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Out - Dez - Spcctv.pt

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REVISTA PORTUGUESA DE CIRURGIA CARDIO-TOR áCICA E VASCULARHemorragiaA cirurgia torácica na presença de aderências pleuraispode ser um procedimento cruento culminando com algumsangramento nas primeiras horas do pós-operatório. A tendêncianatural é que, ao cabo de 24h, a drenagem seja progressivamentemenor e mais serosa. Estima-se que a taxa dere-toracotomia para revisão de hemostase seja cerca de 5%. 10Os principais factores de risco são: reoperações, presença concomitantede doenças inflamatórias, tuberculose ou aspergiloma,necessidade de ressecções extra-pleurais e/ou pneumectomia,presença de aderências pleurais, distúrbio da coagulação epresença de cissuras incompletas. A re-toracotomia está indicadaquando a drenagem pleural se mantém acima de 200 ml/hora, por mais de quatro horas. Uma diminuição progressivada drenagem, associada à estabilidade clínica e a uma radiografiacom total expansão pulmonar e mínima colecção pleuralrepresentam uma evolução favorável dispensando uma novaabordagem cirúrgica. Contudo, em regra, é melhor uma abordagemprecoce do que expor o doente a complicações maisgraves (distúrbios metabólicos, coagulopatias, múltiplas transfusõesde sangue) com um aumento da morbi-mortalidade.Fuga de ar prolongadaTodos os doentes submetidos a uma ressecção deparênquima pulmonar podem apresentar fuga de ar no pós--operatório, que geralmente é auto-limitada e cessa nas primeiras48 horas. Em média, 10% a 15% dos doentes têm fugadurante mais de uma semana, 2% a 5% destes prolonga-sepor mais de 14 dias e em 5% pode culminar em empiemapleural. A profilaxia é o ponto fulcral. O tratamento quasesempre é expectante e conservador. A aerostase meticulosa naseparação dos planos intersegmentares ou das cissuras devefazer parte da rotina. O uso de máquinas de corte e suturaautomática e de colas biológicas tem diminuído, significativamente,a fuga de ar, promovendo uma melhor aerostase.A cavidade pleural, idealmente, deve ser preenchida na suatotalidade pelo pulmão remanescente, já que a combinaçãode fuga de ar com espaço pleural residual são os maiores factoresde risco para empiema pleural pós-operatório. A realizaçãode pleurodese, que pode ser realizada à beira do leitocom injeção de irritantes químicos (talco, doxiciclina, bleomicinaou tetraciclina) tem sido sugerida por alguns cirurgiõesquando a fuga é muito prolongada. A indicação de re-toracotomiaocorre em menos de 0,5% de todos os casos, o quetorna o tratamento conservador a primeira opção. 11Figura 2Nível hidro-aéreo, após retirada de drenos, em doentesubmetido a lobectomia superior esquerda, por carcinomado pulmão, complicado com fuga prolongada.fuga de ar, devem ser evitadas lacerações pulmonares, primarpor uma cuidadosa técnica de encerramento do coto brônquicoe finalmente, assegurar condições para uma ocupaçãoadequada do espaço pleural remanescente. A manutençãodos lobos expandidos associada à elevação do diafragma, aodesvio do mediastino e à retracção dos espaços intercostaissão fundamentais no tratamento da fuga de ar pós-operatórioe prevenção de espaços pleurais residuais. 11Fístula broncopleuralA fístula broncopleural é uma comunicação entre oespaço endobrônquico e a cavidade pleural e tem uma incidênciade 1% a 4% após lobectomia e de 6% a 10% apóspneumectomia, com uma média de 3% a 7% em todas asressecções pulmonares (Fig.3). É a complicação mais temidapelo cirurgião, uma vez que está associada com uma taxade mortalidade de 11% a 23%. 12 Os factores de risco parao desenvolvimento deste tipo de complicação relacionam-secom a indicação da cirurgia, factores técnicos relativos à ressecçãoe encerramento do coto brônquico, com tratamentosEspaço pleural residualEstima-se que cerca de 75% a 90% dos doentesapresentam algum espaço pleural residual após ressecçãopulmonar, quando é utilizada a tomografia computadorizadacomo método de avaliação (Fig.2). A persistência desteespaço pleural residual após a retirada do dreno associadoà dor torácica, à febre, à leucocitose e à anorexia com apresença de nível e espessamento pleural na radiografia dotórax é bastante sugestivo de empiema. Para a prevenção daFigura 3Fístula broncopleural pós-pneumectomia direita.Volume XVIII - N.º 4217

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