong> importação.<br />

Bird<br />

Empresa M<br />

A empresa atua como uma facilitadora nas nossas operações com o Brasil.<br />

Atualmente os negócios com a Alphaexport correspon<strong>de</strong>m a 50% do<br />

faturamento em exportações da empresa. Possibilita a entrada dos nossos<br />

produtos e também conseguiu encontrar fornecedores <strong>de</strong> produtos que<br />

importamos do Brasil.<br />

Ferreira<br />

Empresa Z<br />

Tivemos acesso a produtos importados <strong>de</strong> excelente qualida<strong>de</strong> sem que<br />

tivéssemos <strong>de</strong> nos envolver em importações, área em que não possuímos<br />

nenhum conhecimento.<br />

Quadro 7: Benefícios proporcionados pela Alphaexport<br />

Fonte: Elaborado pelo pesquisador com base nas entrevistas dos 5 parceiros comerciais.


86<br />

Devido às operações realizadas serem distintas, observa-se que cada<br />

entrevistado aponta benefícios diferentes, pertinentes ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> suas operações.<br />

Para Terra, ao <strong>de</strong>ixar o gerenciamento das importações para a Alphaexport,<br />

a empresa consegue manter o foco em seu próprio negócio. Segundo Castro (2001),<br />

ao utilizar um intermediário o importador po<strong>de</strong> <strong>de</strong>dicar-se apenas a sua ativida<strong>de</strong>.<br />

Sobre os benefícios proporcionados pela empresa, a colocação <strong>de</strong> Terra sobre “a<br />

preocupação com custos menores” vai <strong>de</strong> encontro ao que diz Novaes (2001), <strong>de</strong><br />

que <strong>de</strong>ve ser buscado <strong>de</strong> forma permanente a redução <strong>de</strong> custos.<br />

O próximo item faz uma síntese dos <strong>de</strong>staques da pesquisa e uma breve<br />

análise da mesma.<br />

3.5 SÍNTESE E ANÁLISE DOS DESTAQUES DA PESQUISA<br />

A partir do estudo, com base nas entrevistas, foi possível construir uma<br />

síntese dos principais <strong>de</strong>staques da pesquisa. A síntese, não, necessariamente,<br />

aborda todos os <strong>de</strong>talhes levantados nos resultados da pesquisa, mas a divi<strong>de</strong>, a<br />

partir do <strong>de</strong>staque dos seguintes assuntos: funções no canal <strong>de</strong> marketing,<br />

relacionamentos no canal e principais benefícios proporcionados pela empresa,<br />

conforme o quadro 8.


87<br />

Assunto<br />

Funções no canal <strong>de</strong> marketing<br />

Para Kotler (2000), projetar um sistema <strong>de</strong><br />

canal requer analisar as necessida<strong>de</strong>s do<br />

cliente, estabelecer os objetivos do canal e<br />

i<strong>de</strong>ntificar e avaliar as principais alternativas <strong>de</strong><br />

canal.<br />

Relacionamentos no canal<br />

Segundo Nickels e Wood (1999), para planejar<br />

relacionamentos <strong>de</strong> longa duração com cliente<br />

e outros grupos <strong>de</strong> interesse po<strong>de</strong>m ser<br />

aplicados os mesmos princípios que fortalecem<br />

as relações entre os indivíduos.<br />

Principais benefícios proporcionados pela<br />

empresa<br />

Rosenbloom (2002) <strong>de</strong>fine os intermediários<br />

como empresas que dão suporte aos<br />

produtores, fabricantes e usuários finais.<br />

Pontos negativos<br />

Quadro 8: Síntese dos <strong>de</strong>staques da pesquisa<br />

Fonte: Elaborado pelo pesquisador<br />

Síntese dos <strong>de</strong>staques da pesquisa<br />

- promoção<br />

- negociação<br />

- pedido<br />

- financiamento<br />

- risco<br />

- posse física<br />

- proprieda<strong>de</strong><br />

- pagamento<br />

- informação<br />

- confiança<br />

- honestida<strong>de</strong><br />

- ética<br />

- concessão <strong>de</strong> crédito<br />

- customização <strong>de</strong> operações<br />

- intermediação<br />

- prestação <strong>de</strong> serviços<br />

- foi citado como ponto negativo o limite <strong>de</strong><br />

crédito estabelecido para a empresa X.<br />

Com base nos resultados da pesquisa e na observação do pesquisador, é<br />

possível perceber a importância que uma Comercial Exportadora, neste caso a<br />

