4.4 USO SUSTENTÁVEL DO CERRADOHá muitos anos, as populações tradicionais utilizamos recursos naturais <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>. Todavia, com arápida ocupação, as áreas naturais começaram a serrapidamente ocupa<strong>das</strong>. O uso sustentável <strong>de</strong> espéciesnativas é uma alternativa importante <strong>para</strong> gerarrenda e manter as áreas nativas, porém um <strong>do</strong>s maiores<strong>de</strong>safios é transformar conhecimento em tecnologia,produtos e serviços. Para o aproveitamento<strong>de</strong>stas espécies po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>das</strong>, por exemplo,as áreas <strong>de</strong> Reserva Legal (RL) pratican<strong>do</strong> a estratégia<strong>do</strong> uso <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> em pé, ou seja, o manejo <strong>do</strong>srecursos vegetais já disponíveis na vegetação, sem anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento, como sugeri<strong>do</strong> emRibeiro et al. (2003) e Felfili et al. (2004).Por meio <strong>do</strong> manejo, as principais formas <strong>de</strong> utilização<strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> são: aproveitamento alimentar <strong>das</strong>frutas nativas, aproveitamento <strong>de</strong> partes <strong>de</strong> plantassecas <strong>para</strong> o artesanato, utilização da flora medicinal,coleta <strong>de</strong> sementes e produção <strong>de</strong> mu<strong>das</strong> nativas<strong>para</strong> recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>grada<strong>das</strong>, criação emanejo <strong>de</strong> fauna silvestre e apicultura.Apesar <strong>de</strong> praticarem o extrativismo, principalmentepela falta <strong>de</strong> alternativas técnicas, as populaçõesrurais têm interesse em manejar e mesmocultivar aquelas espécies <strong>de</strong> maior valor econômico.Entre essas espécies, <strong>de</strong>stacam-se o baru (Dipteryxalata), a cagaita (Eugenia dysenterica), o araticum(Annona crassiflora), a guariroba (Syagrus oleracea)e o pequi (Caryocar brasiliense). O Bioma ainda estacarente <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s sobre a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>staspraticas extrativas.O pequi é um caso especial, pois além <strong>do</strong> retornofinanceiro, trata-se <strong>de</strong> espécie carismática com fortesraízes na cultura <strong>do</strong>s povos <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>. Na região <strong>do</strong>norte <strong>de</strong> Minas Gerais, a colheita e a comercialização<strong>do</strong>s frutos <strong>de</strong>stas espécies na safra em <strong>de</strong>zembromobilizam gran<strong>de</strong> parte da população local que viveno campo e representam quase 55 % da renda anual<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r rural (POZO, 1997; ALENCAR, 2000).Assim a participação <strong>do</strong>s povos locais representa fatorchave em qualquer plano que vise manter áreas<strong>de</strong> vegetação natural.Foto: Fernan<strong>do</strong> Tatagiba91
Além disso, a manutenção <strong>de</strong> espécies nativasé também relevante como reserva genética, isto é,como fonte <strong>de</strong> genes tanto <strong>para</strong> perpetuação <strong>das</strong>próprias espécies quanto <strong>para</strong> o seu uso nos programas<strong>de</strong> melhoramento <strong>de</strong> espécies cultiva<strong>das</strong>(RIBEIRO et al., 1986). Neste aspecto, a existência <strong>de</strong>espécies cultiva<strong>das</strong> com “parentes” silvestres é extremamenterelevante. Esse banco genético silvestrerepresenta valiosa fonte <strong>de</strong> genes capazes <strong>de</strong> incorporaràs espécies cultiva<strong>das</strong> <strong>de</strong> características <strong>de</strong>sejáveis,como resistência a <strong>do</strong>enças e pragas, produtivida<strong>de</strong>,etc.O fomento ao extrativismo