40 <strong>Logweb</strong> | edição nº<strong>92</strong> | Out | 2009 |Multimo<strong>da</strong>lRodoviasPara concessionárias,segurança em 1º lugarAcidentes mais comuns envolvendo transporte de carga, época de maior incidência e ações preventivasrealiza<strong>da</strong>s pelas administradoras de rodovias brasileiras são detalha<strong>da</strong>s pelas próprias empresas nestamatéria especial.Estado, quali<strong>da</strong>de ou condiçãode quem ou do que estálivre de perigos, incertezas,assegurado de <strong>da</strong>nos e riscoseventuais; situação em que na<strong>da</strong>há a temer”. Esta é a definiçãode “segurança” de acordo com odicionário Houaiss, e expressa oquanto é importante a garantiadesse fator, em tudo que se faz.Quando envolve vi<strong>da</strong> humana,então, é quando mais se develevar o assunto a sério.Abor<strong>da</strong>ndo a segurançadentro <strong>da</strong>s estra<strong>da</strong>s brasileiras,esta matéria especial <strong>da</strong> <strong>revista</strong><strong>Logweb</strong> conta com a participação<strong>da</strong> ABCR – Associação Brasileirade Concessionárias Rodoviárias(Fone: 11 5505.0190), algumas desuas associa<strong>da</strong>s e <strong>da</strong> Secretariados Transportes de São Paulo.Direitos eresponsabili<strong>da</strong>desO CTB – Código de TrânsitoBrasileiro foi elaborado paraestabelecer padrões de comportamentosno trânsito, atribuindoresponsabili<strong>da</strong>des e direitos doci<strong>da</strong>dão. Os acidentes de trânsitosão resultados <strong>da</strong> ocorrênciasimultânea e interação de trêsfatores de risco:● fator humano (comportamentodos condutores epedestres);● fator veículo (condições deprojeto e manutenção dosveículos);● fator via/meio ambiente(engenharia de tráfego,condições climáticas, etc.).A AutoBAn investiu mais de R$ 3,2 bilhões em melhorias ebenefícios no Sistema Anhanguera–BandeirantesQuanto ao transporte decargas, a Secretaria dos Transportesde São Paulo recomen<strong>da</strong> que:● sejam realiza<strong>da</strong>s rotineiramenteas ativi<strong>da</strong>des demanutenções preventivas ecorretivas dos veículos paraque ofereçam perfeitascondições de conservação esegurança;● o condutor possua osconhecimentos e ashabili<strong>da</strong>des necessárias paraa condução do veículo;● o condutor apresente aolongo <strong>da</strong> viagem asquali<strong>da</strong>des físicas epsíquicas necessárias;● o condutor possua capaci<strong>da</strong>dede avaliar as condiçõesfísicas <strong>da</strong>s rodovias(pavimento, climáticas,visibili<strong>da</strong>de, volume detrânsito, etc.) e modificar ocomportamento quando decondições adversas;● que se transporte a cargadentro do limite fixado,nunca excedendo o pesomáximo autorizado, querseja, no PBT, no PBTC, noCMT e nos eixos, e ain<strong>da</strong> quea carga esteja acondiciona<strong>da</strong>e amarra<strong>da</strong> de forma quenão caia ou se arraste pelavia ou gere qualquerincômodo ou insegurançaque se possa evitar.De acordo com Gil Guedes,coordenador técnico <strong>da</strong> ABCR, asobrecarga é, infelizmente, umaprática adota<strong>da</strong> por um significativonúmero de transportadoresno país. E as consequências sãoimediatas, causando ou agravandoacidentes. Estatísticas doDNIT – Departamento Nacionalde Infraestrutura de Transportesinformam que seis em ca<strong>da</strong> dezcaminhões envolvidos em acidentesestavam sobrecarregados.Além disso, a sobrecarga é aprincipal causa do envelhecimentoprecoce dos pavimentos. Umasobrecarga sistemática de 10%no eixo encurta a vi<strong>da</strong> útil dospavimentos em cerca de 3 anos.