Alphaexport, possui em um mercado globalizado. Com o aumento dos negócios<br />

internacionais e com a tentativa brasileira <strong>de</strong> ter uma maior participação no comércio<br />

mundial, muitas empresas estão buscando parceiros especializados que possam<br />

suprir as suas <strong>de</strong>ficiências e auxiliá-las a interagir com outros países e mercados. No<br />

tocante a esse ponto, Kotler (2000) diz que por meio <strong>de</strong> seus contatos, experiência,<br />

especialização e escala <strong>de</strong> operação, os intermediários oferecem à empresa mais<br />

do que ela po<strong>de</strong> conseguir trabalhando sozinha.<br />

Em relação às funções executadas pela empresa em estudo, observa-se<br />

que todos os fluxos têm o seu grau <strong>de</strong> importância e que o mesmo varia <strong>de</strong> acordo a<br />

peculiarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada operação. Para Keegan (2005), o propósito dos canais <strong>de</strong><br />

marketing é criar utilida<strong>de</strong>s para os clientes. A Alphaexport busca atuar <strong>de</strong>sta forma,<br />

i<strong>de</strong>ntificando as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada parceiro comercial e criando utilida<strong>de</strong>s na<br />

disponibilização dos produtos.


88<br />

A Alphaexport po<strong>de</strong> atuar como um setor terceirizado para as empresas que<br />

querem exportar e importar, fazendo importações por encomenda para clientes<br />

pre<strong>de</strong>terminados, importando produtos por conta própria e reven<strong>de</strong>ndo no mercado<br />

interno, comprando mercadorias <strong>de</strong> empresas que não são aptas a exportar e<br />

promover a venda para o exterior, bem como dar todo o suporte necessário na<br />

busca <strong>de</strong> fornecedores no mercado externo e interno. Para Coughlan et. al. (2002),<br />

os intermediários aparecem nos canais <strong>de</strong> marketing porque facilitam a busca entre<br />

as partes. De encontro a esses autores, McCarthy e Perreault Jr. (1997) dizem que<br />

esses especialistas <strong>de</strong> canal ajudam a fornecer informações, aproximando<br />

compradores <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores.<br />

O executivo da empresa X apontou como um ponto negativo o limite <strong>de</strong><br />

crédito que foi estabelecido para a sua empresa. No tocante a este ponto, o autor<br />

discorda <strong>de</strong> Lopes, uma vez que a Alphaexport conta com o suporte da Alphatra<strong>de</strong> e<br />

sua experiência <strong>de</strong> 11 anos no mercado fazendo análises <strong>de</strong> crédito.<br />

Apresentados os resultados da pesquisa, verifica-se no próximo item as<br />

consi<strong>de</strong>rações finais.


CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Esta pesquisa teve como objetivo geral analisar a relevância da empresa<br />

Alphaexport Comercial Exportadora e Importadora Ltda nas transações <strong>de</strong><br />

exportação e importação para as empresas com as quais atua. Para isso, além <strong>de</strong><br />

previamente contextualizar os canais <strong>de</strong> marketing, as operações <strong>de</strong> exportação e<br />

importação e suas modalida<strong>de</strong>s, bem como as empresas comerciais exportadoras e<br />

suas formas <strong>de</strong> <strong>atuação</strong>, procurou-se i<strong>de</strong>ntificar as funções exercidas pela empresa,<br />

como ocorrem os seus relacionamentos e os benefícios por ela proporcionados.<br />

No intuito <strong>de</strong> alcançar esses objetivos, foi feito um estudo sobre a<br />