é uma estratégia quecontribui <strong>para</strong> a diminuição <strong>do</strong> <strong>de</strong>smatamento e <strong>das</strong>queima<strong>das</strong>. Na medida em que as espécies nativassão conserva<strong>das</strong> e o ciclo <strong>de</strong> reprodução e <strong>de</strong> propagação<strong>das</strong> espécies é respeita<strong>do</strong>, o extrativismotambém contribui <strong>para</strong> a manutenção da segurançaalimentar e nutricional <strong>das</strong> populações locais e <strong>para</strong>a geração <strong>de</strong> renda, às vezes a ponto <strong>de</strong> se tornar aprincipal fonte econômica <strong>de</strong> várias famílias.No âmbito governamental, o MMA, em conjuntocom o Ministério <strong>do</strong> Desenvolvimento Social eCombate à Fome (MDS) e o Ministério <strong>do</strong> DesenvolvimentoAgrário (MDA), elaborou o <strong>Plano</strong> Nacional<strong>de</strong> Promoção <strong>das</strong> Ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Produtos da Sociobiodiversida<strong>de</strong>(PNPSB). Por meio da Portaria InterministerialMMA/MDA/MDS nº 236, <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong>2009, foram estabeleci<strong>das</strong> as orientações <strong>para</strong> a implementação<strong>do</strong> PNPSB.De acor<strong>do</strong> com os trabalhos realiza<strong>do</strong>s entreMMA e Conab, incluin<strong>do</strong> seminários regionais realiza<strong>do</strong>sem 2007-2008, o babaçu e o pequi foram incluí<strong>do</strong>sna pauta <strong>de</strong> produtos am<strong>para</strong><strong>do</strong>s pela Política<strong>de</strong> Garantia <strong>de</strong> Preços Mínimos (PGPM). Com esserespal<strong>do</strong> legal, alguns produtos <strong>do</strong> extrativismo <strong>do</strong>Cerra<strong>do</strong> passaram a contar com subvenção econômicano momento da venda, o que os torna atrativos<strong>para</strong> as comunida<strong>de</strong>s.O MMA elaborou o <strong>Plano</strong> <strong>de</strong> <strong>Ação</strong> <strong>para</strong> a Promoçãoda Ca<strong>de</strong>ia Produtiva <strong>do</strong> Babaçu, que estáem discussão entre os agentes econômicos. Entreos municípios abrangi<strong>do</strong>s por esse plano, quatroestão no bioma Cerra<strong>do</strong>: São Miguel <strong>do</strong> Tocantins(TO), Imperatriz (MA), Vargem Gran<strong>de</strong> (MA), que émunicípio com maior produção nacional <strong>de</strong> babaçu,porém com o mais baixo nível <strong>de</strong> organização sociale comercial <strong>para</strong> o babaçu, e Pedreiras (MA), queapresenta a segunda colocação entre os <strong>de</strong>z maioresprodutores brasileiros, com boa organização social ecomercial.Foto: Palê Zuppani92
- Page 2 and 3:
Plano de Ação paraPrevenção e C
- Page 4:
Foto: Rui Faquini
- Page 7 and 8:
6Foto: Rui Faquini
- Page 9 and 10:
Durante a 15ª Conferência das Par
- Page 11 and 12:
COMPONENTES1. Controle e Monitorame
- Page 13 and 14:
Principais ações- Disponibilizaç
- Page 15 and 16:
Políticas de ocupação e o desenv
- Page 17 and 18:
No seu primeiro momento de execuç
- Page 19 and 20:
18Figura 1 - Distribuição do biom
- Page 21 and 22:
2.1 ASPECTOS BIÓTICOSno sul de Lá
- Page 23 and 24:
Segundo o Sistema Brasileiro de Cla
- Page 25 and 26:
2.2 ASPECTOS FÍSICOSO Cerrado apre
- Page 27 and 28:
Foto: Palê Zuppani26
- Page 29 and 30:
2.3 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOSE CULT
- Page 31 and 32:
Foto: Rui FaquiniA modernização a
- Page 33 and 34:
3. DIAGNÓSTICO DOPROBLEMANo Brasil
- Page 35 and 36:
características de ocorrências de
- Page 37 and 38:
O “Projeto de Monitoramento do De
- Page 39 and 40:
A partir da análise do desmatament
- Page 41 and 42: Os dados do monitoramento revelaram
- Page 43 and 44: As Áreas de Proteção Ambiental (
- Page 45 and 46: 44Foto: Zig Koch
- Page 47 and 48: Foto: Rui FaquiniApesar da extensa
- Page 49 and 50: SojaFoto: Rui FaquiniSegundo o Cens