“Ela acaba por prejudicar opróprio transportador, especialmenteo caminhoneiro autônomo,pois um veículo sobrecarregadosubtrai carga de outro, <strong>da</strong>íresultando em uma ociosi<strong>da</strong>decrescente <strong>da</strong> frota transportadorae em um contínuo aviltamentodos fretes”, declara o profissional.E isso tudo sem falar dos<strong>da</strong>nos causados ao próprioveiculo, em termos de desgasteprematuro de pneus, embreageme freios, bem como aumento noconsumo de combustível, noscustos de manutenção e nostempos de viagem. “A recomen<strong>da</strong>ção,portanto, é muito simples:não sobrecarregue seu veículo”.Tafarelo, <strong>da</strong> Autoban:o superaquecimento <strong>da</strong>scabines no inverno causasonolência e, portanto,acidentes
| edição nº<strong>92</strong> | Out | 2009 | <strong>Logweb</strong>41Segundo a Secretaria dosTransportes de São Paulo, no anode 2008 foram registrados 77.614acidentes nas rodovias paulistas,e os caminhões estiveramenvolvidos em 19.618, o querepresenta 25,28%.Para diminuir o número deacidentes causados, a Secretariadiz que as transportadoras devemmanter as suas frotas devi<strong>da</strong>menteconserva<strong>da</strong>s e regulariza<strong>da</strong>s,com os veículos oferecendocondições de segurança,contratando profissionais queaten<strong>da</strong>m às condições jáapresenta<strong>da</strong>s, ministrar treinamentose reciclagens e, principalmente,exercer a sua própriafiscalização sobre o comportamentode seus profissionais.De acordo com Elio Nogueira,gerente de atendimento aousuário <strong>da</strong> Ecosul, as transportadoraspodem colaborar com asegurança nas vias auxiliando aconcessionária na conscientizaçãoe fiscalização dos seus motoristas,seja através de treinamentosA Autovias conta com viaturas de inspeção circulando 24 horas,bem como com veículos de apreensão de animais na pistaespecíficos, como direçãodefensiva, gestão do tempo,programas de manutençãopreventiva nos veículos ou atépalestras objetivando maiorsegurança e quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>.Outra forma cita<strong>da</strong> peloprofissional é estimular os motoristasatravés de metas de performance,como zero acidentes,entregas programa<strong>da</strong>s, respeitoaos limites de veloci<strong>da</strong>de, controlede manutenção dos veículos einexistência de multas por infraçõesde trânsito, entre outras.A estas recomen<strong>da</strong>ções,Eliana Andreghetto Ahmad,analista de tráfego <strong>da</strong> Autovias,acrescenta mais duas: implementaçãode programas deincentivo à saúde dos caminhoneirose de conscientização parao respeito à sinalização e àsregras de trânsito; e implantaçãode jorna<strong>da</strong>s de trabalho/viagensmais adequa<strong>da</strong>s à saúde doscaminhoneiros.Geralmente, os acidentesocorrem em épocas de chuva,sob neblina e no inverno, quandohá o superaquecimento <strong>da</strong>scabines, o que causa sonolência,explica O<strong>da</strong>ir Tafarelo, gestor deatendimento <strong>da</strong> Autoban.Nas rodovias sob concessão<strong>da</strong> Autovias, os acidentes estãodivididos na seguinte proporção:26% pela manhã, 27% à tarde,25% à noite e 22% na madruga<strong>da</strong>.“Observa-se que, apesar de ovolume de tráfego ser menor ànoite e de madruga<strong>da</strong>, a incidênciade acidentes nestes períodosé quase igual à do período diurno.Isto porque à noite e de madruga<strong>da</strong>há redução de visibili<strong>da</strong>de,além de fatores de risco