Alphaexport, através <strong>de</strong> entrevistas e questionários com os principais parceiros<br />

comerciais da empresa. Além disso, as análises foram complementadas com a<br />

observação participante, uma vez que o pesquisador trabalha na empresa e<br />

participou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua fundação até os dias atuais.<br />

Verificou-se que a empresa executa todas as funções que a ela cabem nos<br />

canais <strong>de</strong> marketing como prospecção e negociação com fornecedores no exterior e<br />

no mercado interno, logística, contratação <strong>de</strong> seguro, armazéns e <strong>de</strong>spachantes. A<br />

empresa também disponibiliza crédito a clientes que sem este suporte não<br />

conseguiriam realizar as suas operações. Afinal, conforme aborda Kotler (2000), os<br />

canais <strong>de</strong> marketing são conjuntos <strong>de</strong> organizações inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes envolvidas no<br />

processo <strong>de</strong> disponibilização <strong>de</strong> um produto ou serviço para uso ou consumo.<br />

Seguindo esta linha, Nosé Júnior (2005) cita as vendas indiretas através <strong>de</strong>


90<br />

tradings/comerciais exportadoras como um dos canais <strong>de</strong> marketing mais utilizados<br />

no comércio internacional.<br />

Ao executar essas funções a empresa se empenha em manter as<br />

características consi<strong>de</strong>radas fundamentais por seus parceiros comerciais em<br />

relacionamentos, buscando sempre passar confiança, atuando com honestida<strong>de</strong> e<br />

comportamento ético. Nickels e Wood (1999) dizem a esse respeito que, ao possuir<br />

informações a respeito <strong>de</strong> seus clientes e suas necessida<strong>de</strong>s, as organizações estão<br />

procurando criar e sustentar relacionamentos com os seus clientes.<br />

Desta forma, os resultados eram visíveis e comprovados, o pesquisador<br />

percebeu in loco que a Alphaexport exerce diversas funções importantes na<br />

disponibilização <strong>de</strong> mercadorias para os seus parceiros comerciais.<br />

As limitações da pesquisa foram relacionadas ao processo <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong><br />

dados. Por ser uma empresa nova que trabalha com operações customizadas, não<br />

foi possível fazer um comparativo entre diversos clientes que tem o mesmo tipo <strong>de</strong><br />

operação. Mesmo assim, esse fato não diminui a importância das informações<br />

alcançadas para a conclusão do trabalho.<br />

Como sugestão para novas pesquisas, sugere-se que com o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da empresa e o aumento do número <strong>de</strong> clientes bem como a<br />

variação nas operações, sejam feitos:<br />

1. uma análise das estratégias que po<strong>de</strong>m ser adotadas para o incremento<br />

das exportações;<br />

2. um estudo das vantagens das importações por conta e or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

terceiros em relação as importações por encomenda;<br />

Devido à empresa atuar principalmente com importações, fica vulnerável as<br />

alterações <strong>de</strong> mercado, pois <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fundação da Alphaexport em 2006 o real vinha<br />

apresentando valorização frente ao dólar, diante <strong>de</strong>ssa situação a empresa iniciou<br />

suas ativida<strong>de</strong>s com o mercado bastante voltado às importações, porém com a crise


91<br />

mundial iniciada nos Estados Unidos e a <strong>de</strong>svalorização do real perante o dólar a<br />

empresa terá <strong>de</strong> iniciar um trabalho mais intenso <strong>de</strong> busca <strong>de</strong> clientes no exterior<br />

para fortalecer as suas exportações e aproveitar o momento em que os produtos<br />

brasileiros estão com um preço mais competitivo.<br />

Embora não se tenha esgotado o assunto abordado, esta pesquisa é <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> valia para o pesquisador, primeiramente por trabalhar na empresa comercial<br />

exportadora e ter participado das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua fundação até os dias<br />

atuais, o estudo possibilitou um maior conhecimento sobre a área <strong>de</strong> <strong>atuação</strong>,<br />

propiciando um crescimento profissional através do conhecimento adquirido.<br />

Acredita-se que esta pesquisa seja importante para a comunida<strong>de</strong><br />

empresarial e acadêmica em geral, pois possibilita conhecimento sobre a relevância<br />

<strong>de</strong> uma comercial exportadora na busca <strong>de</strong> operações com outros países e<br />

mercados e empresas.