- Page 51 and 52: Dependendo da demanda, há expansã
- Page 53 and 54: PecuáriaDesde os anos 1970, o Bras
- Page 55 and 56: Carvão vegetalO setor siderúrgico
- Page 57 and 58: 3.2 MONITORAMENTO E DINÂMICADAS QU
- Page 59 and 60: Os incêndios florestais podem ser
- Page 61 and 62: Os dados do INPE revelam ainda que
- Page 63 and 64: Foto: Fernando Pinheiro62
- Page 65 and 66: Em consonância com a evolução da
- Page 67 and 68: Para cada município beneficiado no
- Page 69 and 70: 3.3 MUDANÇA DO CLIMA EDESMATAMENTO
- Page 71 and 72: A Tabela 11 mostra que, para o per
- Page 73 and 74: É relevante registrar também que
- Page 75 and 76: 4. Gestão Territorial eAmbiental n
- Page 77 and 78: 4.1.1 OS ZONEAMENTOS ECONÔMICOS EE
- Page 79 and 80: Os ZEEs estaduais devem indicar dis
- Page 81 and 82: Foto: Fernando Gambarine- Bacia Hid
- Page 83 and 84: A concessão dos incentivos ocorre
- Page 85 and 86: 4.3 UNIDADES DE CONSERVAÇÃOAs uni
- Page 87 and 88: Figura 20. Participação das Área
- Page 89 and 90: Figura 21. Categorias das Unidades
- Page 91: Figura 22. Mapa das Terras Indígen
- Page 95 and 96: 4.5.1 A DESCENTRALIZAÇÃO DA GEST
- Page 97 and 98: 4.5.2 A GESTÃO FLORESTAL NO CERRAD
- Page 99 and 100: 4.5.3 MANEJO FLORESTAL NO CERRADOAT
- Page 101 and 102: 5. O PPCerrado e a PolíticaNaciona
- Page 103 and 104: 6. O PPCerrado e o ProgramaCerrado
- Page 105 and 106: Tabela 16. Relação das ações do
- Page 107 and 108: 7.1 CAUSAS CRÍTICAS DODESMATAMENTO
- Page 109 and 110: 8. O Plano8.1 OBJETIVO GERAL DO PLA
- Page 111 and 112: 8.3 DIRETRIZES ESTRATÉGICASPara a
- Page 113 and 114: 8.5 GOVERNANÇAO PPCerrado é o ins
- Page 115 and 116: 8.7 ARTICULAÇÃO DE PARCERIAS EPAC
- Page 117 and 118: Além das áreas de conservação,
- Page 119 and 120: 9. O PLANO OPERATIVOPLANO DE AÇÃO
- Page 121 and 122: Macro Objetivo 1: Fomentar a planta
- Page 123 and 124: Ação Estratégica Indicador2.1. E
- Page 125 and 126: PLANO DE AÇÃO PARA PREVENÇÃO E
- Page 127 and 128: Macro Objetivo 3: Aumentar a produt
- Page 129 and 130: Macro Objetivo 3: Aumentar a produt
- Page 131 and 132: Macro Objetivo 4: Ampliar e qualifi
- Page 133 and 134: Ação Estratégica Indicador5.1. E
- Page 135 and 136: PLANO DE AÇÃO PARA PREVENÇÃO E
- Page 137 and 138: PLANO DE AÇÃO PARA PREVENÇÃO E
- Page 139 and 140: Ação Estratégica Indicador7.7. D
- Page 141 and 142: Macro Objetivo 8: Fortalecer a fisc
- Page 143 and 144:
Ação Estratégica Indicador9.1. I
- Page 145 and 146:
Macro Objetivo 10: Aprimorar a prev
- Page 147 and 148:
PLANO DE AÇÃO PARA PREVENÇÃO E
- Page 149 and 150:
Macro Objetivo 11: Criar e consolid
- Page 151 and 152:
Macro Objetivo 11: Criar e consolid
- Page 153 and 154:
Macro Objetivo 11: Criar e consolid
- Page 155 and 156:
PLANO DE AÇÃO PARA PREVENÇÃO E
- Page 157 and 158:
Ação Estratégica Indicador12.7.
- Page 159 and 160:
Macro Objetivo 10: Aprimorar a prev
- Page 161 and 162:
Embrapa Empresa Brasileira de Pesqu
- Page 163 and 164:
BibliografiaABRAF. Anuário Estatí
- Page 165 and 166:
MYERS, N.; MITTERMEIER, R. A.; MITT
- Page 167 and 168:
Anexo II - Decreto de 15 de setembr
- Page 169 and 170:
§ 4º - A Comissão Executiva pode
- Page 171 and 172:
Unidades de ConservaçãoFederaisFo
- Page 173 and 174:
Unidades de Conservação Estaduais
- Page 175 and 176:
Unidades de Conservação Estaduais
- Page 177 and 178:
PA Aranha GO 10,31 0,55 0,23%PA Ara
- Page 179 and 180:
PA Caeté MT 97,27 13,83 5,86%PA Ca
- Page 181 and 182:
Projeto de assentamento /extrativis
- Page 183 and 184:
Projeto de assentamento /extrativis
- Page 185 and 186:
PA Mário Pereira MG 29,22 4,18 1,7
- Page 187 and 188:
Projeto de assentamento /extrativis
- Page 189 and 190:
Projeto de assentamento /extrativis
- Page 191 and 192:
Projeto de assentamento /extrativis
- Page 193 and 194:
Projeto de assentamento /extrativis
- Page 195 and 196:
Projeto de assentamento /extrativis
- Page 197 and 198:
Anexo VI- Desmatamento emTerras Ind
- Page 199 and 200:
Anexo VII - Comissão ExecutivaCasa
- Page 201:
Marcelo Cavallini (CCUC)Roberto Zan