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APÊNDICES


98<br />

APÊNDICE A – Entrevista Parcialmente Estruturada – Alphaexport<br />

Data da entrevista:<br />

Cargo:<br />

Qualificação:<br />

Tempo <strong>de</strong> trabalho na empresa:<br />

Data <strong>de</strong> fundação da empresa:<br />

1. Como você vê o processo <strong>de</strong> globalização mundial?<br />

2. Como surgiu a idéia <strong>de</strong> fundação da empresa?<br />

3. A empresa faz parte <strong>de</strong> um grupo?<br />

4. De que forma você consi<strong>de</strong>ra que este fato contribui para a formação da<br />

Alphaexport?<br />

5. Como você caracterizaria a empresa Alphaexport?<br />

6. Porque a escolha <strong>de</strong> montar uma comercial exportadora e não uma trading<br />

company?<br />

7. Quais os principais tipos <strong>de</strong> operações da empresa? Explique.<br />

8. Em suas operações a empresa se beneficia <strong>de</strong> algum acordo comercial? Qual?<br />

9. Dentre as funções abaixo executadas pela Alphaexport, quais você consi<strong>de</strong>ra<br />

mais importantes? Explique<br />

a) Funções <strong>de</strong> troca: compra, parcelamento, negociação e comunicação;<br />

b) Funções <strong>de</strong> suprimento físico: armazenagem, manuseio <strong>de</strong> materiais;<br />

c) Funções <strong>de</strong> facilitação: financiamento, tomada <strong>de</strong> riscos, padronização,<br />

classificação e informações <strong>de</strong> mercado.


99<br />

10. Quais características empregadas na Alphaexport você consi<strong>de</strong>ra relevantes<br />

para o planejamento <strong>de</strong> um relacionamento <strong>de</strong> longa duração com seus clientes:<br />

(favor numerar as opções abaixo sendo 5- muito importante, 3- importante e 1-<br />

pouco importante)<br />

( ) Comunicação aberta<br />

( ) Confiança – cumprindo com o que foi dito que seria feito<br />

( ) Fortalecimento através do contato entre as partes<br />

( ) Honestida<strong>de</strong> e comportamento ético<br />

( ) Parceiros que mostram que se preocupam<br />

11. Sobre as funções executadas pela empresa Alphaexport, quais você citaria<br />

como mais relevantes?<br />

12. Quais características você citaria como sendo relevantes no relacionamento da<br />

Alphaexport com os seus clientes?<br />

13. Dentro do seu ponto <strong>de</strong> vista, quais são os principais benefícios que a<br />

Alphaexport proporciona para os seus clientes?<br />

14. O que você citaria como diferencial da empresa em seu ramo <strong>de</strong> <strong>atuação</strong>?<br />

15. Você acredita que a empresa po<strong>de</strong> ser alternativa para empresas que querem<br />

importar e não possuem um setor especializado em comércio exterior?<br />

16. A modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> importação por encomenda facilitou essas operações?


100<br />

APÊNDICE B – Entrevista Parcialmente Estruturada – Empresa X<br />

Data da entrevista:<br />

Empresa:<br />

Cargo:<br />

Qualificação:<br />

Tempo <strong>de</strong> trabalho na empresa:<br />

Data <strong>de</strong> fundação da empresa:<br />

1. Como você vê o processo <strong>de</strong> globalização mundial?<br />

2. A empresa possui um setor especializado em comércio exterior?<br />

3. Há quanto tempo a empresa atua no comércio exterior?<br />

4. A empresa possui habilitação no SISCOMEX?<br />

5. Qual a importância do mercado internacional para a empresa?<br />

6. Porque a empresa optou por fazer importações através da Alphaexport?<br />

7. Existe algum apoio financeiro fornecido pela Alphaexport? Como funciona?<br />

8. Porque você consi<strong>de</strong>ra importante o papel <strong>de</strong>sempenhado pela Alphaexport?<br />

9. A empresa se utiliza <strong>de</strong> algum benefício relacionado a acordos comerciais em<br />

suas operações <strong>de</strong> importação? Qual?<br />

10. Este benefício é importante para a realização da operação?<br />

11. Sobre as funções executadas pela empresa Alphaexport, quais você citaria<br />

como mais importantes?<br />

12. Dentre as funções abaixo executadas por trading companies, quais você<br />

consi<strong>de</strong>ra mais importantes? Explique<br />

a) Funções <strong>de</strong> troca: compra, parcelamento, negociação e comunicação;<br />

b) Funções <strong>de</strong> suprimento físico: armazenagem, manuseio <strong>de</strong> materiais;<br />

c) Funções <strong>de</strong> facilitação: financiamento, tomada <strong>de</strong> riscos, padronização,<br />

classificação e informações <strong>de</strong> mercado.<br />

13. Quais características na Alphaexport você consi<strong>de</strong>ra relevantes para o<br />

planejamento <strong>de</strong> um relacionamento <strong>de</strong> longa duração: (favor numerar as opções<br />

abaixo sendo 5- muito importante, 3- importante e 1- pouco importante)<br />

( ) Comunicação aberta<br />

( ) Confiança – cumprindo com o que foi dito que seria feito<br />

( ) Fortalecimento através do contato entre as partes<br />

( ) Honestida<strong>de</strong> e comportamento ético


101<br />

( ) Parceiros que mostram que se preocupam<br />

14. Você consi<strong>de</strong>ra que os parceiros escolhidos pela Alphaexport produzem bons<br />

resultados? (Ex. <strong>de</strong>spachantes, transportadores, armazéns)<br />

15. A empresa se sente segura ao <strong>de</strong>ixar o gerenciamento <strong>de</strong>stas funções para a<br />

Alphaexport?<br />

16. Sobre o relacionamento no canal <strong>de</strong> distribuição, qual opção você consi<strong>de</strong>ra<br />

mais relevantes: (Inicie pelo número 1 como sendo a opção mais importante)<br />

( ) Cooperação<br />

( ) Parceria<br />

( ) Programa <strong>de</strong> distribuição<br />

17. Quais características você citaria como sendo relevantes no relacionamento com<br />

a empresa Alphaexport?<br />

18. Você vê na empresa potencial para o surgimento <strong>de</strong> novos negócios? Porquê?<br />

19. Dentro do seu ponto <strong>de</strong> vista, quais são os principais benefícios que a<br />

Alphaexport proporciona para a empresa?


102<br />

APÊNDICE C: Entrevista Parcialmente Estruturada – Empresa Y<br />

Data da entrevista:<br />

Empresa:<br />

Cargo:<br />

Formação:<br />

Tempo <strong>de</strong> trabalho na empresa:<br />

Data <strong>de</strong> fundação da empresa:<br />

1. Como você vê o processo <strong>de</strong> globalização mundial?<br />

2. A Internet tem facilitado as operações <strong>de</strong> comércio exterior da empresa? Po<strong>de</strong>-se<br />

dizer que esta ferramenta vem ajudando o processo <strong>de</strong> globalização?<br />

3. A empresa possui um setor especializado em comércio exterior?<br />

4. Qual a importância do mercado internacional para a empresa?<br />

5. A empresa atua em operações <strong>de</strong> exportação ou importação?<br />

6. Quais as principais dificulda<strong>de</strong>s encontradas nestas operações?<br />

7. A empresa possui habilitação no SISCOMEX? Caso a empresa não possua<br />

habilitação, como ocorrem as exportações/importações?<br />

8. Sobre as funções executadas pela empresa Alphaexport, quais você consi<strong>de</strong>ra<br />

mais relevantes?<br />

9. Dentre as funções abaixo executadas ela Alphaexport, quais você consi<strong>de</strong>ra<br />

mais importantes? Explique.<br />

a) Funções <strong>de</strong> troca: compra, parcelamento, negociação e comunicação;<br />

b) Funções <strong>de</strong> suprimento físico: armazenagem, manuseio <strong>de</strong> materiais;


103<br />

c) Funções <strong>de</strong> facilitação: financiamento, tomada <strong>de</strong> riscos, padronização,<br />

classificação e informações <strong>de</strong> mercado.<br />

10. Você consi<strong>de</strong>ra que os parceiros escolhidos pela Alphaexport produzem bons<br />

resultados? (Ex. <strong>de</strong>spachantes, transportadores, seguradoras)<br />

11. A empresa se sente segura ao <strong>de</strong>ixar o gerenciamento <strong>de</strong>stas funções para a<br />

Alphaexport?<br />

12. Sobre o relacionamento no canal <strong>de</strong> distribuição, qual opção você consi<strong>de</strong>ra mais<br />

importante: (Inicie pelo número 1 como sendo a opção mais importante)<br />

( ) Cooperação<br />

( ) Parceria<br />

( ) Programa <strong>de</strong> distribuição<br />

Quais características na Alphaexport você consi<strong>de</strong>ra relevantes para o planejamento<br />

<strong>de</strong> um relacionamento <strong>de</strong> longa duração: (favor numerar as opções abaixo sendo 5-<br />

muito importante, 3- importante e 1- pouco importante)<br />

( ) Comunicação aberta<br />

( ) Confiança – cumprindo com o que foi dito que seria feito<br />

( ) Fortalecimento através do contato entre as partes<br />

( ) Honestida<strong>de</strong> e comportamento ético<br />

( ) Parceiros que mostram que se preocupam<br />

13. Quais características você citaria como sendo importantes no relacionamento<br />

com a empresa Alphaexport?<br />

14. A empresa é vista como um elo importante para levar as mercadorias da<br />

empresa ao cliente final no exterior?<br />

15. A empresa está focada no objetivo <strong>de</strong> satisfazer da melhor maneira o consumidor<br />

final?


104<br />

16. Você vê na Alphaexport potencial para o surgimento <strong>de</strong> novos negócios? Por<br />

quê?<br />

17. Dentro do seu ponto <strong>de</strong> vista, quais são os principais benefícios que a<br />

Alphaexport proporciona para a empresa?


105<br />

APÊNDICE D: Questionário Aberto e <strong>de</strong> Múltipla Escolha – Empresa Q<br />

Data da entrevista:<br />

Empresa:<br />

Cargo:<br />

Qualificação:<br />

Tempo <strong>de</strong> trabalho na empresa:<br />

Data <strong>de</strong> fundação da empresa:<br />

1. Como você vê o processo <strong>de</strong> globalização mundial?<br />

2. A empresa possui habilitação no SISCOMEX? Qual modalida<strong>de</strong>, ordinária ou<br />

simplificada?<br />

3. A empresa possui um setor especializado em comércio exterior?<br />

4. Há quanto tempo à empresa atua no comércio exterior?<br />

5. Qual a importância do mercado internacional para a empresa?<br />

6. Porque a empresa optou por fazer importações através da Alphaexport?<br />

7. Porque você consi<strong>de</strong>ra importante o papel <strong>de</strong>sempenhado pela Alphaexport?<br />

8. Sobre as funções executadas pela empresa Alphaexport, quais você citaria como<br />

mais importantes?<br />

9. Dentre as funções abaixo executadas por trading companies, quais você<br />

consi<strong>de</strong>ra mais importantes? Explique<br />

a) Funções <strong>de</strong> troca: compra, parcelamento, negociação e comunicação;<br />

b) Funções <strong>de</strong> suprimento físico: armazenagem, manuseio <strong>de</strong> materiais;<br />

c) Funções <strong>de</strong> facilitação: financiamento, tomada <strong>de</strong> riscos, padronização,<br />

classificação e informações <strong>de</strong> mercado.


106<br />

10. Você consi<strong>de</strong>ra que os parceiros escolhidos pela Alphaexport produzem bons<br />

resultados? (Ex. <strong>de</strong>spachantes, transportadores, armazéns, seguradora)<br />

11. A empresa se sente segura ao <strong>de</strong>ixar o gerenciamento <strong>de</strong>stas funções para a<br />

Alphaexport?<br />

12. Quais características na Alphaexport você consi<strong>de</strong>ra relevantes para o<br />

planejamento <strong>de</strong> um relacionamento <strong>de</strong> longa duração: (favor numerar as opções<br />

abaixo sendo 5- muito importante, 3- importante e 1- pouco importante)<br />

( ) Comunicação aberta<br />

( ) Confiança – cumprindo com o que foi dito que seria feito<br />

( ) Fortalecimento através do contato entre as partes<br />

( ) Honestida<strong>de</strong> e comportamento ético<br />

( ) Parceiros que mostram que se preocupam<br />

13. Sobre o relacionamento no canal <strong>de</strong> distribuição, qual opção você consi<strong>de</strong>ra mais<br />

relevantes: (Inicie pelo número 1 como sendo a opção mais importante)<br />

( ) Cooperação<br />

( ) Parceria<br />

( ) Programa <strong>de</strong> distribuição<br />

14. Quais características você citaria como sendo relevantes no relacionamento com<br />

a empresa Alphaexport?<br />

15. Você vê na empresa potencial para o surgimento <strong>de</strong> novos negócios? Porquê?<br />

16. Dentro do seu ponto <strong>de</strong> vista, quais são os principais benefícios que a<br />

Alphaexport proporciona para a empresa?<br />

APÊNDICE E: Questionário Aberto e <strong>de</strong> Múltipla Escolha – Empresa M<br />

Data da entrevista:


107<br />

Empresa:<br />

País:<br />

Cargo:<br />

Qualificação:<br />

Tempo <strong>de</strong> trabalho na empresa:<br />

Data <strong>de</strong> fundação da empresa:<br />

1. Como você vê o processo <strong>de</strong> globalização mundial?<br />

2. Qual a importância do mercado internacional para a empresa?<br />

3. Há quanto tempo à empresa atua no comércio exterior?<br />

4. Para quantos países a empresa exporta?<br />

5. A empresa se utiliza <strong>de</strong> algum benefício relacionado a acordos comerciais?<br />

Quais?<br />

6. A participação da Alphaexport foi importante para a entrada no mercado<br />

brasileiro?<br />

7. Por que a empresa optou por fazer exportação indireta através <strong>de</strong> um<br />

intermediário no Brasil?<br />

8. Você já efetuou importações do Brasil através da Alphaexport?<br />

9. O papel da empresa foi importante? Por quê?<br />

10. Dentre as funções executadas pela empresa Alphaexport, quais você citaria<br />

como mais importantes?<br />

11. Qual característica você citaria como sendo relevante no relacionamento com<br />

a empresa Alphaexport?<br />

12. Quais características na Alphaexport você consi<strong>de</strong>ra relevantes para o<br />

planejamento <strong>de</strong> um relacionamento <strong>de</strong> longa duração: (favor numerar as opções<br />

abaixo sendo 5- muito importante, 3- importante e 1- pouco importante)<br />

( ) Comunicação aberta<br />

( ) Confiança – cumprindo com o que foi dito que seria feito<br />

( ) Fortalecimento através do contato entre as partes<br />

( ) Honestida<strong>de</strong> e comportamento ético<br />

( ) Parceiros que mostram que se preocupam


108<br />

13. Você consi<strong>de</strong>ra que os parceiros escolhidos pela Alphaexport produzem bons<br />

resultados? (Ex. <strong>de</strong>spachantes, transportadores, armazéns, seguradora)<br />

14. A empresa se sente segura ao <strong>de</strong>ixar o gerenciamento <strong>de</strong>stas funções para a<br />

Alphaexport?<br />

15. Dentro do seu ponto <strong>de</strong> vista, quais são os principais benefícios que a<br />

Alphaexport proporciona para a empresa?<br />

16. Você vê na empresa potencial para o surgimento <strong>de</strong> novos negócios? Por<br />

quê?


109<br />

APÊNDICE F: Questionário Aberto e <strong>de</strong> Múltipla Escolha – Empresa Z<br />

Data da entrevista:<br />

Empresa:<br />

Cargo:<br />

Qualificação:<br />

Tempo <strong>de</strong> trabalho na empresa:<br />

Data <strong>de</strong> fundação da empresa:<br />

1. A empresa possui habilitação no SISCOMEX?<br />

2. A empresa possui um setor especializado em comércio exterior?<br />

3. Qual a importância do mercado internacional para a empresa?<br />

4. Porque a empresa optou por fazer importações através da Alphaexport?<br />

5. Porque você consi<strong>de</strong>ra importante o papel <strong>de</strong>sempenhado pela Alphaexport?<br />

6. Sobre as funções executadas pela empresa Alphaexport, quais você citaria<br />

como mais importantes?<br />

7. Dentre as funções abaixo executadas por trading companies, quais você<br />

consi<strong>de</strong>ra mais importantes? Explique<br />

a) Funções <strong>de</strong> troca: compra, parcelamento, negociação e comunicação;<br />

b) Funções <strong>de</strong> suprimento físico: armazenagem, manuseio <strong>de</strong> materiais;<br />

c) Funções <strong>de</strong> facilitação: financiamento, tomada <strong>de</strong> riscos, padronização,<br />

classificação e informações <strong>de</strong> mercado.


110<br />

8. Quais características na Alphaexport você consi<strong>de</strong>ra relevantes para o<br />

planejamento <strong>de</strong> um relacionamento <strong>de</strong> longa duração: (favor numerar as opções<br />

abaixo sendo 5- muito importante, 3- importante e 1- pouco importante)<br />

( ) Comunicação aberta<br />

( ) Confiança – cumprindo com o que foi dito que seria feito<br />

( ) Fortalecimento através do contato entre as partes<br />

( ) Honestida<strong>de</strong> e comportamento ético<br />

( ) Parceiros que mostram que se preocupam<br />

9. Você consi<strong>de</strong>ra que os parceiros escolhidos pela Alphaexport produzem bons<br />

resultados? (Ex. <strong>de</strong>spachantes, transportadores, armazéns, seguradora)<br />

10. A empresa se sente segura ao <strong>de</strong>ixar o gerenciamento <strong>de</strong>stas funções para a<br />

Alphaexport?<br />

11. Quais características na Alphaexport você consi<strong>de</strong>ra relevantes para o<br />

planejamento <strong>de</strong> um relacionamento <strong>de</strong> longa duração: (favor numerar as opções<br />

abaixo sendo 5- muito importante, 3- importante e 1- pouco importante)<br />

( ) Comunicação aberta<br />

( ) Confiança – cumprindo com o que foi dito que seria feito<br />

( ) Fortalecimento através do contato entre as partes<br />

( ) Honestida<strong>de</strong> e comportamento ético<br />

( ) Parceiros que mostram que se preocupam<br />

12. Sobre o relacionamento no canal <strong>de</strong> distribuição, qual opção você consi<strong>de</strong>ra<br />

mais relevantes: (Inicie pelo número 1 como sendo a opção mais importante)<br />

( ) Cooperação<br />

( ) Parceria<br />

( ) Programa <strong>de</strong> distribuição<br />

13. Quais características você citaria como sendo relevantes no relacionamento com<br />

a empresa Alphaexport?


111<br />

14. Você vê na empresa potencial para o surgimento <strong>de</strong> novos negócios? Porquê?<br />

15. Dentro do seu ponto <strong>de</strong> vista, quais são os principais benefícios que a<br />

Alphaexport proporciona para a empresa?

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